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MMA: UFC 141: Aldo vs Mendes - Antevisão + Pesagens


Menos de cinco meses após a epopeia do UFC Rio, o Brasil recebe um novo evento do UFC. Apesar do pouco tempo de promoção e de algumas Lesões, o UFC 142, chamado no Brasil de UFC Rio 2 acontece hoje na HSBC Arena, no Rio de Janeiro e que novamente será palco de uma disputa de título. Desta vez ficará a cargo de José Aldo defender o título de peso-pena diante do invicto desafiante Chad Mendes.....

Vitor Belfort também não terá vida fácil em casa. O ex-campeão vai enfrentar Anthony Johnson, que subiu de categoria, numa luta que dificilmente acabará em decisão. Protagonista de uma luta confusa e histórica na edição anterior, Toquinho encara o americano Mike Massenzio. Erick Silva estreia-se num card principal do UFC contra o compatriota Carlo Prater enquanto Edson Barboza abre contra o inglês Terry Etim.

O card completo do UFC Rio 2 é o seguinte:

Preliminar (Facebook)

Featherweight bout: Felipe Arantes vs. Antonio Carvalho

Preliminar card (FX)

Welterweight bout: Ricardo Funch vs. Mike Pyle
Featherweight bout: Yuri Alcantara vs. Michihiro Omigawa
Heavyweight bout: Gabriel Gonzaga vs. Ednaldo Oliveira
Lightweight bout: Thiago Tavares vs. Sam Stout

Principal

Lightweight bout: Edson Barboza vs. Terry Etim
Welterweight bout: Erick Silva vs. Carlo Prater
Middleweight bout: Rousimar Palhares vs. Mike Massenzio
Catchweight (197 lb) bout: Vitor Belfort vs. Anthony Johnson
Featherweight Championship: José Aldo (c) vs. Chad Mendes

----------------------------------- Countdown -----------------------------------



---------------------------------- Antevisão -----------------------------------

José Aldo Junior vs. Chad Mendes

Aldo fez sua fama no MMA com um estilo agressivo ao extremo e uma variedade enorme na troca de golpes para um faixa preta de jiu-jitsu. Depois de destruir todos os oponentes no extinto WEC, o amazonense chegou ao UFC já ostentando o cinturão dos penas. A responsabilidade, fez com que contivesse o ímpeto assassino. Em compensação, mostrou que pode lutar 25 minutos em ritmo forte ao vencer Mark Hominick e Kenny Florian por decisão.

O muay thai técnico, rápido e forte transformou o atleta da Nova União no alvo da divisão dos penas. Mais ainda, o catapultou ao rol dos melhores lutadores do mundo peso por peso. Não há um peso pena – e talvez um leve – que sinta-se confortável trocando com Aldo no pocket. Com cartel de 20-1, 12 vitórias do campeão vieram por nocaute.

Mendes não só fará a estreia numa luta principal de um evento como será a primeira vez dele num card principal no UFC. E fará isto numa arena lotada, provavelmente enlouquecida por um campeão sedento por voltar aos velhos tempos de destruição e provar que merece o top 5 peso por peso do MMA actual. O americano vai enfrentar um cenário aterrorizante.
Como Mendes faz parte da Team Alpha Male e é amigo pessoal de Urijah Faber há anos, as pessoas tendem a imaginar que a luta de Aldo contra o California Kid foi uma previsão do que o brasileiro terá pela frente no sábado. Puro engano. Chad é maior e mais forte, além de ter entradas nas pernas mais rápidas que as do companheiro de equipa. Andou a trabalhar a parte de trocação, mas esta característica ainda não é suficiente para encarar alguém do nível de José Aldo.

O primeiro round de Florian contra Aldo apontou o melhor caminho para o actual desafiante. Mendes não pode ter medo de apanhar e deve tomar a iniciativa, pressionando o campeão contra a grade visando minar a resistência de Aldo. Isto não deve ser problema, pois é a principal habilidade do desafiante. Mendes obteve êxito contra Michihiro Omigawa e Rani Yahya, mas no Sábado o buraco vai ser bem mais fundo.

Durante a sessão de treinos abertos, o campeão deu uma pista do que Mendes pode esperar: “Principalmente lutando em casa, não subestimo ninguém, mas só saio de lá morto”. Num confronto de 25 minutos, os dois primeiros deverão indicar o rumo da luta. Se Aldo segurar o emocional, entrar focado e cumprir o que falou na praia da Barra, o combate não deve passar do terceiro round e o cinturão deve permanecer no Brasil.

