O Wrestling em Revista (XVI)
Mais uma vez, agradeço o feedback, que tanto os leitores e comentadores do Wrestling Noticias como do Portal da Luta Livre deixaram na caixa de comentários. Espero que continuem, não se esqueçam de lançar temas e colocar questões!
Respostas aos comentários dos leitores
GraveHeart (WN): Achas que os Immortal durarão muito? Ou será que a Dixie Carter irá arranjar forma (nomeadamente um grupo da sua confiança) para destronar Hogan e companhia?
DARKfm (WN): Achas que existe facções (ou stables) a mais na TNA?! No Turning Point (isto contando com o facto que a algum tempo que não acompanho esta companhia), tinha EV 2.0, Fortune, Pope's Congregation, os Immortals...
Ficas-te surpreso quando aquilo do "10.10.10" seria aquela formação ou estavas a espera de outra coisa?
Penso que talvez estejam a apontar para o fim dos Immortal lá para o Lockdown, mas não sei, creio que um grupo para ter sucesso tem de ter alguma longevidade, os Four Horsemen, os Evolution ou os DX não duraram apenas meses. O problema na TNA é as coisas às vezes surgirem rapidamente e do nada, e daí ser difícil de prever. Espero que a TNA faça isto passo-a-passo, a dar vantagem inicial aos Immortal que parecem unidos, mas depois, fazer com que alguns lutadores contra o regime esqueçam as diferenças e se unam, casos de The Pope, Samoa Joe e Matt Morgan, com ou sem pedido de Dixie Carter. Era também bem construído, e fazia todo o sentido, que AJ Styles começasse a ver que o regime não o beneficia e passava para o outro lado da barricada. Começo a ver que há matéria-prima para se fazer uma dos melhores “angles” de sempre da TNA, a ver vamos.
Se fiquei surpreso com o que aconteceu a 10.10.10? Confesso que já tinha lido alguns boatos e por isso não me chocou muito.
Anónimo (WN): Li recentemente que o Eric Bischoff achava que a “storyline” dos Nexus era "Aborrecido como tudo!". Eu acho que a storyline dos Nexus é muito melhor com o que ele anda a fazer na TNA. O que achas?
É aborrecido? Eu acho que se pode dividir a qualidade dos Monday Night Raw de 2010 em “antes” e “depois” dos Nexus, tem sido a lufada de ar fresco que a WWE precisava, é um grupo que surgiu com todo o sentido, que quer dominar a companhia e que embora não tenha a vivacidade que tinha até ao SummerSlam, tem sido refrescado com saídas, adições, novas “feuds” e conquistas de títulos. A verdade é que foi uma “storyline” que a nível do sentido que tem foi perfeita ou quase perfeita, enquanto a de Eric Bischoff na TNA, temos um lutador que não precisa da “stable” para ser campeão mundial, um monstro que não precisa do regime para dominar, dois “turns” do The Pope no espaço de um mês praticamente e vários atestados de estupidez passados aos fãs (ver aquilo que o Wolve disse e com toda a razão acerca da Pope Congregation no Turning Point), no entanto sim, tem sido entretida até. Mas pergunto-me: é melhor ser credível ou entretida? Se calhar é melhor ser credível.
Karolas (WN): Achas que a WWE devia adoptar novamente a politica de one brand PPV, ou seja, primeiro PPV só o roster da Raw, no PPV seguinte só o da Smackdown e continuando.
Confesso que a nível de desenvolvimento de “storylines” e até mesmo de qualidade dos “shows”, PPV’s de uma só “brand” era o ideal, no entanto, a prioridade da WWE é o dinheiro e PPV’s multibrand geram mais dinheiro, sobretudo porque o “star power” já foi bem maior para se fazer tudo só com uma “brand”, já imaginaram na quantidade de enche-chouriços que teriam de se fazer?
Anónimo (WN): Achas que é a WWE quem controla o mercado do wrestling? Ou seja por exemplo aquilo que se vê no wrestling são eles que controlam. Se a TNA imagina resolve ir para o PG e a WWE muda por exemplo para a lucha libre. As pessoas vão preferir a lucha libre porque é a WWE que dá, do que o PG da TNA
De certa forma sim, mas não num caso tão extremo como tu referes. A WWE esteve (e de certa forma ainda está) sozinha no mercado durante muito tempo, por muita gente não é vista como a principal companhia de wrestling no planeta mas sim como A COMPANHIA. A WWE quando muda o seu produto, não o faz radicalmente, tanto que antes não tínhamos linguagem obscena a torto e a direito e litros de sangue a escorrer das testas dos lutadores para no dia seguinte não termos nada disso, foi um processo conduzido desde o final da Atittude Era e que culminou em 2008/2009. O público já está habituado a acompanhar a WWE há anos e sem ter uma outra companhia que suscitasse interesse, se as estrelas se mantiverem, a WWE pode mudar que terá muitos mais seguidores à mesma, a WWE é a definição de wrestling que muitos fãs têm, para muitos, algo que não seja assim, não é a mesma coisa, e mesmo que a copiem, serão sempre uma cópia. O que pode alterar tudo é surgir uma moda nova, mas para ser uma moda nova, tem de ser muito diferente daquilo que a WWE nos mostra, e isso pode não ser garantido como bom.
