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Reflexões Partilhados - Mais um ano passou

Estamos mesmo muito perto do final do ano de 2010, e já se ouve 2011 a bater à porta. Como é habitual, esta é a altura para balanços, sejam eles desportivos, políticos, financeiros ou qualquer outra natureza. Isso é ver e ler por ai nos jornais, revistas, blogs, etc., textos sobre o ano que está a acabar. O WN e eu não sou excepção, e quero apontar alguns dos melhores e piores momentos do ano de 2010.

Pessoalmente não me foi fácil chegar a conclusões, dado ter sido o ano que menos e pior acompanhei wrestling. A coisa anda tão em baixo, por falta de tempo, outras prioridades a alguma motivação pessoal, que estou a ponderar a retirada destas lides, mas isso é outra conversa que ficará para mais tarde, avançando para o que interessa e o que me levou a escrever este texto.

O momento alto de 2010, e aquele que irá marcar por diversos anos qualquer fã de wrestling, foi a retirada de Shawn Michaels. Após mais de 25 anos ao mais alto nível (com interrupções por lesões, algumas mais graves que outras), HBK retirou-se do ringue num momento que ficará como o ponto mais alto de 2010. Aquele que foi para muitos o melhor, para muitos mais um dos melhores, teve uma despedida como a carreira, em grande. Michaels marcou uma era do pro wrestling moderno, poderá não ter sido o melhor executante técnico de sempre, mais foi sem sombra de dúvida o melhor "performance" de todos os tempos. Não é fácil estar ao mais alto nível durante mais de 20 anos, sempre em alta rotação, sempre a dar espectáculo, sempre na linha da frente, e num mundo como o pro wrestling, isso é ainda mais difícil, e HBK conseguiu-o e com brilhantismo. Poderá ter tido momentos menos bom na carreira, em especial no seu início, poderá ter sido em tempos, ou ser mesmo uma víbora de bastidores, mas Michaels para a maioria dos fãs será sempre aquele que recebeu dez prémios para combate do ano pela PWI, onze Slammy Award em diversas categorias, dois 5 Star Match pelo Wrestling Observer pelos dois primeiros combates temáticos, Ladder Match e Hell in a Cell respectivamente, assim como inúmeros outros prémios e títulos individuais e colectivos. Muito obrigado Michaels, ele teve o momento do ano.

Outro grande momento, mas um pouco aquém daquilo que era esperado, foi o regresso de Bret Hart à programação WWE. Algo que seria impensável à tão pouco. Não foi marcante nem brilhante, mas para um fã de wrestling dos anos 90 foi um momento emocionante.

Quanto a melhores wrestlers, tenho de referir quatro executantes como os melhores do ano, dois da WWE e dois da TNA. Da parte da WWE indico como os melhores de 2010 o incontornável John Cena e Randy Orton (com menções honrosas para Jericho, Rey e para o salto qualitativo de Miz e o aparecimento de Bryan). Neste momento Cena e Orton são os principais rostos da WWE e verdadeiros "veteranos" no meio da tanta gente nova. Com as saídas de HBK, Jericho, Batista e Jeff Hardy (09) (estes dois um pouco pelas portas do fundo) e a intermitência (com os devidos problemas físicos) de HHH, Undertaker e Edge, a empresa viu-se obrigada a apostar em novos elementos, alguns com muito pouca experiência ao alto nível como Sheamus e Wade Barrett, com Cena e Orton a assumirem o papel de veteranos e carregarem o principal programa da WWE quase ás costas. Um grande ano de ambos. Da TNA destaco Kurt Angle e AJ Styles. Este podia ter sido o ano de Styles, que foi somente coroado com o prémio de melhor wrestler pela PWI na sua habitual lista anual, mas foi prejudicado pela empresa onde trabalha, não o deixando dar o passo final para a afirmação como um dos melhores da actualidade. Podia ter sido um ano inesquecível, mas não o deixaram, no entanto como a culpa não foi propriamente sua, Styles merece na mesma ter a honra de ser considerado dos melhores, assim como Kurt Angle. O veterano campeão olímpico não consegue estar mal, e este ano de 2010 Angle foi TNA. A máquina de wrestling está em praticamente todos os melhores combates que foram dados pela TNA, e isso diz tudo. Quando chamado a intervir esteve quase sempre bem, e por vezes brilhante. O combate do Lockdown contra Anderson mostrou um Angle como à algum tempo não se via. Mais um que se as coisas não correram de melhor para os lados de Orlando, as culpas não são suas.