Vitor Belfort vs. Anthony Johnson

Apesar de não ser protagonista da luta principal nem estar a disputar o título, Belfort é o principal movimentador do UFC 142. Ex-participante de reality show que teve um drama pessoal explorado pela TV aberta, é de o lutador mais conhecido do grande público – e mais ainda depois que comentou a estreia do UFC na Globo ao lado de Galvão Bueno.

A trajectória de Vitor no MMA também justifica a popularidade. Campeão aos 19 anos de um torneio do UFC ainda nos primórdios do desporto, campeão meio-pesado anos mais tarde, ele se notabilizou por seguir à risca o principal mandamento do boxe: bata certa, bata rápido, bata forte. Os punhos mais rápidos do MMA já fizeram a desgraça de muita gente e até hoje habita os piores pesadelos de Wanderlei Silva.

O adversário do brasileiro é um monstro que qualquer um deve se preocupar ao encará-lo. Johnson era o meio-médio que passava pelo corte de peso mais brutal no UFC, saindo dos 100kg que carrega habitualmente aos 77 no dia da pesagem, marca esta que nem sempre era alcançada. Com 1,88m, ele tem a mesma relação altura-peso que Anderson Silva, lutador que muitos dizem que deveria lutar como meio-pesado. O processo árduo de perda de peso drenava o seu condicionamento físico, apesar de o manter forte demais para a divisão de baixo. Deste modo ele coleccionou sete vitórias em dez combates pela organização.

Se Belfort se notabilizou pelos punhos rápidos e precisos, Johnson fez fama com a força com que atinge a concorrência. Isto tudo posto, a grande curiosidade que fica no ar é: se com o corte abrupto de peso Johnson era um monstro, imagine dando-se ao luxo de pesar 7 quilos a mais. Quem viu os dois lutadores lado a lado pessoalmente percebeu que Anthony é maior e mais forte que Vitor.

A sorte do brasileiro é que, se tamanho fosse documento, o elefante estaria com o título de Junior Cigano. Técnica ainda tem um peso enorme numa disputa. Vitor é faixa preta de Carlson Gracie e vem investindo nos treinos de wrestling na Xtreme Couture. Anthony era um wrestler nos tempos universitários e mostrou contra Dan Hardy que pode vencer uma luta também no grappling.

O americano pode voltar às origens e tentar controlar a luta na curta (ou inexistente) distância, botando o brasileiro para baixo e trabalhando o ground and pound sem se expor a uma tentativa de submissão. Mas quer saber? Tomara que ele não faça isso. Os fãs de MMA cansam de ter que aturar Aaron Rosas, Leonard Garcias e outros toscos. Não é todo dia que o UFC junta dois trocadores deste calibre no octógono. Se Belfort e Johnson lutarem em pé, testemunharemos um clássico (que pode durar menos de um minuto).

A luta é bem mais difícil para o brasileiro do que a maioria dos torcedores está esperando. Basta um erro como o cometido contra Anderson para o fim de Belfort ser o mesmo. Já Johnson terá que fazer óptimo uso da vantagem na envergadura e da provável melhora no condicionamento físico para não acabar como Wand, Matt Lindland, Rich Franklin ou Akiyama.

Rousimar Palhares vs. Mike Massenzio

Toquinho é assustador. Muito forte, bom de quedas, ágil e versátil no chão, o faixa preta da Brazilian Top Team já levou seis pernas para casa nas nove vitórias obtidas por submissão. Não possui técnica muito apurada na troca de golpes, mas é forte o suficiente para lesionar os seus adversários, facilitando o trabalho de conduzir a luta para o solo. Vendeu caro a derrota para Dan Henderson, ainda na segunda luta pelo UFC. Venceu mais 3 e atrapalhou-se contra Nate Marquardt, quando parou de lutar para reclamar com o árbitro e acabou nocauteado. Catou mais uma perna em seguida e venceu a luta mais esquisita do UFC Rio. Aos 31 anos, o mineiro tem 13 vitórias e 3 derrotas como profissional.

