Slobber Knocker #4: Por onde andam eles?
Mais uma vez olá a todos e regresso esta semana com novo
assunto, e com este pretendo ser um pouco menos ortodoxo que o que tenho sido
nas recentes edições. Desta vez retrocedo um pouco no tempo até aos dias em que
comecei a ver wrestling....
Corria o ano de 2005 se não estou em erro e eu ainda era um
miúdo que andava na escola e ouvia os colegas a falar de wrestling e queria
integrar-me de alguma forma. Lá consegui um bom horário para acompanhar o show
que mesmo com semanas de atraso era totalmente novo para mim, eu nem acesso à
Internet tinha. Chegou a um ponto em que já só via de forma esporádica mas
ainda dava para manter uma ideia do que se andava a passar. O pormenor curioso
é que eu inicialmente não sabia distinguir os main eventers dos mid carders e
não sabia sequer o que era um jobber.
Tinha apenas um cuidado em especial:
decorar os nomes de todos os wrestlers que apareciam, para já parecer que sabia
do que falava quando discutisse a modalidade com os amigos. Passou a moda, a
atenção da miudagem com quem me dava desvaneceu e eu mesmo também deixei de
acompanhar a WWE… A TV já não lhe dava a mesma atenção e eu andava de volta de
outras coisas com o meu acesso à Internet – e não pensem em coisas malandras.
Eventualmente a minha vontade voltou a despertar e eu recomecei a ver desta vez
com olhos diferentes, não de um pequeno “mark” que só gostava dos Faces. Hoje
já me considero no prestigioso grupo de pessoas que pensa e parece que sabe
muito, mas no fundo não sabem nem um oitavo. Tendo em conta a indústria que é,
até é bom.
No entanto, peço desculpa se esta longa introdução parece
encaminhar para uma entusiasmante história pessoal, porque de facto não é.
Apenas para me situar, para que hoje em dia quando assisto aos shows da WWE e
olho para o plantel e para a sua divisão hierárquica pense em como andava esse
mesmo plantel há uns anos atrás, quando comecei a assistir. Tipos que mal me
lembrava deles, alguns deles nem passavam de “sacos de porrada” – o que eu
chamava aos jobbers antes de saber o que isso era. É verdade, toda esta
introdução foi para chegar a este propósito: recordar alguns dos talentos mais
baixos do card de alguns anos atrás e simplesmente perguntar – e responder… Por
onde andam estes gajos? Vejamos lá se são capazes de se lembrar destes
indivíduos:
Rob Conway
Rob Conway foi um lutador que integrou na WWE durante sete
anos, mas com actividade mais a sério apenas por quatro anos, entre 2003 e
2007. Durante a sua carreira na WWE, Conway foi maioritariamente um Heel.
Começou a dar os seus passos na divisão Tag Team, numa parceria com Sylvain
Grenier, intitulada La Résistance, uma equipa Heel de Franceses-Canadianos de
Quebec – haverá algo melhor para irritar uma plateia Americana do que com os
queridos vizinhos Canadianos? Com esta equipa, Conway conquistou os World Tag
Team Championships em três ocasiões, após feuds com as equipas de Edge &
Chris Benoit e de William Regal & Eugene.
Após a equipa ser rompida, Conway lançou-se a solo com nova gimmick narcisista e encontrou-se no card com feuds com várias lendas e Hall of Famers que tinham o apoio de Eugene. Ainda teve uma breve tentativa pelo título Intercontinental de Ric Flair que falhou a vencer antes de mergulhar numa onda de derrotas que o deixou com o estatuto de jobber. Já ia essa onda longa quando Conway se fartou e afirmou, antes de um combate, que as coisas iam mudar e ele não iria perder mais – melhor, se perdesse o combate no qual ele estaria a seguir, demitia-se. Infelizmente para ele, era Jeff Hardy quem o esperava no ringue e o derrotou nuns meros 21 segundos. O próprio Vince McMahon foi ao ringue despedi-lo e eventualmente, Conway abandonou efectivamente a WWE.
Após a equipa ser rompida, Conway lançou-se a solo com nova gimmick narcisista e encontrou-se no card com feuds com várias lendas e Hall of Famers que tinham o apoio de Eugene. Ainda teve uma breve tentativa pelo título Intercontinental de Ric Flair que falhou a vencer antes de mergulhar numa onda de derrotas que o deixou com o estatuto de jobber. Já ia essa onda longa quando Conway se fartou e afirmou, antes de um combate, que as coisas iam mudar e ele não iria perder mais – melhor, se perdesse o combate no qual ele estaria a seguir, demitia-se. Infelizmente para ele, era Jeff Hardy quem o esperava no ringue e o derrotou nuns meros 21 segundos. O próprio Vince McMahon foi ao ringue despedi-lo e eventualmente, Conway abandonou efectivamente a WWE.