Quanto a piores momentos ou flops do ano, na WWE atribuo-o três medalhas de entre vários momentos/coisas menos bons ou negativos, duas pelo que se passou directa (na RAW e Smackdown) e outra indirectamente na sua programação. Os Nexus, merecem uma dessas medalhas. Um início forte, com impacto, e depois num balanço final podemos constatar que foram uns Spirit Squad com mais tempo de antena, salvando-se Wade Barrett. A rivalidade Kane/Undertaker (e depois Kane/Edge), com cheiro a mofo, retirada do fundo da arca, colocou frente a frente dois veteranos, com pouco para dar em ringue, numa história que acabou como estava, enterrada. Tiveram uma rivalidade interessante noutros tempos, com outras condições, mas que não se enquadrava na actual forma de ambos, assim como no actual panorama WWE. A outra medalha vai para a candidatura falhada de Linda ao Senado, com as consequências directas e indirectas na programação WWE, com a aposta na programação PG a ter forte influência na imagem a passar para o exterior. Foram muitos milhões, e muito desespero na recta final, para nada. Um grande flop dos McMahon.

Na TNA o maior flop e que ficará a marcar 2010, foi o insucesso na forte aposta das Monday Night War. Não trouxe nada de novo a ninguém, antes pelo contrário, ambos os programas, RAW e iMPACT perderam espectadores, com a aposta a sair muito cara para a TNA, fase aos custos (financeiros e humanos) empregues. O flop do ano para a TNA e para o wrestlig de alto nível. A TNA sai desta 2010 a necessitar de se reorganizar e reencontrar-se. O ano para si foi mau, com consequências ainda imprevisíveis, dado o forte investimento para tão pouco retorno, por isso 2011 tem de ser mesmo um ano para a TNA repensar estratégias, definir aquilo que quer e que quota de mercado quer. A WWE já o fez, bem ou mal, fica ao critério da cada um, mas a aposta PG veio para ficar, a TNA tem de definir aquilo que realmente quer, e já é tempo disso.

Os irmãos Hardy, Matt e Jeff não são esquecidos deste destaque negativo. Jeff entrou mesmo em 2009 (puxando o review um pouco mais atrás) como Campeão da WWE, conquistando ainda por duas vezes o WHC durante o restante tempo que esteve na companhia, já com a despedida anunciada. Apesar disso teve uma boa rivalidade com CM Punk até ao último dia. Com o regresso à WWE, Jeff aparentemente havia removido da sua vida todos os fantasmas do passado, ao ponto de ser aposta da empresa para Main Event, para figura da empresa. Já Matt nunca atingiu o mesmo estatuto do irmão, e nos últimos tempo havia entrado num espiral de auto destruição no interior da empresa de Vince, apresentando uma péssima forma física, assim como um profissionalismo um tanto ou quanto duvidoso. O despedimento não foi nenhuma surpresa. Matt começou a sua guerra on-line, que simplesmente não o tem levado a lado nenhuma, sem ser o despedimento, já Jeff nos últimos tempos, apesar do destaque na TNA, mostra que os fantasmas do passado continuam bem activos, mostrando graves sinais de uma vida decadente. Desta forma, os dois irmão levam um selo negativo em 2010.



Uma última palavra para o blog. O WN teve neste ano de 2010 um dos melhores, senão o seu melhor ano. Com uma programação diversificada e constante, actualizado todos os dias como textos, crónicas, vídeos, entre tantos outros artigos, mostrou estar a um nível que nenhum outro blog/site conseguiu estar durante todo o ano. As visitas foram um reflexo do mesmo e 2010 foi o melhor ano de todos apesar da crise de militância que o wrestling atravessa em Portugal. Por isso todos estão todos de parabéns, e em especial o Wolve. Pessoalmente estou a repensar o meu espaço neste projecto que fundei. Mas isso fica para outra ocasião.
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