As Crónicas de Lance Storm I
Boas noites, eu sou o Zé Manel o novo tradutor do Wrestling Noticias e a partir de hoje e durante muito tempo (espero eu) irei traduzir as crónicas semanais de Lance Storm que irão ser postadas todas as segundas.
Stampede Wrestling: Os Hart’s
3 De Março de 2008
Eu tive que ligar a um dos meus velhos amigos de estrada este último fim-de-semana, já que o “The Fallen Angel” Christopher Daniels esteve na cidade a trabalhar num evento da Stampede Wrestling, no sábado. Eu e o Chris somos amigos desde a primeira vez que nos encontrámos, durante os meus primeiros tempos de ECW e tivemos a felicidade suficiente de cruzar caminhos várias vezes durante anos. A última vez que trabalhei com o Chris foi em Julho do último ano em Timmin, Ontário e depois de lhe ter ligado este fim-de-semana eu lembrei-me da primeira vez que trabalhámos, que foi aqui em Calgary em Julho de 2001.
Isto foi durante o meu mês de ausência, entre a WCW e a WWE em que aceitei quatro “bookings” com a Stampede Wrestling para me manter desenferrujado, antes de começar a tempo inteiro na WWE. Eu aceitei os “bookings” com a condição de trabalhar com o Chris porque queria trabalhar com ele desde o nosso primeiro encontro na ECW.
Esta semana pensei que fosse divertido recordar os meus quatro combates com o “The Fallen Angel” e assim podia matar dois coelhos de uma cajadada por fazer disto a minha última prestação nas séries de comentários do meu Patrocinador.
Eu só trabalhei em cinco espectáculos da Stampede Wreslting, quatro com o Christopher Daniels e um em princípios de 1992. Eu não tenho recordação de como fiz o “booking” do combate no espectáculo em 92 e não me lembro com quem realmente negociei, por isso somente me focarei nos quatro “shows” da Stampede Wrestling em que trabalhei em 2001.
Eu negociei com dois Hart’s, nestas ocasiões, com o Ross Hart que fez a maior parte da promoção enquanto o Bruce era responsável pelo “booking”. O Ross foi a pessoa que me contactou para trabalhar nos “shows” marcados e foi com ele que negociei o meu pagamento. Eles tinham quatro “shows” marcados quinta em Lethbridge, sexta em Calgary, sábado em Medicine Hat e domingo em Drumheller. O “show” de domingo era no mesmo dia do PPV da WWE King of the Ring e antes de aceitar o “booking” eu deixei muito claro que se a WWE me chamasse e precisasse para o PPV eu não faria o “show” de Drumheller, então eles precisaram de decidir se me incluiriam no espectáculo e se me anunciassem estariam a correr um risco da sua própria conta. Eu não pensei que a WWE me chamasse para o KOR mas queria-me proteger, caso acontecesse o contrário.
Era muito fácil negociar com o Ross e não tenho nada de negativo a dizer sobre ele. Dirigi-me algumas vezes ao Ross durante anos e continuou franco e frontal comigo, por outro lado, o Bruce foi uma história diferente. Não me interpretem mal, eu dou-me bem com o Bruce e não tenho problemas com o homem, só achei muito frustrante negociar com ele e houve uma situação no final desta digressão em que considerei que estava a tirar a porcaria de cima dele.
A frustração começou muito cedo, quando fizemos uma entrevista ao vivo na rádio para promover a digressão. O Bruce é muito “old school”, e quando digo “old school” eu estou a falar daquela personagem de vigarista dos primeiros tempos de wrestling. O Bruce é o tipo de pessoa que tem que exagerar e “trabalhar” em tudo e como é claro encontrar uma maneira de se evidenciar no processo. Não é para me gabar, mas isto foi logo a seguir ao meu “push” substancial na WCW como “Mr. Canada” e só umas semanas depois de ter feito a primeira invasão na WCW rodada no RAW no Saddle Dome em Calgary, então terem-me no “booking” nestes “shows” era um grande negócio. Baseado nisto, vocês pensarão que iríamos promover na rádio a minha presença nos espectáculos, se sim, vocês estariam errados.
