O Wrestling em Revista (59) | Parte 1
E que melhor forma de começar o Outono aqui no Wrestling Noticias do que com "O Wrestling em Revista"? O artigo desta semana é dividido em duas partes, esta é a primeira parte onde se falam de assuntos que acima de tudo não dizem respeito à WWE. Há a eleição da figura da semana, o rescaldo do No Surrender, uma opinião mais aprofundada sobre os CZW Death Matches, alguns vídeos hilariantes de wrestling sugeridos por um leitor, entre outros motivos de interesse....
Figura da semana
Bobby Roode
Bobby Roode

Finalmente, o “push” mais que merecido.
Já estava a ser falado há muito a possibilidade de Robert Roode subir de nível, na hierarquia da TNA, no entanto, nunca pensei que quisessem fazer isso no “main-event” do Bound For Glory.
Fiquei muito feliz, sou um grande fã de Roode, acho que tem o “total package”, é alguém que consegue fazer um bom combate a qualquer velocidade, contra um bom oponente, sabe contar uma história, tem movimentos vistos, tem o “look”, tem algum carisma (mas aí também é uma questão de o levar ao limite) e sabe falar.
No No Surrender, venceu Gunner e Bully Ray para se sagrar candidato principal ao Titulo Mundial de Kurt Angle no Bound For Glory, naquele que em perspectiva deverá ser um grande combate.
Bem, se o facto de para muita gente este ser um combate entre Kurt Angle e um Zé Ninguém, a verdade é que para ajudar o evento já ocorrerá (apesar de tudo parecer cada vez mais incerto) um Sting vs. Hulk Hogan, uma “feud” que vem a ser construída desde os tempos em que Hogan chegou à TNA, e se nesta promotora posso criticar que ferozes inimigos passam a amigos (ou pelo menos a parceiros de “stable”) num ápice, aqui, apesar dos “turns” feitos por Sting ou Hogan, o facto de terem uma intriga foi sempre uma constante.
Voltando a Bobby Roode, espero muito sinceramente que nas semanas que se seguem, que o vendam como um “face” de topo, capaz de vencer qualquer um, que tenha o carinho do público, que tenha a confiança do público de que irá conquistar o cinto e que o vendam também como o homem que quer tornar o seu sonho realidade ao vencer o maior cinto da companhia. Se assim o fizerem, ele vai entrar “over” no BFG, e espero eu, que consiga vencer o título!
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Respostas aos comentários dos leitores
Respostas aos comentários dos leitores
KOE (WN): Boa noite. Não sei se será o melhor espaço para colocar a questão, mas tem conhecimento de algum documentário em livro ou DVD sobre a cena japonesa?
A saber os tópicos que me interessavam seriam do ponto de vista da promoção dos combates junto do público, e dos aspectos técnicos das companhias japonesas, como por exemplo as características e obrigações contratuais dos lutadores, ou a organização de tours e house-shows, assim como os já tradicionais espectáculos cross-over entre companhias... Qualquer ajuda seria preciosa... Obrigado!
Bem, sinceramente desconheço qualquer documentário sobre o wrestling japonês, mas de qualquer forma, deixo aqui a pergunta à mesma e peço a alguém que saiba para te informar na caixa de comentários.
Andre Silva (PLL): Qual é a pior Knockout? E a pior diva?
A pior Knockout não sei, o nível está muito similar, é difícil dizer. Quanto a pior diva, talvez a Kaitlyin ou a Rosa Mendes.
Sabu_The_Suicidal_Homicidal_Genocidal_Death-Defying_Maniac (PLL): Actualmente, qual empresa investe mais em novos talentos? WWE, TNA, ROH, CMLL ou alguma outra?
Bem, não conheço muito sobre a CMLL mas dá-me a entender que é a ROH que aposta mais em jovens e em caras menos conhecidas dos fãs.
Fernando (PLL): Quem você achas que é o melhor lutador de wrestling no momento? E em toda historia quem foi?

Jos.Bergamo (WN): O que você achou do Top 500 da PWI que teve situações como The Miz em 1º lugar (nada contra ele, sou fã do Miz mas é sabido que ele tem dificuldade com lutas mais longas), Sting a frente de AJ Styles, Kane melhor colocado que Del Rio e mesmo Santino entre os 100 primeiros?
