Versão Editorial [03] - Emoções.
Sempre tivemos vontade que qualificar o que vemos. De qualificar não só aqueles que gostamos, mas sim, qualificar quem é o melhor, porque é que é o melhor, o que é que os outros têm, ou não, para não serem os melhores. Assemelha-se talvez a uma necessidade, a uma inspiração.
Uma inspiração completamente diferente de ser mark: enquanto o primeiro necessita de uma obsessão por vezes compulsiva e parcial do lutador em questão, a escolha de O melhor wrestler implicará sempre uma visa imparcial e correcta de todas as virtudes e respectivos defeitos, sempre tendo em comparação toda a sua performance in and out ring com outro qualquer wrestler.
Movido e inspirado por esta máxima, levo-me também constantemente, tal como vós, a qualificar quem é para mim o melhor wrestler. Admito que é uma escolha difícil; desde a capacidade no ringue, até às qualidades no microfone, passando ainda pelo empenho e dedicação à empresa, todos os critérios se sobrepõem uns aos outros, impossibilitando a hipótese ideologicamente perfeita de os hierarquizar.
Chego até a considerar a impossibilidade de tal decisão, devido à tal impossibilidade de orientar-me por critérios lógicos e hierarquizados; se por um lado, poderei considerar The Rock como o melhor de todos devido ao entretenimento, por outro este é completamente ultrapassado por um qualquer Bret Hart naquilo que à capacidade in-ring diz respeito. Nem um nem outro são melhores nem piores, apenas e só são diferentes.
Guio-me então por um e só um critério único: a emoção. Neste caso a capacidade de despertar emoções. Sim descarto as qualidades in-ring como as mic skills, a psicologia de ringue e outros demais critérios isolados. Penso então, que a capacidade de despertar as emoções correctas no público engloba todas estas. Um qualquer wrestler não consegue despertar qualquer acção/emoção no publico presente numa qualquer arena se não for bastante credível tanto no microfone como nas suas prestações no ring. O despertar de emoções engloba tudo isto e muito mas muito mais.
Aprofundo-me ainda mais nesta temática e considero então que criar emoções não basta…Há que saber criá-las na penumbra. É fácil, demasiado até, ser heel contra Undertaker, e consequentemente torná-lo como face. O público já o apoia mesmo que ele faça um heel-turn, mesmo que faça tudo aquilo que eles não queiram, haverá sempre aquele carinho entre eles.
É então necessário ir mais além…Criar simples combates em momentos épicos, simples golpes em algo inexcedível e megalómano, levar que de um momento para o outro, as pessoas a levantarem-se dos seus lugares sonolentos e a vibrar como há muito não se via.
É necessário ficar na retina, na memória, ser usado como exemplo para os seus sucessores. No fundo, criar o legado no meio de tantos outros legados.
E aqui, enquanto me encontro neste momento de debate entre mim e a minha pessoa, encontro um nome. Não é, nem nunca será casado com a filha do patrão; nunca será fantástico no ringue como o seu equi-rival Bret Hart, nem fará levantar multidões com uma semelhança sequer a Stone Cold ou The Rock. Contudo pessoalmente acho-o perfeito. O expoente máximo e total da inutilidade parcial de um título: Sir Shawn Michaels.
De corpo franzino e nada musculado, encontra-se entre os ícones do wrestling mundial. Naturalmente, consegue ter um enorme sucesso como face e elevar o miúdo Randy, como ser completamente odiado facilitando a elevação e a admiração obrigatória pelo mítico Hogan. Para além disso, e como se não bastasse consegue desempenhar idêntico papel de twenner em duas Wrestlemanias diferentes, com resultados opostos mas sempre com o carisma que sempre nos habituou, ao mesmo tempo que levava o público a índices de emotividade alguma vez vistos.
Shawn consegue aquilo que talvez nenhum outro conseguiu: ignorando a sua morfologia e pedaços de metal envoltos à cintura, apenas necessita de um ringue de preferência quadrado, de um árbitro e de qualquer coisa, mesmo sendo um cabo de vassoura, e a partir daí teremos de certeza espectáculo garantido.