Santino Amarela (PLL): Percebo que quando Justin Gabriel, RVD, Evan Bourne vão realizar seus respectivos finishers assim que fazem o Splash levam a mão à barriga aparentando sentir muita dor (principalmente Evan Bourne), isso é alguma coisa que saiu errado ou não.
Se deres uma cabeçada em alguém, quem a sofre até pode ficar mais aleijado, mas como é osso em contacto com osso, tu também ficas. Nesses “moves”, e embora isso propriamente não aconteça porque é usada uma certa protecção, o golpe é vendido por um contacto de costelas com costelas, ou seja, osso com osso, e quem faz o golpe de certa forma também tem de vender o mesmo.

RildoJr (PLL): (…) Mas então eu lhe pergunto, quem você acha que perdeu mais Hardy ou Christian? Joe ou Punk?
Eu acho que vocês compreendem mal o que eu escrevo, eu não disse que o Jeff Hardy era mal aproveitado na WWE, aliás, eu neste momento acho-o um dos lutadores mais “overrated” de todo o “business”. Aquilo que eu disse foi que o Jeff saiu da WWE com um grande estatuto, como sendo um herói, e a TNA não soube dar continuidade àquilo que a WWE estava a fazer com a personagem dele, isso poderia atrair logo mais fãs dele à TNA e continuar a onda de vendas extraordinária que ele estava a ter, mas isso não foi possível, porque a TNA não o soube/quis fazer, mas também devido à atitude algo desleixada do “Charismatic Enigma”, tanto no ringue como em manter a forma física e também, claro, a uma falta de “timing” devido aos processos judiciais que o afectaram.
A situação de Christian é diferente, hey, eu gosto imenso dele, mas ele já caminha para velho, ele nunca teve um grande “look”, foi sempre algo franzino, e agora com certeza não caminhará para um melhor, seria uma má aposta a longo-prazo, e mesmo assim dominou a ECW durante muito tempo. Eu gostava de o ver a trabalhar com mais prestígio em jogo sim, no entanto, compreende-se a posição que ele ocupa, ele neste momento não precisa de títulos secundários para ser visto como mais credível, ele teve ouro à sua cintura vezes e vezes sem conta, numa semana tanto pode perder para um Dolph Ziggler que parece normal, como na semana seguinte vencer um Chris Jericho que não deixa de ser normal. Ele estava envolvido com o Alberto Del Rio antes de se ter lesionado, e isso não era mal aproveitamento, o mexicano está numa excelente posição no “card”. A utilização do Christian tem de ser essa mesma, ser carne para canhão, há falta de “star power” e quem tem mais de 35 anos e nunca foi “Main-Eventer”, não é agora tem de levar um “push”, o que é preciso é ajudar lutadores mais jovens a tornarem-se estrelas, por isso, acho que ele está a ter um aproveitamento muito útil.
Quanto à comparação Samoa Joe/CM Punk, sim, não tenho dúvidas, a situação mais critica é de Punk que em termos físicos e de interacção com os fãs estava no topo da carreira e assim do nada desce imenso de importância, ficando até perdido, para mim é o lutador mais “underrated” da WWE, e embora não imaginasse coisas extraordinárias para ele na Raw, esperava melhorias significativas. O Samoa Joe também é “underrated”, mas diga-se de passagem que de 2005 para cá está mais desleixado tanto em termos técnicos, como na sua forma física, está muito mais gordo, lento e menos ágil. Talvez uma mudança de ares lhe fizesse bem…
Lucas_Yuri (PLL): Quem você acha que poderia ser “o cara” da Smackdown daqui a uns dois ou três anos (já que Undertaker e Kane não lutarão para sempre, e Edge disse que não quer renovar o contrato)?
Há algo que se faz todos os anos chamado “Draft” que agita sempre as coisas, é difícil falar na WWE em termos gerais quanto mais na Smackdown que é a “B Brand”.
Deadman (PLL): Desde a “saída” de Bret Hart do comando do RAW, que esta brand adoptou um GM misterioso. Já se especularam vários possíveis GM’s. Até Triple H foi lembrado como possível GM.
