Um olhar sobre o rating PG da WWE, os prós e os contras!
O wrestling profissional ou desporto de entretenimento, ou lá como lhe quiserem chamar, está sempre a tentar mudar de modo a conseguir sobreviver. Este foi o motivo porque a WWE em 2008 fez uma mudança radical.
Na Wrestlemania 24, Ric Flair e Shawn Michaels receberam indicações explícitas para não sangrarem durante o combate que iam ter, isto porque a companhia estava a tomar uma direcção mais familiar.....
Não durou até Junho desse ano quando o rating PG ficou oficialmente vigente na WWE mas devemos ser honestos e dizer que a programação da WWE já era PG muito tempo antes da mudança anunciada.
Esta mudança trouxe pontos positivos e negativos. Comecemos pelos positivos:
Com o lançamento do rating PG, a WWE tem de deixar de lado aqueles angles estúpidos. Embora esses angles caiam-se, ainda se fizeram propostas fracas como a história de incesto entre Paul Burchill e Katie Lea Burchill que prejudicariam o negócio. Imagem o quanto baixaram os ratings com esse angle na cabeça das pessoas?
Para além disso, não aconteceram mais gimmicks idiotas e sem sal como por exemplo os “The Dicks” a aparecem nos nossos écrans. Essa dupla de 2007 foi um dos momentos embaraçosos que RD Reybolds teve gosto em induzir no Wrestlecrap.
Contudo, a melhor coisa que o rating PG trouxe, na opinião deste modesto blogger foi o facto de a WWE ter percebido finalmente a mensagem que teria de colocar novos talentos no main-event.
2009 foi um ano duro para a programação da WWE. Todos os grandes angles foram carregados nas costas de John Cena, Randy Orton, Batista, D-Generation X (Shawn Michaels e Triple H), Big Show, Chris Jericho, Jeff Hardy, Undertaker e Edge. Até parecia que o main-event era a única parte do show que interessava, enquanto as estrelas de futuro estavam no low card em storylines sem interesse.
No ano de 2010, os main-eventers começaram a cair que nem tordos. Shawn Michaels retirou-se por estipulação na Wrestlemania 26. Batista deixou a companhia após o término do seu contrato. Triple H reduziu a sua agenda para se dedicar e um papel mais activo no backstage. Chris Jericho tirou novo hiatus.
Com o caminho deixado livre por esses main-eventers, era tempo da WWE testar novos lutadores e provar aos fãs que o mundo era deles.
Um exemplo é de um tipo chamado de Sheamus. Apesar de somente ter estrado na WWE alguns meses antes o TLC 2009, o irlandês fez um grande impacto e foi-lhe confiado um main-event com John Cena. Com pouca construção, Sheamus venceu o WWE Championship ao atirar Cena do canto para cima de uma mesa. Ao longo dos dois últimos anos, Sheamus tem sido um bom exemplo do quanto um lutador pode evoluir.
Outro exemplo é Dolph Ziggler. Nick Nemeth vinha de mãos dadas com o Fraco desde a sua estreia na WWE. Imaginam-se a ser o caddy de Kerwin White? Nick foi! Imaginam-se a ser um cheerleader masculino a ser trucidado pelos D-X todas as semanas e a sofrer a humilhação eterna de levar um estalo na OWV? Sim, ele sofreu isso! Começando com um gimmick de estrela porno, Dolph foi se introduzindo aos poucos e subindo na WWE até que chegou ao topo da montanha,
Existem outros exemplos como CM Punk, Daniel Bryan e Zack Ryder que podem ser usados para mostrar a efectividade deste ponto.
Não nos esqueçamos que com o rating PG a WWE consegue se expandir a outras áreas. Embora o lançamento do seu canal esteja atrasado, o novo canal no youtube parece trazer sempre material inovador à campanha viral da WWE.
Agora que falamos dos pontos positivos, falemos agora dos pontos negativos que a mudança de rating trouxe à WWE desde o dia da sua incepção.
Começamos pela falta de sangue que para mim é dúbia. Eu não tenho qualquer problema com a falta de alguém a sangrar desnecessariamente todas as semanas. Contudo acho que em certos combates e sobre determinadas gimmicks que era necessário. PPV`s como o Elimination Chamber e Hell in the Cell precisam desse condimento pois trazem mais drama e uma legitimidade à história. Ninguém acredita em alguém enviar uma pessoa de cara contra uma jaula e esta sair em perfeitas condições sem um arranhão sequer.