Actualmente, Rob Conway encontra-se empregado na empresa
independente de wrestling Hardcore, Juggalo Championship Wrestling, onde
compete com o mesmo nome.
Scotty 2 Hotty
Já um veterano, conhece a WWE desde que ainda era WWF e por
lá trabalhou entre 1991 e 2007, mas foi em 1997 que se fez valer na divisão de
pesos leves. Ainda com o seu nome Scott Taylor, juntou-se a Brian Christopher –
filho de Jerry Lawler – para formar os Too Cool. Progressivamente a sua
personagem ia ficando mais flamejante até mudar o seu nome para “Scotty Too
Hotty” e integrar o improvável Rikishi na sua equipa.
Durante um hiato da equipa devido a lesão do parceiro, Scotty aproveitou para conquistar o agora defunto título Light Heavyweight a Dean Malenko para quem voltou a perder o cinto. Os títulos Tag Team passaram-lhe mais tarde pelas mãos assim que, juntamente com o recuperado Brian Christopher, derrotou a equipa de Edge & Christian. Após um longo período com outras equipas diferentes, Scotty volta a carregar um cinto de Tag Teams assim que se reúne com o seu ex-parceiro Rikishi. Após perda dos cintos, Scotty 2 Hotty ficou guardado para a mó de baixo, competindo maioritariamente em dark matches, ou no Velocity e no Heat. Saiu da WWE em 2007.
Durante um hiato da equipa devido a lesão do parceiro, Scotty aproveitou para conquistar o agora defunto título Light Heavyweight a Dean Malenko para quem voltou a perder o cinto. Os títulos Tag Team passaram-lhe mais tarde pelas mãos assim que, juntamente com o recuperado Brian Christopher, derrotou a equipa de Edge & Christian. Após um longo período com outras equipas diferentes, Scotty volta a carregar um cinto de Tag Teams assim que se reúne com o seu ex-parceiro Rikishi. Após perda dos cintos, Scotty 2 Hotty ficou guardado para a mó de baixo, competindo maioritariamente em dark matches, ou no Velocity e no Heat. Saiu da WWE em 2007.
Desde então, Scotty 2 Hotty tem feito circuito em várias
promotoras independentes, como a Eastern Pro Wrestling, Full Impact Pro, CLASH
Wrestling ou a Coastal Championship Wrestling. No seu circuito independente,
combinando títulos individuais e títulos de equipas, Scott deteve um total de 9
títulos. Para além do wrestling, também participou num obscuro filme “Ultimate
Death Match 3”, em 2010. Mas o pessoal vai-se lembrando dele pelo seu
espectacular “The Worm” cujo formato teatral quase que nos distrai da
ineficácia e fraqueza do finisher em si…
Simon Dean
Este tipo ainda foi importante na antiga ECW, quando lutava
como “Hollywood” Nova, como integrante dos bWo, uma hilariante paródia dos nWo
da WCW. No entanto, na WWE talvez se lembrem dele – se se lembram – como um
instrutor de fitness que insultava o público e falava do seu programa de dieta.
Pouco impacto e sucesso teve com essa imagem no Raw e foi para o Smackdown onde
saltava entre ser o Hollywood Nova nos bWo e voltar a ser o Simon Dean. Assim
que o instrutor de fitness – e a sua fantástica Dean Machine – se começaram a
estabelecer no plantel, a única memória que podemos ter é a de Dean a levar uma
sova de Bobby Lashley no No Mercy de 2005. Tentou ser manager da Tag Team “The
Gymini”, mas não foi longe e acabou por sair da WWE como jobber em 2007.
Após a sua saída, acabou por se retirar do wrestling e
dedicou-se ao treino de alguns lutadores no território de desenvolvimento.
Descontente, deixou também esse emprego na WWE e retirou-se dos ringues.
Regressou algum tempo depois com aparições esporádicas em shows especiais da
ECW, como Hollywood Nova, sendo a sua aparição mais notável na TNA,
participando no primeiro Hardcore Justice, show de reunião da ECW.
Curiosidade: Durante o seu tempo na OVW – território de
desenvolvimento da WWE – venceu o Heavyweight Championship, derrotando um tal
de “The Prototype”. Se não sabem quem é esse Prototype, a Internet está toda a
vosso dispor para descobrir quem é…
The Highlanders
Tag Team Escocesa de curta duração que tinham a sua gimmick
bem carregada com os seus sotaques e maneirismos oriundos da Escócia. Pareciam
engraçados e as suas tags eram hilariantes – algo melhor que um estalo na cara
para o parceiro entrar? – mas esta parceria dos primos Robbie e Rory apenas
durou por dois curtos anos, entre 2006 e 2008. Nunca conseguiram os títulos,
mesmo que tivessem várias tentativas. Caíram um pouco na obscuridade e uma Heel
Turn apenas os deixou mais em baixo. Foram eventualmente despedidos da
companhia, ambos em simultâneo em Agosto de 2008.
