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Chapter III - A crítica aos críticos revelada

Olá mais uma vez.

Eu tive para responder directamente no tópico mas tantos comentários merecem uma crónica só para vocês.

Para começar é bom dizer que fiz a “pseudo-crónica” do outro dia com o intuito de incendiar os ânimos entre os utilizadores e os levar a comentar. Era óbvio que usando um comentário de um dos utilizadores e criticando duramente a TNA, de forma rápida e com uma série de piadas de café, o resultado ia ser a enchente de comentários que vimos. Era óbvio porque estamos perante uma epidemia parecida com a de 2006 com a célebre frase “Cena sucks”.

Isto tem uma razão. Não é só o velho lema do Sr.Eric “controversy creates cash” é mais o fenómeno “eu sou um fanático de futebol”.

A maior parte dos adeptos da TNA estão na fase do adepto fanático de futebol. Estes são caracterizados exactamente por não saberem ver futebol e aí é que está o ridículo da questão. As palas nos olhos são de tal forma longas que formam um efeito túnel em que tudo o que vem à frente é a TNA. Não interessa se a dita cuja só faz disparates. Se alguém critica leva porrada. Tudo está certo nas Terras da Dixie e tudo o resto é horrível.

Passando então à responder aos comentários propriamente ditos.

Um dos mais engraçados, e que provam exactamente a tese do adepto fanático e neste caso burro, é o de criticar eu ter falado da NBA. Eu tenho dois pontos chave na minha crónica do outro dia que seriam assuntos para desenvolver ainda mais se eu tivesse tido tempo. São factos e contrariamente às opiniões (que são como as pilas, cada um tem a sua) há os certos e há os errados. Os factos são uma coisa que o adepto fanático não gosta muito porque normalmente tira-lhe a razão. Eles não se interessam se dado evento está bem feito ou mal feito, se é bem ou mal pensado, interessa é que foi feito pelo Sporting e o Benfica e o Porto não jogam nada, apesar de ser mais que óbvio que o contrário é que é verdadeiro.

Passando então a responder aos utilizadores com talas que não conseguem abrir suficientemente o horizonte para perceber porque falei da NBA.

A TNA é uma empresa uma expansão. Contrariamente ao que alguns dizem na caixa de comentários os “fãs hardcore” (é só outra forma de chamar os adeptos fanáticos com talas) não são suficientes para uma empresa que quer continuar a crescer. Quando uma companhia fica restrita a um nicho que não cresce é a morte da mesma. As pessoas perdem o interesse, ficam sem dinheiro, tem mais com que se preocupar e eventualmente morrem. Nenhuma empresa pode estar isolada do mundo. Isto é um facto. Não me venham com as conversas que os adeptos hardcore vão ver o ppv à mesma porque isso não interessa. O objectivo de um ppv é vender e só vende mais se chamar mais pessoas. O exemplo da NBA foi isso mesmo, um exemplo do que não fazer quando se quer conquistar fãs e vender ppvs. Também preciso de uma bola de cristal para dizer isto é? Até pode não acontecer mas é má gestão.

Passando a outro comentário bastante engraçado. Na TNA não há cá essas histórias de midcarders e upcarders e main eventers, isso é para meninos. Nós só temos singles, tags e x-division, tudo em pé de igualdade como se quer.

