Back To The Basics Mk. 2 - II - A nova vaga de lutadores
Saudações Fundertakerianas e sejam bem-vindos ao 2º “episódio” da 2ª “temporada” do Back To The Basics. Duas semanas passaram desde a última vez e, fazendo jus ao cliché, “quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam na mesma”. Assim, terão de levar com um novo texto meu que não irá falar sobre nenhum verdadeiro assunto relacionado com o que tem vindo a acontecer no mundo do wrestling profissional! Hooray!.....
Quando as botas que se calçam são 2 tamanhos acima…
Algo que se tem visto muito ultimamente no mundo do wrestling profissional é a enorme vaga de novos lutadores que têm aparecido, quer na WWE, TNA, no Japão (fora a NOAH, yeah…), etc. e que se têm feito notar. Não, não são os “Ortons”, “Cenas” ou “Styleses” mas antes os “Swaggers”, “McIntyres” e afins que tiveram o seu primeiro break ou push “maiorzito” nos últimos 2/3 anos. O pessoal pode gostar deles, pode não gostar, pode ser indiferente, mas eles estão (ou pelo menos assim se espera) para ficar durante vários anos e revezar esta geração de lutadores que, não estando à altura da anterior no que diz respeito a níveis de popularidade e negócio (em algumas áreas), fez o melhor do “pouco que tinha”.
E digo isto considerando e muito o facto de a maioria da geração anterior não ter dado muito asas a que esta geração pudesse “voar”. A maioria das estrelas da geração das Monday Night Wars abandonou (temporariamente) a modalidade e quando regressavam o interesse era mais próprio (fosse dinheiro, popularidade extra, etc.) que em criar condições para que a actual geração brilhasse, trabalhando maioritariamente uns com os outros ao invés com os mais jovens e ajudá-los a tornarem-se estrelas no processo. Aliás, talvez os que mais o fizeram foram aqueles que já pertenciam a gerações anteriores e ajudaram a geração das MNW a chegar ao topo (estou a falar de nomes como Mick Foley e Ric Flair, por exemplo). Aliás, é quase uma situação análoga ao que se passou há já muitos anos atrás com a “New Generation” (Bret Hart, Shawn Michaels, Undertaker, Sid Viscious, etc.) quando sucedeu à geração da “Época Dourada” (Hulk Hogan, Randy Savage, Ultimate Warrior, etc.), pois falhou em gerar o mesmo tipo de dinheiro e popularidade pela falta de trabalho com as principais estrelas da geração anterior. Por conseguinte, é bastante importante salientar que os lutadores destas gerações “falhadas” têm maior tendência a trabalhar com os novos talentos da geração seguinte e ajudar a fazer deles o melhor possível para os tornar estrelas (ou seja, é bastante provável que vejamos mais do Cena, Orton, Rey Mysterio (talvez este não…) a trabalharem com os mais jovens de forma a podê-los tornar em estrelas do que o que o The Rock ou o Stone Cold alguma vez fizeram). Isto, claro, encaixa perfeitamente na teoria dos “ciclos de popularidade” do wrestling profissional que, segundo a dita teoria, alterna entre altos e baixos após alguns anos de um deles (isto por sua vez encaixa na teoria da “renovação da base de fãs” e por aí adiante. Quem quiser fazer uma tese de mestrado ou doutoramento sobre isto (era bom, não era?), tem definitivamente pano para mangas).
Ainda assim, muita da “culpa” desta “falha” entre gerações de lutadores advém também do factor expectativa. Afinal de contas, quem via wrestling em 2000, 2001 certamente estava acostumado aos seus Rocks e Stone Colds e esperava que os lutadores que se lhes sucedessem fossem igualmente carismáticos ou com personalidades relativamente semelhantes ao que era norma na altura, da mesma maneira que as companhias esperam que os resultados apresentados em termos de lucros fossem semelhantes. O mais próximo que os primeiros tiveram disso foi o Brock Lesnar, que saiu poucos anos depois e, fora as vendas de merchandising e venda de bilhetes em algumas companhias, o negócio não acompanha os padrões anteriores. E é por isso, caros leitores, que temos sempre inúmeras figuras do passado recente a voltarem às nossas televisões (ou monitores) para servirem como solução de curto prazo para o aumento do volume de negócios e para chamar os fãs que entretanto deixaram de acompanhar a modalidade (SWERVE! Estou a falar de um assunto da actualidade do pro-wrestling! Take that Vini Ru!).
