Chronicles of a Hitman #6 - What If

Numa das minhas inúmeras "viagens" ao meu "arquivo" de vídeos de wrestling, deparo-me a assistir a um evento que marcou muitos fãs da modalidade. Não sei porque me ocorreu assistir a esse evento em particular (talvez a dificuldade que provou ser a sua obtenção tenha funcionado como um aliciante), mas, há tempos, assisti ao "Over The Edge" - um pay-per-view da antiga WWF, realizado a 23 de maio de 1999. Entre um The Rock vs Triple H (com Chyna como manager) e um Undertaker vs Steve Austin (pelo WWF Championship) a "liderar" o cartaz, é curioso que tenha sido um combate que nem se realizou a arrebatar, quase na sua totalidade, o interesse e atenção do público: The Godfather vs The Blue Blazer, pelo WWF Intercontinental Championship. Sim, falo do pay-per-view que ficou marcado pela partida do "King of Harts" desta vida terrena. Mas, apesar de 2009 marcar o 10º aniversário do seu falecimento, não falarei do que foi Owen Hart para o mundo do wrestling; prefiro debruçar-me sobre uma hipótese que não se confirmou, apesar de a acção decorrer em moldes semelhantes à que Owen protagonizou, nessa noite.

31 de Março de 1996. A "WrestleMania XII" era o palco de um dos mais aguardados combates da história, onde Shawn Michaels acabaria por conseguir concretizar o seu "boyhood dream" e tornar-se WWF Champion, à custa de uma vitória sobre Bret Hart. Mas houve algo nesta noite que, ainda hoje, passa "despercebido" (no sentido mais negativista da palavra, já que deixou os fãs que assistiram em pleno estado de euforia) aos olhos de muitos - a entrada de Shawn Michaels. Se estão a pensar na ainda (por vezes) lembrada entrada em "rapell", a partir dos "rafters" da arena, acretaram. Mesmo após a tragédia que se deu com Owen Hart, poucas pessoas se "aperceberam" da pergunta que poderia ter ficado "no ar", mas que ninguém se atreveu a fazer: e se, por "ironia" do destino, o que aconteceu a Owen Hart tivesse Shawn Michaels como protagonista, 3 anos antes? É uma visão algo "macabra", mas esta pergunta dá, certamente, que pensar - e creio que a resposta, seja ela qual for, reflecte a verdadeira importância e "peso" que o "Heartbreak Kid" teve na história desta modalidade.

Duvido que, hoje em dia, alguém imagine "uma" WWE (ou melhor, um "mundo" do wrestling) sem que o nome de Shawn Michaels, mesmo inactivo, figure entre os dos principais intervenientes. Mas a diferença entre algo correr mal ou correr bem, aquela ínfima percentagem de algo não correr como o previsto, acabou por decidir que esta fosse a nossa realidade. Certamente que, caso esta hipótese se viesse a confirmar, muitas coisas não seriam como foram - a começar pelo próprio evento, já que Bret Hart não perderia o seu título. E o que faria a WWE a seguir? Já sabemos que "the show must go on", mas quem conseguiria a WWE arranjar para interpretar o papel de "boy toy"? A meu ver, ninguém. E esta seria a consequência mais "geral" de algo que, felizmente, não aconteceu; numa abordagem mais específica, teríamos os casos de momentos-chave como o "Cliq" ou o "Montreal Screwjob", que já não teriam lugar (ou, pelo menos, teriam uma muitíssimo menor probabilidade de não acontecer), além de os D-Generation X (a existirem) não serem nem 1/4 do que acabaram por ser.

É impossível imaginar o que seria a WWE se Owen Hart tivesse os 10 ou 15 anos de carreira, a que ainda "tinha direito"; mas acaba por ser uma realidade algo injusta para o irmão de Bret, onde o papel que Shawn Michaels desempenhou ao longo dos anos acaba por, em parte, representar o que Owen poderia ter sido.

Esta semana, deixei-vos apenas uma curta reflexão sobre este tema, já que me encontro de férias e não a escrevo em "tempo real". A próxima edição, provavelmente, "chegará" aos vossos ecrãs com 3 dia de atraso, já que regresso a um domingo (dia 16) - e, como devem ter deduzido, não terei acesso à internet, durante este período. Desde já, peço desculpa aos leitores que costumam acompanhar este espaço.

- Vash