Tomos de Eternidade
E na ressaca da Wrestlemania, eis-me de volta às crónicas. Esta semana pretendo justamente falar do dito evento.
Tenho no entanto de dizer que ainda não visionei todo o evento, e que para além disso, não pretendo ver alguns dos combates. O main-event em particular, o qual já foi descrito como o anti-main-event de todas as Wrestlemanias.
Comecemos com o Money in The Bank Ladder match.
Como seria de esperar, este foi um belo spotfest, com um belo momento clusterfuck quando toda a gente estava a dar mergulhos para fora do ringue. O Kofi Kingston merece a designação de macaco do combate, pelos muitos spots originais que puxou durante o mesmo. O escalar a escada segurada pelo Mark Henry foi particularmente notável. Até o Hornswoggle teve direito a bom spot. Posso também dizer, que a inclusão dos super-pesados Kane e Henry contribuiu de forma bastante positiva para o desenrolar do combate (e diga-se também, que se o Henry tivesse voado para fora do ringue, esse teria sido o spot do século! Nada o poderia igualar).
Durante o combate pode-se ver que o público estava sobretudo a apoiar o Christian e o MVP, que foram conseguindo os maiores pops quando ascendiam á escada. O vencedor acabou por ser o CM Punk, que assim repetiu o feito do ano passado, sendo o primeiro a ganhar a mala em 2 anos consecutivos. Fiquei algo desapontado com este resultado, uma vez que estou farto de ver o Punk a ganhar coisas, e depois não fazer nada de jeito com elas. Outros poderiam beneficiar desta vitória.
Ainda não vi o combate das Divas, por isso passemos á frente, para o combate que opôs o Chris Jericho às lendas, aos 3 Hall of Famers, Jimmy Snuka, Roddy Piper e o Ricky Steamboat. Este foi sem dúvida a surpresa da noite, uma vez que muito melhor do eu esperava. E as lendas contribuíram muito para isso. O Snuka foi de longe o pior, uma vez que ele mal se conseguia mexer, mas como esteve pouco tempo em ringue é perfeitamente desculpável. O Piper estava completamente passado da cabeça!
Murros audíveis e stiffs na cara!
A praguejar a torto e a direito!
O pior dropkick que eu já vi!
Ódio suficiente para encher o PPV inteiro( e já falo disto mais adiante)!
Uma t-shirt bem fixe!
O que é que eu posso dizer?
Nunca gostei mais do Piper do que neste combate! Da maneira que ele foi atrás do Jericho, quase que podia jurar que ele lhe tinha violado a filha, incendiado-lhe a casa, e até matar a tiro o animal de estimação dele!!!
Mas a estrela do combate foi sem dúvida o Steamboat, que com cinquenta e muitos anos teve uma performance que muitos wrestlers 30 anos mais novos não conseguem chegar sequer perto de tocar! Ele puxou todos os signature moves e spots! Knife-edge chops, flying chop, running crossbody, skin the cat (embora a camera o tenha perdido…), arm drag, small package, plancha e flying crossbody! É incrivel pensar que alguém que teve o lendário feudo com o Flair à 20 anos atrás, tenha tido uma performance tão arrasadora! De longe que foi a performance da noite.
E claro não posso deixar de elogiar o Jericho, que esteve fantástico como o detestável heel que se oponha às lendas.
Tivemos depois um bom momento com o Ric Flair, seguido dum momento menos bom com o Mickey Rourke, que durou mais do que devia.
Depois tivemos o combate entre os irmãos. E aqui posso dizer: “Irmãos Hardy, Irmãos Hart vocês não são!”. Este era suposto ser um combate baseado em ódio, e ainda assim, o Piper trouxe mais ódio nos 3 minutos que esteve em ringue, do que os dois Hardy! Eu não espero que num combate assim, se use um poster como arma, eu não quero vê-los a gastarem tempo a prepararem spots! E definitivamente não os quero ver a perderem um minuto a preparar uma mesa!! Eu quero ver murros na cara! Um nariz a sangrar! Os dois enrodilhados no chão a tentarem espancar-se um ao outro! Eu quero ver um hate-fest, não um garbage match de qualidade duvidosa! Alguém lhes devia ter mostrado umas cassetes de Memphis, com combates entre o Jerry Lawler e o Bill Dundee. Esses sim traziam ódio às pazadas.
Nem tive paciência para o acabar de ver. WWE, nunca mais eu quero ver os irmãos Hardy a lutarem um contra o outro!
