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Reflexões Partilhadas - A política e wrestling

Na sequência da candidatura falhada de Linda McMahon e do brilhante texto do meu colega Wolve, esta talvez seja a altura certa para analisar a influência do wrestling na política e vice versa.

Por mais curioso que seja, a base do sucesso no wrestling passa muito pela política, mais propriamente política de bastidores. Naturalmente que tem de haver talento, entrega e paixão, mas caso haja uma política de bastidores bem sucedida, a carreira irá sé-lo igualmente, que o diga HHH.

Na política real, como se pode verificar nesta última negociação para o horroroso orçamento que o actual Governo preparou, as negociações de bastidores foram muitas. Qualquer coincidência com wrestling foi pura realidade, ou seja, tudo combinado, à partida todos sabiam o desfecho da contenda, apenas teria de ser criada uma qualquer storyline com os intervenientes de parte a parte a representarem o seu papel, até que se chegou ao dia em que é anunciado o famoso acordo. Já no wrestling as coisas são quase iguais. São combinados nos bastidores algumas manobras mais arriscadas, o desfecho da contenda e depois é só passar tudo para o papel, interpretando da melhor forma o seu papel.

Como já afirmei, para se chegar a Campeão, ter uma carreira de sucesso, não basta o talento, esse normalmente é reconhecido pelos fãs, mas um bom golpe de bastidores é sem dúvida tão ou mais importante que uma qualquer manobra em ringue. Imaginem apenas na quantidade de pessoas que circulam pelos corredores da WWE (ou na TNA). Anónimos se nome, outros nem por isso, alguns sem importância, outros com influência, dessa forma à que saber mexer os peões num complexo jogo de xadrez. Já foram diversos os wrestlers que abandonaram a WWE a queixarem-se da forma como os bastidores são controlados. Como são atribuídos push e castigos. Que o diga por exemplo Sheamus. Sem querer julgar o wrestler/atleta, naturalmente que a aproximação a HHH, somente o genro do patrão foi muito importante na sua escalada. Por outro lado, por quanto menos do que aquilo que Randy Orton já fez, quantos elementos não teriam recebido já guia de marcha.

No entanto, por mais que haja controlo por parte de quem ordena, existe sempre o peso popular nas decisões finais. No wrestling, como na política, "o povo" é quem mais ordena, ou deveria ordenar. Independentemente dos jogos de bastidores, os fãs reconhecem o talento e o trabalho. Desta forma alguns conseguem chegar ao topo, ou caem do mesmo, independentemente do seu poder em influência terceiros.


Os McMahon sentiram isso na pele. O seu jogo, os seus bastidores, são eles que o comandam. Mas outros jogos, outros resultados, por mais tentativas de o influenciar, por mais dinheiro colocado sobre a mesa, não controlam, e neste caso o tiro saiu-lhes pela culatra. Linda gastou muito e não conseguiu cumprir com os seus objectivos. As pessoas não a quiserem a representa-las. O povo foi mais uma vez que ordenou.
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