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Chapter V - Evolução NXTural

Olá.

Cá estamos para mais uma crónica depois de uma semana de interrupção. Hoje, e há falta de melhor tema para me debruçar, vou falar da mais recente “inovação” da WWE. Falo como é óbvio do novo programa das terças-feiras, o WWE NXT.

Antes de mais vou fazer só um breve comentário sobre a WWECW, uma vez que foi esta que foi apagada do mapa para dar o seu espaço a este novo programa.

Contrariamente a muita gente eu não considero que este regresso da ECW tenha sido negativo ou, tão pouco, um fracasso. Certo que não tinha nada a ver com a extinta companhia do tio Heyman. Não tinha um ar indie, não tínhamos gajos a morrer todas as semanas na televisão e não tínhamos o ambiente que era a principal qualidade da antiga ECW.

Numa primeira fase o Heyman, como GM, ainda tentou trazer algumas das velhas qualidades da antiga ECW para esta nova casa. O público hardcore até aderiu (e estes sim eram gajos hardcore, os TNAbots são uns meninos comparados com estes) e até íamos tendo os tão afamados combates hardcore bem ao estilo da antiga ECW (como se esta, nos seus tempos de glória, se resumisse a enfiar gajos por mesas em chamas). Durou pouco tempo é certo, mas teve os seus momentos bons. Quem não se lembra do booking inteligente que o Heyman fez ao Big Show, tornando-o numa máquina de destruição maciça (aquele backbreaker era das coisas mais brutais que se fez em muito tempo na WWE) a quem eram arremessados canecos de cerveja sempre que entrava no ringue? Claro que tudo isto começou a decair, principalmente quando o Heyman saltou borda fora. O show perdeu bastante qualidade e foi então inteligentemente transformado num show de lançamento de novos talentos e de push a outros que não sendo novos, precisavam de evoluir e crescer.

Nesta nova faceta não havia muito que saber. Metam uns quantos wrestlers com muitos anos no negócio a dar porrada nos mais novos e enquanto estes crescem dêem-lhes oportunidades de brilharem. O exemplo mais marcante da qualidade que conseguiu ser pushada devido à ECW é o CM Punk e, mais recentemente, o Christian. Um porque se estreou com um pop nunca antes visto (aquele survivor series foi épico) e foi trabalhado de forma exemplar na ECW (houve combates na ecw que foram completamente esquecidos por muita gente mas que tiveram uma qualidade fora do normal para um show semanal. Ainda me fica na memória um combate entre o Punk e o Chavo em que ganhava quem atirasse o outro à água de um rio qualquer. Combate super bem trabalhado e a mostrar como se deve dirigir um combate). Já o caso do Christian foi a sua prova de fogo após o regresso da TNA. Mostrou que é mais do que capaz de ter um show às suas costas, evoluindo imenso e carregando toda a ECW nestes últimos tempos de existência.

Passando então ao WWE NXT propriamente dito. Ainda só tivemos dois programas mas, sejamos francos, foram de imensa de qualidade. Antes de mais é uma lufada de ar fresco gigantesca. Algo completamente novo (não é assim tão inédito mas com este divulgação sim) e que, vendo por estes dois episódios, está com ideias bem assentes e sobretudo bem estruturadas. Ainda não fui ver quem é (e assim dou-vos uma desculpa para trabalharem e me darem a resposta nos comentários) mas o booker, mais uma vez, até agora, está sem dúvidas de parabéns.

Vejamos.

O Daniel Bryan é a figura de proa e o wrestler que tem mais destaque durante a melhor horinha de wrestler da semana neste momento. É um wrestler do outro planeta e foi colocado com um mentor que é uma besta quadrada. Perfeito. Booking inteligente. A já mais que discutida troca de saberes entre os dois nem é o que mais me interessa. Interessa-me, isso sim, é que quando o Bryan se passar da cabeça a sério e violar o Miz à grande e à francesa no meio do ringue vai ficar super-over com o público. As interacções entre os dois têm sido brilhantes e a cada dia cresce no espectador a sede de vingança perante o Miz (que tem estado perfeito diga-se de passagem). O Daniel vai continuar a perder combates, de preferência com ajudinha do Miz, e a ganhar empatia com o público. Quando chegar o momento, e se for bem feito, vai ser óptimo para o Bryan e vai conseguir pushalo de forma consistente (o primeiro combate com o campeão do mundo colocou logo toda a gente em sentido. Mais uma vez booking inteligente).

