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Serei eu um Smart! - A falta de stables e facções

Jim Ross já o afirmou numa das suas muitas actualizações ao seu blog, que o "Sports Entertainment", ou mais particularmente, a WWE, tem falta de boas, ou de uma boa "stable". Num dia em que é anunciado o "regresso" (não se sabe em que condições, ou seja, como vão co-existir) dos Evolution, por uma única noite, o tema volta à ribalta.

Durante a história do pro wrestling, várias tem sido as stables que têm marcado uma era, uma geração, e mesmo uma companhia. Os nomes e exemplos são imensos: "The Four Horsemen", "DX", "Evolution", "Dudley Boyz", "The Ministry", "Hart Foundation", "FBI", "Nation of Domination", "Triple X", "JBL's Cabinit", até ao mais importante grupo da história do "sport entertainment", a "NWO", entre muitos outros.

Todas elas, à sua maneira, com maior ou menor impacto, marcaram o wrestling durante a sua existência, e acima de tudo, algumas deixaram um importante legado, através da elevação de jovens wrestlers (talentosos e não só), a estrelas e aos patamares superiores das suas promotoras. Era precisamente neste ponto que gostaria de centrar as atenções, já que entre tantas e tão importantes facções, várias são as marcas e os marcos deixados, em especial nas famosas guerras de audiências.

Para exemplificar esse legado, basta verificar quem hoje "reina" na WWE. Randy Orton e Batista. Um com o cinto de Campeão da WWE e o segundo com o de Campeão Mundial de Pesos Pesados, ambos saídos dos "Evolution", após beberem a sabedoria de Ric Flair e Triple H. Naturalmente que serem amigos pessoais do genro do patrão ajudou e muito a subirem nas suas carreiras, mas não se pode, nem se deve atribuir apenas a esse factor o actual sucesso, já que ambos os wrestles causam impacto no público. Um como heel, outro como face, logo de formas distintas.

Não quero igualmente discutir se os actuais postos são os não merecidos, se têm ou não talento para os ocupar, já que o mais importante, é que, estão lá, e não foi vindo do nada. Para isso, tiveram a muleta de dois dos mais consagrados, e até um desses, aproveitou a "era" da stable, para enriquecer e muito, o seu currículo, com a conquista de vários títulos mundiais. No final da mesma, fica para a história, nada mais, nada menos que:

4 Títulos Mundiais: Triple H (3) e Randy Orton (1) [o mais novo de sempre]
2 Títulos World Tag Team: Ric Flair & Batista
1 Título Intercontinental: Randy Orton
1 Royal Rumble: Batista (2005)

Nesse sentido, é fácil de concluir que uma das receitas para o sucesso, em especial no lançamento de novos talentos, passa pela sua inclusão nestes géneros de grupos. A presença de um mentor, de uma ou mais voz forte, assumindo a liderança desse mesmo grupo, leva a que o impacto alcançado seja muito maior, do que vestir cinco rapazes de chefe de claque, e lança-los às feras. Imaginem, o que seria um CM Punk, a ser acompanhado por HHH ou HBK aquando da sua transferência para a RAW.

A WWE parece ter abandonado esse vilão, e desde os Evolution, apenas apareceram os Spirit Squad, alcançando ainda um longo reinado de Tag Team Champions, mas sem a devida continuidade. Eram todos muitos jovens, é uma verdade. Alguns foram enviados para as companhias de desenvolvimento, sobrando apenas Kenny no roster principal, mas mesmo este, após uma pequena participação na batalha Rated-RKO vs DX, "desapareceu" e neste momento passa por uma travessia do deserto.

Mas apesar de querer realçar o facto das stables ajudarem a elevar jovens, e a consolidar algumas carreiras, não poderemos por de parte a sua importência na construção de storylines e feud. Na reacção que estas causam junto do público, em especial, se houver um bom líder ou um manager com o micro. A receita é simples, ou seja, deste forma, todos os envolvidos acabam por ter papeis de algum revelo, e participação numa feud de topo, em vez de estarem ocupados com feuds de mid card. Pode ser apenas para segurar o gajo que é atacado no final do show pelo líder do grupo, mas estão lá. A sua cara é apresentada, está a pisar o ringue no momento em que ocorre esse ataque. O público começa a familiar-se com aquele rosto e reconheço facilmente. Não é que de outra forma, também não o reconheceria, mas é bastante diferente apresentar um tipo que até sabe fazer uma coisas, sozinho, ou ao lado de um consagrado.

Naturalmente, que não é apenas para elevar jovens que as stables e facções são constituídas. Algumas delas ajudaram a vencer batalhas, a conquistar público, e como indiquei, a desenvolver e enriquecer storylies. A criacção da NOW, por parte de elementos da WCW, foi uma autêntica jogada de mestre. A facção alcançou um sucesso que em muito foi responsável pelas vitórias alcançadas sobre a empresa rival, assim como, a criação dos DX, foi igualmente uma jogada de mestre dos McMahon para contra atacar.

A NWO atingiu talvez um patamar de reconhecimento superior à própria WCW. Não havia um fã, ou não à um fã, que não saiba o que foi a NWO. O vilão durou e muito, havendo como referi, várias ramificações, incluindo algumas colaterais, como a sátira bWo (entre outras), e a LWO, construída para um público "exclusivo", mas muito importante. Mas não foram apenas os membros da facção que beneficiaram do sucesso da mesma. Os seus rivais também, e Sting é um desses exemplos máximos. A sua luta contra, e mas tarde como um dos NWO, aquando da criação dos Wolfpac, foram alguns dos seus momentos máximos de uma grande carreira.

Não se pede que a WWE, e a TNA, que criem um fenómeno tão grande como o da NWO, já que golpes desses ocorrem esporadicamente, mas sim, que revitalizem um pouco mais esta vertente do pro wrestling. A TNA ainda nos tem brindado com alguns destes "ângulos", como por exemplo, os LAX (actualmente são uma Tag Team), e a "Angle Alliance", assim como os regressados e igualmente desfeitos (saiu Senshi da empresa), Triple X, apontando apenas as mais recentes. Já a WWE, desde os tempos dos "Evolution", não explora este vilão aprofundadamente. Salvo erro, e excepção aos Spirit Squad, apenas na época dos ECW Originals vs New Breed, houve uma incursão por esta via. Segundo o que consta, havia planos para uma Hart Foundation 2, mas os erros de alguns elementos abalaram de forma bastante grave os mesmos.
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