Ultimas

Slobber Knocker #2: É mesmo mais um artigo sobre a Wrestlemania!



Introduzo mais uma vez com cumprimentos, assim que apresento um artigo cujo tema arrisca-se a estatelar-se no cliché: a Wrestlemania. Poderia evitar e tentar contornar o assunto, procurando algo diferente. Mas nesta época… De que mais se pode falar? Existem já muitas antevisões da Wrestlemania?... Certamente que sim, mas ainda não havia a minha! Aqui ficam as minhas previsões intencionalmente pouco profundas, mas que creio que toquem em pontos essenciais....


Maria Menounos & Kelly Kelly vs Eve & Beth Phoenix

Como qualquer outro poderia facilmente supor, aponto este como o futuro combate mais fraco da noite, e até temo muita coisa lamentável: combate rápido que consta no alinhamento só porque sim, a Campeã a sair por baixo contra uma não lutadora e um nível de gritos superior ao nível de luta. Muita pena que não tenham utilizado as boas lutadoras femininas para um campeonato minimamente decente. Muito dificilmente isto se safa – vale pelo menos para vê-las, se é que me faço entender – e a não ser que a Kharma apareça lá a varrer tudo ao fim – o que é praticamente impossível – não há como fazer este encontro sobressair-se.

Team Teddy (Santino Marella, R-Truth, Kofi Kingston, Zack Ryder, The Great Khali, Booker T) vs Team Johnny (David Otunga, Mark Henry, Dolph Ziggler, Jack Swagger, The Miz, Drew McIntyre)


Para ser sincero julgava inicialmente que este combate fosse de eliminação, ao estilo Survivor Series. E por um lado até preferia que assim fosse, tinha uma garantia de que o combate fosse longo, com direito a todos – ou pelo menos os que interessam – de terem algum importante tempo de antena e de o encontro carregar alguma dose de imprevisibilidade. Ainda tenho esperança de ver um bom encontro renhido e que dê para se ver alguns momentos de espectáculo de talentos superiores como Dolph Ziggler ou Kofi Kingston, dar alguma luz de ribalta a Drew McIntyre, deixar The Miz recuperar algum momentum, etc. Desde que não percam muito tempo com o Khali. O meu medo é que despachem o combate em pouco tempo – espelhando o 8-Man Tag da Wrestlemania anterior – em que com dois homens legais e os outros a trocar finishers façam um combate. Confio na equipa criativa em fazer deste um bom combate que entretenha.

Curiosidade: Uma complicação pessoal. Entre os dois GM’s prefiro o Teddy Long ao John Laurinaitis, mas as equipas… como posso torcer pelo Teddy quando a equipa do Johnny é tão superior?

Randy Orton vs Kane

O Randy que acalme lá os cavalos dele. Sim, espero que este combate seja bom. Não, não acho que seja caso para afirmar que é superior a um dos main events. Randy Orton de facto, com a sua actual gimmick robótico-heróica tem ficado estagnado e os seus níveis de entretenimento têm andado por baixo. Já Kane parece ter despertado novas atenções assim que regressa mascarado, da forma como o povo o começou a adorar e idolatrar. No entanto, Randy é um lutador talentoso – as suas limitações em ringue são mais impostas pela companhia do que pelo próprio, quem acompanhou os seus dias jovens sabe o seu valor – e ao longo do ano anterior conseguiu dar-nos excelentes combates, quando emparelhado com um worker igualmente bom. Uma feud e combate cujo calibre poderia constar em qualquer outro PPV a meio do ano, mas não tem porque falhar.

Curiosidade: Ultimamente, Randy Orton tem vindo a resolver algumas rivalidades na Wrestlemania cujo assunto baseia-se em situações passadas. No ano anterior, encontrou-se com CM Punk após este se vingar de uma situação sucedida em 2008. Este ano, Kane saliva por Orton devido a um encontro decorrido no Verão passado.

