Chapter I - O início

Olá a todos, bem vindos a este novo espaço do wrestling noticias.
Estava com algumas dúvidas sobre o que escrever neste primeiro artigo. Fiquei na dúvida entre escrever sobre a surpreendente Royal Rumble que tivemos no domingo, a surpreendente expulsão do Carlos do programas ídolos, ou sobre, a não menos surpreendente, excelência do guião da nova telenovela da SIC, Lua Vermelha.
Com tanta qualidade por onde escolher decidi-me então por nenhuma delas. Este é o meu primeiro artigo e, assim sendo, parece-me por bem fazer uma pequena apresentação, mais que não seja para saberem com o que podem contar daqui para a frente.
Eu tenho 19 anos, vejo wrestling à pouco mais de 4 anos e durante esse tempo participei em diferentes projectos no que a este tópico diz respeito. Comecei por escrever no XBooker e mais tarde ingressei no Galáxia Wrestling. Fui moderador do fórum TotalWrestlingTuga e cliente assíduo do LusoWrestling. Mais tarde, e com a entrada na faculdade, deixei um bocado estes projectos de parte, seja por falta de tempo ou por desinteresse. Ainda participei durante esse tempo no concurso de cronistas do blog Galáxia Wrestling, sendo convidado a integrar a equipa com o outro vencedor do concurso, o Suazo (se a memória não me falha). Decidi nunca aceitar o convite, uma vez que tinha participado só mesmo para participar, uma vez que o meu interesse pelo wrestling andava pelas ruas da amargura.
Isto tudo para dizer que no fundo não percebo nada de wrestling (e não estou a tentar ser irónico ou a tentar passar falsa humildade). Não percebo e tenho a plena consciência disso. Nunca treinei, nunca dirigi e não faço a mais pequena ideia do que é preciso fazer para que alguém coma o que se passa ali. Assim, todos os “comentários” que possa fazer são no sentido do fã, do adepto de bancada, que não percebe nada disto mas tem necessidade de esboçar as suas ideias, de um forma ou de outra. Do gajo que sabe o que gosta e que no fundo sabe que o wrestling, como qualquer outra “empresa” na vida, só sobrevive se der dinheiro.
Quanto ao meu percurso no wrestling foi mais ou menos parecido com a maior parte das pessoas, que saltando ou não alguns passos, vão acabando por experienciar as mesmas coisas.
Começamos por ver a WWE, mais que não seja porque é aquilo que nos dão a comer. Passava, no meu tempo (agora já nem sei), na SIC Radical. É de fácil acesso e o produto é perfeito para quem começa a ver wrestling. Se, e este é um grande se, acharem piada à coisa acabam por ir investigar mais e por sorte, ou por azar, acabam por encontrar a TNA. Aquilo é que é wrestling. Eu, quando me deparei pela primeira vez com a TNA, era quando o Samoa Joe andava a rebentar a X Division toda. Tive a felicidade de ver aquele 3 way com o AJ e o Daniels no Unbreakable(?). É a fase de amor à primeira vista - a WWE é uma menina e a TNA é que é rassling - fazem movez e partem mesas! YEAH!
Tudo isto é lindo, mas o amor à primeira vista tem um problema. Eventualmente vamos ter de começar à aturar aquilo mais e mais vezes e aí os defeitos vêm ao de cima. Péssimo booking é a frase chave para a TNA. Não me vou alongar mais tempo neste tema, vamos ter tempo para isso. E não, não sou nenhum TNA hater.
Depois da desilusão do primeiro amor vamos investigar mais, até porque queremos uma moça mais roliça que aquela. Com uma boa dose de sorte vamos encontrar a ROH. Oh hell yeah! Agora sim é que nós estávamos felizes. Encontrámos a nossa Scarlett Johansson. Combates do outro planeta, histórias simples mas eficazes, booking inteligente. Entrámos na fase de ROHbot. ROH ROH ROH! This is wrestling! São alguns dos grunhidos saídos em frente ao computador quando vemos o Danielson a violar alguém.
Depois de muito tempo a ver indys e wrestling japonês (se tiverem a grande sorte de lá chegar) começam a perceber que afinal o produto da WWE, apesar dos seus inúmeros defeitos, é bom, aliás, é muito bom. Continuam a ver ROH, NJPW e tudo mais, mas percebem que no fundo os grandes momentos, aqueles que nunca esquecemos, foram, e sempre serão, da WWE. São estes momentos que mudam a nossa visão do wrestling. Ninguém quer saber disto se no dia a seguir já não se lembrarem de nada. Por 5 gajos dentre dum ringue a distribuir spots não tem interesse porque no dia a seguir ninguém se vai lembrar deles.
Mas nós somos um animal estranho. Criticamos aquilo que não conhecemos, criticamos por que sim e criticamos sem razão. No fundo é isso que nos faz continuar. Criticamos para sermos surpreendidos.
É para isso que cá estou. Para criticar, dizer bem ou mal… no fundo, ser surpreendido.