Slobber Knocker #8: Antes da grandeza...
Cumprimentos a todos neste solarengo e quente fim-de-semanaassim que regresso para mais uma edição do aparentemente bem recebido “SlobberKnocker”. Esta semana, faço um paralelismo com um assunto abordado há algumassemanas atrás que obteve um feedback positivo.....
Refiro-me à secção “Por onde andam eles?” que relembrava asbreves carreiras de antigos low carders da WWE e procurava saber por ondeandavam actualmente. A recepção à ideia foi positiva, logo talvez em breveprossiga com uma nova edição. No entanto para agora, também pensei em fazer ooposto: porque não pegar em alguns Superstars actuais – ou outros passados comgrandeza suficiente para continuarem a ser lembrados – e vasculhar um pouco oseu passado para saber o que andavam a fazer nos seus passos iniciais? Será queeste também resulta? Veremos então:
Zack Ryder
De seu nome Matt Cardona, Zack Ryder desde sempre que foiemparelhado com o seu notável ex-parceiro de Tag Team, Curt Hawkins. Logo desdeos seus primeiros passos, contratado pela empresa independente New YorkWrestling Connection onde utilizava o nome Brett Matthews. Desde aí que seemparelhou com Bryan Myers – verdadeiro nome de Curt Hawkins – e com ele venceuos títulos Tag Team da companhia por duas vezes. Ainda juntos, foram contratadospela WWE em 2006 onde se instalaram num dos territórios de desenvolvimento daaltura, a Deep South Wrestling e foram “vendidos” como irmãos, partilhando osobrenome Majors. Lá venceram os títulos Tag Team também por duas vezes e foramtransferidos para o outro território de desenvolvimento, o Ohio ValleyWrestling onde voltaram a ser Campeões por uma vez. Em Maio de 2007 foramtransferidos para o “main roster” onde poucos meses depois da sua estreia sejuntaram a Edge para constituir os “La Familia”. E daí para a frente já temosuma noção da sua história.
Actualmente, Zack Ryder tem andado um pouco em baixo após oseu push massivo do ano anterior, no qual chegou a reter o United StatesChampionship e envolver-se em angles com Kane, Eve e John Cena. Ainda é, noentanto, dos Superstars que mais reacção do público consegue puxar.
Curiosidade: Devido à sua recorrente aliança com CurtHawkins poderia ter feito isto para os dois duma vez. No entanto queriadestacar Zack para uma coisa. Estão a ver aqueles desgraçados daqueles jobberslocais que só lá estão para levar porrada do Ryback? Pronto, Zack Ryder tambémjá foi um desses, fazendo o Job para nada mais, nada menos que… Matt Morgan.Não havia nada de “Woo Woo Woo”, nem “broskis” nem qualquer tipo de maneirismosde Long Island, apenas um miúdo magro a ser squashado pelo gigante gago ecomplexado, Matt Morgan. Verifiquem se o reconhecem assim jovem:
Evan Bourne
Já não era nenhum estranho para muitos e os seus dotesaéreos já constaram na Ring of Honor por três anos entre 2004 e 2007. Quer sejacomo Evan Bourne ou com o seu antigo ring name Matt Sydal, o atléticocompetidor de seu nome Matthew Korklan já não é nenhum novato. No seu primeirocircuito independente, passou por variados territórios de onde conseguiu extrairnúmeros títulos como o IWA Mid-South Light Heavyweight Championship ou o NWAMidwest X Division Championship por duas vezes. Neste seu período independenteteve confrontos com outras grandes estrelas das Indys como CM Punk, AJ Styles,Chris Sabin ou Kevin Steen, entre outros, principalmente na IWA.
Seguiu-se um curto e curioso período na TNA, estreando-se noprimeiro Victory Road num combate “Gauntlet” de vinte homens, para o TNA WorldX Cup Tournament, combate esse que foi vencido por Héctor Garza. Desde então, oainda Matt Sydal apenas constava em bookings raros e não passava de um jobber.Foi depois disso então, que se tornou mais notável ao integrar a consagradaRing of Honor onde fez nome e competiu durante três anos, enfrentando númerosgrandes nomes das Indys, actualmente nas grandes promoções. Destaque para o seureinado como Campeão de Tag Team com Christopher Daniels. Durante e após o seuperíodo na ROH, constou em mais independentes como a CHIKARA, a empresaJaponesa Dragon Gate ou a promoção da MTV de curta vida, a Wrestling Society X– sim, era da MTV e não, não incluía The Miz. Eventualmente assinou com a WWE,iniciando-se na OVW onde venceu o OVW Heavyweight Championship. Teve também umapassagem pela FCW antes de ser chamado ao roster principal, para a brand ECW.