Cody Rhodes vs Big Show, Intercontinental Championship

No ano anterior, Cody Rhodes preparava-se para uma subida enorme e merecida. Um ano depois, Cody leva o seu nome ao card já com algum estrelato. Cody construiu uma rivalidade com Big Show tendo em base o pobre historial de Big Show no “maior palco de todos”. Big Show encontra-se então à caça ao título Intercontinental após vários meses com o título Mundial como alvo. Não se deve encarar como um passo abaixo para Show mas sim como um passo acima para o cinto Intercontinental que anda a recuperar prestígio desde que se assentou à volta da cintura de Cody Rhodes. Quanto ao combate, não espero algo extraordinário de roubar todo o espectáculo, mas tendo em conta quem envolve, espero um bom combate. Show, mesmo com o tamanho e peso a limitá-lo, ainda tem alguma agilidade e experiência para se tornar mais suportável que outros gigantes e quanto a Cody não há muito a dizer, já se sabe que é um excelente lutador e worker – é de lembrar recentemente num episódio do Smackdown, em que enfrentou The Great Khali e QUASE o fez parecer bem – quase só, porque afinal ainda estamos a falar de Khali. O resultado ideal seria uma vitória para Show, para este ter algum ouro e para quebrar essa sua “maldição” na Wrestlemania e para que Cody Rhodes possa finalmente subir para o main event – que mais que preparado já está ele.

Curiosidade: Apesar de o recorde de vitórias de Big Show na Wrestlemania não ser muito famoso, na do ano anterior por acaso saiu vencedor, num insípido squash que retirou muito valor ao título Intercontinental – na altura em Wade Barrett, integrante dos The Corre -, título esse que ele tenta conquistar este ano.

Daniel Bryan vs Sheamus, World Heavyweight Championship


Olha-me esta, então há um ano atrás estes mesmos dois tinham um combate marcado para a Wrestlemania e foi despromovido a “dark match” e agora já compõem um dos main events? Ainda bem! Seja por compensação, pelo apercebimento de que realmente dá para fazer um excelente encontro com estes dois ou apenas uma curiosa coincidência. O certo é que os mesmos dois que se viram retirados do card principal da Wrestlemania 27 este ano têm nova oportunidade ao encabeçar. E merecido. Daniel Bryan é um dos melhores e mais grandiosos lutadores actualmente e quando digo actualmente, refiro-me na WWE, o nome “Bryan Danielson” já andava pelas bocas do mundo de wrestling mais entendido. Actualmente, a sua gimmick Heel assenta-lhe perfeitamente e ele trabalha-a muito melhor do que a anterior como um “underdog”. Quanto a Sheamus, este tem vindo a receber um push enorme após virar Face que o torna um dos favoritos dos fãs, dos que causam reacção imediata. O combate já tem a atenção do público e prevejo um bom espectáculo, aliás, quase que exijo que me dêem um combate de categoria. Não preciso de voltar a referir os talentos de cada um, muito menos de Daniel Bryan, que já sabemos que é um senhor no wrestling. Não há forma de fazer esta batalha falhar. Quanto à previsão do resultado, dá para qualquer um dos lados. Sheamus parece ir lançadíssimo para ter o cinto consigo, mas também há a possibilidade de Bryan vencer e esta rivalidade prolongar-se por mais alguns meses. Pessoalmente, queria que o reinado de Bryan durasse um pouco mais, não só porque o “YES! YES! YES!” mata-me sempre mas porque ele é um lutador de calibre para ter reinados longos e de grande valor.

Curiosidade: No seu dark match da Wrestlemania 27, o título em disputa era o United States Championship e o seu possessor era Sheamus. Quanto às suas posições, encontravam-se trocadas: Sheamus era o heel desprezível, Bryan o heróico face em desvantagem.