Actualmente, os dois lutadores não parecem estar
estabelecidos em nenhuma companhia ou então existe pouca informação.
Conhecem-se, no entanto, as suas passagens por circuitos independentes, apenas
desconheço se têm bookings permanentes em algum sítio. De qualquer das formas,
muito notáveis não se conseguiram manter…
Curiosidade: Em plena “Road to Wrestlemania” de 2008, Robbie
foi avistado e apontado como integrante na plateia de um episódio do Impact! da
TNA. Isto originou com que o atleta recebesse uma ordem telefónica da WWE para
que se ausentasse imediatamente. O lutador perdeu o seu pagamento da
Wrestlemania. Após o incidente, Robbie afirma ter feito isso como um golpe
propositado para ser despedido devido ao seu descontentamento na WWE, onde
trabalhava…
Kevin Thorn
Primeiro ainda foi o Mordecai por um curto período de tempo, no Smackdown em 2004, com uma gimmick religiosa e purista que planeava livrar a plateia e o plantel de todos os seus pecados. Numa questão de meses voltou ao território de desenvolvimento e eventualmente despedido. Regressou em 2006 para a nova brand ECW, como Kevin Thorn, um personagem vampírico – à la Gangrel – acompanhado pela belíssima Ariel. Ganhou notoriedade ao juntar-se a Elijah Burke – agora conhecido como Pope na companhia rival -, Matt Striker e Marcus Cor Von para formar os New Breed numa feud com os ECW Originals que integravam Rob Van Dam, Tommy Dreamer, Sabu e Sandman. Após a feud, teve momentos semi-notáveis na ECW a solo – já sem Ariel – até mudar de visual, largar a sua gimmick de vampiro, ser mandado de volta para território de desenvolvimento e sair da companhia.
Recentemente, Kevin Thorn também tem passado pelos circuitos
independentes, constando apenas em vários bookings e Tours de Indys, utilizando
tanto a gimmick de Kevin Thorn ou a sua gimmick ainda mais antiga de Seven
Thorn. Actualmente é como Kevin Thorn que compete na Frontier Elite Wrestling.
Kenny Dykstra
Com certeza que se lembram dos Spirit Squad e do seu bizarro reinado como Tag Team Champions, único título que Kenny deteve na WWE. Após longa feud com os DX – que deu origem a muitos segmentos engraçados – e após envolver também Ric Flair, a equipa de cheerleaders foi eventualmente encaixotada e despachada de volta para os territórios de desenvolvimento – literalmente. Kenny seguiu então a solo, com o nome Kenny Dykstra onde teve pouca notoriedade: tentou integrar os Rated RKO, curta feud com Ric Flair, Tag Team com Johnny Nitro de curta vida. Foi transferido para o Smackdown onde foi pouco mais que um jobber. Abandonou a companhia em Novembro de 2008.
Desde então, Kenny tem andado por algumas independentes como
a Dragon Gate USA, onde utilizou o seu verdadeiro nome Kenn Doane. Mais
recentemente integrou no programa de TV, Wrestling Retribution Project, onde
gravou os 13 episódios da primeira temporada. Passou também por um combate
“tryout” na TNA com o seu verdadeiro nome e um dark match no Smackdown,
regressando à WWE mesmo que não fosse de forma permanente.
Curiosidade: Foi outro membro dos Spirit Squad que teve mais
sucesso mais tarde. Um dos mais histéricos do grupo que lhe chamavam de Nicky.
Este provavelmente já sabem quem é, mas se ainda não souberem… Também creio que
não perdem tempo a pesquisar…
E deixo então estes seis, mesmo que existam muitos mais que
até saltem à cabeça rapidamente. Se vir que existe sucesso e interesse neste
assunto, talvez faça uma nova colecção de “perdidos” eventualmente.
Concluo como faço sempre, passando a palavra a vós com as
simples questões: Lembram-se destes lutadores? Gostavam deles? Tinham talento e
foram mal aproveitados? Estejam também à vontade para discutir e apresentar
mais exemplos de casos de lutadores que vos saltem à mente – de qualquer era –
e que pensem o que terá acontecido com eles. E actualmente? Vê-se no presente
plantel alguém que vá pelo mesmo caminho? Cumprimentos a todos e veremos se
apresentarei futuramente mais casos de desgraçados pouco recordados e com
carreiras não tão gloriosas…
Chris JRM