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O Wrestling em Revista (XLVI) | Parte 2


Nesta edição faz-se o rescaldo do Slammiversary, fala-se sobre o regresso do Pontapé no Céu da Boca, potenciais mercados para a WWE conquistar, o rumo de algumas "feuds" como Mysterio vs. CM Punk e Alberto Del Rio vs. Big Show, assim como o pior combate que já vi, a melhor Era da TNA e a questão "A gimmick é que faz o wrestler ou o wrestler a gimmick?"....


Respostas aos comentários dos leitores


Parallax (WN): Achas que a WWE devia tentar conquistar outros mercados étnicos ou internacionais como tem vinda a fazer com os lutadores Mexicanos (que tanto permitem uma melhor entrada no mercado Mexicano e Sul Americano, como o próprio mercado dos emigrantes latinos norte americanos)? Se sim que mercados? Seria o Japão uma opção? Que lutadores Japoneses seriam mais adequados para uma mudança para o wrestling da WWE? (podes pedir sugestões aos especialista em Puroresu)

Sim, a WWE está a tentar fazer isso, e parece que o seu próximo alvo é a Índia. Isso é bom porque são países em desenvolvimento muito populosos, e já se viu com o Futebol as vantagens financeiras de explorar o mercado asiático. Grandes clubes europeus fazem digressões por lá que rendem milhões, o pior é que nesse caso muitas vezes acusam demasiado o estatuto de estrelas ao longo da época e os resultados não são os mais agradáveis, que o diga Carlos Queiroz.

O Japão foi um mercado que já tentou ser explorado no passado e ainda é no presente, já tivemos alguns japoneses quando havia o título Light Heavyweight, houve o Funaki, Tajiri e agora o Yoshi Tatsu, e penso que se ainda terá havido mais alguns nos últimos na Smackdown, não me recordo o nome mas penso que terá feito parelha com o René Duprée.

É verdade que não tem resultado, mas tal como a WWE faz no México, se calhar o que falta é irem ao Japão buscar alguns dos maiores nomes das companhias locais, autênticos “drawers”, talvez resulte.

Os japoneses têm uma cultura diferente em relação ao wrestling e podem não gostar do produto WWE, também pode ser um argumento.

Acho que o mercado europeu pode ser melhor explorado, porque neste momento só há wrestlers oriundos do Reino Unido, Rússia e Irlanda na WWE, porque para quem não sabe, Santino e Maryse são canadianos. Afinal a Europa é o continente com mais países desenvolvidos e provavelmente o continente mais consumista.

Sobre a última pergunta, não acompanho a actualidade do Puroresu, não sei que lutadores poderiam fazer a transição, apenas vejo alguns combates do passado, mas talvez alguns colegas meus aqui do WN possam dar opinião.


PLLAnonimo (PLL):
Eu sei que a resposta parece muito óbvia, mas para você, o que as matches de PPV tem de melhor que as matches de shows semanais? E o que as de shows semanais tem de melhor?

Bem, nos PPV’s temos o culminar de uma “feud”, geralmente é um combate que tem de vender ainda antes de ter acontecido, portanto tem de ser criado um “hype” em torno dele, e depois, é algo que terá de ajudar a vender DVD’s do PPV. É lhe dado muito mais tempo num PPV do que em qualquer “show” semanal que muitas vezes parece que não há combates mas sim segmentos.
No entanto, nos “shows” semanais, sobretudo na Smackdown, tem-se visto excelentes combates, é o que dá ter lá Daniel Bryan e ele não ser alguém que venda muito.


Anónimo (WN):
A gimmick é que faz o wrestler ou o wrestler a gimmick?

Há casos e casos! Há casos de um lutador que sem uma determinada “gimmick” provavelmente não teria sucesso no “business” e por isso deve a sua carreira a isso, e acredito que Undertaker seja um caso desses, e há lutadores que pegaram numa “gimmick” que lhes deram e conseguiram trabalhá-la e dar-lhe um toque pessoal ao ponto de terem tido sucesso e se calhar com outros não teriam resultado tão bem, e os exemplos já foram dados por um colega meu aqui no Wrestling Noticias: The Rock e Chris Jericho.