O Bruce passou quase toda a entrevista a falar de nomes como Chris Jericho, “Stone Cold” Steve Austin e o The Rock insistindo que tinha acabado de estabelecer uma relação de trabalho com o Vince Mcmahon e que os dois iriam trocar talento no futuro. Eu senti-me estar somente ali para trazer credibilidade às suas pretensões e não pude acreditar quando o Bruce realmente disse que era só uma questão de tempo para ter tipos como o The Rock e o Austin em Calgary para trabalhar em futuros “shows” na Stampede Wrestling.
Isto foi onde tive problemas. Não havia acordo para a troca de talento com a WWE e o The Rock e o Austin não vinham a eventos futuros da Stampede Wrestling. Ele esta a mentir à sua base de fãs, o que nunca é boa ideia, e estava a fazer aquilo em vez de gabar-se sobre a única verdade que tinha à sua frente, o facto de que Lance Storm retirado apenas umas semanas antes da invasão na WCW na RAW, isso seria notícia nos próximos eventos da Stampede. Eu sou o primeiro a admitir que só o meu nome não vai vender todo o recinto mas a minha adição ao alinhamento regular poderia ajudar. Verdade seja dita, contando a história que o Bruce fez na rádio, capaz de prejudicar o negócio, mas se eu fosse um fã de wrestling e ouvisse que o Rock e o Austin poderiam estar no próximo “show”, não me iria preocupar muito em ver o Lance Storm neste evento. Seria mais adequado guardar o meu dinheiro para o próximo grande “show”.
Para mim, a última gota veio no final da digressão quando recebi uma chamada da WWE a dizer que me queriam em Nova Iorque no Madison Square Garden para o KOR e para o RAW de segunda. Eu telefonei imediatamente ao Ross Hart e disse-lhe que não estaria disponível para fazer o “show” de Drumheller e o porquê. O Ross entendeu e foi porreiro sobre isso. Passado pouco tempo de ter falado com o Ross recebo uma chamada do Johnny Ace a querer saber o que é que se passava na Stampede Wrestling. Disse-me que o Bruce telefonou-lhe para o escritório um pouco chateado e a queixar-se de que me tinha comprometido com eles e que se não cumprisse o acordo ia-lhes arruinar o fim-de-semana e que não havia maneira de realizar o PPV ou o RAW. O Johnny disse ao Vince que não queria criar conflitos com os Hart´s e cancelou a minha viagem. Eu tentei explicar ao Johnny que avisei-os sobre possibilidade de não estar disponível para fazer o último “show” e foi com essa compreensão da parte deles que aceitei os “bookings”. Sugeri em apanhar o último voo no domingo à noite (o “show” de Drumheller era uma matine) de forma a ser possível estar presente no RAW de segunda. De qualquer forma o Johnny ficou com a impressão de que o Bruce precisava de mim para segunda, mas assegurei-lhe de que não havia “show” nesse dia e assim a WWE podia reservar-me bilhete para o último voo de domingo à noite.
A esta altura já me sai-a fumo pela cabeça, a pensar a não ser no facto de que o Bruce Hart retirou-me de um PPV da WWE no Madison Square Garden. Eu fui ao “show” de Drumheller e fiz o meu melhor a fim de evitar o Bruce. Tudo o que tinha na minha cabeça era sair do “show” a horas a tempo de apanhar o voo. Evitar o Bruce era fácil porque ele estava com o camião com o ringue e o ringue não aparecia até as portas estarem abertas e até deixarem entrar os fãs. Foi nessa altura que encontrei o Ross e convenci-o a colocar o meu combate no início de forma a poder apanhar o meu voo. O atraso do camião com o ringue era a menor das nossas preocupações, já que chegou antes dos cartazes que encomendaram para o “show”, então pouca gente sabia que ia haver um “show” essa noite e muito menos foram aquelas que se preocuparam em informar.
