Existem personagens deveras marcantes que, pelas suas características especiais, nos sulcaram profundamente o coração, ao longo dos tempos. Quem se poderá, em alguma ocasião insólita e totalmente inesperada, esquecer da prestável Floribela? A rapariga era simplesmente adorável. Terna, meiguinha, bonitinha, ingénua, falava com árvores, protegia criancinhas indefesas, pedia auxílio à sua mamã em tempos de crise...enfim...tal como se costuma dizer por aí, a nossa Floribela era nada mais nada menos do que uma boa samaritana.
Como é evidente, depois, por detrás dessa personagem comovente, existia a talentosa Luciana Abreu, senhora que ficará, para toda a eternidade, irrevogavelmente conectada a esse papel célebre que a imortalizou numa chama incandescente, que arde intensamente no peito de milhares de criancinhas dos seus 6 ou 7 anos.
Eles ainda tentaram modificar a coisa, mas o laço criado entre a Floribela e o seu público infantil foi demasiado forte e, como repercussão de tal relação, nem mesmo os implantes de silicone nas mamas, as mini-saias e saltos-altos à puta, as sessões fotográficas para revistas masculinas e os mil e um pressupostos namorados, conseguiram transpôr a doce Luciana de Floribela, para a gata Luciana sex-symbol que a Sic, em tempos, procurou edificar.
Como consequência de tal situação, a nossa querida menina Abreu, manteve-se na estação de Carnaxide dedicada, com um enorme afinco, à área da programação infantil do canal televisivo, uma vez que foi justamente aí que a sua figura adquiriu mediatismo.
Prontos, metade de vocês a esta hora, muito provavelmente, já abandonou o post, com receio de que as dissertações sobre a boa da Luciana se prolongassem por muito mais tempo. Contudo, para os leitores mais corajosos, convido-vos a transporem este simples caso de relação actor-personagem, para o panorama da World Wrestling Enterteinment, em jeito de simples analogia...
Debruçando-me sobre o horizonte da reputada promotora de Vinnie Mac, chego facilmente a uma constatação: também aí, de tempos a tempos, são divulgadas personagens deveras caricatas que, em muitos casos, acabam por comprometer o bom nome e o futuro dos profissionais que as interpretam.
Matt Morgan que o diga. Gigante dos seus intransponíveis 2,13 metros tinha tudo para alcançar o topo na maior empresa de pro-wrestling do mundo, todavia, uma gimmick de gago deitou-lhe por terra toda a sua reputação e a saída da promotora de Vince McMahon acabou por ser o caminho tomado pelo wrestler que, actualmente, se encontra na Tna, à aguardar pela sua hipótese de adquirir um papel de maior proeminência.
Tal como Morgan, Nick Dinsmore também se pode queixar de ter sido celebrizado através de uma personagem simplesmente estúpida e consideravelmente humilhante. Certamente que, tal como eu, também vocês ainda se recordam com alguma nostalgia desse espécime raro interpretado por Dinsmore, que ficará para todo o sempre gravado nos anais da WWE como Eugene, o sobrinho especial e mentalmente retardado de Eric Bishoff.
Após esta breve pesquisa, apenas tenho a afirmar que começo a denotar uma coisa – ora ao que me parece a empresa dos McMahon não pode viver sem o seu palhacito de estimação e, actualmente, essa posição constrangedora e consideravelmente descredibilizante é ocupada por ninguém mais ninguém menos do que Santino Marella, o Italiano meio apaneleirado que, nas últimas semanas, alcançou o cúmulo de virar travesti.
Noutros tempos mais saudosos, Santino desempenhou o papel de um Russo duro, capaz de sovar quem quer que tivesse a ousadia de lhe irromper pela frente. Com uma gimmick dessa natureza, o wrestler teria certamente uma maior capacidade de demonstrar a sua qualidade dentro de ringue e, com as suas mic-skills fenomenais, este poderia mesmo vir a correr sérios riscos de se vir a tornar num dos mais respeitados lutadores da WWE, num futuro não muito longínquo.
Porém, ao que se assemelha, Santino Marella, nos dias correntes, não vê as suas capacidades empregues no sentido da sua credibilização enquanto atleta sério, mas sim na orientação de ser o idiota que protagoniza segmentos de entretenimento barato vestido de travesti, nos quais tem de beijar o, diga-se com justiça extramente atraente, Playboy Khali, de dois metros e picos, que se orgulha de envergar umas calças cor de rosa todas catitas.
Nós vamo-nos rindo com a palhaçada e a personagem Santino Marella vai adquirindo um lugar confortável na história do Wrestling, como fruto das cenas francamente estúpidas, nas quais se vê envolvida...
No entanto, a verdade, é que por detrás desse palhacito, existe um sujeito chamado Anthony Carelli, que vê as suas faculdades enquanto wrestler cada vez mais desrespeitadas no seio da WWE e que corre riscos cada vez maiores de permanecer, para todo o sempre, associado a um transsexual que se tornou na primeiríssima Miss Wrestlemania da história.
Como é evidente, uma personagem como Santino Marella, apesar da ribalta de que desfruta actualmente, nunca terá uma grande margem de progressão. Sendo assim é tempo de nos interrogarmos. Então e depois? Como vai ser quando a personagem de Italiano panisgas cair na monotonia e Anthony Carelli ambicionar credibilizar-se enquanto wrestler?
Pois...muito provavelmente, tal acontecimento será impossível, uma vez que, tal como a conexão entre a personagem Floribela e Luciana Abreu, também o vínculo entre o público e Anthony, sob o disfarce de Santino, é cada vez mais profundo. Graças a isso, o incerto destino de Carelli (mal a gimmick de Marella caia na abolia geral), muito possivelmente, vai acabar por ser despedir-se da WWE, pintar novamente o nariz de vermelho, tal como nos tempos áureos da personagem Santino/a, e então aí ingressar na companhia de circo que mais benefícios lhe trouxer, uma vez que o seu nome/credibilidade, nas rodagens da aclamada indústria em trato nesta casa, está completamente queimado.
Arrivederci;)
Após esta breve pesquisa, apenas tenho a afirmar que começo a denotar uma coisa – ora ao que me parece a empresa dos McMahon não pode viver sem o seu palhacito de estimação e, actualmente, essa posição constrangedora e consideravelmente descredibilizante é ocupada por ninguém mais ninguém menos do que Santino Marella, o Italiano meio apaneleirado que, nas últimas semanas, alcançou o cúmulo de virar travesti.
Como é evidente, uma personagem como Santino Marella, apesar da ribalta de que desfruta actualmente, nunca terá uma grande margem de progressão. Sendo assim é tempo de nos interrogarmos. Então e depois? Como vai ser quando a personagem de Italiano panisgas cair na monotonia e Anthony Carelli ambicionar credibilizar-se enquanto wrestler?