Bem, creio que esse Top 500 nada tem a ver com lutar melhor ou pior mas sim com o número de vitórias, reinados como campeão, “main-events” de PPV’s, enfim, como se fosse um “ranking” durante a época 2010/2011. Ora durante essa época, The Miz foi campeão da WWE durante a maior parte do tempo, esteve e venceu o “main-event” da Wrestlemania, não me surpreende essa liderança. Durante essa temporada também, Sting foi campeão da TNA em AJ não, Kane foi campeão mundial e Del Rio não, e Santino foi campeão de tag team e segundo classificado no Royal Rumble. Portanto, é compreensível.
Jos.Bergamo (WN): Os fãs de Pro wrestling pelo mundo após a volta dos shows semanais já podem considerar a ROH a terceira principal federação não só dos EUA como do Mundo ou existe outra empresa a ser lembrada nesta colocação?
Bem, nos EUA não haja dúvidas que será a terceira. No entanto, se formos ao México e ao Japão, há promotoras que em cada espectáculo lotam grandes arenas, e que internamente são muito conceituadas, de tal modo que não sei até que ponto que mundialmente a TNA possa ser considerada a segunda.
Anónimo (WN): O que a TNA tem de melhor que a WWE?
A matéria-prima, há mais lutadores talentosos. Também tem como melhor uma maior heterogeneidade do seu produto, sempre teve boas tag teams, uma boa X-Division, boa divisão feminina e bons combates “Hardcore”, no entanto, até nisso já foram melhores.
Alguns leitores pediram-me para dar a minha opinião sobre a situação de alguns lutadores ou o que eu achava deles, em vez de colocar aqui todas as perguntas e tornar isto um “post”muito maior, decidi inovar e dar a minha opinião sobre cada um deles de uma só vez e por ordem alfabética.

Com certeza, especialmente na WWE acho que poderia ter um papel importante nos “shows”. Ele faz qualquer coisa, é o que lhe pedirem para fazer que ele faz, se quiserem comédia ele dá-nos comédia, se pedirem dele alguém sério para ser um futuro “main-eventer”, tenho a certeza que ele conseguirá estar ao nível proposto.
Ric Flair: Acha que ele vai se aposentar algum dia ou vai “morrer lutando”?
Bem, há-de chegar a um ponto em que ele vai-se retirar definitivamente. Mas eu compreendo-o, fizeram a “storyline” da retirada dele um pouco contra a sua vontade, e ele mesmo velho tem o melhor combate do ano, é normal que sinta vontade e capacidade de fazer aquilo que fez durante os últimos 40 anos.
Kid Kash vs. Jesse Sorensen: Bom combate para começar sem dúvida, no entanto, pareceu-me haver algumas falhas de comunicação que resultaram em pequenos “botches”, mas que no entanto, não beliscaram a qualidade geral do combate. Kash não é dos melhores, e isso viu-se quando fez uma espécie de “Suplex” na parte final do combate quando tem um “Brainbuster” no reportório, até Mike Tenay se mostrou admirado e com o seu comentário passou um atestado de estupidez a Kash. Jesse Sorensen ainda está algo verde, ainda não me diz muito enquanto lutador porque pouco ou nada tem de exuberante (seja na personalidade, seja no ringue…), mas vai evoluir e ter um bom futuro.
Nota: 5,5/10
Bully Ray vs. James Storm: Bela forma de aquecer os fãs por Bully Ray, é isto que separa um “heel” normal de um “heel” que se faz a si próprio. Ele à sua maneira esteve a “meter nojo” por alguns minutos, rasgou cartazes, fugiu de James Storm, encostou-se às cordas, criou um “heat” enorme, o público viu-se obrigado inventar o cântico “Pussy Ray! Pussy Ray!” e com toda a gente bem quentinha lá se começou a acção. Não são dois atletas fenomenais, isso já se sabia, mas com o “heat” que se criou, e com uma história bem contada, com Storm sempre à procura de uma vitória por submissão que lhe pudesse dar o primeiro lugar na tabela da BFG Series. O final torce o nariz a qualquer fã, mas enfim, compreende-se.
