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Linguagem do wrestling III

De um original de Sean Taylor e com modificações de Wolve, apresentamos a definição e o modo como funciona um Babyface.

A designação babyface vem conotada da psicologia. Quando uma pessoa olha para um recém-nascido ou para uma criança ela consegue ver a inocência. O cérebro humano irá automaticamente registar a aparência de alguém e cima de tudo ser mais um exemplo para o ditado, as primeiras aparências são as fundamentais. Assim alguém cuja aparência seja relacionada com uma criança, será visto aos olhos das pessoas como sendo uma boa pessoa. Esse é básico do “babyface”.

Existem quatro características principais que levam a correlação entre as crianças e os eu uma boa pessoa sob o ponto de vista psicológico. (1) Simetria facial, tudo os bebes tem um rosto parecido, ou seja um babyface tem uma carinha redondinha. (2) Bochechas bem definidas (3) Um babyface é alto, bem apresentado e com cabelo cortado ou seja uma boa apresentação. Os bebes tendem a ter pouco cabelo ou nenhum. (4) Olhos grandes, um babyface tem as pupilas acima do normal. Os bebés abrem os olhos ao máximo de modo a captar maior número de informação possível.

Os desenhos animados e os comic books são exemplos perfeitos de como essas características são usadas pois todos os artistas recorrem a esses traços para desenhar as personagens de BD. Se observamos uma animação japonesa, uma anime essas características estão sempre muito vincadas. Se observarmos Ash da serie Pokemon ele tem sempre grandes olhos, rosto simétrico, bochechas definidas e com boa apresentação. Pelo contrário, os vilões têm as características contrárias (face assimétrica, pequenos olhos, quase cerrados, fraca apresentação.

Olhando agora ao wrestling, o tema pouco difere. Todos os grandes babyfaces do ramo apresentam as mesmas características.

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Estes quatro senhores, foram e são sem sombra de dúvidas os maiores babyfaces nas respectivas Eras. Será devido à aparência do babyface? Não, é porque eles acima de tudo perceberam o modo como funciona e pensa um babyface. Apesar de ter o aspecto, não é só chegar e desempenhar o papel, é efectuado na perfeição de modo a que este tenha sucesso. A primeira premissa de um babyface é a procura de justiça.

Fazer o que está certo, tentar combater o errado, esta é a procura do herói. Independentemente do que possa ser pensado, a única acção que move o herói é a moralidade. Olhemos ao caso de Hulk Hogan na década de 80. A sua personagem era roda essencialmente em combater o mau génio dos outros lutadores. Eles mostrou aos pequenos Hulksters o que era o sucesso e a felicidade e a comprovar isso é o facto de ele ter tido o título da WWF ao longo de seis anos. Independentemente do que acontecesse, no fim Hulk Hogan entraria no ringue e iria salvar o dia. Porquê? Era o mais correcto que se tinha de fazer. Se alguma vez ele recorre a batota a pessoas não iriam gostar. Ele só poderia recorrer a causas justas e honradas. Hogan cimentou o seu legado como sendo um dos babyfaces mais completos da história.

Olhemos agora o caso de "Stone Cold" Steve Austin, ele foi o exemplo perfeito de como uma babyface tem de evoluir mas ao mesmo tempo manter as regras de como ser um babyface. Ele lutava pelo que estava certo e ao mesmo tempo manter os olhos da audiência em si em plena mudança do século. No ano 2000, a audiência estava um pouco cansada e aborrecida, ele já não eram os pequenos Hulksters. Eles eram adolescentes e estudantes que percebiam melhor do que ninguém como o funciona o ramo do wrestling. De forma a ganhar a atenção do público e os fazer entrar nas storylines e nas personagens, Austin teve que mexer com as emoções das pessoas.

Austin interpretava um renegado babyface que procura captar a natureza rebelde da audiência. Ele foi construído como sendo o líder do público na luta contra o seu patrão o diabólico Mr. McMahon, fazendo o que muita gente tinha vontade de fazer, bater e esmurrar o seu patrão. Ele tinha as suas regras e nunca se importava coma s consequências. Mas afinal o que o distinguia de Hulk Hogan? Porque é que ele salvou Stephanie McMahon das garras do Undertaker e de Paul Bearer quando esta estava a ser forçada a casar com o Lord of Darkness. Jim Ross disse tudo numa frase simples,”Porque era o que estava certo fazer!”. O famoso mote de Stone Cold "That’s the bottom line, because Stone Cold said so!" é a evolução dos famosos mandamentos de Hulk Hogan que o tornaram famoso o Hulkster(Train, say your prayers, eat your vitamins, and believe in yourself). Austin evoluiu esse pensamento e simplesmente dizia "I’m going to be successful! Whether you join me or not, I don’t care.". Austin foi a evolução clara de um babyface que sempre manteve e desempenhou como ninguém os objectivos claros de um babyface.


Se não fores um clássico herói como Hulk Hogan ou um anti-herói como "Stone Cold" Steve Austin, a outra maneira de se te sucesso como babyface é ser um underdog. O herói que tem sempre todas as probabilidades contra ele mas que sempre consegue achar a porta do sucesso. Determinação e Alma são que o definem. A principal força do underdog não vem do seu interior nem da sua força física, vem do apoio dos fãs. Os seus cânticos são o seu combustível contra o heel. O seu apoio leva a que ele supere todas as probabilidades e hipóteses. Um underdog só vive se os fãs o apoiarem. Um exemplo claro de um underdog é o aclamado ultimate underdog da WWE, Rey Mysterio.


Desempenhar o papel de babyface no wrestling é o mais fácil de fazer. É só desempenhar as boas acções e têm adoração garantida. Acima de tudo, para ter o apoio do público tem de dar ao público o que ele quer. Se eles querem um murro, dás um murro, se eles querem um pin fazes um pin ao adversário. O público é o que move o babyface na luta contra o heel. Mas para um babyface funcionar ele precisa sempre de se opor contra o heel, cujas características já falei na edição anterior, podem ver aqui.
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