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Chapter IV - Cartas de TNArô

Olá novamente.

Depois da polémica do último par de crónicas volto ao meu estilo normal, continuando a prometida série de 3 crónicas sobre os novos talentos. A primeira sobre as indys já está disponível no chapter II e a segunda é apresentada abaixo, desta vez sobre a TNA.

Como já tinha dito anteriormente não vou apenas, nem sobretudo, falar dos rookies, não só porque na maior parte dos casos não os conheço suficientemente bem para tecer grandes comentários, mas também porque perderia a hipótese de falar de alguns jovens talentos que embora já não sejam rookies são novos e têm um grande caminho pela frente.

Vamos começar a cortar logo em grande.

AJ Styles

Não é um rookie, não entrou há pouco tempo na companhia e nem de perto nem de longe é desconhecido para a maior parte dos adeptos. A única coisa que me podia fazer incluí-lo nesta lista era a de ser um jovem. Pese embora isto não seja grande argumento não interessa. É uma desculpa, mais do que suficiente, para eu falar um pouco deste senhor.

No capítulo do aspecto físico não há nada a apontar a este senhor. Esta em grande forma, tem uma altura perfeitamente normal o que possibilita que seja incluído tanto na X-Division, como nos Heavyweights, como nas Tags, como em outro sítio qualquer; sem grande dificuldade e sem ser necessário recorrer ao famoso David vs Golias. Tem o típico estilo babyface, que pode ser facilmente aproveitado para cocky heel, o que só joga a seu favor. Neste aspecto o único comentário que se poderá fazer é que em termos de aparência geral se parece muito com a generalidade dos wrestlers das indys, normalmente gajos sem gimmick e que parecem todos iguais à primeira vista. Isto está a ser corrigido aos poucos, tal como o factor gimmick, o que só o favorece.

Quanto ao aspecto técnico e de capacidade em ringue não há nada a dizer. Se não é o melhor performance em ringue actualmente anda lá muito perto. Consegue fazer qualquer manobra na perfeição, não interessando se é um simples sleeper hold ou um springboard shooting star press. Tornar-se ridículo a facilidade com que este senhor saca de manobras fantásticas, sempre na perfeição.

No micro há melhores mas não compromete de forma marcante. A ideia de colocar o Ric Flair como valete do AJ foi das melhores jogadas da TNA. Como mentor o Ric pode dar ao AJ aquilo que são os seus pontos “menos bons”: mic-skills e uma gimmick. Quanto às mic-skills não tem nada que saber. Aprender com um dos melhores de sempre neste aspecto não pode ser mau para ninguém. Ainda para mais o Ric pode pushar o AJ às nuvens sempre que fizer uma promo. Quanto à gimmick, para mim sempre foi o problema do AJ. Não é o carisma, que isso ele tem para dar e vender, era mesmo a gimmick, ou melhor, a falta dela. Com esta inclusão do Ric o AJ começa a ganhar uma personagem, o que só o promove ainda mais.

Antes que isto se torne uma dissertação sobre o AJ fico-me por aqui em relação a este senhor. De longe o melhor wrestler da TNA e com uma margem de progressão fantástica. Progressão não em termos técnicos (que não há muito a melhorar na perfeição), mas sim em personagem e em mic-skills.

Alex Shelley

Outro que não é propriamente uma novidade por aí além. Mais uma vez é jovem e tem um talento fora do normal. Não sou um fã acérrimo dos MCMG, como também não sou grande fã do Chris Sabin. No fundo, na minha opinião claro, os MCMG servem para enterrar o enorme talento do Shelley.

Fisicamente é um gajo não muito alto, não muito baixo, está em forma e não precisava de grandes jogos de ancas para ser pushado para o mundo dos heavyweights. Precisava isso sim, de espancar o Chris Sabin, ter uma feud valente em que o destruía completamente e de seguida seguia para maiores voos. Tem um estilo rockstar que é consumível pelo público e que tanto dá para face como para cocky heel (sendo que eu gosto mais de o ver nesta última faceta… benditos tempos da Generation Next com o Aries). Quanto ao carisma e falando nos tempos da ROH não me lembro de ninguém que fosse melhor que ele (tirando talvez o Punk). O carisma continua lá, falta aproveitá-lo de forma mais consistente.

No capítulo wrestling em ringue não lhe posso apontar grandes falhas. Gosto do estilo dele, principalmente como lutador single, com submissões de grande impacto visual, boa leitura do combate e do público, capacidade de carregar um combate e é bastante bom a passar emoções para o que está a fazer. Como tag, com o Sabin, porque com os elementos da antiga stable Generation Next já era outra história, não gosto particularmente. Torna-se demasiado spotter e os combates perdem grande parte do sentido. Ainda assim por vezes é útil para aquecer o público, por exemplo em openers de ppvs.

No mic o homem faz magia. Dêem-lhe o micro para a mão e deliciem-se. Faltam-lhe oportunidades na TNA para mostrar esta sua vertente em contextos “mais a sério”, onde ele iria ser sublime sem grandes dificuldades.