Acho que a WWE não definiu ainda quem é o tal GM devido ao fato de esperar por Batista. Já que este já deu sinais que o mundo do MMA não era bem o que ele esperava e estava propenso ao retorno ao pro wrestling.
Sendo Batista o misterioso GM. A WWE daria sequência à feud Cena vs Batista. Já que é notório a “implicância” do GM com Cena.
Agora, me fale você. O que acha deste assunto? Batista seria uma boa opção para ser o líder do Nexus futuramente?
Deixa o Batista de lado, não será ele certamente, não faz sentido nenhum. Eu acho que o GM e o líder dos Nexus deverão ser a mesma pessoa, no entanto, eu espero muito sinceramente que não se trate de um lutador que como líder possa ofuscar a restante “stable”, mas mais de um “non-wrestler” que sirva mais como conselheiro e ajudar a que os Nexus tenham tudo aquilo que desejam, no fundo, até faz sentido, porque se fosse um lutador, porque haveria de Wade Barrett estar a lutar pelo título mais prestigiado da companhia em vez desse líder?
Espero que não seja no entanto o Michael Cole, naquele Cutting Edge o GM falou com aquela voz distorcida enquanto o Cole estava calado na mesa de comentários, se for ele, vai dar trapalhice.
Alguns leitores pediram-me para dar a minha opinião sobre a situação de alguns lutadores ou o que eu achava deles, em vez de colocar aqui todas as perguntas e tornar isto um “post”muito maior, decidi inovar e dar a minha opinião sobre cada um deles de uma só vez e por ordem alfabética.
Bernardo Barreiros: É um lutador jovem, com potencial mas ainda com muito para evoluir. Quando conseguir ter mais maturidade no ringue vai ser certamente uma das personagens mais interessantes do wrestling português. Pode vir a ser o nosso Hernandez.
Hugo Santos: Gosto muito de o ver no ringue, ele gosta de ser técnico, gosta de aplicar submissões, comparações à parte, ele é uma inspiração em Chris Benoit e embora ainda tenha muito para evoluir, creio que com mais anos de experiência e quem sabe com treinos em algumas das melhores academias do planeta possa adquirir conhecimentos para ser dos melhores portugueses e quem sabe ter uma aventura lá fora.
Ricky: Acima de tudo um grande “entertainer” e uma personagem interessante no wrestling nacional, não é dos meus preferidos mas é muito bom e tem feito um excelente trabalho. É uma das nossas promessas.
Salvador: Tem calado muitas bocas, tem uma personagem algo interessante e tem um potencial enorme, é uma das nossas promessas igualmente.
Triple H: Faria sentido regressar no Survivor Series, no King Of The Ring ou no Royal Rumble? Cada vez me apercebo que no Survivor Series é capaz de ser muito cedo, gostava de o ver a trabalhar com o Sheamus mas vejo-o ocupado com o Morrison, no King Of The Ring nunca seria para participar (e muito menos vencer) no torneio, mas se fosse apenas para regressar poderia ofuscar o vencedor do mesmo. Já no Royal Rumble, era interessante vê-lo a regressar, todos nós pensarmos que se ía repetir aquilo que se passou em 2008 e 2010 com regressos vitoriosos de Cena e Edge, mas haver alguém a estragar a festa e a eliminá-lo lá para o fim da contenda.

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Jeff Hardy vs. Matt Morgan: Tal como se previa, Jeff Hardy reteve o título, adoptando uma postura como “heel” que até merece um elogio da minha parte. Foi o concluir de um “heel PPV”, mas que fez sentido que assim fosse. Quem acabou de ver o PPV deve ter percebido que foi mais um Exclamation Point do que um Turning Point.
Jeff Jarrett vs. Samoa Joe: Curioso que o velho do Jarrett andava desaparecido e que agora parece ter voltado em grande, no entanto, espero que a história não acabe assim, quero ver um Samoa Joe ainda mais raivoso a dar a volta por cima.
Abyss vs. Pope: Mais uma derrota para um dos potenciais membros da futura “stable” que fará frente ao “regime” de Bischoff, Hogan e Flair. Espero que estejam a dar a derrota a esta gente toda porque faz sentido eles começar a unir forças para darem luta aos Immortal, qualquer coisa que não seja isso é um fracasso.
Fortune vs. EV2: Depois do insucesso do Bound For Glory e de se saber que alguns contratos dos EV2 eram a curto-prazo, já se esperava a vitória dos Fortune, que parecem agora mais poderosos.
