O Wrestling em Revista (IV)
Mais uma vez, agradeço o feedback, que tanto os leitores e comentadores do Wrestling Noticias como do Portal da Luta Livre deixaram na caixa de comentários. Espero que continuem, não se esqueçam de lançar temas e colocar questões!
Respostas aos comentários dos leitores
Anónimo (WN): Gostava de te ver a comentar as tuas opiniões sobre o próximo PPV da WWE Night of Champions já que é só daqui a 5 semanas

Em termos de “card” penso que para estrelas importantes não faltarem à festa teremos de meter alguns combates com “tudo ao molho”, e por isso, não comentando aquele que envolve o Titulo da WWE por já haver “spoilers” disponíveis, penso que este será o restante alinhamento:
- Kane vs. Undertaker
- The Miz vs. Daniel Bryan
- Dolph Ziggler vs. Kofi Kingston
- The Hart Dynasty vs. Nexus (Freebird Rule)
- Unificação de títulos femininos (ou então dois combates que eu não vou gostar de ver)
Mamede (WN): O que achas que pode trazer de novo a “feud” Kane/Undertaker que não tenha sido explorado nas anteriores?
Sou fã de Glen Jacobs e de Mark Callaway, não das personagens de Kane e Undertaker, gostava que fosse explorada o termo de uma “feud” que no fundo dura há 12 anos (salvo erro) e que só pode ser feita com a destruição total do “Big Red Machine”, esta sombra que atormenta o “Deadman” há tanto tempo, ou seja, vê-lo fora da WWE, isto envolvendo “storyline” apenas.
Outro aspecto que não pode, mas sim vai mesmo ser explorado, e envolve combates, é o primeiro 1 vs. 1 Hell in a Cell entre os dois, relembro que estes só se tinham defrontado num combate do género em tag team.

Antes de mais, que tipo de sucesso?
As audiências apenas subiram ligeiramente nas últimas semanas/meses (mas não batendo recordes), as vendas de PPV não me parece que tenham sofrido alterações, não vejo eles a conseguirem encher arenas em vários pontos dos EUA nem do Mundo, a que tipo de sucesso te referes?
Devo admitir que a qualidade dos “shows” tem aumentado, vejo um “roster” cada vez melhor organizado, “storylines” mais coerentes, um tempo de antena bem distribuído consoante o grau de importância que cada estrela deve ter e que até dá gosto assistir ao Impact, mas não se pode falar em sucesso.
Jim_yang (PLL): Na sua opinião, considerando todas as proporções de estrutura, tempos de existência, trabalhos desenvolvidos, feuds e wrestlers etc, responda: A TNA é uma afronta à WWE? E porquê?
Não acredito que a TNA seja uma afronta à WWE, mas que as únicas dificuldades que lhe pode causar é que certos lutadores em vez de quererem estar na companhia de Vince McMahon, preferem ir para Orlando onde não têm de viajar tanto, têm um balneário talvez com menos egos, podem ter mais poder e têm tempo de antena de TV. De resto, não é afronta nenhuma, e uma explicação minha está na minha resposta à segunda pergunta do Mamede.
Indy Brasil (PLL): Quem deve ser o próximo lutador da ROH a atingir uma “big league”?
Bem, eu não acompanho ROH, conheço apenas alguns lutadores devido às suas passagens pela WWE ou pela TNA, mas viria com certeza com bons olhos um regresso de Christopher Daniels a Orlando, onde poderia continuar a dar algo à X-Division.
CMPUNISHER (PLL): A WWE se orgulha muito de ter como foco o entretenimento. Podemos ver que além de lutas de wrestling temos outras lutas que às vezes são apenas para segmentos de comédia ou spots de descontracção nas lutas. A TNA orgulha-se de ser uma empresa de pro wrestling mas podemos ver vários segmentos feitos não por wrestlers “comediantes” mas como óptimos lutadores como Anderson e Team 3D, como no Hardcore Justice com o lance dos sabres de luz. A questão é a seguinte, uma empresa precisa negar e ocultar totalmente suas raízes e o seu potencial de pro wrestling para poder ser um entretenimento ou uma empresa de wrestling pode apresentar um entretenimento melhor do que a outra por contar com certas liberdades?
Claro que é possível apresentar momentos divertidos e ser pro wrestling à mesma, nem vou justificar porquê, basta ires ao youtube e procurares por momentos divertidos de Chris Jericho, The Rock, DX e Eddie Guerrero por exemplo, e mesmo alguns segmentos que não envolvem tanto wrestling mas que sejam entre lutadores credíveis (ver Y2J e Christian nus pelo “backstage” ou Big Show e Eddie no WC por exemplo) são sempre melhores que qualquer coisa com Hornswoggle, Santino (que para mim já perdeu a piada) e os Guest Hosts.
A TNA não está propriamente a ir pelo caminho mais correcto mesmo assim, não gostei da luta daquelas espadas de luz no Hardcore Justice nem da boneca do Eric Young, há melhores maneiras de fazer comédia.
No entanto, um senhor chamado Jim Cornette disse e quem quiser concorda: “Comedy doesn’t make money”.
Killer_Punk (PLL): Você acha que Bryan Danielson será bem aproveitado na WWE? Vai conseguir chegar ao “Main-Event” ou vai acabar demitido?
Bem, cada passo de cada vez. A WWE sabe do talento de Daniel Bryan e vai fazer de tudo para colocá-lo “over”, algo que aconteceu já no SummerSlam por exemplo. No entanto, nem é bem de um lutador pequeno que estamos a falar, é de um autêntico “caga tacos”, é mesmo preciso que o público que tanto o venera, puxar por ele, gritar por ele, comprar o merchandising dele, porque só assim o podem ajudar a ter sucesso, não basta ficar sentado à frente do PC a dizer nos fóruns online que ele é o melhor do Mundo!
Creio que a WWE irá esforçar-se para que o seu talento tenha a maior “spotlight” possível, mas isso não depende só dele, terá de se tornar numa estrela, porque quer queiram quer não, um combate de wrestling entre a Paris Hilton e a Lady Gaga venderia muito mais que um entre Kurt Angle e Shawn Michaels, não duvidem!