Não vi o segmento envolvendo o título Intercontinental, e posso dizer que fiquei deveras desapontado, uma vez que era um combate para o qual tinha boas expectativas (os combates que os dois tiveram em 2006 foram bastante bons).

E chegamos claro ao combate que todos esperavam. Shawn Michaels vs The Undertaker!
Gostei imenso das entradas dos dois, uma vez que trouxeram simbologia para o combate. O HBK vestido de branco, a “descer dos céus”. E o Undertaker vestido de preto, a “erguer-se do Inferno” (devem ter estado a ver umas entradas do Great Muta na HUSTLE, onde o demónio Muta se ergue do Submundo).
O combate surpreendeu-me pela positiva, tendo eu gostado bastante dos primeiros 15 minutos, mesmo tendo em conta alguns problemas (o botch do Figure 4, a falta de direcção da ofensiva do Michaels, um andamento mais vagaroso em certas partes), que no entanto foram compensados por bons momentos (o Shawn aproveitar-se da perna do Deadman, o selling do Hell’s Gate, o Shawn fazer todos os possíveis para evitar os strikes do adversário, chops audíveis do HBK). No entanto o combate foi um bocado por água abaixo quando começaram os mergulhos para fora do ringue. Pareceu-me que seria suposto o Taker levar com o Moonsault, uma vez que o que ele fez depois (o demorado sit-up no ringue) não fez muito sentido, e claro quando o Undertaker quase se matou com o Tope com Hilo.
Eu acho que o senhor Mark Callaway deveria considerar nunca mais voltar a tentar esse voo. Não partiu o pescoço por um triz!
A partir daí não consegui voltar a “entrar” no combate, não tendo conseguido apreciá-lo como nos primeiros minutos. O heat desapareceu para mim.
Apôs este monstruoso bump, eles entraram na sequência de finishers, com o Undertaker a atirar o Chokeslam, a Last Ride, e o Tombstone (embora não tenha voltado a usar o Hell’s Gate), e o Michaels com vários Sweet Chin Music. E é aqui que eu encontro o maior problema do combate, ele devia ter acabado no excelente spot que levou ao primeiro Tombstone!
O que eu acho que eles deviam ter feito era deixar o Michaels atingir um segundo SCM ANTES do spot. O Taker escapava, o Michaels tentava outra vez, falhava, caía das cordas, skin the cat, Taker apanhava-o, Tombstone Piledriver, 1-2-3! Porque eu acho que tudo o que foi feito depois do Tombstone, foi simplesmente encher chouriços (embora eu tenha adorado a cara do Undertaker quando o Michaels conseguiu escapar-se), mesmo o spot final foi uma repetição do primeiro, o que em si não trouxe nada de novo ao combate.
Para terminar tenho de dizer que não concordo com a opinião de muita gente, que tem o tem descrito como “O melhor combate de sempre!”. É preciso entender o factor nostalgia, muitos tinham grandes expectativas para o combate, e quando isto acontece temos dois resultados; o combate não cumpre as expectativas e todos sentem-se defraudados, considerando-o horrível quando na verdade ainda é um combate razoável; ou corresponde às expectativas e toda a gente o sobrevaloriza durante os meses seguintes, enquanto os vestígios de emoção ainda perduram, mudando de opinião quando os ânimos arrefecem, vendo que “não é tão bom como tinha achado”.
Mas percebem, eu considerei-o um combate bastante bom, e ainda seria melhor se a quase-morte do Deadman não o tivesse prejudicado, mas ainda assim não o consideraria um dos melhores do ano. Nem foi o meu combate preferido da noite.
E acabo de falar dos combates da WM com a minha Triple-Threath preferida de sempre, e o meu combate preferido desta edição da Wrestlemania, Edge vs Big Show vs John Cena!
Para começar, tenho de dizer que a principal razão que me leva a desgostar de combates de 3 homens, deve-se ao facto de um deles não ter razão para lá estar para além de adiar o combate individual entre os outros dois, e o combate em si ter sempre um dos participantes a ser eliminado durante uns minutos, enquanto os outros lutam sozinhos.
O que não foi o caso aqui.
