Benoit por Chris Jericho - Parte IX
No mais recente livro de Chris Jericho, Undisputed How to Become World Champion in 1372 Easy Steps, um dos capítulos mais fortes e mais intensos é o capitulo intitulado de Benoit. Neste capítulo, Chris Jericho aborda a sua relação com Chris Benoit, descreve este ultimo e dá a sua opinião acerca da tragédia que envolveu o seu mentor. Durante as próximas semanas iremos apresentar aqui a tradução deste capítulo, espero que gostem e quem sabe os ajude a fomentar a vossa opinião cerca do caso....
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Benoit, morreu como um assassino, um psicopata maluco que matou a sua mulher e o seu filho de sete anos antes de cobardemente se suicidar. Sempre que o seu nome é mencionado as pessoas calam-se e pensam nas atrocidades que ele fez no seu último dia de vida e nada mais. O seu legado vai viver para sempre como aquele monstro demente que executou a sua família. Os seus combates clássicos foram “enterrados” pela WWE, nunca mais serão lá vistos e o seu nome é tabu na empresa, para nunca, nunca mais ser dito.
O triplo homicídio era falado em todo Mundo e toda a gente procurava uma resposta para uma coisa destas ter acontecido. Os media estavam num vendaval à procura de tudo sobre Benoit e sobre wrestling. O governo juntar-se-ia logo depois ao abrir inquéritos e investigações sobre toda a indústria numa tentativa de a derrubar.
Pouco tempo depois era ver aqueles que tentaram ser, os que nunca foram e os wannabe wrestlers procurar os seus cinco minutos de fama na tv nacional ao falarem como que se fossem uma autoridade sobre o negócio. Rotulados como “ experts” esses charlatões para mim eram encorajados a deram a sua opinião contudo nada sabiam do que falavam. Eu via-os a vir da penumbra e na sua vasta maioria o que vi foi pessoas a querer se vangloriar mais a eles próprios do que discutir o que verdadeiramente aconteceu.
Uns atrás doutros, eles passavam o meu ecrã: Marc Mero, Brian Christopher, Ultimate Warrior, Chyna, Billy Graham, Jacques Rougeau, Debra Marshall, cada um mais estúpido e irrelevante que o anterior. Bill O’Reilly and Geraldo começaram uma campanha anti-wrestling, onde falavam todas as barbaridades que lhe vinham à cabeça, isto sem os produtores terem feito qualquer investigação.
A maioria das pessoas que assistia nada sabia sobre wrestling e assumia que a tragédia aconteceu devido a esteróides, uso de drogas e condições desumanas, ou seja um chorrilho de mentiras. Eu estava aborrecido e já não suportava ouvir mais aquilo. Após ter recusado algumas entrevistas, decide que era tempo de quebrar o meu silêncio. Era tempo de dizer ao público quem na verdade era Chris Benoit. Eu sentia que devia isso a ele e aos seus filhos ainda vivos e explicar que existe um outro lado da pessoa.
Eles viam-no como o assassino psicopata e sinistro. Eu sabia que ele era um bom pai, um bom marido, um grande irmão, um mentor, confidente e acima de tudo um dos meus melhores amigos. Eu precisava dizer isso às pessoas. Eu precisa de um conselho, por isso telefonei ao meu pai que me disse que eu devia fazer isso pelo Chris “ Tu deves isso a ele e dizer ao mundo o tipo de pessoa que realmente ele era”. Assim eu telefonei também ao Vince para lhe pedir a sua opinião. Indo ou não voltar a trabalhar para ele, eu precisava do seu conselho como patrão e como amigo.
“Eu penso que é uma boa ideia Chris, tu és a pessoa perfeita para o fazer. És esperto, sabes falar e conhecias o Benoit e negócio muito bem” Com a bênção de ambos, eu concordei em fazer somente três shows, Nancy Grace, Greta Van Susteren e Larry King. Somente quis estar nos grandes shows e sabendo que os seus apresentadores não têm algo por detrás deles. Não tinha qualquer problema em responder a perguntas difíceis, mas não queria lidar com apresentadores que iria-me cercar e tentar me crucificar de inicio a fim.
Larry King sobre Chris Benoit
Recusei estar em shows onde aparecessem antigos lutadores. Eu não estava lá para debater com ninguém. Eu estava lá para contar o meu lado da história. Eu não estava interessando em argumentar com um antigo empregado da WWE, que tinha qualquer plano de vingança contra os McMahons ou o negocio.
Os shows correram bem e acho que fiz um bom trabalho ao mostrar o outro lado do Chris ao demonstrar que nem todos os wrestler eram palhaços. Expliquei convenientemente o bom pai que era e a influência tremendamente positiva que foi para todos que o conheceram no negócio. Eu disse tanto à Grace como ao King que eu confiava no Chris de tal forma que deixaria os meus filhos com ele sem quais reservas. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance para tentar humanizar o monstro e provar que ele tinha amigos que gostavam e confiavam nele.