O factor expectativa é duplamente maior no que diz respeito a lutadores cujos progenitores são antigos lutadores com sucesso e que deixaram a sua marca no mundo do pro-wrestling. Especialmente quando estes lutadores não se conseguem distanciar do legado que os seus pais deixaram e quase que necessitam dele para continuarem a ser minimamente relevantes. Assim, e se os manos Rhodes já encontraram o seu nicho (e no caso do Cody algo que pode mesmo catapultá-lo para um nível superior) e uns tais de Rocky Maivia e Randall Keith Orton comeram os legados do pai e avô ao pequeno-almoço e não ficaram satisfeitos, temos um dos manos DiBiase (ainda não vi o Brett em acção, pelo que ainda precisa de ser testado), DH Smith, Husky Harris (nem tanto como os outros, mas o seu desaparecimento dá azo a que fique aqui), Michael McGuilicutty entre outros que me possam estar a escapar agora andam perdidos e agarrados ao legado das suas famílias sem saber para onde se virar. Não quero dizer com isto que eles sejam ou maus wrestlers ou maus entertainers (aliás, fora o Pogo the Clown não conheço nenhum wrestler realmente mau), simplesmente que não têm nada que os faça sobressair sobre o legado da sua família ou dos seus colegas nas respectivas companhias. Muitas vezes uma simples mudança na personagem é o suficiente para que um lutador encontre o sucesso que não conseguia obter de outra forma. Bem, isso e ter uma push sustentada (porque, e já o disse várias vezes, brincar ao yo-yo com o push destes jovens normalmente não leva a bons resultados).
Mas isto é a perspectiva mais “norte-americana” da coisa. E o resto do mundo? Bem, falando sobretudo dos outros dois “grandes países” do wrestling mundial (Japão e México) estas transições são normalmente feitas mais gradualmente e com melhores resultados que nos EUA. No Japão, especialmente, as gerações têm se revezado bem, com apenas uma geração realmente “falhada” (a geração que inclui os lutadores que se estrearam entre 90 e 94 e que tomou as rédeas no virar de século), visto as anteriores terem sido acompanhadas de sucessos cada vez maiores em relação à anterior (e mesmo essa falhou maioritariamente por factores externos, como o apogeu das MMA no país e consequente desmistificação dos wrestlers como os melhores lutadores). Por acaso é raro no Japão haver lutadores filhos de antigos lutadores da modalidade, lembrando-me assim de repente apenas de 3: Mitsuo Momota, filho do “avô do Puroresu” Rikidozan (que nunca foi uma estrela por aí além); Katsuyori Shibata, filho de Katsushisa Shibata um dos lutadores que fez parte do inicio da New Japan Pro Wrestling (era tido como um dos grandes nomes de futuro no wrestling japonês. Agora anda a levar no coiro de figuras menores do mundo das MMA); Daichi Hashimoto (na foto), filho de Shinya Hashimoto, provavelmente o wrestler japonês mais famoso dos anos 90 (acaba de se estrear, mas tem bastante hype em seu torno, sendo alvo de bastante e importante cobertura em termos de media). Já no México, a transição entre gerações é ainda mais gradual, com veteranos e novatos a coexistirem nos espectáculos mas sempre com uma ou duas grandes estrelas no topo que geram a popularidade e receitas que as empresas necessitam para continuar, sendo que geralmente essas estrelas fazem parte de famílias que já há muito estão ligadas ao mundo do wrestling, conseguindo quase sempre criar o seu próprio legado, mesmo com o nome mais conhecido da família (como é o caso de El Santo e El hijo del Santo, ou os Casas (pai Pepe Casas e filhos Negro Casas, El Felino e Heavy Metal)).
Num registo já extra-wrestling, gostava de deixar aqui escrito os meus pêsames para com as famílias que perderam os seus entes queridos em resultado do recente sismo e consequente tsunami que atingiu o Japão.
Bem, fora isso e sem mais nada para dizer, fiquem bem e… LARIATOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO~!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!