Nota: 6,5/10
Winter vs. Mickie James: O combate não me estava a prender muito a minha atenção, haviam situações pouco legitimas, mas até me estava a parecer que elas as duas se estavam a esforçar para dar intensidade à coisa. Não estava a ser mau de todo, mas não percebo esta fase final, Winter tinha não sei o quê que cuspiu em Angelina mas esta não ficou com a cara cheia de um líquido vermelho e depois Mickie ficou porque Winter também lhe cuspiu. Já agora, mesmo cegando, esse liquido também tem a capacidade de tirar a sensibilidade aos ombros de Mickie para ela não os levantar ao 3? Não gosto disto!
Nota: 2/10
Devon e Pope vs. Mexican America: Mais um belo combate, com o público muito dentro da acção. Todos os intervenientes estavam a fazer bem o seu papel, embora no final, como já é hábito em tag team matches nos PPV’s da TNA, a contenda foi perdendo um pouco o rumo, com dois lutadores de cada equipa ao mesmo tempo no ringue, e o final mais uma vez roçou o estúpido visto que Rosita puxou a perna de Pope para baixo da corda e tudo, e até nem se percebe porquê já que isso não trazia qualquer tipo de desvantagem para D’Angelo Dinero. Gostei do segmento do “spanking”!
Nota: 6/10
Samoa Joe vs. Matt Morgan: O que Bully Ray fez… colocou o público quente de uma tal maneira que estamos a ver a plateia mais barulhenta num PPV da TNA em muito tempo. Até fez este combate parecer melhor. Sinceramente, não foi algo que me prendeu muito a atenção, até porque não tinha grandes expectativas, Samoa Joe está numa fase descendente na carreira e Morgan é algo verde, e isso viu-se no “comeback” por exemplo, onde em vez de ser rápido e entusiasmante, foi fazendo murros em “slow motion”.
Nota: 4/10
Gunner vs. Bobby Roode: Ambos os lutadores tiveram que limitar um pouco o seu jogo já que sendo precisos os 10 pontos, tinham que ganhar por submissão para empatar com Bully Ray no primeiro lugar da BFG Series. Ou seja, vimos um autêntico “Submission Match” de forma não oficial, e embora limitando um pouco a ofensiva dos dois, foi algo agradável de se ver, este Gunner tem futuro, não é nenhum cepo, e Roode é o que é, gostei da história contada e da forma como o membro dos Beer Money venceu.
Nota: 6/10
Austin Aries vs. Brian Kendrick: Muito bom combate, muito físico e pouco aéreo, mas nem por isso deixou de ter espectáculo. Este Aries faz um esforço enorme para se tornar relevante e penso que o consegue, ele é muito bom no ringue, é inovador, chama a atenção, tem um “look” diferente, é bom no microfone e diria que foi das melhores aquisições da TNA nos últimos anos.
Nota: 6,5/10
Bully Ray vs. Bobby Roode: Ficou aqui provado que um combate não precisa de ter muitos golpes para ser bom, basicamente os dois lutadores fizeram dois golpes em que sujeitaram o adversário a “bumps”, porque o que mais interessa é trabalhar a “crowd” e fizeram-no muito bem, sobretudo Bully Ray que criou todo o “heat” (diga-se de passagem que esse papel cabia-lhe mas que ele foi fenomenal na tarefa), e claro, Roode soube capitalizar. Contaram ambos uma grande história, mostraram um enorme desejo em estar no “main-event” do Bound For Glory, fizeram um combate taco-a-taco, muito intenso, muito físico, que apenas pecou um pouco pelos excessos de “no selling” e porque Bully Ray tinha prometido trabalhar no pescoço de Roode e não o fez.
Nota: 7,5/10
Kurt Angle vs. Mr. Anderson vs. Sting: Não foi um grande combate, mas penso que foi espremido ao máximo. Angle é o melhor dos três, a todos os níveis, tanto pelo atletismo e frescura física, como pela técnica, e sendo o único “heel”, teve que assumir as despesas do combate durante muito tempo, diria que o homem é o Barcelona do wrestling, só que em vez de ser 70% de posse de bola, foi 70% no domínio do combate, e ainda teve nos melhores momentos do mesmo, sobretudo o “Double German Suplex”. O “booking” tem culpas no cartório por o combate não ter sido melhor, afinal, há sempre um “over booking” em que toda a gente se safa dos “finishers”, por isso, ninguém teve qualquer reacção quando se safaram do “Angle Slam”, “Mic Check” e “Scorpion Death Drop”, aliás, com Robert Roode já anunciado como candidato principal, a vitória de Angle também já era mais que esperada.
