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As Crónicas de Lance Storm VI

Boas Noites, sejam bem vindos a mais uma crónica do Lance Storm onde desta vez o nosso amigo fala sobre os tempos que passou na WWE. Uma crónica normal, já teve melhores, mas que mesmo assim deixa uma ideia geral de como funciona a WWE. Peço desculpa pelo atraso na crónica, visto que o meu dia é à Segunda mas devido a ter que terminar um trabalho na faculdade foi.me completamente impossivel postá-la hoje. Cumprimentos e Até para a semana (a horas prometo).



WWE: Vince McMahon

7 de Abril de 2008


Foi uma semana calma no wrestling por isso, pensei que seria uma boa altura de falar sobre outra das Companhias em que trabalhei durante a minha carreira. Já não tenho muito por onde me virar e agora decidi abordar a maior de todas, a WWE e o Vicent Kennedy McMahon.

Na realidade trabalhei mais anos na WWE do que em outras companhias durante a minha carreira. A WWE comprou o meu contrato como parte da aquisição da WCW na primavera de 2001, e só dei por terminada a ligação com a companhia no final do verão de 2005. Trabalhei para a WWE cerca de 4 anos e meio, 3 anos e meio como wrestler e o resto do tempo como treinador nos seus programas de desenvolvimento. Pode não parecer muito tempo, para muita gente, mas considerando que a minha estadia na WCW durou aproximadamente 10 meses, 4 anos e meio parece muito tempo.

Lidei com muitas pessoas diferentes enquanto estive na WWE, por isso abordarei mais pessoas do que somente o Vnce McMahon. Todos os meus assuntos relacionados com o negócio eram tratados com o Jim Ross ou com o Johnny Ace, dou-me muito bem com ambos e nunca tive qualquer tipo de problemas com eles. Eu trabalhei com o Johnny na WCW por isso, já tínhamos um bom relacionamento e o JR sempre foi muito profissional. Ambos eram muito acessíveis e fáceis de se relacionar.

Provavelmente, muitos de vocês, pensam, que foi na parte criativa que tive problemas, mas para ser honesto nunca tive. A maior parte fãs comentam que na WWE fui desaproveitado e de que eles só souberam desperdiçar o meu talento mas eu penso que isso é injusto. Toda a gente se lembra do ângulo chato em que fazia uma dança ridícula (que odiei, não me interpretem mal) mas têm que se lembrar do que tive de bom juntamente com o que tive de mau.

Fui parte importante do ângulo sobre a Invasão e tive uma hipótese pelo “Intercontinental Title” e uma excelente “storyline” com o Edge por esse título. Houve o ângulo dos “UnAmericans” onde eu e o Christian derrotámos o Edge e o Hulk Hogan pelos “World Tag Team Titles”. Os “UnAmericans” modificaram-se e a “tag team” era composta por mim e pelo William Regal e tive um 2º e 3º reino como “World Tag Team Champion”. Eu e o William tivemos um excelente reino como campeões, o que foi muito divertido, “feudando” com o RVD&Kane e também com os Dudleys. Tive uma última “storyline” pelos “Tag Team Titles” com o Chief Morley, após o William Regal ter ficado com uns problemas de saúde, antes do meu “push” decrescer e as coisas tornarem-se “chatas”, para não dizer outra coisa.

Dos 3 anos e meio como parte activa do plantel, aproximadamente 2 e meio foram bastante produtivos e premiados e é com muita infelicidade que o meu último ano a lutar contra o lamaçal criativo em que viva seja o mais relembrado. Eu prefiro relembrar os combates fantásticos que tive contra gajos como o Kurt Angle, o HHH, ou o combate pelo “WCW World Title” que tive no RAW contra o The Rock, do que relembrar-me dos dias “chatos” em que era “tapa-buracos”. Vocês têm que se lembrar do que é bom juntamente com o que é mau, mas é difícil focar-se somente no que é bom.

Na verdade vocês têm que classificar o Vince McMahon como sendo simplesmente o melhor promotor da actualidade. Trabalhei em mais países, em frente a mais pessoas, fiz mais dinheiro, e alcancei a minha fama enquanto trabalhei na WWE. A WWE é a maior e mais bem sucedida companhia de wrestling que existe, por isso, certamente, vocês não podem culpar a sua maneira de dirigir. Como pessoa, classificaria o Vince, também, com a maldita duma nota bem alta. O Vince sempre foi uma pessoa acessível, extremamente amistosa, e fácil de se lidar. Ele é um pouco intimidante quando o conhecemos pela primeira vez, mas passado algum tempo ele é na realidade um maldito de um bom patrão.

Antes de soprar demasiado fumo para o ar deveríamos passar à minha parte favorita neste tipo de crónicas, o dinheiro. Será que a WWE, como muitas outras companhias onde trabalhei no passado, deve-me dinheiro? A resposta é… sim, tecnicamente, apesar de nunca lhes ter alertado para tal facto e eles, igualmente, não estão a par dessa situação. O dinheiro em causa, é pouco e provém da primeira vez que entrei na companhia. Quando a WWE adquiriu a WCW eles compraram o meu contrato que me ligava à WCW. No meu contrato vinha discriminado o meu salário semanal como também um bónus, por noite, por cada espectáculo que trabalhasse.
Logo que a WWE registou o meu contrato eu comecei a receber os cheques referentes ao salário regular. Na altura não trabalhava nos “shows” por isso só recebia essa verba. Passado um tempo a WWE renegociou o meu contrato e assinei um contrato WWE, que cumpriram à risca, mas houve um pequeno lapso antes de assinar esse contrato, visto que tinha começado a trabalhar nos “shows” e nunca recebi o meu bónus por noite. Pode ter sido só um descuido por parte da Contabilidade e nunca referi o assunto, então nunca foi corrigido.

Podem pensar que fui maluco em não ter dito nada, afinal eles estavam obrigados a pagar-me esse dinheiro, mas, tinha acabado de começar a trabalhar na WWE e estava mais preocupado em afirmar-me e deixar de ser um “Prima Donna” da WCW do que com o pequeno bónus a que tinha direito. Traçando um esquema do que fiz na WWE isto foi como uma gota de uma chuvada, e posso dizer que tecnicamente a WWE deve-me dinheiro, mas a culpa é minha por nunca ter tentado reavê-lo. Talvez seja daqui que o ditado “Tu és o teu próprio pior inimigo” surja.

Até para a semana,
Lance Storm
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