O Big Show foi quem, a meu ver, mais contribuiu para o combate, tendo sido uma monstruosa força imparável. Eu adorei vê-lo a atirar o Edge e o Cena pelo ringue, a distribuir cabeçadas, a ser um bulldozer. O Cena e o Edge tinham constantemente de arranjar maneira de lhe escapar, e a procurarem maneiras diferentes de lhe causar dano. O combate teve uns grandes momentos claro, o Leg Drop para fora do ringue, o Big Show a ficar preso na cordas á la Andre the Giant, o Cena a dar um FU (ainda não me habituei ao novo nome) ao Chavo só porque sim, a fúria do Show depois do Edge atingir a Vickie, o gancho de direita que pôs o Cena a dormir, o DDT no chão para atordoar o gigante, o Spear voador (mais um tackle) que rebentou com a barricada, o Cena e o Edge a tentarem acabar o combate antes do Show voltar ao ringue, o Edge a apanhar o Cena em queda livre como Spear, o Edge e o Cena a trabalharem juntos para tentarem pôr o Show fora de acção. O Cena a levantar o Big Show E O Edge num FU, e mandar o Show ao tapete, seguindo com o FU no Edge em cima do Big Show, dando a vitória ao Cena enquanto não descredibilizando o Show.
Como já referi, o Big Show foi a estrela do combate, tendo todo este sido construído á volta dele. Mais, o sentido de urgência que o Cena e o Edge tinham sempre que o Show saía de ringue ajudou a mostrar o qual perigoso o gigante era, e como era preciso evitá-lo a todo o custo. E assim, pelo segundo ano consecutivo o Big Show tem um combate fantástico na WM, mostrando que os wrestlers gigantes e super-pesados não têm necessariamente de serem maus, só porque não conseguem fazer n movimentos voadores malucos.
Resumindo, em 5 combates que vi (4 e meio na verdade) gostei bastante de 4, e nomearia a triple-threath como MOTYC sem problemas, o que dá um bom balanço desta WM, mesmo tendo a falta do combate de unificação dos títulos de tag-team (o que diz muito sobre a importância que a WWE dá á divisão), um mini-conserto do Kid Rock que não interessou a ninguém, e um dos piores main-events da história do evento (curiosamente os 3 main-events que o HHH ganhou na WM, Fatal-4-Way na 2000, vs Jericho na XVIII e este, são sempre considerados combates deploráveis, enquanto os que ele perde, WM 20, WM 21e WM22 tendem a ser combates muito bons...) que eu ainda pretendo tentar ver.
Correspondeu ao Hype? Não, sem dúvida que não. Mas ainda assim achei-a um bom evento.
Fiquem, e até para a semana.
manjiimortal
“ Death is merciless. But let me tell you... Not being able to die is crueller still.”
Tenho no entanto de dizer que ainda não visionei todo o evento, e que para além disso, não pretendo ver alguns dos combates. O main-event em particular, o qual já foi descrito como o anti-main-event de todas as Wrestlemanias.
Comecemos com o Money in The Bank Ladder match.
Como seria de esperar, este foi um belo spotfest, com um belo momento clusterfuck quando toda a gente estava a dar mergulhos para fora do ringue. O Kofi Kingston merece a designação de macaco do combate, pelos muitos spots originais que puxou durante o mesmo. O escalar a escada segurada pelo Mark Henry foi particularmente notável. Até o Hornswoggle teve direito a bom spot. Posso também dizer, que a inclusão dos super-pesados Kane e Henry contribuiu de forma bastante positiva para o desenrolar do combate (e diga-se também, que se o Henry tivesse voado para fora do ringue, esse teria sido o spot do século! Nada o poderia igualar).
Durante o combate pode-se ver que o público estava sobretudo a apoiar o Christian e o MVP, que foram conseguindo os maiores pops quando ascendiam á escada. O vencedor acabou por ser o CM Punk, que assim repetiu o feito do ano passado, sendo o primeiro a ganhar a mala em 2 anos consecutivos. Fiquei algo desapontado com este resultado, uma vez que estou farto de ver o Punk a ganhar coisas, e depois não fazer nada de jeito com elas. Outros poderiam beneficiar desta vitória.
Ainda não vi o combate das Divas, por isso passemos á frente, para o combate que opôs o Chris Jericho às lendas, aos 3 Hall of Famers, Jimmy Snuka, Roddy Piper e o Ricky Steamboat. Este foi sem dúvida a surpresa da noite, uma vez que muito melhor do eu esperava. E as lendas contribuíram muito para isso. O Snuka foi de longe o pior, uma vez que ele mal se conseguia mexer, mas como esteve pouco tempo em ringue é perfeitamente desculpável. O Piper estava completamente passado da cabeça!
Murros audíveis e stiffs na cara!
A praguejar a torto e a direito!
O pior dropkick que eu já vi!
Ódio suficiente para encher o PPV inteiro( e já falo disto mais adiante)!