Outro problema é limitação severa dos elementos de hardcore. Nos últimos anos, tem havido uma evolução médica no estudo das concussões e com isso em mente a WWE tentou se mais legítima e a instaurar uma multa de 2 mil dólares por cada cadeirada na cabeça. Convenhamos que isto é perfeito em 9 de cada 10 combates, contudo em certos combates é preciso haver uma cadeira e quem sabe dois lowblows. Por exemplo, em combates como Man Standing ou Hell in the Cell, uma cadeirada pode ser certamente o final do combate. Sou da opinião que cadeiradas deviam existir mas executadas pelos lutadores mais experientes nesse ramo e cientes do que estão a fazer.
O mais engraçado disto tudo é que em 1997/1998 o rating era PG e havia uma boa dose de sangue e hardcore.
Contudo o meu principal problema com a PG era não é a falta de sangue ou a falta de hardcore.
O meu principal problema é a capacidade da WWE criar programas que irão atrair o mínimo dominador comum dos fãs em vez de espectadores que os levem à terra prometida. É muito mau quando uma stable como os D-Generation X que nasceram num comportamento imaturo e de jacksass dar lugar a um anão cujo objectivo é fazer amigos nas crianças.
É mau quando temos de ver estrelas a serem obrigadas a mudar a sua linguagem para termos “mais familiares”. Quando Steve Austin foi o guest host do RAW em 2009 e não pôde ter dito nenhuma das suas catchphrases.
Ate pode haver mais aspectos negativos sobre a PG Era, contudo qualquer que seja a era que a WWE tenha, haverá sempre pós e contras e o maior desafio será nós a aceitarmos como elas são.
________________________________________
Em conclusão, o wrestling luta para sobreviver e com isso em 2008 a WWE mudou o seu rating para PG que apresar de ao ter sido a mudança perfeita ou ideal, parece levar a WWE para um produto melhor.
Com menos foco em gimmicks e histórias toscas, a WWE detém atenções nas suas jovens estrelas e lentamente tende a melhorar o seu produto. Para terminar deixem-me dizermos uma coisa:
Todas as eras da WWE, seja ela Rock N’ Wrestling, New Generation ou Attitude tiveram os seus pontos positivos e negativos. Certamente que o wrestling de agora não é o wrestling daquela altura, mas este é um negócio cíclico.
Quando a WWE tiver outro período de boom que tende sempre a vir de modo inexplicável, eu irei rir das pessoas que disseram que a companhia morreu com a mudança de rating. A filosofia e estúpida, infantil e imatura.
Enquanto acho que o produto está longe de ser bom, eu sei que a WWE tenta apresentar um melhor produto. É isso que me faz ainda ser fã e com a promessa de um card monstruoso na Wrestlemania 28, eu manter-me-ei um fã fiel.
Original de BB com tradução de Wolve
Não durou até Junho desse ano quando o rating PG ficou oficialmente vigente na WWE mas devemos ser honestos e dizer que a programação da WWE já era PG muito tempo antes da mudança anunciada.
Esta mudança trouxe pontos positivos e negativos. Comecemos pelos positivos:
Com o lançamento do rating PG, a WWE tem de deixar de lado aqueles angles estúpidos. Embora esses angles caiam-se, ainda se fizeram propostas fracas como a história de incesto entre Paul Burchill e Katie Lea Burchill que prejudicariam o negócio. Imagem o quanto baixaram os ratings com esse angle na cabeça das pessoas?
Para além disso, não aconteceram mais gimmicks idiotas e sem sal como por exemplo os “The Dicks” a aparecem nos nossos écrans. Essa dupla de 2007 foi um dos momentos embaraçosos que RD Reybolds teve gosto em induzir no Wrestlecrap.
Contudo, a melhor coisa que o rating PG trouxe, na opinião deste modesto blogger foi o facto de a WWE ter percebido finalmente a mensagem que teria de colocar novos talentos no main-event.
2009 foi um ano duro para a programação da WWE. Todos os grandes angles foram carregados nas costas de John Cena, Randy Orton, Batista, D-Generation X (Shawn Michaels e Triple H), Big Show, Chris Jericho, Jeff Hardy, Undertaker e Edge. Até parecia que o main-event era a única parte do show que interessava, enquanto as estrelas de futuro estavam no low card em storylines sem interesse.
No ano de 2010, os main-eventers começaram a cair que nem tordos. Shawn Michaels retirou-se por estipulação na Wrestlemania 26. Batista deixou a companhia após o término do seu contrato. Triple H reduziu a sua agenda para se dedicar e um papel mais activo no backstage. Chris Jericho tirou novo hiatus.
Com o caminho deixado livre por esses main-eventers, era tempo da WWE testar novos lutadores e provar aos fãs que o mundo era deles.
