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From Rookie to Legend #6

Olá, sejam bem-vindos a mais um Rookie. No ultimo episódio da colaboração WN-WP, o Bammer escreveu um óptimo artigo relacionando Wrestling e Marketing, duas coisas que se calhar a maior parte das pessoas não tem noção do quanto tem em comum. Já antes desse artigo ser postado eu tinha discutido o assunto em conversa com o Wolve, apesar de numa perspectiva algo diferente. Este artigo parte então da ideia base que lancei nessa conversa de msn, "Os bookers da WWE deviam ser todos licenciados em Marketing!".

Comecemos pelo óbvio. A WWE é, acima de tudo, uma empresa. Qual é o objectivo de qualquer empresa? O Lucro. Como atingir então esse tão desejado fim? Bem, normalmente o Marketing ajuda. O Marketing baseia-se em identificar e suprir as necessidades dos consumidores. Idealmente, resulta num produto tão bem delineado que se encaixa de tal forma no seu target que o esforço necessário para o vender é nulo. Basta disponibilizá-lo, e ele vende-se sozinho. A melhor maneira de obter lucro é então bastante simples : oferecer ao consumidor exactamente aquilo que ele quer.

You can have brilliant ideas, but if you can not get them across, your ideas will not get you anywhere. Lee Iacocca

È neste ponto que, a meu ver, a WWE tem falhado redondamente nos ultimos tempos. Paul Heyman já falou do mesmo num dos seus sempre brilhantes artigos, realçando o quanto a já lendária casmurrice de Vince McMahon tem prejudicado os ratings recentes dos seus programas, criando um fosso cada vez maior entre o produto que as pessoas querem e o produto que a sua empresa lhes oferece. Talvez as ideias de Vince não sejam más. Talvez sejam até geniais. Seja como for, são anacrónicas. Não interessa o quão geniais tu achas as tuas ideias, Vince, se o teu publico não se identificar com elas, não as vai aceitar.

Nesta conjectura, faz todo o sentido a ideia de um booking virado para o Marketing. A WWE precisa de realizar estudos de mercado intensivos junto dos seus públicos-alvo, e deixar de ignorar os seus desejos. Precisa de entender o que prende esta geração à televisão. Esta geração que tem uma oferta incrivelmente extensa a nivel de ficção, não só na televisão como na internet e em diversas formas e formatos, cada vez mais propensa a séries de criminologia, mistério e acontecimentos paranormais, coisas que as façam roer as unhas, plots dinâmicos e em constante mutação, em que não há certezas, não quer ver uma WWE previsível e a repetir as mesmas fórmulas de antigamente.

Quando já sabemos o que as pessoas querem, então temos que reunir as pessoas mais capazes de criar esse produto. Para nos ajudar, temos todo o tipo de ferramentas de marketing e advertising, potenciadas por uma enorme máquina de fazer dinheiro, agora a precisar de óleo. A WWE no fundo, já lá tem tudo dentro. Basta utilizar esses elementos para "fazer o bem". As promos, os geniais vídeo-packages, até cada palavra que os comentadores dizem, tudo são ferramentas para potenciar o produto, para criar interesse à sua volta, e hoje em dia o produto é tão fraquinho que todas estas coisas servem apenas para o reforçar, e não para o levar a voos mais altos.

Resumindo, a WWE precisa de se adaptar aos tempos, de se adaptar às pessoas. Precisa de juventude, dinamismo e impresibilidade, mas, acima de tudo, precisa de ter atenção. Henri Ford dizia que os seus clientes podiam escolher qualquer cor para o seu carro novo, desde que fosse preto. È esta mentalidade completamente ultrapassada que Vince parece ainda seguir. Hoje em dia, com tantas alternativas, quem manda é o cliente.

Bom final de fim-de-semana.



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