PLLAnonimo (PLL):
Para qual desses você daria “O push”, Drew McIntyre, Zack Ryder, John Morrison, ou Tyson Kidd?”

Ao Zack Ryder ainda falta muita coisa, o McIntyre é pouco entretido, e mesmo que perceba que um “heel” sinistro e que parece ser desprovido de sentimentos seja algo que na Era actual é uma boa ideia no papel, a verdade é que ele recebe muito pouco “heat”.
Gosto muito do Tyson Kidd, mas acho que o John Morrison é que receberia tal “push” por mim.


Anónimo (WN):
Achas que com esta mudança "o wrestling é que importa" a TNA alcançará a WWE?

Bem, para já a diferença da TNA para o que era antes ainda é pouca, porque de facto temos tido wrestling mas não temos tido um grande combate no Impact que gere “buzz”, portanto ainda não houve muitos resultados. Além disso a TNA não está só à distância de uma mudança dessas para alcançar a WWE, é preciso muito mas muito mais.


PLLAnonimo (PLL):
Tem alguém da WWE que não esta sendo muito aproveitado e que poderia ser muito aproveitado pela TNA? E da TNA pela WWE?

Eu por acaso gostava muito de ver o Tyson Kidd e Evan Bourne na X-Division, e o William Regal numa nova British Invasion com o Douglas Williams. Já no caminho inverso, gostava de ver Samoa Joe (mas por favor, põe-te em boa forma senão não vale a pena) e Robert Roode na WWE.


PLLAnonimo (PLL):
Qual seu “top 5″ de PIORES matches que você já viu?

O pior que já vi foi o Jenna Morasca vs. Sharmell no Victory Road de 2009, salvo erro. Eu acho que esse combate foi tão mau e vem-me logo à memória como o pior de tal forma que acho que ocupa o 1º, 2º, 3º, 4º e 5º lugar do meu ranking!


Anónimo (WN):
Há algum tempo atrás o Chris Jericho disse que se voltar a WWE quer que a sua gimmick seja adequado ao tempo/ano em que se esta, porque ele tem a opinião que as gimmicks deviam ser adaptadas ao tempo/ano em que se está (algo assim parecido). Qual é a tua opinião acerca disso visto que ao longo dos anos vários wrestlers de sucesso (John Cena, Hulk Hogan, Steve Austin, etc.) mantiveram a mesma gimmick durante anos e mantiveram o sucesso?

O que o Chris Jericho disse (pelo menos foi o que eu percebi) foi que quando voltasse queria ter uma personagem diferente porque gosta de se renovar ao longo dos anos e que se se mantivesse sempre a fazer o mesmo se tornaria aborrecido para ele e para o público.


Anónimo (WN):
Outra feud entre Rey e Punk? Será este o caminho certo para ambos os lutadores?

Bem, parece que na Raw alguns lutadores ficaram sem rumo certo e que com a lesão do Morrison teve de haver uma reestruturação.

R-Truth sem saber ler nem escrever é candidato principal ao Titulo da WWE.

O The Miz passou de um “main-event” da Wrestlemania em poucos meses para um combate em PPV para alguém que nunca venceu (e aqui leia-se também dar vitórias à sua equipa em tag matches”) um combate desde que chegou ao “roster” principal, por muito que eu goste do Riley e o gostava de ver com um “push”.

Del Rio que era para estar numa “feud” com Mysterio teve de dar um passo atrás e entrar numa rivalidade com Big Show de forma a prepará-lo para o “main-event” do SummerSlam (dizem eles que ele lutará contra John Cena aí).

Dolph Ziggler teve que baixar um degrau e agora está a lutar pelo Titulo dos EUA.
CM Punk e Rey Mysterio como já têm o seu lugar mais ou menos assegurado, porque me parece que não sejam ninguém que a WWE pretenda apostar em demasiado e porque conseguem ter bons combates a WWE colocou-os numa “feud”. Não acho mal, até porque agora não há propriamente uma história por trás e sempre os ocupa e dá-lhes um lugar em PPV.


Edge2000 (PLL):
Para você qual foi a melhor Era da TNA?

Por volta de finais de 2005, 2006 e até uma parte de 2007. Basicamente uma altura em que havia boas histórias, com um Samoa Joe na melhor forma e com a sua “streak”, belíssimos combates de tag team e da X-Division, chegada de Christian e de Kurt Angle, por aí.


