MMA: Strikeforce: Fedor vs. Henderson - Antevisão + Pesagens

A Strikeforce regressa hoje aos grandes shows e apresenta no Sears Centre em Hoffman Estates, Illinois o Strikeforce / M-1 Global: Fedor vs. Henderson e tem como combates principais o embate entre duas lendas do MMA, Fedor Emelianenko e Dan Henderson e ainda a defesa do Women's Welterweight Championship por parte de Marloes Coenen contra Miesha Tate num card que apresenta ao todo cinco combates. Eis a antevisão ao show:....

Fedor Emelianenko (31-3 MMA, 1-2 SF), um heavyweight que reinou soberano e invicto no apogeu do PRIDE durante quase uma década enfrenta Dan Henderson (27-8 MMA, 2-1 SF) um middleweight que já a carreira ia alta quando decidiu entrar na divisão light heavyweight e começar a dominar essa divisão na Strikeforce, acabando por se tornar o campeão da mesma.

O título de Henderson não está em jogo e Fedor também não tem nenhum para por em jogo, assim o combate assume proporções de por a carreira em jogo e sobretudo para Fedor Emelianenko que, não atravessa sua melhor fase. Após se estrear nos Estados Unidos com vitórias sobre Tim Sylvia e Andrei Arlovski, ambos ex-campeões do UFC, o russo foi para a Strikeforce e nocauteou Brett Rogers, mas haveria de cair contra Fabrício Werdum e Antônio Pezão, derrotas essas que puseram a sua carreira em jogo.

Fedor tem aqui a chance de mostrar que ainda é capaz e ainda por cima contra um adversário de uma categoria diferente de peso. Se Emelianenko perder, está acabado e será uma derrota penosa pois acaba a cair às mãos de um light heavyweight. Continuará a ser uma lenda mas não uma lenda viva. Apesar de ser da classe light heavyweight, Henderson não vira costas a uma luta, é um guerreiro. Um pormenor interessante é que este é o último combate do contrato que ainda tem com a Strikeforce e com a aquisição desta pela Zuffa e sabendo de fraca relação que este tem com Dana White, este poderá também ser o ultimo combate de Henderson no Strikeforce. É um combate ingrato para quer Henderson, quer para Fedor, mas sobretudo para este último que encostado contra a parede tem de se bater contra um os lutadores mais sólidos das MMA e se ganhar foi somente contra um light heavyweight, ou seja um combate onde nada tem a ganhar e tudo tem a perder. Fedor tem aqui um desafio enorme pela frente.

Fedor tenta retomar às vitórias após uma derrota por submissão contra Fabricio Werdum em Junho de 2010 e após ter sido destruído contra o enorme Antonio Silva que mostrou o quanto Fedro é duro. Henderson não é um lutador de submissão ou irá desmontar Fedor como fez Silva, mas possuiu uma mão direita fortíssima que tem sido reconhecida como das mais temidas nas MMA. Nas duas últimas lutas, foi com ela que Henderson colocou a dormir quer Renato “Babalu” Sobral quer Rafael “Feijao” Cavalcante.

O factor decisivo aqui é quem irá conectar os primeiros golpes e quem sobretudo der mais forte. Pois se Henderson tem uma mão direita forte, Fedor não lhe fica atrás e se for a ver em temos de veleidade, o Russo leva vantagem. Para equilibrar as coisas, este é também mais susceptível a cortes do que Anderson que raramente se arranha e assim se Hendo levar o combate muito para dentro, poderá ser um banho de sangue.

Na luta no chão, Henderson com background de greco-romana consegue aguentar bem lutadores corpulentos. Naturalmente que também é adepto de aplicar o clinch em pé. Neste capítulo, Emelianenko leva vantagem pois já é sua imagem de marca encontrar abertas em lutadores fechados e tentar a submissão. Contudo não deverá ser um Fedor tão repentista, pois foi isso que lhe custou a derrota para Werdum.