Um exemplo é de um tipo chamado de Sheamus. Apesar de somente ter estrado na WWE alguns meses antes o TLC 2009, o irlandês fez um grande impacto e foi-lhe confiado um main-event com John Cena. Com pouca construção, Sheamus venceu o WWE Championship ao atirar Cena do canto para cima de uma mesa. Ao longo dos dois últimos anos, Sheamus tem sido um bom exemplo do quanto um lutador pode evoluir.
Outro exemplo é Dolph Ziggler. Nick Nemeth vinha de mãos dadas com o Fraco desde a sua estreia na WWE. Imaginam-se a ser o caddy de Kerwin White? Nick foi! Imaginam-se a ser um cheerleader masculino a ser trucidado pelos D-X todas as semanas e a sofrer a humilhação eterna de levar um estalo na OWV? Sim, ele sofreu isso! Começando com um gimmick de estrela porno, Dolph foi se introduzindo aos poucos e subindo na WWE até que chegou ao topo da montanha,
Existem outros exemplos como CM Punk, Daniel Bryan e Zack Ryder que podem ser usados para mostrar a efectividade deste ponto.
Não nos esqueçamos que com o rating PG a WWE consegue se expandir a outras áreas. Embora o lançamento do seu canal esteja atrasado, o novo canal no youtube parece trazer sempre material inovador à campanha viral da WWE.
Agora que falamos dos pontos positivos, falemos agora dos pontos negativos que a mudança de rating trouxe à WWE desde o dia da sua incepção.
Começamos pela falta de sangue que para mim é dúbia. Eu não tenho qualquer problema com a falta de alguém a sangrar desnecessariamente todas as semanas. Contudo acho que em certos combates e sobre determinadas gimmicks que era necessário. PPV`s como o Elimination Chamber e Hell in the Cell precisam desse condimento pois trazem mais drama e uma legitimidade à história. Ninguém acredita em alguém enviar uma pessoa de cara contra uma jaula e esta sair em perfeitas condições sem um arranhão sequer.
Outro problema é limitação severa dos elementos de hardcore. Nos últimos anos, tem havido uma evolução médica no estudo das concussões e com isso em mente a WWE tentou se mais legítima e a instaurar uma multa de 2 mil dólares por cada cadeirada na cabeça. Convenhamos que isto é perfeito em 9 de cada 10 combates, contudo em certos combates é preciso haver uma cadeira e quem sabe dois lowblows. Por exemplo, em combates como Man Standing ou Hell in the Cell, uma cadeirada pode ser certamente o final do combate. Sou da opinião que cadeiradas deviam existir mas executadas pelos lutadores mais experientes nesse ramo e cientes do que estão a fazer.
O mais engraçado disto tudo é que em 1997/1998 o rating era PG e havia uma boa dose de sangue e hardcore.
Contudo o meu principal problema com a PG era não é a falta de sangue ou a falta de hardcore.
O meu principal problema é a capacidade da WWE criar programas que irão atrair o mínimo dominador comum dos fãs em vez de espectadores que os levem à terra prometida. É muito mau quando uma stable como os D-Generation X que nasceram num comportamento imaturo e de jacksass dar lugar a um anão cujo objectivo é fazer amigos nas crianças.
É mau quando temos de ver estrelas a serem obrigadas a mudar a sua linguagem para termos “mais familiares”. Quando Steve Austin foi o guest host do RAW em 2009 e não pôde ter dito nenhuma das suas catchphrases.
Ate pode haver mais aspectos negativos sobre a PG Era, contudo qualquer que seja a era que a WWE tenha, haverá sempre pós e contras e o maior desafio será nós a aceitarmos como elas são.
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Em conclusão, o wrestling luta para sobreviver e com isso em 2008 a WWE mudou o seu rating para PG que apresar de ao ter sido a mudança perfeita ou ideal, parece levar a WWE para um produto melhor.
Com menos foco em gimmicks e histórias toscas, a WWE detém atenções nas suas jovens estrelas e lentamente tende a melhorar o seu produto. Para terminar deixem-me dizermos uma coisa:
Todas as eras da WWE, seja ela Rock N’ Wrestling, New Generation ou Attitude tiveram os seus pontos positivos e negativos. Certamente que o wrestling de agora não é o wrestling daquela altura, mas este é um negócio cíclico.
Quando a WWE tiver outro período de boom que tende sempre a vir de modo inexplicável, eu irei rir das pessoas que disseram que a companhia morreu com a mudança de rating. A filosofia e estúpida, infantil e imatura.
Enquanto acho que o produto está longe de ser bom, eu sei que a WWE tenta apresentar um melhor produto. É isso que me faz ainda ser fã e com a promessa de um card monstruoso na Wrestlemania 28, eu manter-me-ei um fã fiel.
Original de BB com tradução de Wolve