Opinião do Leitor - Um olhar sobre os iPPV`s no wrestling indy e suas implicações
Num fim-de-semana que funciona como milestone para o wrestling independente americano, não por uma efectiva significância histórica, mas por marcar a ocorrência de 4 iPPVs (PPVs a partir de streams da internet), proponho-me a escrever sobre o "BEST IN THE WORLD~!". O melhor do mundo indy, perceba-se.....
Se o facto de ROH, EVOLVE e CZW fazerem iPPVs no mesmo dia (a Evolve faz um double shot, fazendo também um na sexta-feira) demonstra mais de política de concorrência duvidosa (principalmente para a CZW, não me parece que haja muito a lucrar com isto...) do que de propagação de iPPVs em directo, a verdade é que esta é um novo fenómeno na economia destas promoções (das GRANDES indys, só a PWG é que ainda não se meteu nisto), e um que incorpora em si uma panóplia de desafios, desde logo ao nível da produção e qualidade da emissão.
O surgimento e estandardização da realização de iPPVs em directo acabou também por ser um dos factores que levou a ROH a ser mais restritiva quanto às suas concessões aos wrestlers com contrato. Posto de forma mais objectiva, desde que DGUSA e EVOLVE (companhias irmãs, com os mesmos donos e o mesmo booker) surgem e apresentam os seus shows em iPPV e PPV, a ROH passou a proibir os seus wrestlers contratualizados de trabalhar para estas companhias. Isto, na prática, fez com que ambas as federações estabilizassem um roster próprio e, por isso, estabilizassem também produtos próprios, dando, de parte a parte, espaço para que lutadores mais jovens e com menos visibilidade pudessem dar um ar da sua graça.
Ora, aquele que eu considero ser o melhor wrestler das indys fugiu um pouco a este esquema, principalmente porque se decidiu manter efectivamente independente, para poder fazer o máximo de federações possíveis, tanto na América do Norte como na Europa e Japão. Pode fazê-lo porque, devido ao seu talento, não tem de recear falta de bookings por não se comprometer com ninguém; pelo contrário, por ser um lutador descomprometido, é mais fácil para pequenas indys o bookar e lidar com o booking dos seus combates (um lutador com contrato com a ROH é mais difícil de pôr a jobbar para o zé-ninguém da nossa fed), e, por ser um lutador fantástico, consegue adaptar-se aos vários adversários e fazê-los brilhar.
Que não haja confusões: eu adoro ver combates do Davey Richards e do Kevin Steen, mas esses estão talhados para um tipo específico de combate e para um booking específico da sua personagem (no caso do Davey, é notório quando tenta fazer combates num estilo mais tradicional. Torna-se num lutador perfeitamente banal). Para mim, o melhor lutador ou melhor worker é o que sabe fazer todos os papéis e dar-se com lutadores dos diversos estilos. É um lutador que não precise de high spots para impor os seus combates, mas que também os saiba fazer. Um lutador que conecte com o público, ou melhor, com os diferentes públicos que encontramos pela cena indy fora.
E como o Chris Hero e o Cesaro assinaram pela WWE, para mim nem há dúvida que o El Generico é o titular incontestável do direito a ser considerado o melhor. Este é apenas mais um exemplo da sua awesomeness:
CHIKARA (28/04/2012)
El Generico vs Sara Del Rey
El Generico vs Sara Del Rey
Artigo original de Manzk