João “Pégaso” Sena eleito o melhor lutador nacional
Talvez muita gente que está a ler este texto desconheça, mas o blogue que administrei anteriormente, o AWP Wrestling, organizou uma espécie de campeonato entre os 16 melhores lutadores portugueses num sistema em que todos teriam uma “guerra de votos” entre si, com cada semana a ser disputada uma jornada, e na última semana, foi disputada a última, acabando com João “Pégaso” Sena como claro vencedor. Venceu as 15 contendas que disputou, foi aquele que ao longo da competição teve mais votos a favor e menos contra, e obteve seis pontos de avanço (funcionando três pontos por vitória, e um por empate) sobre o segundo classificado.
Talvez para muitos, isto seja algo desinteressante, no entanto, e sabendo que às vezes o pro wrestling chega a ser um autêntico concurso de popularidade, João Sena tem batido aos pontos os restantes lutadores do WP e todos os nacionais quando se trata a este tipo de questões, recordo que há bem pouco tempo ele venceu uma votação para ser entrevistado pelo Portal da Luta Livre e também obteve muitos votos quando esteve em jogo o lugar de comentador num dos Web Shows do Wrestling Portugal. Mas Pégaso não é só um fenómeno de popularidade na Internet, pois quando são feitos eventos ao vivo, ele mostra ser o mais carismático. E porque não uma “title run”?