Uma t-shirt bem fixe!
O que é que eu posso dizer?
Nunca gostei mais do Piper do que neste combate! Da maneira que ele foi atrás do Jericho, quase que podia jurar que ele lhe tinha violado a filha, incendiado-lhe a casa, e até matar a tiro o animal de estimação dele!!!
Mas a estrela do combate foi sem dúvida o Steamboat, que com cinquenta e muitos anos teve uma performance que muitos wrestlers 30 anos mais novos não conseguem chegar sequer perto de tocar! Ele puxou todos os signature moves e spots! Knife-edge chops, flying chop, running crossbody, skin the cat (embora a camera o tenha perdido…), arm drag, small package, plancha e flying crossbody! É incrivel pensar que alguém que teve o lendário feudo com o Flair à 20 anos atrás, tenha tido uma performance tão arrasadora! De longe que foi a performance da noite.
E claro não posso deixar de elogiar o Jericho, que esteve fantástico como o detestável heel que se oponha às lendas.
Tivemos depois um bom momento com o Ric Flair, seguido dum momento menos bom com o Mickey Rourke, que durou mais do que devia.
Depois tivemos o combate entre os irmãos. E aqui posso dizer: “Irmãos Hardy, Irmãos Hart vocês não são!”. Este era suposto ser um combate baseado em ódio, e ainda assim, o Piper trouxe mais ódio nos 3 minutos que esteve em ringue, do que os dois Hardy! Eu não espero que num combate assim, se use um poster como arma, eu não quero vê-los a gastarem tempo a prepararem spots! E definitivamente não os quero ver a perderem um minuto a preparar uma mesa!! Eu quero ver murros na cara! Um nariz a sangrar! Os dois enrodilhados no chão a tentarem espancar-se um ao outro! Eu quero ver um hate-fest, não um garbage match de qualidade duvidosa! Alguém lhes devia ter mostrado umas cassetes de Memphis, com combates entre o Jerry Lawler e o Bill Dundee. Esses sim traziam ódio às pazadas.
Nem tive paciência para o acabar de ver. WWE, nunca mais eu quero ver os irmãos Hardy a lutarem um contra o outro!
Não vi o segmento envolvendo o título Intercontinental, e posso dizer que fiquei deveras desapontado, uma vez que era um combate para o qual tinha boas expectativas (os combates que os dois tiveram em 2006 foram bastante bons).
E chegamos claro ao combate que todos esperavam. Shawn Michaels vs The Undertaker!
Gostei imenso das entradas dos dois, uma vez que trouxeram simbologia para o combate. O HBK vestido de branco, a “descer dos céus”. E o Undertaker vestido de preto, a “erguer-se do Inferno” (devem ter estado a ver umas entradas do Great Muta na HUSTLE, onde o demónio Muta se ergue do Submundo).
O combate surpreendeu-me pela positiva, tendo eu gostado bastante dos primeiros 15 minutos, mesmo tendo em conta alguns problemas (o botch do Figure 4, a falta de direcção da ofensiva do Michaels, um andamento mais vagaroso em certas partes), que no entanto foram compensados por bons momentos (o Shawn aproveitar-se da perna do Deadman, o selling do Hell’s Gate, o Shawn fazer todos os possíveis para evitar os strikes do adversário, chops audíveis do HBK). No entanto o combate foi um bocado por água abaixo quando começaram os mergulhos para fora do ringue. Pareceu-me que seria suposto o Taker levar com o Moonsault, uma vez que o que ele fez depois (o demorado sit-up no ringue) não fez muito sentido, e claro quando o Undertaker quase se matou com o Tope com Hilo.
Eu acho que o senhor Mark Callaway deveria considerar nunca mais voltar a tentar esse voo. Não partiu o pescoço por um triz!
A partir daí não consegui voltar a “entrar” no combate, não tendo conseguido apreciá-lo como nos primeiros minutos. O heat desapareceu para mim.
Apôs este monstruoso bump, eles entraram na sequência de finishers, com o Undertaker a atirar o Chokeslam, a Last Ride, e o Tombstone (embora não tenha voltado a usar o Hell’s Gate), e o Michaels com vários Sweet Chin Music. E é aqui que eu encontro o maior problema do combate, ele devia ter acabado no excelente spot que levou ao primeiro Tombstone!