Conclusão, fui retirado de um PPV esgotado no MSG em NY, por um evento não anunciado e não promovido em Drumeheller, Alberta perante, talvez, 75 pessoas. Relativamente ao dinheiro fui pago na totalidade, negociei com o Ross e fui pago ainda antes de realizar o último “show”, neste campo não tenho razões de queixa. Eu daria á minha experiência na Stampede Wrestling uma nota média. Uma nota alta para o Ross e uma nota baixa para o Bruce.
Lance Storm
Esta semana pensei que fosse divertido recordar os meus quatro combates com o “The Fallen Angel” e assim podia matar dois coelhos de uma cajadada por fazer disto a minha última prestação nas séries de comentários do meu Patrocinador.
Eu só trabalhei em cinco espectáculos da Stampede Wreslting, quatro com o Christopher Daniels e um em princípios de 1992. Eu não tenho recordação de como fiz o “booking” do combate no espectáculo em 92 e não me lembro com quem realmente negociei, por isso somente me focarei nos quatro “shows” da Stampede Wrestling em que trabalhei em 2001.
Eu negociei com dois Hart’s, nestas ocasiões, com o Ross Hart que fez a maior parte da promoção enquanto o Bruce era responsável pelo “booking”. O Ross foi a pessoa que me contactou para trabalhar nos “shows” marcados e foi com ele que negociei o meu pagamento. Eles tinham quatro “shows” marcados quinta em Lethbridge, sexta em Calgary, sábado em Medicine Hat e domingo em Drumheller. O “show” de domingo era no mesmo dia do PPV da WWE King of the Ring e antes de aceitar o “booking” eu deixei muito claro que se a WWE me chamasse e precisasse para o PPV eu não faria o “show” de Drumheller, então eles precisaram de decidir se me incluiriam no espectáculo e se me anunciassem estariam a correr um risco da sua própria conta. Eu não pensei que a WWE me chamasse para o KOR mas queria-me proteger, caso acontecesse o contrário.
Era muito fácil negociar com o Ross e não tenho nada de negativo a dizer sobre ele. Dirigi-me algumas vezes ao Ross durante anos e continuou franco e frontal comigo, por outro lado, o Bruce foi uma história diferente. Não me interpretem mal, eu dou-me bem com o Bruce e não tenho problemas com o homem, só achei muito frustrante negociar com ele e houve uma situação no final desta digressão em que considerei que estava a tirar a porcaria de cima dele.
A frustração começou muito cedo, quando fizemos uma entrevista ao vivo na rádio para promover a digressão. O Bruce é muito “old school”, e quando digo “old school” eu estou a falar daquela personagem de vigarista dos primeiros tempos de wrestling. O Bruce é o tipo de pessoa que tem que exagerar e “trabalhar” em tudo e como é claro encontrar uma maneira de se evidenciar no processo. Não é para me gabar, mas isto foi logo a seguir ao meu “push” substancial na WCW como “Mr. Canada” e só umas semanas depois de ter feito a primeira invasão na WCW rodada no RAW no Saddle Dome em Calgary, então terem-me no “booking” nestes “shows” era um grande negócio. Baseado nisto, vocês pensarão que iríamos promover na rádio a minha presença nos espectáculos, se sim, vocês estariam errados.
O Bruce passou quase toda a entrevista a falar de nomes como Chris Jericho, “Stone Cold” Steve Austin e o The Rock insistindo que tinha acabado de estabelecer uma relação de trabalho com o Vince Mcmahon e que os dois iriam trocar talento no futuro. Eu senti-me estar somente ali para trazer credibilidade às suas pretensões e não pude acreditar quando o Bruce realmente disse que era só uma questão de tempo para ter tipos como o The Rock e o Austin em Calgary para trabalhar em futuros “shows” na Stampede Wrestling.