Henderson nunca foi conhecido pela sua submissão mas consegue evitá-las bem e sobretudo levar o combate por altos períodos de tempo. Emelianenko deverá querer trabalhar esse aspecto pois sempre foi um expert em submissões. Na vitória por armbar contra Matt Lindland, Henderson que era companheiro de treino de Matt estava no ringside e pode assistir e assim Hendo não deverá querer muito estar no solo e susceptível de deixar um braço exposto.

A melhor chance de Henderson vencer é combater apertado, contra a jaula e tentar cansar Emelianenko e sempre a ataca-lo. Já para Emelianenko a melhor chance será mandar murros de fora e tentar procurar uma rápida submissão.

Se há alguém que pode ser um duro teste para a carreira de Marloes Coenen (19-4 MMA, 3-1 SF) esta é Miesha Tate (11-2 MMA, 4-1 SF. A women's welterweight champion quase que perdia o título na sua primeira defesa no passado mês de Março quando enfrentou a dinâmica Liz Carmouche. Quase a cair por diversas vezes e a ser castigada com murros, Coenen conseguiu prender uma submissão do nada e derrotar a antiga marine por submissão, mas apesar de ter ganho, as indicações dadas no chão não foram boas.

Devido a essa pouca capacidade de chão é que este combate se torna interessante por Tate fazer do chão e da sua forte capacidade de grappling uma arma mas por outro lado tem uma fraca capacidade de ficar em pé na troca de murros que é o ponto forte da campeã. Enfrentando uma lutadora que vê a sua face como um alvo, Tate tudo irá fazer para procurar o clinch e aplicar o takedown.

Será a capacidade de Coenen em conseguir se levantar ou tentar lutar com Tate no chão que irá determinar a coragem da campeã pois esta estará sempre sob pressão.

A completar o card, Tim Kennedy (13-3 MMA, 3-1 SF) enfrenta Robbie Lawler (19-7 MMA, 2-3 SF) num combate que certamente irá mostrar muito. Se Kennedy conseguir derrubar Lawler é vitória pela certa pois o seu ground and pound e controlo de chão são mais que suficientes e para uma vitória por pontos, embora finalizar Lawler seja um desafio muito difícil. A hipótese de Lawler é encontrar uma aberta e meter um murro certo para por Kennedy em perigo.

O contender ao welterweight title, Paul Daley (27-10-2 MMA, 2-1 SF) tenta levar a melhor sobre o prospecto Tyron Woodley (8-0 MMA, 6-0 SF), que vem de seis vitórias consecutivas e uma vitória sobre Daley também lhe poderá dar uma shot ao título. Daley é um artista em brawling cheio de artimanhas e se o adversário der espaço é muito perigoso nas combinações. Woodely é um wrestler decorado que irá se movimentar bem.

A fechar, o welterweight Scott Smith (17-8 MMA, 3-3 SF) que vem de duas derrotas tenta fazer pela vida e enfrenta o lutador em ascensão Tarec Saffiedine (10-3 MMA, 3-0 SF).

O card completo do "Strikeforce and M-1 Global: Fedor vs. Henderson" é o seguinte:

Principal (Showtime)

Champ Dan Henderson vs. Fedor Emelianenko (heavyweight non-title fight)
Champ Marloes Coenen vs. Miesha Tate (for women's welterweight title)
Tim Kennedy vs. Robbie Lawler
Paul Daley vs. Tyron Woodley
Tarec Saffiedine vs. Scott Smith

Preliminar

Gesias Cavalcante vs. Bobby Green
Eduardo Pamplona vs. Tyler Stinson
Alexis Davis vs. Julie Kedzie
Derek Brunson vs. Lumumba Sayers
Bryan Humes vs. Gabriel Salinas-Jones

-----------------------------------Pesagens------------------------------------



Dan Henderson (207 / 94.0 kg) vs. Fedor Emelianenko (223 / 101.3 kg)
Marloes Coenen (135 / 61.3 kg) vs. Miesha Tate (135 / 61.3 kg)
Tim Kennedy (185 / 84.0 kg) vs. Robbie Lawler (185 / 84.0 kg)
Paul Daley (171 / 77.7 kg) vs. Tyron Woodley (170)
Tarec Saffiedine (170 / 77.2 kg) vs. Scott Smith (171 / 77.7 kg)