Doug Williams

Aqui está um wrestler que eu aprecio bastante e a quem, normalmente, as pessoas não dão a consideração merecida. Dou desde já os parabéns à TNA por ter confiado nele e lhe ter dado o X-Division Title.

Em aspecto físico acho que não há muito a dizer. A mim faz-me sempre lembrar uma espécie de gentleman. Tem grande estilo, está em grande forma, é grande e tem um ar de superior em estilo de cliché de sir britânico com a mania das grandezas. Aquele “casaco, gabardine, ou o que seja” que ele leva para os combates só torna tudo ainda melhor.

No ringue tem um estilo completamente britânico. É duro, é mau e comes no focinho se te metes com ele. Adoro tudo o que implique submissões feitas por este senhor, tal é a intensidade que lhes transmite. A meu ver o seu estilo “parado”, “demorado” e com uma beleza fora do normal, combina perfeitamente com uma gimmick heel, coisa que ele normalmente utiliza (incluindo na TNA). No que toca a carregar combates, para mim, é um dos grandes actualmente. Por fim, neste capítulo, resta dizer que não sou grande admirador do seu finisher. Não pelo impacto visual, porque é lindo, mas porque não combina com a sua gimmick heel e porque parece que saí ali um bocado do nada, estando pouco relacionado com o resto do seu arsenal e estilo.

No mic é mé. Deixem-no falar no combate propriamente dito.

Desmond Wolfe

Este era mais que óbvio que tinha de ser falado. Na ROH teve um percurso fantástico, cheio de grandes combates e conquistas, e na TNA, embora esteja a dar os primeiros passos, prevê-se um futuro igualmente animador.

No capítulo físico, mais uma vez, nada a dizer. Está em forma e, sem ser estupidamente musculado, impõe respeito. Tem altura e mais importante tem estilo. Sempre que olho para o Nigel penso num britânico sentado num pub a beber a sua caneca de cerveja e que te dá um enxerto de porrada se o chateias.

No ringue é muito bom. Trocas de chain wrestling do outro mundo, submissões fantásticas, sentido no arsenal, psicologia, manobras de alto impacto. Neste aspecto considero o Wolfe um wrestler completíssimo. Consegue adaptar-se a qualquer estilo, mescla perfeitamente as manobras de alto impacto e stiff com o wrestling clássico e consegue ter um bom combate com basicamente toda a gente. Os finishers são todos de alto nível e bastante adaptados a todas as suas manobras. Destaque, mais por gosto pessoal, para a lariat. Acabar combates com uma lariat é de homem e quando bem vendida e executada consegue ser algo que trás uma reacção pelo público fantástica.

No mic é bom, bastante bom. As promos dele na ROH, na primeira etapa de campeão, quando não podia lutar devido a uma lesão, eram algo de épicas. Com uma gimmick de heel o seu lado de britânico convencido ressalta ainda mais e fica facilmente over entre o público. Como face não é mau, longe disso, mas não consegue passar tanta intensidade.

Homicide

Um dos gajos mais underrated que já passaram na ROH. Na TNA continua sem grande espaço, sendo que o seu ponto alto foi mesmo a tag com o Hernandez formando os LAX. Funciona bastante bem em tags mas é, ainda assim, um bom lutador single.

Fisicamente não se pode dar grandes elogios. É pequenino, magrinho, pouco ou nada musculado. Basicamente, parece um mexicano perfeitamente normal. Não é por certo pela imagem que o Homicide pode ser pushado ou vendido. A única coisa que lhe posso dar é que tem pinta de arruaceiro e que no capítulo da gimmick o visual está ok.

No ringue. Mais uma vez não o considero uma maravilha por aí além. É bom e desenrasca-se em quase todos os capítulos o que é algo que faz com que suba muito na minha consideração. Tem um ponto que muito poucos lhe conseguem chegar. Em combates hardcore é das melhores coisinhas que andam por aí. Este homem quando é para andar à “porrada sem paneleirices” consegue transmitir algo que, pelo menos a mim, mais ninguém consegue. É sick vê-lo em combates violentos (os combates na ROH com o Steve Corino são um bom exemplo disso), tal é a intensidade e a veracidade que passa para o espectador.

No mic tem um estilo muito próprio. Eu gosto bastante de o ver a cortar promos mas reconheço que não é nada por aí além. No meu entender o seu tipo de discurso adapta-se bastante bem a sua gimmick o que é um grande ponto a favor. Falando em gimmick acho que se adapta tanto a uma faceta mais face como a uma mais heel. Gosto de ambas nele, algo que não é muito normal em mim (normalmente um wrestler é muito melhor a fazer de heel ou de face).

Para acabar deixo mais uma vez uma pequena lista de vénias a alguns senhores:

Brian Kendrick, Generation Me, Hernandez, Matt Morgan, Jay Lethal e Mr.Anderson.

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