The Corre (PLL):
Qual theme song da RAW você mais gostou? E da SmackDown?

Sempre gostei imenso do “Move to the music” da Raw e do “Rise Up” no Smackdown, davam um ar agressivo aos espectáculos, e eram essas os “themes” da altura em que comecei a ver WWE.





Anónimo (WN):
Isto do Big Show e do Del Rio não é de fraca qualidade? Ninguém se interessa por isso. Porque raio o Del Rio nunca combate na Raw?

Acima de tudo, é para fortalecer a imagem de Del Rio para o colocar na rota pelo Titulo da WWE no SummerSlam. Fala-se que é esperado que vença Big Show no MITB e o Kane no Capitol Punishment, a ver vamos se isso acontece.


Anónimo (WN):
Será mesmo possível o Shaquille O’Neal fazer um combate com o Big Show?

Não acho muito provável, mas também não estranharia se tal acontecesse, quem sabe na próxima Wrestlemania, em Miami, até porque se não estou em erro Shaquille notabilizou-se nos Miami Heat.


Edge2000 (PLL):
Quem você acha que foi melhor: Stone Cold ou The Rock?

Cada um foi enorme à sua maneira, no entanto, por ter sido um dos líderes do movimento Attitude Era e pela sua maior fidelidade ao “business” talvez escolha Stone Cold.

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Rescaldo Slammiversary IX

James Storm e Alex Shelley vs. British Invasion: Belo “opener”, num combate que em que Alex Shelley andou apenas com a terceira mudança engatada, mas que ainda foi bastante bom.

Começou lento, normal, com Storm e Shelley a provarem que são especialistas em tag team nos instantes iniciais, os britânicos foram tomando o controlo como se esperava, surgiu o “hot tag” que ficou sem impacto pelo tempo que o “Cowboy” demorou a entrar no ringue, tentou-se acrescentar emoção quando houve aquela espécie de desentendimento entre os defensores dos títulos e algumas “near falls”, no entanto, deu-se a vitória esperada de Storm e Shelley. Creio que uma derrota por desentendimento não faria muito sentido, porque depois de Shelley ter tido alguns movimentos de algo risco, ele provou que queria mesmo ganhar o combate, algo que não foi vendido pelos comentadores, mas percebeu-se que queriam deixar no ar a hipótese de haver o “swerve”.

Nota: 6,5/10


Scott Steiner vs. Matt Morgan: Combate que não foi nada de especial, muito parado e sem grandes emoções e sem muitos pontos altos. Steiner se é para lutar que seja como “face” que até estava “over” e não tem que carregar combates, Morgan é muito limitado e por isso só podia dar algo pouco entusiasmante.

Nota: 2/10


Abyss vs. Kazarian vs. Brian Kendrick: Combate com história com Kazarian e Kendrick a unirem esforços para derrubar Abyss e a pô-lo fora do combate, e aí penso que erraram, pois quando se encontravam fora do ringue, poderiam ter tentado entrar apenas os dois e resolver a situação, mas em vez disso colocaram também o “Monster” lá dentro.

Brian Kendrick foi quem mais brilhou sem dúvida alguma, acreditei na sua ofensiva, ele vendeu todo o desespero para derrubar Abyss pela forma rápida com que corria nas cordas e ía ao terceiro andar para aplicar um golpe no campeão da X-Division, apenas desgostei do seu “finisher”, pois não me parece de todo credível e acho que um movimento que ele costuma usar como o “Missile Dropkick” tem mais impacto, isto para não falar do “Slice Bread #2”.

Não estou a desgostar desta história de Abyss como campeão da X-Division, pois por um lado isso coloca nos fãs uma ansiedade e desespero para que um lutador “a la X-Division” o derrote pelo cinto, e eu senti isso neste combate, e acho que é algo que pode durar durante mais um tempo, espero que saibam utilizar os recursos que têm.