CM Punk vs Chris Jericho, WWE Championship


E aponto directamente o dedo a este combate como a minha maior expectativa e como futuro combate da noite. Pelo menos em termos de wrestling, afinal de contas temos dois Superstars a lutar não só pelo maior título da companhia mas também pelo título pessoal de “Best in the World”. Chris Jericho, um veterano, já se pode considerar praticamente um lutador lendário e um spot no Hall of Fame já lhe deve estar reservado para daqui a uns longos anos. CM Punk, vai por esse mesmo caminho, ficando ainda um pouco mais para trás no seu estatuto veterano. E a feud que se tem vindo recentemente a desenvolver entre os dois tem vindo a resultar lindamente e espera-se que acrescente uma boa camada psicológica ao já fabuloso wrestling que esperamos. E sinceramente nem torço por nenhum dos dois em específico, torço simplesmente por um grande combate memorável e histórico. Qualquer um pode sair vencedor e aceito qualquer um dos dois, apesar que não era má ideia que o Punk aguentasse um pouco mais o título. Aquele cinto anda a precisar de um período verdadeiramente longo nas mesmas mãos, após a sua prostituição e desvalorização no ano anterior.

Triple H vs Undertaker, Hell in a Cell


Apontei um dedo ao combate de Punk e Jericho para ser o da noite. Mas tenho mais dedos. Mesmo que não seja tão baseado em skill, a emoção, os pontos altos de nos deixar na beira da cadeira, as reviravoltas de saltar, o contar de história que promete dar muitas cartas e claro, tendo em vista o combate que é, a agressividade e impiedade. Numa vertente diferente e em outros termos, é outro combate da noite. A minha previsão é a mais óbvia: Undertaker vence, a streak prossegue para o impressionante 20-0, Triple H não fica enterrado – só dizer essa frase já tem o seu humor – e Shawn Michaels ainda vai fazer das dele. O que acontece no combate em si, aí sim não quero pensar em possibilidades, apenas ficar aberto às maiores surpresas. Isto não vai ser para fãs moles e até há a possibilidade de se deixar a classificação PG de lado por um momento…

Curiosidade: Existe a possibilidade de Undertaker se retirar após este encontro. No entanto, corre o rumor de um Triple H vs Shawn Michaels na Wrestlemania 29. One more match para o HBK?

The Rock vs John Cena


Combate do século. Acontecimento de uma vida. Virar de uma página. Algo inigualável. É mais ou menos assim que têm “vendido” este combate ao longo do ano e ainda mais nestas últimas semanas. Dois dos maiores Superstars de sempre – dou-lhes esse valor em carisma mas não em skills em ringue – de duas eras diferentes, com personalidades diferentes. Ainda mais saboroso quando se supõe que haja uma bulha legítima entre os dois. Não o coloco à frente dos combates que já referi como sendo o maior da noite, mas já se prevê que a importância que lhe darão fará com que prestemos imensa atenção involuntária ao que poderá decorrer. A minha escolha para o vencedor pende para John Cena, como uma espécie de passar de tocha – mesmo que já venha algo tardio, daqui a nada e é o Cena que tem que passar a tocha a alguém. Como eu queria que ele o fizesse? Da maneira mais suja possível. Sim, a boa e velha Heel turn pela qual salivamos tanto. Em território hostil para se sentir a ferver ainda mais. Mas isso definitivamente parece estar cada vez mais impossível, por isso esperemos para ver. Que seja um grande combate, acima de tudo!

O que deveríamos ver:

- The Miz: Atento em primeiro lugar ao facto de que quando comecei a planificar a ideia para este artigo, Miz ainda não integrara a Team Teddy. E daí, não queria que ele se ficasse por aí, e após ler o rumor de que se envolveria no combate de Cena e Rock fiquei entusiasmado, pois pensava que poderíamos voltar a ter o Miz dominante do início do ano anterior, aquele Miz que eu gostava bastante. Que venha ele, e que não se fique só por ser uma nota de rodapé, ele tem as suas falhas mas não é tão mau como o pintam.