Do resto dos rookies ainda pouco se viu. O Bryan é de facto a cara que eles querem pushar e tudo o resto vai ser um bónus (e pelas pequenas coisas que já pudemos ver há ali muito talento em bruto). De qualquer forma gostei bastante de ver alguns destes novos rookies.

O rookie do CM Punk, Darren Young, ainda não mostrou grande coisa no ringue e fora dele muito menos. De qualquer forma tem uma boa imagem, principalmente, quando o Punk lhe rapar aquela trunfa o que pode vir a dar uma feud ou ligação bastante interessante para o jovem. Destaque para as expressões do Punk quando acompanha o macaco para o ringue porque roçam a perfeição. Já tivemos um pequeno desenvolvimento na última semana quando o Punk ajudou o rookie a ganhar o seu primeiro combate. A ver vamos, tem potencialidade… mais uma vez: booking inteligente.

O David Otunga e o R-Truth podem ir morrer longe. A cena de pancadaria no backstage foi das coisas mal feitinhas que vi nos últimos tempos. De qualquer forma pobre rookie que me calhou com man do What’s UP... e pronto. O Ron não tem basicamente nada para a ensinar a ninguém e uma possível feud com o rookie chega a provocar-me arrepios. O rookie a mim parece-me um monte de esteróides. Não vou tecer grandes comentários sobre ele no ringue porque ainda só lutou com o Young e não fez nada de especial.

Heath Slater e o Christian não me convenceram de todo. O Christian bem tenta pushar pelo rapaz mas aquilo não parece dar para muito. É básico no ringue, muito verde mesmo. Felizmente, tem um dos melhores tutores o que pode ser uma grande vantagem para ele. Fico à espera de ver mais alguma coisa mas começo a ficar preocupado com um possível feud com o Carlito – que medo.

Justin Gabriel e Matt Hardy. Se o Gabriel estivesse com o Christian ganhava muito mais. Ganhava mais visibilidade e ganhava em “ensinamentos”. O Matt hardy não é mau worker, muito longe disso, mas ninguém quer saber dele na WWE. O público liga tanto ao Matt como eu ligo ao R-Truth… zero. Isto pode prejudicar um pouco o Gabriel porque pelo que se viu, e pelo que eu conheço da FCW, é um gajo que precisa de estar over com o público porque é um típico babyface. A sua postura faz-me lembrar um pouco o AJ Styles. No ringue é bastante decente como vamos poder confirmar nas próximas semanas.

Quanto ao rookie do Carlito, Michael Tarver, ainda não vimos muito. A “gimmick” do Tarver, estilo lutador de boxe, pode ser interessante, falta ver como vai ser desenvolvida. Mais uma vez o mentor não é propriamente bem escolhido mas enfim.

Skip Sheffield e o mestre William Regal. O rookie sinceramente parece-me uma besta. Uma criança com 300 kg de músculos. A ver vamos mas, pelo que vi, pareceu-me estupidamente exagerado naquela coisa que é a gimmick dele (se bem que pode ser de propósito e aí era genial). De qualquer das formas tem a sorte de ter o melhor tutor. O Sir Regal vai fazê-lo perder aquela estupidez toda e ensina-lo como se porta um homem - nem que seja à estalada – mais uma vez, se é isso que pretendem fazer, bom booking.

O Wade Barrett e o Chris Jericho podem formar uma dupla bem engraçada. O puto tem estilo, um sotaque brutal e uma capacidade física impressionante. Ter o Jericho ao lado só pode ser bom. Para começar é campeão do mundo, logo dá imediatamente uma importância acrescida não só ao rookie mas também ao programa em si; e depois é um wrestler muito, mas muito, acima da média. Espero algo de bom desta dupla e o rookie pode sair muito valorizado.

Para terminar basta apenas dizer que pelos dois programas que já assistimos que isto promete e muito. Combates do razoável para cima, algo de novo e bastante qualidade. Para isto ser mesmo perfeito era fazerem um mini torneio para os dois vencedores abrirem a Wrestlemania. Um opener com os dois melhores da NXT na Mania ia reforçar a ideia que a Wrestlemania é o palco em que toda a gente quer estar e que a WWE NXT pode ser de facto a rampa de lançamento para um dia ser main eventer da Wrestlemania.

Abraço e até para a semana.

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