Chronicles of a Hitman #10 - That is Life


Danielson sempre foi um wrestler das "indies"; despedir-se do "seu" público para se juntar ao magnata da indústria não seria fácil. É óbvio que surgem logo os críticos e as suas "bandeiras" de este se tratar de mais um caso de "selling out". Mas Danielson sabe como funciona esta indústria e já vi o que acontece à maioria dos que optam por ter nos seus "attires" os intrumentos do seu ofício: muitos acabam com problemas físicos irreversíveis e dependentes em medicação. Obviamente que foi uma exagero e uma forma de expressão, mas Danielson não está de todo errado ao afirmar ter de pensar nos custos que terá com medicação, no futuro. Curioso é verificar que a WWE, neste caso, tem sido "parte do problema", com as exigências físicas que faz desde há uns anos para cá. Mas, no caso de Bryan, será "parte da solução", para o seu "problema". Financeiramente, o "American Dragon" ganha muito mais em ir para a WWE do que continuar nas "indies"; e, olhando para o destino de outros nomes provenientes das companhias independentes, vale bem correr o risco de se expôr às exigências de Vince McMahon. O pior que poderá acontecer será não conseguir afirmar-se na companhia e nunca sair do "anonimato". Mas pouco importa, Danielson continua a contar com o apoio incondicional dos seus fãs e o regresso ao "mundo" das "indies" é algo praticamente certo, independentemente de quanto esta "aventura" durar.
Provavelmente, isto será uma espécie de "pausa" para Danielson, mais do que qualquer outra coisa. O seu porte físico levanta muitos "preconceitos" junto dos "bookers" e "writers" em usá-lo nos "angles" principais; a política continua a ser em apostar nos wrestlers "insufláveis". Bryan tem, muito provavelmente, consciência disso mesmo e não deve ter expectativas de ter um papel preponderante na companhia, que o leve a ser recordado como um dos melhores de sempre a ter passado por lá. Apesar de ser uma "promoção" mais do que merecida para este wrestler, Danielson e WWE são dois conceitos que não parecem ser compatíveis. Mas Danielson tem a sua vida pessoal para considerar, a sua família para sustentar; as "contas para pagar", como ele diz, irão surgir e ele sabe que tem de se tentar precaver enquanto o seu momento de "pendurar as botas" não chega. Mas as exigências da WWE podem ser algo perigosas; não é segredo para ninguém que a "Wellness Policy" não passa de uma treta para tentar "tapar os olhos" aos que querem ver Vince arruinado e resolver "pegar por aí". Wrestlers como Batista ou Chris Masters não recorreram a tantas substâncias nocivas apenas e só por vontade própria - muita dessa influência proveio da própria WWE e o seu "fetiche" com homens musculados. E se essa exigência se extender a Bryan Danielson? Não acredito que ele arriscasse a sua saúde (e, consequentemente, o seu futuro) aceitando sujeitar-se ao uso desse tipo de substância - se assim fosse, para quê toda esta preocupação com o seu futuro a nível pessoal? A solução imediata seria óbvia - despedimento. Para os fãs de wrestling, esta era a pior coisa que Danielson poderia ter feito, mas era a melhor solução que poderia encontrar para a sua situação.
A vida de um wrestler não é fácil. Muitos perdem-se por vícios que não conseguem controlar ou por não olharem para as conseqências futuras dos seus actos, sejam eles por iniciativa própria ou não. Bryan Danielson tem-se revelado um caso raro neste meio, perfeitamente consciente do que (muito provavelmente) lhe irá acontecer no futuro e naquilo que tem de começar já a fazer para tentar prevenir isso o mais possível. Acima de tudo, mais do que um excelente wrestler, um excelente exemplo a seguir.
Vash
Motorhead - Ace of Spades Lyrics.mp3 -