Actualmente, Evan Bourne atravessa um duro momento na suacarreira. Durante o seu reinado como Campeão Tag Team com Kofi Kingston nos AirBoom, sofreu duas suspensões por falha na Wellness Policy – a segunda suspensãoretirando-lhe o cinto. Durante o seu período de suspensão e enquanto aguardavao seu regresso, teve mais um azar ao sofrer um acidente que lhe partiu um pé em4 sítios diferentes. O seu regresso ainda se espera, ficando no ar a questão…Para quando?
Curiosidade: A razão para que se goste de Evan Bourne é pelasua habilidade no ringue mas certamente que não é pelos seus dotes linguísticosao microfone. Considerado como um obstáculo para que Bourne não tenha umacarreira mais gloriosa, Bourne de facto não é daqueles que dê mais gosto ouvirfalar. Aqui fica um exemplo dos seus dias na OVW…
Kevin Nash
Este não é do tempo em que se buscavam jovens às Indys, masnão deixa de ser por isso que Nash não tenha algumas gimmicks mais obscuras noseu percurso inicial. Como se ainda não fosse suficiente termos que alternar onome como o conhecemos, entre Kevin Nash ou Diesel, ainda existiram mais nomespara o currículo de Nash, nos seus dias iniciais na WCW.
Primeiro: Steel. Um bizarro lutador de “mohawk/moicano”pintado de laranja, como integrante da Tag Team “Master Blasters”. Numa questãode um ano, a bizarra equipa sem sucesso deixou de existir.
Segundo: Oz. E como a WCW sempre teve a fama de conter aspersonagens mais estupidamente extraordinárias, porque não haver uma espécie defeiticeiro, baseado n’O Feiticeiro de Oz? Tragam então o Nash com o cabeloprateado e a levar uma capa/casacão/edredão ou lá o que aquilo era, florescenteao ringue. Com o simples nome, Oz, ainda conseguiu manter-se invicto e pareciaencaminhado para um bom push. Assim que foi derrotado por Ron Simmons, perdeumuita faísca e era altura de voltar a remodelar a personagem. Venha o próximo.
Terceiro: Vinnie Vegas. Mais uma personagem baseada noutraobra, neste caso no filme “My Blue Heaven” e agora Kevin Nash era uma espéciede mafioso. Constou em duas stables, como os “A Half-Ton of Holy Hell” lideradapor Harley Race ou os “The Diamond Mine”, liderados por Diamond Dallas Page.Nem uma nem outra duraram muito tempo, assim como a sua equipa com Page, os “TheVegas Connection”. Com três diferentes personagens em três anos, Kevin Nashpartiu para a WWF, onde se aliou a Shawn Michaels com o nome Diesel parafinalmente iniciar a sua mais célebre carreira.
Actualmente – e após uma carreira notável que dispensa pormenores-, Kevin Nash está parado mas não parece estar totalmente reformado,oferecendo-se para integrar tanto a WWE ou a TNA quando o precisarem. Os seusúltimos ares no ringue deram-se numa feud com Triple H – que começou como umafeud com CM Punk – que colidiu no TLC de 2011, num combate vencido pelo TheGame. O seu regresso ao ringue não é ansiado pelos fãs, visto que o lutador jánão consegue dar o que outrora já deu. E por falar nesse seu rival, que naverdade é um dos seus maiores compinchas…
Triple H
Este já o conhecemos bem e sabemos bem o que ele fez. Masretrocedamos um pouco na sua carreira. E nem sequer me refiro aos seus temposcomo Hunter Hearst Helmsey, a sua gimmick inicial de sangue azul na WWF. Defacto foi uma continuação de algo que já vinha de antes: a sua breve passagemde um ano pela WCW. Lá, Triple H estreou-se como um Heel de nome Terror Risin’,que mais tarde foi alterado para Terra Ryzing, até ser remodelado paraJean-Paul Levesque – aproveitando a origem Francesa do seu verdadeiro nome – umsnob da realeza. Isso por si já soa engraçado hoje em dia, mas o mais engraçadode tudo é imaginarmos o Triple H de hoje em dia a falar com um sotaque Francês…Antes de partir para a WWF, Jean-Paul inevitavelmente se juntou a William Regal– na altura, Lord Steven Regal – devido às suas semelhanças de maneirismos.Seguiu para a WWF, onde continuou a sua estranha gimmick até se envolver comThe Kliq, D-Generation X e outros afins para formar o “The Game” que conhecemoshoje – não exactamente o COO, mas perto disso.
Dispensam-se pormenores sobre a sua carreira e situaçãoactual, já todos sabemos bem. Mas muito brevemente: Detendo os títulosprincipais num total de 13 vezes, juntamente com mais outra data de títulos,Triple H já tem um lugar garantido no Hall of Fame, no futuro. A acrescentar aisso, Levesque também já tem o seu lugar na família McMahon, fruto do seucasamento com Stephanie McMahon, e esse lugar lhe dará certamente o controlo dacompanhia num futuro menos próximo em que Vince McMahon se retire ou nos deixe.Nos dias que correm, Triple H já interpreta esse papel em TV e tem estadometido numa controvérsia de vende / não vende uma lesão no braço, às mãos deBrock Lesnar, seu possível próximo rival.
