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Tomos de Eternidade

Esta semana não há crónicas de Puroresu.
A razão?
Há um tema que eu sinto a necessidade de tratar. Tendo a haver com o mais recente PPV da TNA, Destination X.

Como muitos podem saber a TNA não tem um produto que eu considere atractivo. Desde já afirmo que esta é a minha opinião pessoal, mas nem assim deixo de lhes desejar sucesso para o futuro. Quanto mais concorrência melhor para o wrestling em geral.

Voltando ao PPV. Apenas vi dois combates do mesmo, sendo um deles o único que me interessava no card inteiro, e o outro não foi mais que um desejo mórbido de verificar se o combate era tão mau como muitos o haviam descrito.
Começando com o segundo, a Fish Market Street Fight. Digo desde já que eu gosto bastante dum bom comedy match. Não sou alguém que ache que o wrestling deva ser 100% sério, a comédia sempre teve um importante papel no wrestling. Dito isto o combate foi demasiado longo.
Um bom comedy match dura cerca de 10 minutos, mais do que isso e já começa a esticar o valor cómico. E tendo durado este mais de 15 minutos foi sem dúvida demais. Se por um lado vê-los a usarem peixes uns contra os outros foi interessante inicialmente, passado um bocado a mística do peixe como arma desapareceu. O combate teve ainda um spot( se assim o posso chamar) que teve o efeito de me deixar num estado em que eu não sabia se devia rir ou chorar. Muitos poderão saber do que estou a falar, para aqueles que não sabem apenas digo que envolveu uma cana de pesca e um bolo de chocolate.

Agora relativamente ao combate que eu queria ver, que segundo muita gente “roubou o show”, e facilmente o melhor combate destes que eu vejo em solo americano desde há uns meses. Refiro-me claro ao Three Way Match pelo título feminino, Amaz... Awesome Kong vs ODB vs Gail Kim.
Ao contrário de muitos combates que envolvem três pessoas, que não mais são do que um combate singular com um emplastro lá no meio, esta estipulação aqui fez imenso sentido, simplesmente porque a Kong é aquilo que o Samoa Joe devia ser, um monstro imparável, logo uma pessoa só é insuficiente para a derrotar( isto sem esquecer que tanto a Kim como a ODB já foram derrotadas pela campeã em combates individuais), daí ser necessário as duas trabalharem em conjunto para derrubar a temível Kong. Este foi o tema do combate, sozinhas elas eram incapazes de derrubar o monstro, mas trabalhando juntas conseguiam fazê-lo, claro que naquelas pequenas aberturas em que a Kong era derrubada acabava o trabalho de equipa e era cada mulher por si, amigas, amigas, negócios á parte. Claro que quando a Kong regressava ao ringue as duas desafiadoras uniam-se mais uma vez, pois era claro que necessitavam uma da outra.
O combate teve por isso pés, membros e cabeça algo que no wrestling actual dominado pela necessidade de realizar spots malucos, 1000 flips e 1000 flops, onde a capacidade de contar uma história vai diminuindo, este combate foi por isso uma lufada de ar fresco.

O que me leva ao ponto principal da crónica. A crescente popularidade da divisão feminina da TNA.
Algo que eu tenho notado na internet é a quantidade de pessoas que afirmam que ligam no Impact apenas para verem os combates femininos, afirmando que é a única coisa interessante em todo o programa. Tal deve-se ao facto da divisão feminina ser tratada com seriedade, não havendo angles ridículos e gimmick matches ainda piores. Já vi inclusivamente, pessoas a afirmarem que a divisão feminina é a única atracção da TNA que a equipa de booking ainda não estragou.
Isto aparentemente reflecte-se nas audiências, uma vez que há algum tempo atrás a Spike sugeriu arranjar uma horinha para um programa dedicado apenas á divisão feminina, o que sugere que as audiências do quarto de hora onde as senhoras actuam é consideravelmente elevado( é possível obter níveis de audiência a cada meia hora, bem como a cada quarto de hora, o que é muito mais representativo do que o valor da hora) em relação ao resto do programa.

Em conclusão. Isto é excelente para a divisão feminina da TNA, uma vez que demonstra que, desde sensivelmente início de 1995, quando Alundra Blayse saiu da WWE terminando assim a divisão feminina durante cerca de 4 a 5 anos, as wrestlers femininas estão a ser levadas a sério, mostrando que são mais do que uma cara bonita. Isto também influenciou a WWE, que desde o ano passado tem feito um esforço para credibilizar a sua divisão feminina.
Contudo isto é mau para a TNA, pois mostra que um número considerável do seu público tem mais interesse em ver as mulheres do que os homens, podendo este ser mais um indicador dos problemas de boking que a TNA sofre.

Tirem as vossas próprias conclusões.

manjiimortal
“ Death is merciless. But let me tell you... Not being able to die is crueller still.”
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