RVD vs. Dreamer: Não percebi como é que um combate iria provar amizade ou falta dela por parte de Dreamer, e depois do mesmo terminar, continuei sem perceber, terei visto o mesmo que toda a gente?
MCMG vs. Team 3D: Curiosamente, os MCMG não tiveram tão rápidos e espectaculares como de costume, embora o tenham estado, acho que os fãs talvez esperassem mais, e acho que isso se deveu a alguns factores como a sua postura mais “heel” na contenda, em termos cardiovasculares a Team 3D não os poder sequer morder-lhes os calcanhares e deixar a equipa que se retirava brilhar. Mas foi um bom combate até, boa passagem de testemunho.
Tara vs. Mickie: Não percebi, juro que não percebi, neste PPV só dois combates acabaram com vitórias de “faces”, e se formos a ver, foram vitórias frente a “faces”, fazia sentido dar uma alegria aos fãs, e apesar de ter sido dos melhores combates femininos deste ano, era exigido um final melhor.
Robbie E vs. Jay Lethal: Robbie E fez aquilo a que se chama “chegar, ver e vencer”. Sinceramente, ainda não vi muito dele mas parece que foi já alvo de uma aposta, teve a sorte de ter um bom “booking” que o protegeu e deu-lhe logo um título. A “gimmick” não promete muito, a ver vamos. Agora tenham atenção, não queimem o Lethal.
Randy Orton vs. Wade Barrett: O combate mais esperado e promovido da noite, e não tanto por aquilo que vai acontecer a Randy Orton ou Wade Barrett, mas sim a John Cena, que é o árbitro deste combate e tem aqui a sua carreira em jogo. Acho mal estarem a dar a entender que a vitória de Orton é uma certeza e que Barrett só vencerá se Cena o ajudar, porque não foi colocado o cenário de uma vitória limpa do britânico, se calhar, quem sabe, até porque é isso que irá acontecer.
LayCool vs. Natalya: Três derrotas seguidas em PPV é estarem a queimar a Natalya, mas depois do trabalho que têm feito em credibilizarem as LayCool, fazê-las perder as duas como uma unidade pode ser um erro, a não ser que essa derrota surja a partir de alguma tensão entre as duas que possa levar a que a aliança se quebre. Vou acender uma vela por Natalya.
Kane vs. Edge: Não faz sentido nenhum o Kane vir de uma “feud” onde dominou Undertaker para perder o título logo no primeiro combate frente a Edge, não, é preciso fazê-lo vencer isto, dê por onde der. O canadiano está a recuperar a boa forma e está a interagir bem com os fãs, fica para o TLC o 10º reinado.
Crítica sobre a utilização do WWE Superstars
Nem sempre na Raw há espaço para toda a gente, e na Raw a seguir ao Bragging Rights alguns senhores que lutaram no PPV não apareceram sequer, falo de Ted DiBiase, Goldust e Ezekiel Jackson, e podiam aproveitar para continuar certas histórias no WWE Superstars, mas não, não o fazem, e depois tudo cai no esquecimento. Preferem fazer nesse “show” combates sem história, muitas vezes entre “jobbers”, que ninguém quer ver, e assim, a hora que podiam muito bem servir para complemento do Monday Night Raw ou do Friday Night Smackdown, é uma hora de enche-chouriços, com acontecimentos desinteressantes e com uma audiência paupérrima. Está na altura de utilizar esse programa como deve ser, algo que é do interesse dos dirigentes da WWE e até dos fãs, mesmo dos portugueses, visto que ao que parece o Superstars vai dar na Sporttv.
Vai ser interessante uma Raw dedicada àqueles que ajudaram a companhia e mesmo a própria indústria a tornarem-se no que elas são actualmente, pena não constar na lista de presenças os maiores nomes como Hulk Hogan, Ric Flair, Shawn Michaels, Undertaker e até mesmo os não tão “Old School” Steve Austin e The Rock, nomes como Ted DiBiase, Dusty Rhodes ou Roddy Piper parecem não fazer tanto impacto, tanto por não serem nomes tão sonantes, mas também por serem algo usuais as suas aparições na WWE nos últimos anos.
Acho que vão conseguir fazer algo interessante, e pode ser o ponto de partida para alguma “feud” a culminar na Wrestlemania quem sabe, será também uma experiência para averiguar o peso que tem a presença de tais lendas na Raw para o “rating”. Se correr bem, podem ser mais habituais.
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Por hoje fico-me por aqui, espero que continuem a comentar porque foi para desfrutar da interacção com os leitores que escolhi este blogue!
Peço para que coloquem em cima da mesa temas sobre os quais gostariam de ler a minha opinião, é algo que se pode tornar bem divertido e que pode acabar sempre num agradável debate.