Ricardo Rodriguez
Este é curioso principalmente para os mais ingénuos queapenas associam Ricardo ao desgraçado cómico ring announcer pessoal de AlbertoDel Rio, desconhecendo por completo as verdadeiras capacidades de JesúsRodríguez, verdadeiro nome do Mexicano. Aquele crossbody aplicado a Sheamus há2 Smackdowns atrás não foi puro acaso, ele na verdade já está bem habituado aisso e a muito mais. Bastante atlético e com características de lucha libre,Rodríguez tornou-se mais notável em muitas Indys – tantas que nem posso estaraqui a enumerá-las – com o nome Chimaera, um lutador mascarado cheio demanobras voadoras e outras mais poderosas e agressivas. No meio das bastantenumerosas independentes e torneios por onde andou apenas destaco algunsexemplos como a IWA, a CHIKARA ou a Dragon Gate USA. Rodríguez ainda constou naFCW com a gimmick de Chimaera, mas assim que salta para o main roster paraservir de assistente a Alberto Del Rio, que essa sua personagem também éadoptada no território de desenvolvimento.
Actualmente, vemo-lo todas as semanas a anunciar Del Rio equando sobe ao ringue é para dar em trapalhada, como foi por exemplo o seuencontro com Conor O’Brian no NXT há uns tempos atrás ou mais recentemente asua participação cómica no Royal Rumble. Quando na verdade é um grande lutador.Talento desperdiçado ou aproveitamento diferente?
Falei em Kevin Nash que tinha várias fases, mas passemosagora para mais um, o último, que também tem várias etapas e digamos que foiuma progressão de grandeza:
Dolph Ziggler
Apesar do seu talento agradar bastante aos “Internet fans”,Ziggler não tem nenhum passado nas independentes de bom nome. Aliás, o seuinício deu-se logo na OVW e antes disso apenas tinha um background em wrestlingamador de liceus e universidades.
Após estrear-se na OVW com o seu verdadeiro nome, NickNemeth, foi chamado rapidamente ao roster principal para acompanhar ChavoGuerrero que levava a gimmick parva de “Kerwin White”, um jogador de golfe. Afunção de Ziggler, neste caso Nemeth, era a de seu caddie e assistente e erafrequente vê-lo como seu manager ou parceiro Tag Team. Assim que faleceu EddieGuerrero, Chavo voltou a abraçar o seu nome orgulhosamente e deixou para trás apersonagem Kerwin White. Nada para fazer com Nemeth, que se mande de volta paraa OVW.
A sua seguinte personagem iniciou-se na OVW e espalhou-separa TV: Nicky, um dos cinco eléctricos cheerleaders que constituíam os SpiritSquad. Com este hiperactivo – e para alguns também, irritante – grupo, Nemethdeteve o seu primeiro título na WWE, sendo Tag Team Champion em conjunto com osseus quatro parceiros. Como já falei no outro artigo sobre Kenny Dykstra, osSpirit Squad foram retirados da TV, ao ser encaixotados pelos DX e enviados devolta para a OVW.
De seguida, Nemeth conclui a sua formação, sendo transferidopara a FCW onde alterou ligeiramente o seu nome para Nic Nemeth e utilizava aalcunha “The Natural”. A sua função por esta altura era, principalmente, nadivisão Tag Team, com vários parceiros incluindo Mike Mondo – o Mikey dosSpirit Squad -, Brad Allen ou Gavin Spears, com quem venceu os títulos Tag Teamda FCW. Não tardaria muito e Nemeth estava a ser chamado ao plantel principalonde mudaria o nome para Dolph Ziggler.
Actualmente, Dolph anda como tem andado sempre. Um poucoabaixo do que realmente merece, após começar o ano em grande. Ex-CampeãoMundial, Intercontinental e US, após ter perdido muito tempo com Brodus Clay,parece ter encontrado de novo um lugar na divisão Tag Team, com Jack Swagger. Amalta cá espera pelo dia em que ele carregue um dos cintos mais pesados…
Mais uma vez, apenas meia dúzia de exemplos, mas que esperoque tenham sido suficientes para constituir o recheio de um interessante artigoque entretenha. Espero que tenham gostado, e quiçá também que tenham aprendidoalgo que desconheciam, também é bem possível que já soubessem de tudo que foiaqui referido. Despeço-me, como sempre e já se está a tornar cliché, passando apalavra a vós para comentarem como bem entenderem sobre o que acharam disto, segostariam de ver mais, se sabem também alguma curiosidade sobre o passado dealguma Superstar ou algo que tenha falhado nestes exemplos.
Até à próxima semana,
Chris JRM