Gesias Cavalcante (155 / 70.4 kg) vs. Bobby Green (155 / 70.4 kg)
Eduardo Pamplona (170 / 77.2 kg) vs. Tyler Stinson (171 / 77.7 kg)
Alexis Davis (136 / 61.8 kg) vs. Julie Kedzie (135 / 61.3 kg)
Derek Brunson (186 / 84.5 kg) vs. Lumumba Sayers (184 / 83.6 kg)
Bryan Humes (266 / 120.9 kg) vs. Gabriel Salinas-Jones (260 / 118.1 kg)






---------------Fedor vs Henderson ao raio x por TATAME.com ---------------

Davi x Golias?

Em termos gerais, a maior curiosidade é saber se a diferença de peso vai se traduzir em vantagem ou desvantagem para o desafio deste nível. Henderson será o lutador menor na arena, terá de enfrentar um peso pesado típico e que sempre actuou por esta categoria.

Contra Fedor, o norte-americano sabe que precisará de muitos atalhos para se dar bem, com base na movimentação constante, no ajuste perfeito de clinches e posições no chão. Se for mais prudente, Hendo não deve lutar para nocautear. Mas quem disse que MMA é só prudência?

Não dá para esperar mudanças significativas no estilo de Fedor. O próprio revelou que realiza o mesmo camp de treinamentos há anos e que os fãs podem esperar é a agressividade característica dentro do “mais do mesmo” sempre em busca do nocaute. Tecnicamente, o russo tem velocidade superior à grande maioria dos outros pesados. Este factor pode ser explorado como prioridade frente a um oponente originalmente mais leve.

Respeito mútuo

A reputação adquirida em mais de uma década no MMA é invejável em ambos os lados. Fedor marcou época no Pride, onde foi unanimidade e actuou em combates históricos contra os maiores nomes da época. Com isso, conseguiu base sólida de fãs e seguidores radicais que o acompanham até hoje.

Henderson vive de ultrapassar marcas. Na carreira como wrestler, representou os Estados Unidos nas Olimpíadas de Barcelona (1992) e Atlanta (1996). Após a incursão no MMA, actuou com sucesso em três faixas de peso diferentes (médios, meio-pesados e pesados). Faturou títulos do UFC, Pride e do Strikeforce, onde actualmente detém o cinturão da categoria meio-pesado.

Estilos

O fundamento básico do soco é levado com extrema seriedade pela dupla. Fedor usa e abusa de cruzados e directos demolidores. Tradicionalmente, seu grande trunfo sempre foi subjugar adversários de forma intensa.

Na época do Pride, o atleta era o atleta mais difícil de ter o ritmo quebrado. Boa parte das vitórias foram conquistadas com o misto único de truculência e técnica. Nas últimas atuações (duas derrotas), a coisa não foi bem assim. Como será agora?

Henderson tem as famosas “H-Bombs” sempre afiadas. O forte golpe de direita se desenvolve tanto em swing (cruzado mais aberto) ou directo que dispara com o tronco inclinado e até hoje é capaz de surpreender até os mais experientes.

O lutador também tem óptimo rendimento no ground and pound, onde consegue manter a estabilidade de ataques e vantagens como poucos. Vai ser assim também com Fedor?

Antagonismos

Potencialmente, o combate pode selar o destino de Fedor. Na era pós-Pride, o lutador ficou marcado pela carreira inconstante e repleta de imbróglios administrativos que o impediram de seguir em evolução. Os empresários chegaram a recusar combate contra Brock Lesnar no UFC, pela bagatela de US$ 5 milhões, em 2009. Estagnado com a demora para competir e valorizado demais em organizações de médio porte, Fedor já revelou que a parte mais difícil dos treinos e arrumar motivação suficiente para continuar no mercado dos desportos de combate.

Para Hendo, será puramente o desafio “maior x menor”. Neste sentido, a luta tem duplo significado para o incansável norte-americano. Se vencer Emelianenko, carimba o sonoro nome do russo no cartel: terá derrotado oponente bem maior e mais novo. Se perder, tem argumento para justificar que não suportou a pressão de um adversário de maior porte.