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As Crónicas de Lance Storm XIX

Bons dias leitores da comunidade. Mais uma semana e mais uma tradução do Lance Storm. Desta vez ele aborda aquelas pessoas com quem nunca vamos querer armar confusão, pessoas com o triplo ou quadruplo do nosso peso e que a unica saída caso arranjasse confusão com algum deles seria... correr, correr como nunca corri. Fala de 3 wrestlers em particular, Big Show, Koji Kitao e Bam Bam Bigelow. Um é o pior, outro é o melhor e o outro é o maior com quem já lutou dentro da categoria de bestinhas descubram o que cada um é e digam o que pensam sobre este tipo de wrestlers. Até para a semana.



Wrestlers Grandes




Esta semana vou falar sobre os bons, não tão bons e os enormes wretlers grandes com quem trabalhei durante a minha carreira. Tive o privilégio de trabalhar com alguns dos melhores wretlers grandes de todos os tempos, bem como tive o desgosto de trabalhar com os piores e mais duros de sempre. Nunca tive preocupações em trabalhar em ringue com wrestlers grandes. Quando estás metido no ringue com um tipo com o dobro do teu tamanho, normalmente fica-se muito limitado no que se pode fazer para além do facto de seres a pessoa que leva mais “porrada”.

O maior wrestler grande com quem estive no ringue é com toda a certeza e com nome apropriado, o Big Show. O Show pesava entre 220 e 227 kg quando trabalhei com ele. Eu pesava entre os 100 e os 102 kg, o que faz com que o Show seja a única pessoa com quem trabalhei que tenha mais do dobro do meu peso. A acrescentar aos mais de 100 kg de diferença o facto de ele ser muito mais alto que eu, o que dificultou em muito o meu trabalho e para ser honesto nunca gostei muito de trabalhar com ele. Não é que seja mau wrestler, mas simplesmente o facto de que trabalhar com uma diferença ridícula de tamanhos é praticamente impossível fazer alguma coisa.

O Show sempre se esforçou quando trabalhámos juntos e estava disposto a fazer tudo e mais alguma coisa mas para proteger o seu carácter e tamanho, ele tinha que ter muito cuidado com o que “vendia”. Por causa disto eu tinha que usar o dobro ou o triplo da força para impor alguma ofensiva e tinha que esforçar-me duas ou três vezes mais, do que fazia com outros, para “vender” os golpes. Nada disto era culpa do Big Show (na verdade até era, se ele não fosse tão grande as coisas tinham sido mais fáceis) mas quando se trabalha com um tipo destes temos que nos esforçar o dobro para se obter resultados, daí o porquê de não gostar muito de trabalhar com ele.
Não quer dizer que não tenha tido boas memórias quando trabalhei com ele. Relembro-me de um combate Tag Team misto que tivemos no RAW em que ele fazia equipa com a Molly Holly e o Spike Dudley e eu com a Ivory e o Hurricane. O combate em si foi espectacular, mas o final foi maravilhoso e só foi possível devido ao tamanho do Show. No final o Big Show esmagou-me contra o canto do ringue e em seguida atirou-me violentamente para o chão, entretanto trocou com a Molly e pôs-se no canto do ringue. Na altura o “finisher” da Molly era o Molly-Go-Round, em que basicamente dava um mortal do cimo do canto do ringue e caía de pé de forma a fazer rapidamente a “cover”. Em vez de o fazer do cimo do canto do ringue ela subiu para os ombros do Big Show e acertou-me com o seu “finisher” mais alto do que alguma vez o fez. Aos ombros do Show ela estava duas vezes mais alta do que no cimo do canto do ringue e há que lhe dar imenso crédito por estar disposta a fazer o seu “finisher” de tão alto. A Molly acertou-me na perfeição e apesar de aquele ser o seu momento, não haveria maneira possível de o fazer se não fosse a tremenda altura do Big Show. (Podem ver esse combate no link seguinte)

