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Benoit por Chris Jericho - Parte I


No mais recente livro de Chris Jericho, Undisputed How to Become World Champion in 1372 Easy Steps, um dos capítulos mais fortes e mais intensos é um o capitulo intitulado de Benoit. Neste capítulo, Chris Jericho aborda a sua relação com Chris Benoit, descreve este ultimo e dá a sua opinião acerca da tragédia que envolveu o seu mentor. Durante as próximas semanas iremos apresentar aqui a tradução deste capítulo, espero que gostem e quem sabe os ajude a fomentar a vossa opinião cerca do caso....

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Nos dois anos em que fiquei afastado do Wrestling, eu fiquei literalmente afastado. Eu não via os "shows" nem lia os resultados da internet. Tornei me num simples fã casual que prestava alguma atenção ao que se passava e era apenas isto.

Era frequente receber algumas chamadas telefónicas do Brian Gewirtz a perguntar-me se eu poderia fazer algo aqui ou ali por um dia, sendo um dos pedidos mais famosos eu ser o parceiro surpresa de John Cena num Raw em Meadowlands em New Jersey, mas eu recusei delicadamente.

Ou estás dentro, ou estás fora, e se não estás dentro tu deves estar fora (Hurricane) e eu não queria ser daqueles tipos que iria aparecer de vez em quanto. Mas aos poucos comecei a sentir o calor do wrestling a aquecer dentro de mim outra vez e posso atribuir isso a dois factores.

O primeiro foi que eu tinha acabado de escrever o meu livro (o aclamado internacionalmente A Lion's Tale) e a experiência de reviver a minha carreira com tanto detalhe fez-me aperceber da sorte que tinha por estar a viver o meu sonho e ter vivido tantas aventuras tremendas pelo caminho. O livro também me fez lembrar que eu era mesmo bom naquilo que fazia e comecei a pensar como seria voltar.

Como resultado, eu comecei a dar sessões de autógrafos para ter uma sensação do que os fãs estavam a pensar e se eles queriam que eu voltasse. Enquanto eu me divertia a fazer isso também foi um bocado aborrecido. A gota de água foi quando eu dei uma sessão em Long Island que teve tanta assistência como a que Randy the Ram fez com o tipo que tinha uma bolsa de colostomia. Olhar em volta e ver os mais velhos no negócio, com esperanças de uma derradeira oportunidade tocou-me por dentro.


O que estava eu a fazer aqui? Eu tinha trinta e seis anos, não cinquenta e seis e se eu queria fazer algo relacionado com o wrestling, tinha de fazê-lo no topo.

O segundo factor, e o mais importante foi quando assisti a Shawn Michaels e John Cena lutarem durante uma hora num RAW, que foi uma grande demonstração da verdadeira arte que é desporto, um desporto do qual fiz parte e queria voltar a fazer.

O combate excitou-me, intrigou-me e sejamos francos, chateou-me. Após ter tido grandes combates com ambos no passado eu fiquei com inveja de não estar envolvido e assisti-lo pôs me impaciente.

Quando acabou eu sabia que era a altura de voltar, era a altura de Jericho voltar á WWE.

Mas houve outro factor que cimentou a minha decisão de voltar. Se Cena e Michaels tinham me mostrado o melhor do wrestling, o homem que considerava o meu melhor amigo neste negócio estava prestes a mostrar o pior, quase destruindo a totalidade da indústria ao mesmo tempo.

Eu já não via o Chris Benoit desde o dia do funeral do Eddie. Ele tinha ficado devastado, e apesar de termos prometido um ao outro mantermo-nos em contacto, isso tornar-se-ia difícil devido ao facto do Chris nessa altura ter desaparecido do mapa por várias semanas.

Eu chamava-lhe “monstro do Loch Ness” pelo facto de ele apenas aparecer por um curto período de tempo, e depois desaparecer pouco depois e ser impossível de encontrar. Às vezes perdia por pouco a chamada dele e quando lhe ligava ele não atendia e não sabia nada dele por várias semanas.

Mas por mais duro que fosse atender o telefone, ele respondia-me sempre aos emails e às cartas. Então este tornou-se o nosso meio de comunicação para manter contacto, mantermos a par uns dos outros, e mandar um ao outro fotos dos nossos filhos. Chris estava sempre interessado em saber como iam os meus filhos e perguntava por eles frequentemente.

Ele adorava crianças, especialmente as dele, e falava sobre eles frequentemente na altura.

Podia parecer estranho ele preferir escrever emails longos a atender o telefone e falar, mas assim era o Chris, sempre um pouco estranho.

Ele usava um casaco de cabedal longo e preto mesmo durante o Verão. Ele trincava constantemente as palhinhas do café, com uma extra no ouvido á espera para ser mordida e uma quantidade delas no bolso.

Ele era muito intenso durante as conversas, chegando mesmo ao ponto de ser zangado.

“Como é que estás Chris?” BEM…….TU?”
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