Nota: 5,5/10


Samoa Joe vs. Crimson: Bah, não percas peso e não melhores o cardio que não é preciso Samoa Joe, só um “Samoan Submission Machine” ao nível de 2005 é capaz de ainda vir a ter algum sucesso neste “business”. Foi um combate muito fraco, e ainda que perceba que a TNA esteja a tentar dar a conhecer novos valores ao pro wrestling, diferentes dos ex-WWE, e aplauda isso, este Crimson é muito mas muito verde, tanto a nível de execução de golpes como em postura nos combates, prefiro Matt Morgan, apesar de também ser muito limitado.

Nota: 1,5/10


Mickie James vs. Angelina Love: Combate feminino que não foi nada de especial. Ninguém acredita nesta história da Angelina estar a ser “possuída” por Winter, e para além de não acreditarem, como ela está possuída e não supostamente não faz as coisas por ela própria mas porque está a ser controlada, o público não a odeia, não estou a gostar desta história e acho que devia chegar ao fim rapidamente. O combate não foi nada de especial e apenas se tornou emotivo porque Winter fez uma série de interferências. O “DDT” foi “botchado”, e quando assim é, é uma má forma de terminar o combate, acho que quando acontece algo assim deveriam pensar em algo para tornar o final mais realístico.

Nota: 2,5/10


AJ Styles vs. Bully Ray: Bom “Last Man Standing”, mas ficamo-nos mesmo por aí, por bom… Depois de um grande “spot” AJ perde o combate estupidamente e quando fiquei sem palavras, eis que os fãs da TNA arranjaram uma completamente adequada: Bullshit! Não percebo este movimento anti-AJ Styles por parte dos “bookers” da TNA, ele deve ser dos lutadores com mais derrotas em PPV.

Nota: 6,5/10


Sting vs. Mr. Anderson: Combate que já se estava à espera que não fosse nada de especial, inclusive os dirigentes da TNA que nem o colocaram no “main-event”, uma situação praticamente única na companhia de Orlando. Combate a velocidade de cruzeiro, especialmente porque Sting já não tem a intensidade para estas andanças, e porque Mr. Anderson não seja um lutador que esteja frequentemente em grandes combates.

Nota: 3/10


Kurt Angle vs. Jeff Jarrett: Sinceramente, creio que foi o pior combate da saga entre estes dois, para acabar com isto pedia-se algo que soasse mais a final, tipo “Ironman” ou o “Last Man Standing” usado com Bully Ray e AJ. Ainda assim foi para mim o melhor da noite. Finalmente a TNA apercebeu-se que as grandes atracções do seu PPV são os combates de Kurt Angle e parece que daqui para a frente ele será presença constante no “main-event”.

Nota: 7/10

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O Regresso do Pontapé no Céu da Boca

Para quem não sabe, Pontapé no Céu da Boca é um podcast interactivo no qual se discute a actualidade do wrestling em Portugal e no Resto do Mundo.

O seu apresentador é David Francisco, comentador de wrestling na Eurosport, e nesta encarnação do programa, os comentadores habituais serão David Pereira e Guilherme Trindade.

Recordo que o Pontapé no Céu da Boca já conheceu três versões, uma primeira como coluna do blogue AWP Wrestling, uma segunda como programada de rádio da WSW e uma terceira em que fez parte do programa de rádio de David Francisco (O Programa do David) na sua escola, a ESCS (Escola Superior de Comunicação Social) e nesta quarta versão será um programa da ESCS FM.

O programa irá para o ar todas as quarta-feiras às 19 horas, tendo a sua primeira edição sido na última quarta-feira (dia 15).

Para saberem mais informações sobre o reactivar deste projecto adiram à sua página no facebook: http://www.facebook.com/pages/Pontap%C3%A9-no-C%C3%A9u-da-Boca/178785968844775

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Por hoje fico-me por aqui, espero que continuem a comentar porque foi para desfrutar da interacção com os leitores que escolhi este blogue!

Peço para que coloquem em cima da mesa temas sobre os quais gostariam de ler a minha opinião, é algo que se pode tornar bem divertido e que pode acabar sempre num agradável debate.

**AVISO**

Devido ao tamanho excessivo que os meus artigos estavam a ter, decidi pôr neste post as perguntas que considerei mais interessantes/menos batidas e deixo aqui um link onde estão as restantes: http://wrestlingnoticias.blogspot.com/2010/06/extra-o-wrestling-em-revista-xlvi.html

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