http://www.youtube.com/watch?v=l4IkdP_y_eY

O pior wrestler grande com quem alguma vez trabalhei foi com um tipo chamado Koji Kitao, na WAR no Japão. O Kitao era um antigo lutador de sumo com 2,04 metros e aproximadamente 170 kg e foi sem dúvida alguma o tipo mais duro e mais difícil com quem alguma vez trabalhei. Enquanto 2,04 metros e 170 kg não são nada quando comparado com o Big Show, ser um antigo Yokozuna do Sumo e ser considerado um monstro segundo os Japoneses ele era tão difícil de se “vender” quanto o Big Show. O Kitao tinha aquela atitude e estilo de “fortalhaço” e estava sempre a tentar proteger a sua imagem de tipo duro. A juntar ao Sumo, o Kitao também fez Karate ou Kickboxing e literalmente dava “porrada” a qualquer pessoa que trabalhasse com ele. (Em baixo deixo-vos o link de um combate do Kitao contra o Genichiru Tenryu)

http://www.youtube.com/watch?v=tJaNvg-yV1k&feature=related

Quando comecei a trabalhar com o Kitao, estava na categoria de Junior Heavyweight, o que tornou as coisas ainda piores. Cada pontapé que o Kitao me dava faziam-me tremer da cabeça aos pés. Sentia por vários dias os combates que tinha com ele devido ao impacto dos seus golpes e sempre tive um certo medo ao entrar no ringue para o combater. Muito se deveu ao facto de ele ser, na altura, novo no pró wrestling e não entendia que se trabalhássemos juntos que se sairia melhor. A maior parte dos combates que tivemos eram de Tag Team e de 6 Man Tag Team mas tivemos um Single Match. Felizmente que esse combate foi já no final da minha estadia na WAR e o Kitao começou a aperceber-se que se trabalhássemos juntos que ele se sairia melhor em vez de me pontapear dos pés à cabeça durante todo o combate. Na altura do combate o Kitao era invencível e eu tinha sido elevado à categoria de Heavyweight por isso ele estava disposto a combater comigo e até levou com alguns golpes meus, talvez os únicos que alguma vez levou.


O melhor wrestler grande com quem trabalhei foi com o já falecido Bam Bam Bigelow. Trabalhei com o Bam Bam no Japão e na ECW. O Bam Bam era o único wrestler grande com quem trabalhei com uma grande qualidade “in ring”. Ele mandava quando estava dentro do ringue e impunha um ritmo impressionante. O Bammer tinha a habilidade de “vender” os golpes e de fazer com que wrestlers mais pequenos se saíssem bem enquanto conservava a sua imagem e tamanho, por isso ele simplesmente não dependia dos outros para se “vender” e para se sobressair. Penso que o que fez com que trabalhar com o Bam Bam fosse muito mais agradável relativamente a outros wrestlers grandes, foi a sua tremenda habilidade atlética. Apesar dos seus quase 2 metros de altura e dos seus 180 kg de peso o Bammer movia-me como os homens com metade do seu tamanho, o que dava muitas mais opções durante um combate. Ele não tinha de depender somente do seu tamanho para se impor ele movia-se melhor que muitos outros, o que fazia com que os combates fossem muito mais excitantes.

A somar ao facto de ser um grande trabalhador o Bam Bam era um tipo impecável e até há data sinto a sua falta. Estava em digressão no Japão com o Bammer quando o meu primeiro filho nasceu e relembro-me do óptimo tempo que passámos em Tóquio quando levou-me a sair para celebrar o facto de ter sido pai. Relembro-me também da altura em que o lixei e parti-lhe a parte de trás da cabeça com uma cadeirada mal direccionada em plena arena ECW. A maior parte dos tipos queriam matar uma pessoa por lhes ter partido a cabeça, mas o Bam Bam estava mais preocupado com o facto de as cicatrizes taparem a sua tatuagem. Podíamos ter feito um segmento em que ele se podia vingar da cadeirada que lhe dei, mas não quis O Bam Bam Bigelow não era somente um homem grande, ele era pura e simplesmente uma GRANDE pessoa. (No link abaixo têm dois combates do Bam Bam Bigelow o primeiro contra o Goldberg e o segundo contra o IRS)

http://www.youtube.com/watch?v=htCh6Hy51Kc


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