- Dolph Ziggler a brilhar: Este também acabou por ser inserido no confronto das equipas dos GM’s. Tem muito espaço para brilhar aí? Queria eu que sim, por mim até podia ser o homem de destaque do combate e ficar a ser lembrado até ao fim, aconteça o que acontecer nos outros combates. Porquê? Porque ele já há muito que merece e ficou ofuscado na última Wrestlemania ao envolver-se no combate que integrava a Snooki…

- Sangue: Não, não sou daqueles reaccionários que cospe na era actual por não permitir sangue. Sou mesmo daqueles que acha que a existência de sangue não interfere na qualidade de um combate. Salvam-se apenas casos em que aquele sangue derramado conta uma história. Notem como o Hell in a Cell entre Undertaker e Triple H anda a ser vendido, como “End of an Era”. Muito passado anda aqui a ser disputado e não me admiraria nada que eles dessem aqui um espectáculo à antiga. Se não houver também não tem problema, com certeza que conseguem ser extremos sem recorrer a cortes. Mas não me admirava nada se a era actual se desligasse um pouco para este combate e termos um wrestling extremo à moda antiga. Lembrem-se, End of an Era.

- Ambos os GM’s manterem-se em TV: Não falo num empate, nem numa estipulação rompida. Apenas um exemplo: Teddy vence. Laurinaitis mantém-se e cria uma espécie de stable Heel com outros wrestlers importantes. Ou Johnny vence e Teddy Long mantém-se como um manager de alguém. A rivalidade entre os dois até pode continuar, desde que não os coloquem no ringue um contra o outro: já tivemos que chegue o ano passado com Michael Cole a fazer figuras de urso…

O que não deveríamos ver:

- Sequela a Rock vs Cena: Se querem tanto fazer deste combate um “Once in a Lifetime” mantenham-no assim, não há necessidade de continuarem com esta saga, acho que ninguém fica enterrado ao perder este Domingo. Os segmentos ao microfone foram engraçados e bons por parte de ambos, mas após culminar deveria ficar-se por aí, tem que haver tempo para o resto do plantel. Mas também se é para Cena ir logo a seguir atrás do título da WWE outra vez, mais vale que se mantenha entretido com outra coisa. Logo, até fico indeciso.

- Performances do Flo Rida e MGK: Não deveríamos gramar isto mas tem que ser. Ainda por cima para as entradas de Rock e Cena. Já não há Motorhead para ninguém hoje em dia, a casa agora gasta disto. Quanto às performances do Flo Rida… Vão ser a pausa para ir à casa de banho, tem que se aproveitar isto para alguma coisa.

- Squashes: Na Wrestlemania passada tivemos dois. O número ideal para esta é zero. Se é para ser o maior PPV de todos, não deveriam fazê-lo basear-se em apenas um punhado de combates e ter mais uns para encher. Portanto, a ver se temos um card repleto de combates decentes – a ver o que se pode fazer com o das Divas.

- The Rock & Cena Show 2012: Eu explico o que isto significa. Wrestlemania: conjunto de combates. Portanto não quero ver toda a atenção voltada para o combate de Rock e John Cena. Ou seja, quando falam em dar liberdade a Rock em dar promos ao longo de toda a noite, sem limites de tempo, já dão a entender que querem fazer disto quase o único que importa. Temos um plantel vasto, um card de oito combates, todos são valiosos. Que não se esqueçam que há muita coisa boa para ver para além de Rock e Cena.

- Previsibilidade: Nem preciso de me pronunciar quanto a isto. Quero saltar muito da cadeira/chão, onde quer que esteja a ver, porque é assim que deve ser.

E é basicamente isto que tenho a dizer. Existe muito mais para falar, mas não há necessidade, Domingo é já ao virar da esquina e lá teremos tudo pelo que esperamos tanto ver. Que seja um excelente show apreciado por todos e deixo ao vosso cargo também deixar a vossa gota de opinião: O que prevêem? O que esperam? O que dispensam?

Para a semana provavelmente regressarei com um rescaldo ao sucedido. Cumprimentos a todos os leitores.

Chris JRM

Com tecnologia do Blogger.