Isto foi onde tive problemas. Não havia acordo para a troca de talento com a WWE e o The Rock e o Austin não vinham a eventos futuros da Stampede Wrestling. Ele esta a mentir à sua base de fãs, o que nunca é boa ideia, e estava a fazer aquilo em vez de gabar-se sobre a única verdade que tinha à sua frente, o facto de que Lance Storm retirado apenas umas semanas antes da invasão na WCW na RAW, isso seria notícia nos próximos eventos da Stampede. Eu sou o primeiro a admitir que só o meu nome não vai vender todo o recinto mas a minha adição ao alinhamento regular poderia ajudar. Verdade seja dita, contando a história que o Bruce fez na rádio, capaz de prejudicar o negócio, mas se eu fosse um fã de wrestling e ouvisse que o Rock e o Austin poderiam estar no próximo “show”, não me iria preocupar muito em ver o Lance Storm neste evento. Seria mais adequado guardar o meu dinheiro para o próximo grande “show”.
Para mim, a última gota veio no final da digressão quando recebi uma chamada da WWE a dizer que me queriam em Nova Iorque no Madison Square Garden para o KOR e para o RAW de segunda. Eu telefonei imediatamente ao Ross Hart e disse-lhe que não estaria disponível para fazer o “show” de Drumheller e o porquê. O Ross entendeu e foi porreiro sobre isso. Passado pouco tempo de ter falado com o Ross recebo uma chamada do Johnny Ace a querer saber o que é que se passava na Stampede Wrestling. Disse-me que o Bruce telefonou-lhe para o escritório um pouco chateado e a queixar-se de que me tinha comprometido com eles e que se não cumprisse o acordo ia-lhes arruinar o fim-de-semana e que não havia maneira de realizar o PPV ou o RAW. O Johnny disse ao Vince que não queria criar conflitos com os Hart´s e cancelou a minha viagem. Eu tentei explicar ao Johnny que avisei-os sobre possibilidade de não estar disponível para fazer o último “show” e foi com essa compreensão da parte deles que aceitei os “bookings”. Sugeri em apanhar o último voo no domingo à noite (o “show” de Drumheller era uma matine) de forma a ser possível estar presente no RAW de segunda. De qualquer forma o Johnny ficou com a impressão de que o Bruce precisava de mim para segunda, mas assegurei-lhe de que não havia “show” nesse dia e assim a WWE podia reservar-me bilhete para o último voo de domingo à noite.
A esta altura já me sai-a fumo pela cabeça, a pensar a não ser no facto de que o Bruce Hart retirou-me de um PPV da WWE no Madison Square Garden. Eu fui ao “show” de Drumheller e fiz o meu melhor a fim de evitar o Bruce. Tudo o que tinha na minha cabeça era sair do “show” a horas a tempo de apanhar o voo. Evitar o Bruce era fácil porque ele estava com o camião com o ringue e o ringue não aparecia até as portas estarem abertas e até deixarem entrar os fãs. Foi nessa altura que encontrei o Ross e convenci-o a colocar o meu combate no início de forma a poder apanhar o meu voo. O atraso do camião com o ringue era a menor das nossas preocupações, já que chegou antes dos cartazes que encomendaram para o “show”, então pouca gente sabia que ia haver um “show” essa noite e muito menos foram aquelas que se preocuparam em informar.
Conclusão, fui retirado de um PPV esgotado no MSG em NY, por um evento não anunciado e não promovido em Drumeheller, Alberta perante, talvez, 75 pessoas. Relativamente ao dinheiro fui pago na totalidade, negociei com o Ross e fui pago ainda antes de realizar o último “show”, neste campo não tenho razões de queixa. Eu daria á minha experiência na Stampede Wrestling uma nota média. Uma nota alta para o Ross e uma nota baixa para o Bruce.
Lance Storm