Nota: 6,5/10
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Combates épicos e engraçados? Aqui fica uma sugestão de um leitor…
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CZW Death Matches
Combate Zone Wrestling, conhecida pela sigla CZW, uma promotora algo conhecida, tanto que eu e a maioria dos leitores aí em casa sabem de que estilo de produto ela apresenta.
Esta promotora (cujo vídeo de um evento podem ver em baixo) tem até uma boa legião de fãs, nada de extraordinário mas algo que a faz ter uma certa popularidade ao ponto de eu e os leitores aí em casa saberem o produto apresentado, e se calhar, se me viessem perguntar que estilo apresenta uma promotora como NJPW, NOAH, EVOLVE ou PWG, se calhar sou capaz de não saber responder, sou capaz de me enganar se me aventurar numa resposta, no entanto, CZW tem popularidade ao ponto de toda a gente saber o que se faz lá.
Vi o vídeo em baixo e lembrei-me dos lutadores portugueses, os tão criticados lutadores portugueses, tanto os do WP mas especialmente os da APW que são ainda mais criticados. Como é possível? No último ano vi ao vivo oito/nove eventos de wrestling nacional, experimentei dois treinos, acompanhei alguma da evolução dos lutadores, falei com muitos deles, alguns dos quais, quando os voltava a ver de novo, tinham algo de novo e de melhor para apresentar, eles esforçam-se, eles aprendem WRESTLING, desde todas as quedas (as de frente, as para trás, as para fora do ringue), todas as semanas treinam para aperfeiçoar e essas quedas de forma a sentirem-se mais seguros, mas também aperfeiçoam os seus golpes… aqui o David vai à NWO publicar uma notícia sobre uma das promotoras ou então coloca uma reportagem de um evento no WN e lê-se de tudo, de tudo mesmo, mostra-se todo o desrespeito e mais alguns pelos nossos lutadores, e diz-se que os americanos é que são bons.
Pois, estas são as “americanices”, lutadores quem em nada mostram ser melhores dos que os portugueses, e no entanto, para muita gente são autênticos heróis. Em Portugal vi um combate “Hardcore” e foi muito bom (Mad Dog vs. David Francisco), não vi outro que aconteceu recentemente mas tenho dele bastante boas referências (Ricky vs. Hugo Santos) e eu vi o vídeo em baixo, e não vi wrestlers, vi duplos, vi quedas mal feitas (ou se não foram, disfarçaram bem), vi golpes com um péssimo aspecto e execução, e é claro, que não é aqui que um dirigente da WWE pode tirar conclusões sobre quem poderá contratar para a sua companhia, não vê uma ponta de wrestling, não vê uma ponta de “storytelling”, vê uma quantidade de duplos a matarem-se. Se eu fosse da WWE e andasse no “scout”, não me preocupava em ver espectáculos de companhias assim, iria a outras “indys”, e provavelmente, foi por aparições em outras “indys” que esse tal wrestler conseguiu convencer os dirigentes da WWE a assinarem com ele e a levarem-no para a FCW. Eu também sei que o Sonjay Dutt andou pela CZW, no entanto, foram por outras aparições em outras companhias que certamente atraiu a atenção de responsáveis da ROH e sobretudo TNA.
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Por hoje fico-me por aqui, espero que continuem a comentar porque foi para desfrutar da interacção com os leitores que escolhi este blogue!
Peço para que coloquem em cima da mesa temas sobre os quais gostariam de ler a minha opinião, é algo que se pode tornar bem divertido e que pode acabar sempre num agradável debate. No entanto, quero relembrar que há um limite de cinco perguntas por leitor.
Se não respondi a alguma questão, é sinal que já a respondi em edições anteriores.
**AVISO**
Devido ao tamanho excessivo que os meus artigos estavam a ter, decidi pôr neste post as perguntas que considerei mais interessantes/menos batidas e deixo aqui um link onde estão as restantes: http://wrestlingnoticias.blogspot.com/2010/09/extra-o-wrestling-em-revista-59.html