As Crónicas de Lance Storm XIV
30 de Junho de 2008
Para aqueles que ainda não ouviram falar do Ringue do Inferno, este é um livro recentemente editado que aborda a vida e a morte de Chris Benoit, bem como que ainda expõe de uma forma mordaz o negócio do wrestling. Ringue do Inferno é o primeiro livro escrito por um tal de Matthew Randazzo o 5º e baseado no que oferece, espero que seja o seu último.
Quando ouvi falar pela primeira vez sobre o livro, não tinha qualquer intenção ou interesse em lê-lo. Raramente livros deste tipo oferecem coisas das quais eu já não tenha conhecimento, ou que contem histórias, que sei que são incorrectas. A única razão porque comprei o livro foi por causa de um fã com o qual me correspondo regularmente através do meu site e pediu-me para lê-lo porque o livro chocou-o e queria a minha opinião sobre ele.
O livro chegou-me ao e-mail na última quarta-feira e ao fim do 2º capítulo já estava preparado para o atirar ao lixo. Se não fosse o meu desejo de oferecer a minha opinião ao meu amigo virtual e o encorajamento do Bryan Alvarez para terminar o livro nunca me teria importado em acabar de ler o Ringue do Inferno.
Antes de entrar em coisas mais específicas deixem-me dar um rápido ponto de vista. O Ringue do Inferno é o “Jerry Springer Show” dos livros de wrestling. Na minha opinião é um completo desperdício de papel e uma grande porção de porcaria. Matthew Randazzo o 5º (MR5) na minha opinião é um pesquisador patético, um escritor terrível, e por várias vezes, ao longo do livro, culpado das mesmas coisas em que condena o mundo wrestling de ter feito. O que acho ainda mais desapontante, do que os 18 dólares que desperdicei neste livro, é que de facto existe um lado obscuro do negócio do wrestling que pode-se e deve-se desmascarar, mas em vez de escrever uma exposição séria sobre as podridões do negócio, o MR5 parece querer vender-se e escreve um monte de porcarias na esperança de chocar os leitores de forma a progredir na sua carreira de escritor.
Não estou a dizer que não existe qualquer ponta de verdade neste livro. Existe de facto uma pequena ponta de verdade nele, mas está apresentada de uma maneira pouco profissional, juntamente com um monte de exageros, sensacionalismos e várias situações de histórias fabricadas. Se o MR5 apresentasse de uma forma profissional a verdade contida no livro e se a explorasse, poderia ter tido um livro muito bom. Em vez disso assenta-se em certos factos e apresenta o profissionalismo como muito dos episódios do Jerry Springer se assenta e se apresenta.
Podia entrar em mais detalhes sobre coisas que detestei neste livro mas temo que acabe por, na verdade, criar interesse suficiente para vocês adquirirem o livro, o que tremendamente encorajo a não o fazerem. Caso queiram comprar um livro correcto sobre wrestling comprem uma cópia da “Dor e Paixão: A História da Stampede Wrestling” do Heath McCoy, o qual será o seguinte na minha lista de livros que desejo ler e é de longe de melhor leitura que o Ringue do Inferno.
Antes de terminar com isto, quero focar um último defeito o qual me incomodou demasiado e penso que representa o quão fraco foi a pesquisa neste livro. Ao longo da parte do livro que fala da carreira do Benoit na WCW o MR5 fala interminavelmente sobre o quanto horrível e quanto pouco profissional o percurso na WCW foi e a maior parte das vezes atira com as culpas para o Kevin Nash, o Scott Hall e o Hulk Hogan. O MR5 continua com o mesmo discurso durante esses capítulos dizendo o quanto egoístas, pouco profissionais, desonestos e de pouca confiança o Hall e o Nash eram. De seguida na parte da carreira do Benoit na WWE, quando o MR5 enterra a WWE e o que se passa lá, ele usa intermináveis citações do Hall e do Nash para suportar as suas “verdades”.
Como pode um autor desperdiçar vários capítulos de um livro a enterrar a credibilidade de duas pessoas, usando citações e fontes de referência falsas nesse mesmo livro?! Se fosse o seu editor, teria atirado o livro de volta para ele de uma forma tão rápida e com tanta força que ele ainda continuaria a rebolar devido ao impacto de o ter apanhado. Talvez, como o MR5, o seu editor percebeu que se ele fizesse aquilo eles não teriam sido capazes de colocar o livro nas prateleiras a tempo de tirar maiores proveitos financeiros derivado das mortes da família Benoit. Podia jurar que o MR5 foi muito crítico para com a WWE, por esta ter feito isso.
Lance Storm