Ora bem. O wrestling, contrariamente ao que muitos pensam, não foi inventado quando apareceu a TNA. Ter uma escala hierarquizada de pessoal dentro de cada divisão, ou não, é uma regra básica e fundamental do wrestling. Mais uma vez é um facto, não há discussão. A TNA, contrariamente ao que tu achas, não é excepção. Realmente está divida em singles, tags e x-division, tudo muito bem, mas dentro de cada uma há os main eventers, os upcarders, os midcarders e os sacos de levar porrada (jobbers). Um dos grandes problemas que se podia apontar ao booking da TNA (se bem que está bem melhor neste aspecto) era o de não definir estas posições dentro de cada categoria. No fundo só facilita dividir. Ajuda o público a identificar-se com dado wrestler e a sua ascensão à próxima categoria é mais fácil e com mais sentido, ficando mais facilmente over no seio dos adeptos. Até entre divisões tem de haver uma maior ou menor hierarquização. Há um ou dois anos na TNA o título mais prestigiado era, de longe, o de equipas e o de singles muitas vezes ficava ainda atrás do da x-division em termos de prestígio. Isto não é bom para a companhia. A hierarquização de títulos tem de existir e, normalmente, o título principal de singles tem de ser o mais prestigiado (facilita tudo, desde a separação de tags porque um está muito mais over e pode ir lutar por algo ainda maior, ou mesmo os “gajos mais pequeninos da x-division” que ficam super-over quando lutam pelo título principal). Felizmente isto foi rapidamente invertido depois da entrada do Vince Russo que embora tenha um fetiche com coisas penduradas em postes (que há muito tempo não se vê, felizmente) e por vezes tenha umas decisões mais ou menos duvidosas, é um bom booker e até sabe o que faz.

Quanto a comentários sobre o ppv não vou comentar. Já vi o ppv, foi bastante razoável com destaque para o Joe vs AJ. Eu não comentei o ppv em si, comentei o booking do torneio. Quando alguém diz nos comentários que o Joe vs AJ foi grande combate o que é que eu posso dizer? Sim, foi. E então? Eu falei disso na crónica?

Quanto à minha crítica e os vossos elogios ao Pope são opiniões. O único facto foi dado pelo Knuckles (e parabéns pelo que escreveste. Tirando os insultos idiotas, mascarados em retórica pseudo-intelectual, de fanático de futebol até consegues tirar as palas, ainda que por breves momentos) e é o de o Pope estar over pelo público. O resto dos factos é que não tem um único combate digno de ser mencionado como um grande combate. É mais um Shelton Benjamin com melhores mic skills que está bem no mid/up carder. São opiniões, não vou discutir mais isto. Está over e nunca teve um grande combate, isto são os factos. O resto o tempo o dirá.

Quanto ao booking do torneio o facto era o de uma final Pope vs Angle ter muito mais sentido e ter uma série de consequências boas para o negócio. Mas há alguma dúvida que uma vitória sobre o Angle não só iria dar um push muito maior ao Pope como iria credibilizar todo o torneio?

E pronto. Dou por finalizado as críticas aos críticos. Fiz a outra crónica para vos fazer comentar e resultou. Foi básico e é básico. Faz-me lembrar os textos do Ghandy no naviv quando falava do Benfica. As palas têm esta vantagem. Basta dizer qualquer coisinha de mal que vocês vêm todos malucos mandar vir. É ridículo mas é bom para o negócio. É giríssimo ver os vossos comentários às crónicas do Ghandy e do Majin. Coisas como “as pequenas farpas (ou seja, os bocadinhos em que se diz mal da TNA) estragam a crónica" são geniais.

Abram um bocado os horizontes. Estamos aqui para dizer bem e mal. A TNA não faz tudo bem como nenhuma empresa o faz. Tentem ser um pouco auto críticos do próprio produto que adoram. A vinda do Eric, Hogan e Ric foi fantástica para a TNA. Está uma empresa mais dinâmica mais estruturada e com melhor wrestling. O AJ finalmente começa a ganhar contornos de uma gimmick o que só o favorece. Estão a aproveitar melhor o grande roster que têm, tanto em talento como em potencialidade. A passagem para a segunda-feira em luta com a Raw é óptima para a companhia contrariamente ao que muita gente diz (ainda quero falar disto numa futura crónica). Tudo vai de vento em popa pelas terras da TNA, mas é preciso ter calma e não cometer erros básicos. O mais importante é que é preciso fazer dinheiro. A Panda Energy, eventualmente, vai fechar a torneira se a empresa continuar a dar prejuízo. Espero ansiosamente pela próxima Monday Night Wars, já que a 1ª foi de alto nível. Nós como fãs só temos a ganhar.

Para a semana cá estou, à terça, com a continuação da crónica sobre os novos talentos, desta vez sobre a TNA, depois de já ter falado das indys.

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