Rescaldo SummerSlam
A meu ver foi um PPV que valeu pelo Main-Event!
Ao contrário dos anos anteriores, não houve “gimmick matches” ou regressos prometidos, por isso, a WWE tentou espremer o melhor que pôde e por isso promoveu a mística do evento e o fim-de-semana do mesmo como se tratasse de uma Wrestlemania um pouco mais pequena, e direccionando o destaque totalmente para o Main-Event, e por isso, foi um PPV que mesmo já a decorrer foi criando água na boca para o 7 vs. 7.
Começando pelo Kofi vs. Ziggler, já se percebeu que querem manter o Titulo Intercontinental no novo namorado de Vickie mas no entanto passarem a imagem que o ganês é superior e colocá-lo em voos mais altos, e por isso vão-lhe dando estas “quase vitórias”que espero que terminem rapidamente porque senão nem o campeão se credibiliza nem Kofi fica a ser visto como mais que um simples frustrado.
Temos um combate de Divas a seguir que pegando naquilo que disse atrás quando falava do Night of Champions, espero bem que unifiquem os títulos, era o melhor para todos, especialmente se quiserem gastar os cartuchos Natalya, Tamina e Serena mais tarde.
Melina ganhou só para dizerem: “Hey, temos aqui uma campeã conhecida, vejam a divisão feminina que é interessante!”, esta ideia está a ser tão forçada que o Michael Cole refere-se à Melina como uma das melhores de todos os tempos. Sai um grande LOL.
Big Show vs. Straight-Edge Society apenas porque CM Punk está ainda a recuperar de lesão e ver o gigante contra os outros dois não vende. Contudo, também tem servido para dar um “teaser” do desmembramento da SES, algo que até já a WWE Magazine faz referência. Não está muito longe o fim não. Neste momento, o homem de Chicago está a precisar de uma vitória importante porque anda a ser muito mal vendido ultimamente.
A WWE pensa e pensa nas coisas e quer aproveitar o gigante “pop” que Randy Orton tem todas as semanas e todo o impacto que está a ter, de tal forma que é um dos homens do momento, e dá-lhe este tipo de combates importantes. No entanto, ao mesmo tempo quer consolidar Sheamus e não lhe quiseram tirar o Titulo da WWE já, portanto o resultado só podia ser este, mas não deixa de ser pena um final destes acontecer num PPV como o SummerSlam. Pergunto-me se Triple H tivesse voltado como previsto, teria ele vencido o cinto? Pois, é difícil imaginar que não, no entanto não precisa mais dele que o RKO, portanto, na minha opinião podiam ter arriscado um pouco mais.
Há dois anos, o Kane vs. Rey Mysterio era dos combates mais fracos do “mid-card” em PPV’s secundários, no SummerSlam um dos combates principais, e a única melhoria foi um caixão ao lado do ringue para tentar dar alguma emoção à contenda, daí ter sido algo superior. Sobre a “feud” Undertaker vs. Kane e aquilo que espero para ela, já referi lá mais atrás.
Confesso que como fã de wrestling, já mesmo há muito tempo não esperava tão ansiosamente um combate como este, e tendo em conta que a minha paixão pela modalidade até sofreu um período de decadência, isto é um enorme elogio à forma como a WWE tem trabalhado o “angle”.
Para mim, o combate foi muito bem trabalhado, excluindo dois pormenores:
Já toda a gente percebeu que Bret Hart não pode “bumpar” nem estar sujeito a certo tipo de golpes, e eu cedo me lembrei disso e fiz a mim próprio a pergunta: “como seria ele eliminado?” Vieram-me duas respostas à cabeça: ou sofria um golpe baixo, caía lentamente e sofria o “pin” ou então era desqualificado. Mas o pormenor aqui é que Bret Hart foi vendido durante as semanas anteriores ao evento como alguém experiente que vinha para a equipa para tentar controlar as emoções de outros seis homens com egos enormes que não estão habituados a trabalhar em conjunto. Ora bem, o tal membro experiente é o primeiro a fazer merda! Belo “booking” sim senhor!
O segundo pormenor foram os últimos momentos do combate em que Cena é sovado, sofre um “DDT” no cimento e de repente consegue ir buscar velocidade para se safar muito rapidamente de um “450º Splash” de Justin Gabriel e força para apertar bem o “STF” em Wade Barrett. Confesso que gosto muito do Cena, mas que no passado domingo vieram-me os primeiros sinais de cansaço do “Super Man”, sobretudo porque o Barrett, que devia ser vendido como um legítimo candidato ao Titulo da WWE no futuro e o melhor (a grande distância) dos Nexus, foi eliminado em pouquíssimo tempo, quando podia estar pelo menos um ou dois minutos a sovar o Cena. De resto, nada a apontar, grande combate com grande história!
Despedimento de Homicide
Muito talentoso é verdade, mas sem espaço na TNA, por isso, achei muito bem a sua demissão, e espero que a companhia comece a cortar com quem não tem planos, porque cada vez há um “roster-base” para aparecer na TV mais organizado e quem não tem espaço, tem de ter a porta da saída bem à vista.
A X-Division embora não tenha tido muitos “title matches” recentemente, tem estado bem servida de campeão e de “contenders”, e há umas semanas houve um “teaser” de que Jay Lethal poderia entrar na corrida, a ver vamos.
Quanto ao seu destino, provavelmente a ROH e talvez um regresso a Orlando para os LAX assim não tão longínquo como parece.

Estreia de Alberto Del Rio
Para fechar esta edição, tenho de falar do “hombre” que anda nas bocas do Mundo, Alberto Del Rio.
Fiquei muito agradado com a sua estreia, tanto em termos de desempenho pessoal, personagem que vem acrescentar algo à WWE e o “booking” por trás.
Há uns tempos fiz um artigo no AWP em que a primeira impressão é sempre a mais importante e há que marcar logo um impacto, e Del Rio tem vindo a ser muito bem promovido, e para criar “heat” foi metido numa intriga com Rey Mysterio, um dos mais populares “top faces” da companhia. Há quem diga que a sua vitória por submissão foi exagerada, mas vamos ver os factos, ele é o homem de quem toda a gente agora fala não é verdade? Será que isso teria acontecido se lhe dessem o mesmo “booking” que quase todos os debutantes e pô-lo a vencer um “jobber local”? Claro que não! A WWE vê um grande potencial nele, tem de criar uma interacção entre ele e o público, só assim é que o pode conseguir, gostei de todos os pormenores da sua estreia, apesar de em termos “in ring” ainda não me tenha convencido totalmente.
Também é preciso fazer a pergunta: Onde anda o Rey Mysterio que o ano passado recusou fazer um “job” para o Dolph Ziggler?
Por hoje fico-me por aqui, espero que continuem a comentar porque foi para desfrutar da interacção com os leitores que escolhi este blogue!
Peço para que coloquem em cima da mesa temas sobre os quais gostariam de ler a minha opinião, é algo que se pode tornar bem divertido e que pode acabar sempre num agradável debate.