Antes meio-pesado, Massenzio também é um grappler com bom retrospecto. Foi campeão americano de luta olímpica no ensino médio e vice como universitário. Além disso é faixa preta de jiu-jitsu. Não tem na troca de golpes uma arma, mas é um lutador forte fisicamente e dono de bom condicionamento cardiorrespiratório. Só venceu duas das 5 lutas pelo UFC e tem cartel profissional de 13-5. Vem de vitória numa luta monótona contra Steve Cantwell no UFC 136, quando usou o wrestling contra a grade para negar o poder de fogo do oponente.

A diferença de altura entre ambos é enorme (o americano mede 1,88m, enquanto o brasileiro passou pouco de 1,70m), mas Toquinho é tão forte fisicamente que é quase impossível defender uma queda caso o brasileiro consiga prender. Além disso, a enorme massa muscular do tronco do brasileiro somada à baixa estatura geram um centro de gravidade que o torna difícil de ser derrubado. E, caso caia por baixo, é técnico o suficiente para raspar Massenzio sem maiores dificuldades, ou mesmo atacá-lo numa tentativa de submissão. Apesar de nenhum dos dois ser exímio trocador, Massenzio deveria tentar manter o combate em pé, já que a faixa de Toquinho é mais preta que a dele.


A BTT investiu em auxílio psicológico para Palhares e o tratamento identificou ansiedade nas suas lutas. Se Toquinho conseguir controlar este lado, tem tudo para colectar mais uma perna para sua colecção e caminhar rumo ao top 10 dos pesos médios.

Erick Silva vs Carlo Prater

De todas as lesões que mexeram no card original do UFC 142, uma beneficiou o brasileiro. Erick Silva que estava escalado para enfrentar Siyar Bahadurzada, mas o afegão foi forçado a abrir mão da luta. Faixa preta de jiu-jitsu e judo, muay thai desenvolvido pelo supercampeão Anderson Silva, Erick é a principal esperança da Team Nogueira na categoria. Depois de se tornar o primeiro campeão meio-médio do Jungle Fight, ao vencer vários dos principais atletas nacionais da categoria, ele estreou-se no UFC na edição carioca passada. Precisou de apenas 40 segundos para nocautear Luis Beição, que substituíra Mike Swick. Erick só perdeu uma em 15 lutas disputadas (ele tem também um no contest).

Assim como Luis Beição no UFC 134, o substituto que enfrentará Erick neste sábado será brasileiro – apesar do sotaque americano. Aos 30 anos, com 40 lutas profissionais nas costas, finalmente Carlo Prater terá oportunidade de lutar no UFC. Faixa preta de jiu-jitsu e luta livre esportiva, castanha de judo, ele tem em seu currículo diversos adversários que hoje se encontram no UFC, como Melvin Guillard, Carlos Condit e Spencer Fisher (todos batidos por Prater), além de Reza Madadi e Keith Wisniewski, que venceram o brasileiro (Condit ganhou o rematch quando valia o cinturão do WEC). Não tem poder de nocaute, mas tem experiência o suficiente para tentar levar algum tipo de problema ao adversário. Prater tem 29 vitórias (16 por submissão), 10 derrotas e um empate.

Do mesmo jeito que aconteceu no UFC 134, Erick teve que alterar diametralmente o plano de jogo; ele terá agora que se preocupar com o perigoso jogo de quedas e chão de Prater. Mesmo sabendo que Erick também é um faixa preta que venceu mais da metade dos combates por submissão, é de se esperar que o capixaba aproveite suas maiores dimensões e poder de nocaute para manter o duelo em pé e vencer a luta, seja por interrupção no round final ou decisão.

Edson Barboza Junior vs Terry Etim

Nunca é demais lembrar: Edson é talvez o trocador mais técnico da divisão mais recheada de talentos do UFC. Diferente do padrão, ele começou a lutar nos EUA e não tem origem no jiu-jitsu. O faixa preta de muay thai, dono de 25 vitórias (22 por nocaute) em 28 lutas na arte tailandesa, passou a treinar jiu-jitsu mais tarde. Mostrou evolução técnica nas três lutas que fez no UFC. Chegou a passar aperto contra Ross Pearson no UFC Rio (alguns acham que o inglês merecia a vitória), mas levou para casa o segundo bónus seguido de melhor luta da noite. Quando à vontade no octógono, o friburguense é capaz de combinações letais de socos, chutes, joelhadas e cotoveladas, levando terror a qualquer peso leve que resolva sair na mão com ele. Edson está invicto na carreira profissional de 9 lutas.

