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From Rookie to Legend #2

Bem-vindos à segunda edição do FRTL. Aproveito para pedir desculpa a todos os leitores pela minha ausência ao longo da semana que passou. Foi impossível ter um acesso estável à internet, pelo que as minhas habituais rubricas semanais foram sujeitas a uma pequena pausa. Hoje, e apesar da gigantesca gripe que me tem deixado de cama, volto em força. A crónica de hoje divide-se em dois temas, sobre os quais, como sempre, espero ansiosamente o vosso honesto feedback.

Sorriso Amarello

Quem não gosta de Santino Marella? Ao mesmo tempo que a genial psicose de Adam Copeland nos prendia ao Smackdown, o humor estereotipado mas fresco e acutilante do pseudo-italiano fazia as delicias de quem via cada episódio do RAW. Santino perdia sempre no ringue, mas ganhava sempre em sorrisos, gargalhadas e apreciações como "Genial!".

Surge então a ligação Glamarella, uma fantástica paródia de um Power Couple com papéis invertidos. Esta improvável ligação, divertidissima na sua génese, acabou por custar a Kofi Kingston o Titulo Intercontinental e a Mickie James o Women's Title (se bem que neste caso a culpa foi mais do iminente regresso de Candice Michelle). Kofi perdia assim um titulo com o qual não chegou a brilhar. Venceu-o com ajuda, saiu por cima numa mini-feud com o neo-jobber Paul Burchill e perdeu-o de forma estúpida num combate misto que apesar de interessante não ajuda em nada a trazer de volta ao IC o prestigio perdido.

Santino é genial, é verdade. Nem sequer é mau no ringue. Mas a verdade é que está a ocupar um lugar que não é dele. Um lugar que podia ser de Kofi Kingston, de D-Lo Brown ou até de Paul Burchill. O booking que a equipa criativa lhe tem reservado só piora as coisas. Ganhar a jobbers com roll-ups e ser squashado por Main Eventers não dá credibilidade a ninguem. Sim, talvez esse não seja o objectivo, mas de qualquer forma é ridiculo.

Dream Jobber


Tommy Dreamer é uma lenda. Tommy Dreamer é a alma e o coração da ECW - da antiga, não desta. Dreamer perde, perde e perde, os fãs não gostam. Mas o objectivo é exactamente esse. Os fãs não gostam porque gostam de Dreamer. A sua credibilidade sai intacta, o amor que os fãs lhe tem sai intacto, o seu amor ao wrestling sai intacto.

Sempre que me coloco na posição de booker, em jogos de simulação ou coisas parecidas, percebo que o ideal para mim (o booker) e para ele é perder. Dreamer é o tipo de lutador que põe qualquer heel over, por mais insignificante que seja. Ok, talvez não tenha sido o caso com Mike Knox, mas o homem tem um problema qualquer que faz com que ninguém o grame. O próprio Gabe Sapolsky, quando colocado perante o cenário imaginário de fazer o booking da nova ECW, colocava Tommy a jobbar, e contava que a própria lenda do hardcore, nos bons velhos tempos da ECW revolucionária, preferia por vezes perder pois sentia que ficava mais over assim. E sentia bem. È exactamente isso que acontece.

Gostei bastante da estreia do AJ Styles aqui no WN e elogiei a mesma na caixa de comentários. Isso não quer dizer que tenha concordado com o seu conteúdo. Como viram acima, a visão de que muita gente tem, de que Tommy Dreamer é infeliz por ser jobber, é errada. AJ dizia até nessa crónica que o combate em que participava a nada interessava a Dreamer pois este sabia que ia perder novamente. È ai que está o essencial. Esse combate era tão importante para Dreamer como qualquer outro, como um combate em que se sagrasse Undisputed Champion de toda a WWE. Dreamer gosta de ajudar, gosta de deixar os outros over, e é bom por isso. È um worker fantástico, que dá o seu melhor não pela sua glória, mas pela dos outros. Algo de que não se podem orgulhar homens tão venerados como Triple H ou Shawn Michaels, por exemplo. Para quem não sabe, Tommy Dreamer foi treinador na OVW antes do regresso full-time da ECW, por isso mesmo. O Homem é um professor, um mentor, uma catapulta para as jovens estrelas. E sabe que os fãs o amam, tanto como ele os ama, tanto como ele ama a sua profissão. Uma derrota não destrói a sua alma. Mil Derrotas não lhe tiram o sorriso de quem chega a casa sempre com a missão cumprida. Mesmo num raro momento em que o desanimo se apodere de si, basta-lhe fechar os olhos, erguer no ar os punhos cerrados e ouvir as vozes de milhares a gritar

FUCK HIM UP, TOMMY!!!
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