O que eu acho que eles deviam ter feito era deixar o Michaels atingir um segundo SCM ANTES do spot. O Taker escapava, o Michaels tentava outra vez, falhava, caía das cordas, skin the cat, Taker apanhava-o, Tombstone Piledriver, 1-2-3! Porque eu acho que tudo o que foi feito depois do Tombstone, foi simplesmente encher chouriços (embora eu tenha adorado a cara do Undertaker quando o Michaels conseguiu escapar-se), mesmo o spot final foi uma repetição do primeiro, o que em si não trouxe nada de novo ao combate.
Para terminar tenho de dizer que não concordo com a opinião de muita gente, que tem o tem descrito como “O melhor combate de sempre!”. É preciso entender o factor nostalgia, muitos tinham grandes expectativas para o combate, e quando isto acontece temos dois resultados; o combate não cumpre as expectativas e todos sentem-se defraudados, considerando-o horrível quando na verdade ainda é um combate razoável; ou corresponde às expectativas e toda a gente o sobrevaloriza durante os meses seguintes, enquanto os vestígios de emoção ainda perduram, mudando de opinião quando os ânimos arrefecem, vendo que “não é tão bom como tinha achado”.
Mas percebem, eu considerei-o um combate bastante bom, e ainda seria melhor se a quase-morte do Deadman não o tivesse prejudicado, mas ainda assim não o consideraria um dos melhores do ano. Nem foi o meu combate preferido da noite.
E acabo de falar dos combates da WM com a minha Triple-Threath preferida de sempre, e o meu combate preferido desta edição da Wrestlemania, Edge vs Big Show vs John Cena!
Para começar, tenho de dizer que a principal razão que me leva a desgostar de combates de 3 homens, deve-se ao facto de um deles não ter razão para lá estar para além de adiar o combate individual entre os outros dois, e o combate em si ter sempre um dos participantes a ser eliminado durante uns minutos, enquanto os outros lutam sozinhos.
O que não foi o caso aqui.
O Big Show foi quem, a meu ver, mais contribuiu para o combate, tendo sido uma monstruosa força imparável. Eu adorei vê-lo a atirar o Edge e o Cena pelo ringue, a distribuir cabeçadas, a ser um bulldozer. O Cena e o Edge tinham constantemente de arranjar maneira de lhe escapar, e a procurarem maneiras diferentes de lhe causar dano. O combate teve uns grandes momentos claro, o Leg Drop para fora do ringue, o Big Show a ficar preso na cordas á la Andre the Giant, o Cena a dar um FU (ainda não me habituei ao novo nome) ao Chavo só porque sim, a fúria do Show depois do Edge atingir a Vickie, o gancho de direita que pôs o Cena a dormir, o DDT no chão para atordoar o gigante, o Spear voador (mais um tackle) que rebentou com a barricada, o Cena e o Edge a tentarem acabar o combate antes do Show voltar ao ringue, o Edge a apanhar o Cena em queda livre como Spear, o Edge e o Cena a trabalharem juntos para tentarem pôr o Show fora de acção. O Cena a levantar o Big Show E O Edge num FU, e mandar o Show ao tapete, seguindo com o FU no Edge em cima do Big Show, dando a vitória ao Cena enquanto não descredibilizando o Show.
Como já referi, o Big Show foi a estrela do combate, tendo todo este sido construído á volta dele. Mais, o sentido de urgência que o Cena e o Edge tinham sempre que o Show saía de ringue ajudou a mostrar o qual perigoso o gigante era, e como era preciso evitá-lo a todo o custo. E assim, pelo segundo ano consecutivo o Big Show tem um combate fantástico na WM, mostrando que os wrestlers gigantes e super-pesados não têm necessariamente de serem maus, só porque não conseguem fazer n movimentos voadores malucos.
Resumindo, em 5 combates que vi (4 e meio na verdade) gostei bastante de 4, e nomearia a triple-threath como MOTYC sem problemas, o que dá um bom balanço desta WM, mesmo tendo a falta do combate de unificação dos títulos de tag-team (o que diz muito sobre a importância que a WWE dá á divisão), um mini-conserto do Kid Rock que não interessou a ninguém, e um dos piores main-events da história do evento (curiosamente os 3 main-events que o HHH ganhou na WM, Fatal-4-Way na 2000, vs Jericho na XVIII e este, são sempre considerados combates deploráveis, enquanto os que ele perde, WM 20, WM 21e WM22 tendem a ser combates muito bons...) que eu ainda pretendo tentar ver.
Correspondeu ao Hype? Não, sem dúvida que não. Mas ainda assim achei-a um bom evento.
Fiquem, e até para a semana.
manjiimortal
“ Death is merciless. But let me tell you... Not being able to die is crueller still.”