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Reflexões Partilhadas

Quem me conhece sabe que não sou tanto de analisar o que se vai passando no ringue propriamente dito, mas sim mais o exterior, ou seja, a vertente do negócio, as jogadas de bastidores, em especial nos escritórios de Stamford ou de Orlando. Talvez seja pela minha actividade profissional, em que trabalho com números para alcançar resultados.

Por isso mesmo a polémica do momento em redor do reinado de Sheamus ou da vitória de Pope, em termos de como foi feito o booking passa-me um pouco à margem, apesar de já ter escrito sobre alguns destes assuntos. Para mim é mais interessante pensar se Sheamus como campeão traz vantagens à WWE e ou se Pope como n.º 1 contender traz vantagens ou não nas finanças da TNA ou da Panda Energy ou da Skipe TV, ou seja lá quem está a enterrar dinheiro na promoção.


E meus caros, em especial a malta que gosta de alimentar as guerras WWE/TNA, para vossa infelicidade tenho mais uma vez de elogiar o génio do negócio, Vince Kennedy McMahon. Porquê? Por estar quase sempre um passo em frente, e quando isso não acontece saber responder como poucos aos ataques de que é alvo. Só assim McMahon construiu o império que hoje detém, e só assim conseguiu vencer a maior de todas as batalhas que algum dia teve de travar, contra a WCW e Bischoff. Apresentando por partes para fundamentar estes elogios com alguns dos acontecimentos dos últimos tempos.

A TNA como se sabe tem crescido imenso num mercado importante como o Europeu, em especial o Reino Unido. A empresa de Orlando por mais incrível que pareça consegue encher pavilhões (e não arenas) em terras de Sua Majestade, enquanto que no seu país, para o seu maior evento o ano passado não vendeu dois mil bilhetes! Dessa forma os seus responsáveis têm feito e bem, algumas Tours pelo Reino Unido, onde têm alcançado um sucesso apreciável fase ao que ocorre nos EUA. O que faz a WWE para concorrer contra isso? Nada mais nada menos que entregar dois dos seus principais títulos a naturais das referidas terras! Ou pensam que Sheamus chegou a campeão pelos seus bonitos olhos, e Drew McIntyre conquistou o título de Campeão Intercontinental na Smackdown por outra razão! O que é a que a WWE consegue com esta jogada? Publicidade num mercado em que via um rival crescer imenso, tendo inclusive uma aposta evidente numa stable para tal. A WWE passou a ser falada em todos os media das ilhas Britânicas, e Shemus na Irlando e Drew na Escócia passarem a ser figuras de primeira linha. (Assim como a troca do Global Championship em plena digressão pela TNA não é nada "inocente".)

Se em termos de títulos a coisa até é fácil de entender, em termos de promoção do produto a WWE, pela mão do seu Presidente está um passo em frente com os seus rivais a imitarem-no mais tarde. Como se sabe a WWE reformulou durante o ano de 2009 a sua política de PPVs. Entre alterações de nome, a PPVs temáticos, a WWE apresentou um produto bastante diferente daquele que apresentava em anos anteriores. Na CWO choveram críticas, mas na passada semana saíram os números que deram razão a Vince. A alteração nos PPVs foi um sucesso, com a venda de licenças dos shows a inverterem uma tendência de quebras. Os números são explícitos, a maioria dos PPVs temáticos venderam mais em relação ao ano anterior. Por outro lado os seus PPVs "tradicionais", em especial o Survivor Series pelos primeiros números avançados prevê uma quebra bastante acentuada nas vendas. O que faz Vince, pensa em alterar o produto. Sim, é tradicional, mas o que é que isso interessa no final do ano no relatório a entregar aos investidores.

Por outro lado o que faz a TNA? Simples, vai atrás. Se o Lockdowm já era um PPV temático, assim como o Slammiversary era marcado pelo combate King of the Mountain, a TNA em dois dos seus primeiros PPVs de 2010 dá indicações de seguir uma política em tudo semelhante à da WWE. O Against All Odds transforma-se numa espécie de King of the Ring (será para manter ?), acrescentando assim um tema ao evento, já o Destination X é oficialmente um PPV da X Diviosion! No fundo, quem está um passo à frente? Nestes pormenores fazem-se gigantes diferenças. Fechado o capítulo PPV, avencemos para o novo show da WWE.

A WWE apresenta quatro show semanais. Segunda feira RAW, a jóia da coroa, Sexta feira a Smackdown, o seu melhor show, mas considero o show B, quintas feiras o show para os excedentários, o SuperStar, e à Terça a ressurgida ECW. Analisando as audiências, quais os piores show em termos de desempenhos: ECW e SuperStar, como seria natural. No entanto entre os dois existe uma grande diferença. O SuperStar não tem grandes custos adicionais, bastando acrescentar três ou quatro combates adicionais as gravações dos shows semanais, a ECW envolve outros meios e exige um roster exclusivo. Nos últimos meses a ECW tem decaído nas audiências, e tem sido carregado quase em exclusivo por um só homem, William Jason Reso, mais conhecido como Christian. Pressionado pela SyFy para melhorar o produto, o que faz McMahon, uma total reformulação, com base no programa de maior sucesso nas MMA, o Ultimate Fighter. Naturalmente que apenas se podem tirar conclusões após serem conhecidos os resultados, mas Vince mostra mais uma vez que não tem medo de arriscar, e fá-lo.

ps. O mesmo já havia ocorrido no passado dia 4 de Janeiro. A TNA aposta tudo e traz Hogan (mais os seus parceiros reformados), e o que fez Vince. Respondeu à altura com o que regresso mais mediático que o mundo do pro wrestling podia esperar. Bret Hart na RAW!
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