Edson venceu dois perigosos strikers em 2011 e agora abre o ano com um desafio diferente. O inglês é pupilo de Marcelo Brigadeiro na RFT Inglaterra. Faixa azul de luta livre, Etim é conhecido pelo estilo destemido em buscar a finalização a qualquer custo. Largou no UFC com uma vitória em 3 lutas, mas em seguida emendou 4 triunfos consecutivos. Perdeu o duelo jiu-jitsu x luta livre para Rafael dos Anjos, mas chegou a ter o faixa preta em posição vulnerável no round inicial. Terry vem de vitória espectacular sobre o limitado Eddie Faaloloto, que sucumbiu a uma guilhotina em menos de 20 segundos.


Na teoria, Edson não deveria passar nenhum tipo de aperto. Apesar de não ter medo de trocar, Etim é muito inferior tecnicamente em pé e possui pernas enormes, que serão óptimos alvos para os chutes do oponente, armas que destruíram Mike Lullo na estreia. Para piorar o lado do inglês, o brasileiro vem evoluindo na defesa de quedas. Mas isto tudo é teoria e Terry pode conseguir levar a luta para o solo e testar o desenvolvimento do jiu-jitsu de Barboza. O queixo resistente de Etim pode indicar um duelo de 15 minutos, mas o público também pode esperar um nocaute técnico do brasileiro.

Antevisão original de MMA-Brasil

---------------------------------- Pesagens ----------------------------------



No co-evento principal do UFC 142, Vitor Belfort saiu na frente de Anthony Johnson. Pelo menos na pesagem. O brasileiro, que na véspera revelara que ainda precisava perder 5 kg, deixou o americano para trás ao bater o peso da categoria dos médios (o brasileiro cravou 84,4 kg). O americano, por sua vez, ficou quase 5 kg acima do limite e será punido com a perda de cerca de 20% da bolsa.

Além da multa, Johnson não poderá passar dos 93kg até as 12h deste sábado. Se isso acontecer, Belfort já avisou que não aceita entrar no octógono para o combate, e a luta pode até ser cancelada, segundo informou o presidente do Ultimate, Dana White.

Johnson foi um dos lutadores mais vaiados na Arena da Barra. O outro foi Chad Mendes, adversário de José Aldo Jr. na luta principal. Os americanos foram recebidos aos gritos de "Uh, vai morrer" pelos torcedores. O manauara, por sua vez, foi um dos mais ovacionados e prometeu vencer neste sábado, para retribuir o carinho da torcida carioca.

- Adoro todo mundo, isso aqui para mim é um sonho. Vou lutar por vocês, que estão aqui torcendo por mim - afirmou José Aldo, que bebeu uma garrafa de isotónico, logo após descer da balança.

Chad Mendes dessa vez preferiu não polemizar. Demonstrando humildade, o americano ressaltou que será uma grande honra desafiar o campeão dos penas.

- É uma óptima oportunidade para eu mostrar ao mundo quem eu sou. Lutar contra o José Aldo será muito bom para mim - disse Mendes.

Tirando Anthony Johnson, todos os atletas estiveram dentro dos limites das suas categorias e cujos resultados foram os seguintes:

Peso-pena - José Aldo Jr. (65,8 kg) x Chad Mendes (65,3 kg)
Peso-médio - Vitor Belfort (84,4 kg) x Anthony Johnson (89,3 kg)
Peso-médio - Rousimar "Toquinho" Palhares (84,4 kg) x Mike Massenzio (83,5 kg)
Peso-meio-médio - Erick Silva (76,6 kg) x Carlo Prater (77,1 kg)
Peso-leve - Edson Barboza Jr. (69,8 kg) x Terry Etim (70,3 kg)
Peso-leve - Thiago Tavares (70,3 kg) x Sam Stout (70,3 kg)
Peso-pesado - Ednaldo "Lula" Oliveira (108,4 kg) x Gabriel Napão (113,4 kg)
Peso-pena - Yuri "Marajó" Alcântara (65,7k g)x Michihiro Omigawa (66,2 kg)
Peso-meio-médio - Ricardo Funch (77,1kg) x Mike Pyle (77,6 kg)
Peso-pena - Felipe "Sertanejo" Arantes (65,8 kg) x Antonio "Pato" Carvalho (63,3 kg)
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