PS - Vi o The Rock num episódio da Hannah Montana, quem sabe não estará ele a preparar-se para angariar novos fãns para a WWE. Este Vince não descansa.
Uma inspiração completamente diferente de ser mark: enquanto o primeiro necessita de uma obsessão por vezes compulsiva e parcial do lutador em questão, a escolha de O melhor wrestler implicará sempre uma visa imparcial e correcta de todas as virtudes e respectivos defeitos, sempre tendo em comparação toda a sua performance in and out ring com outro qualquer wrestler.
Movido e inspirado por esta máxima, levo-me também constantemente, tal como vós, a qualificar quem é para mim o melhor wrestler. Admito que é uma escolha difícil; desde a capacidade no ringue, até às qualidades no microfone, passando ainda pelo empenho e dedicação à empresa, todos os critérios se sobrepõem uns aos outros, impossibilitando a hipótese ideologicamente perfeita de os hierarquizar.
Chego até a considerar a impossibilidade de tal decisão, devido à tal impossibilidade de orientar-me por critérios lógicos e hierarquizados; se por um lado, poderei considerar The Rock como o melhor de todos devido ao entretenimento, por outro este é completamente ultrapassado por um qualquer Bret Hart naquilo que à capacidade in-ring diz respeito. Nem um nem outro são melhores nem piores, apenas e só são diferentes.
Guio-me então por um e só um critério único: a emoção. Neste caso a capacidade de despertar emoções. Sim descarto as qualidades in-ring como as mic skills, a psicologia de ringue e outros demais critérios isolados. Penso então, que a capacidade de despertar as emoções correctas no público engloba todas estas. Um qualquer wrestler não consegue despertar qualquer acção/emoção no publico presente numa qualquer arena se não for bastante credível tanto no microfone como nas suas prestações no ring. O despertar de emoções engloba tudo isto e muito mas muito mais.
Aprofundo-me ainda mais nesta temática e considero então que criar emoções não basta…Há que saber criá-las na penumbra. É fácil, demasiado até, ser heel contra Undertaker, e consequentemente torná-lo como face. O público já o apoia mesmo que ele faça um heel-turn, mesmo que faça tudo aquilo que eles não queiram, haverá sempre aquele carinho entre eles.
É então necessário ir mais além…Criar simples combates em momentos épicos, simples golpes em algo inexcedível e megalómano, levar que de um momento para o outro, as pessoas a levantarem-se dos seus lugares sonolentos e a vibrar como há muito não se via.
É necessário ficar na retina, na memória, ser usado como exemplo para os seus sucessores. No fundo, criar o legado no meio de tantos outros legados.
E aqui, enquanto me encontro neste momento de debate entre mim e a minha pessoa, encontro um nome. Não é, nem nunca será casado com a filha do patrão; nunca será fantástico no ringue como o seu equi-rival Bret Hart, nem fará levantar multidões com uma semelhança sequer a Stone Cold ou The Rock. Contudo pessoalmente acho-o perfeito. O expoente máximo e total da inutilidade parcial de um título: Sir Shawn Michaels.
De corpo franzino e nada musculado, encontra-se entre os ícones do wrestling mundial. Naturalmente, consegue ter um enorme sucesso como face e elevar o miúdo Randy, como ser completamente odiado facilitando a elevação e a admiração obrigatória pelo mítico Hogan. Para além disso, e como se não bastasse consegue desempenhar idêntico papel de twenner em duas Wrestlemanias diferentes, com resultados opostos mas sempre com o carisma que sempre nos habituou, ao mesmo tempo que levava o público a índices de emotividade alguma vez vistos.
Shawn consegue aquilo que talvez nenhum outro conseguiu: ignorando a sua morfologia e pedaços de metal envoltos à cintura, apenas necessita de um ringue de preferência quadrado, de um árbitro e de qualquer coisa, mesmo sendo um cabo de vassoura, e a partir daí teremos de certeza espectáculo garantido.
PS - Vi o The Rock num episódio da Hannah Montana, quem sabe não estará ele a preparar-se para angariar novos fãns para a WWE. Este Vince não descansa.