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MMA: UFC On FX 4: Maynard vs Guida - Antevisão + Pesagens


Na véspera do inédito evento em Belo Horizonte, o UFC volta a Atlantic City, segunda capital americana dos jogos de azar e das lutas. O Revel Casino será palco do UFC On FX 4, que traz um card com lutas que valem a sua atenção por mais que o evento tenha sido abalado por algumas contusões dos atletas inicialmente escalados. O principal duelo da noite será o primeiro passo da retomada de Gray Maynard desde a dura derrota para Frank Edgar. Ele vai enfrentar o perigoso Clay Guida, que também precisa se recuperar do revés para o actual campeão Ben Henderson.......

Ainda pela divisão dos pesos leves, Sam Stout e Spencer Fisher completarão a trilogia iniciada em 2005. Os dois são as últimas vítimas de Thiago Tavares. Já pela categoria dos meio-médios, Brian Ebersole vai defender sua invencibilidade no UFC contra o finalizador TJ Waldburger. O card principal será aberto com o duelo de penas entre o vencedor do TUF 9 Ross Pearson e o ex-WEC Cub Swanson.

No card preliminar, serão três interessantes combates entre meio-médios: o quase desafiante (hoje quase esquecido) Rick Story recebe o estreante Brock Jardine, enquanto os brasileiros Ricardo Funch e Luís Beição tentam recuperar-se de derrotas sofridas em território nacional contra os cascudos Dan Miller e Matt Brown, respectivamente. Entre os penas, Hatsu Hioki vai trilhando sua saga rumo ao title shot contra Ricardo Lamas, enquanto Steven Siler dará as boas-vindas a Joey Gambino.

Outro estreante, C.J. Keith enfrenta o vice-campeão do TUF 13 Ramsey Nijem em duelo de leves. Nick Catone medirá forças com Chris Camozzi pela divisão dos médios, enquanto os galos Ken Stone e Dustin Pague abrem a noite de lutas.

O card completo do UFC on FX 4 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-leve: Gray Maynard x Clay Guida
Peso-leve: Sam Stout x Spencer Fisher
Peso-meio-médio: Brian Ebersole x T.J. Waldburger
Peso-pena: Ross Pearson x Cub Swanson

CARD PRELIMINAR

Peso-pena: Hatsu Hioki x Ricardo Lamas
Peso-leve: C.J. Keith x Ramsey Nijem
Peso-meio-médio Brock Jardine x Rick Story
Peso-pena: Joey Gambino x Steven Siler
Peso-médio: Chis Camozzi x Nick Catone
Peso-meio-médio : Matt Brown x Luis Ramos
Peso-meio-médio : Ricardo Funch x Dan Miller
Peso-galo: Dustin Pague x Ken Stone



------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Gray Maynard (EUA) vs Clay Guida (EUA)

Maynard foi, durante muito tempo, rotulado de “amarrão”, o atleta que vence suas lutas mas não empolga o público. Assim, alcançou oito vitórias seguidas no UFC, após participar da quinta edição do The Ultimate Fighter, incluindo na sua lista nomes como Dennis Siver, Frank Edgar, Jim Miller, Nate Diaz e Kenny Florian. A chance de lutar pelo cinturão, contra o mesmo Edgar que já havia derrotado, demorou (principalmente por causa do estilo monótono). Todavia trouxe à tona um novo lutador. No UFC 125, uma incrível blitz sobre o então campeão, aliada à recuperação deste, desencadeou uma das melhores lutas de cinco rounds que o UFC já viu, que terminou em empate e novo duelo marcado para o UFC 136. Após nova blitz e nova inacreditável recuperação do valente Edgar, Maynard acabou nocauteado no quarto assalto.

Outra mudança que caracteriza a transformação de Maynard aconteceu nos treinamentos: ele deixou a Xtreme Couture e passou a treinar na AKA, além de visitar regularmente a Nova União. Maynard está desenvolvendo seu kickboxing e o jiu-jitsu para agregar ao wrestling de altíssimo nível que quase o levou às Olimpíadas de Atenas e ao boxe decente que sempre apresentou. Há quase dois anos sem vencer, “The Bully” virá babando para o octógono de Atlantic City.

Chegando babando, Clay Guida o receberá, provavelmente arrotando, naquela que é uma de suas marcas registradas. Escatologias à parte, o “Carpinteiro” é um osso duro de roer contra qualquer peso leve. Dono de seis bónus de luta da noite (e mais dois de submissão), Guida é um camarada incansável, que não só coloca o dedo na tomada antes das lutas, como o deixa lá por uns dez minutos. A receita ainda parece incluir uma dose generosa de Prozac + Guaraná em pó + Viagra, tamanha a entrega e energia dispensada pelo “Capitão Caverna” a cada desafio.

Suas melhores vitórias foram sobre Josh Thomson, Nate Diaz, Rafael dos Anjos (em luta que estava bem disputada até o brasileiro se contundir), Takanori Gomi e Anthony Pettis. Quando esteve próximo do cinturão, sofreu uma derrota incontroversa para Ben Henderson, mas não sem deixar de fazer uma das melhores lutas de 2011. Vem evoluindo na trocação, mas seu carro-chefe continua sendo o jogo de quedas e tentativas de submissões que lhe garantiram 15 de suas 29 vitórias no cartel, que ainda conta com 12 derrotas, nenhuma delas por nocaute.

A diferença de tamanho a favor de Maynard pode ser crucial nesse combate. No confronto do burocrático que vem sendo mais explosivo contra o showman que busca ser mais cerebral, minhas fichas ficam na casa de Gray Maynard.

Sam Stout (CAN) vs. Spencer Fisher (EUA)

Dois atletas que costumam agradar ao público pela entrega e por fazerem lutas animadas completarão sua trilogia. No UFC 58, Stout levou em decisão dividida na sua estreia pelo UFC. A revanche veio um ano depois, na luta principal do UFC Fight Night 10, com o troco de Fisher em decisão unânime.

Sam Stout é um kickboxer versátil, figura carimbada nos cards do UFC desde 2006. Atravessa boa fase, com quatro vitórias, duas derrotas contestadas (em decisões divididas que muitas pessoas consideram injustas) e quatro bónus nas últimas seis lutas. Tem uma boa técnica na trocação, combinando chutes e socos em velocidade e fôlego para manter o ritmo durante toda a luta. Possui um cartel extenso, tendo lutado com alguns atletas da elite da divisão sem jamais ter sido nocauteado. Apesar do sugestivo apelido de “Hands of Stone”, não é propriamente um nocauteador: apesar de ter conquistado 9 de suas 17 vitórias por esta via, a maioria destas foi no início de carreira contra oponentes de nível inferior. Em seu último combate, apresentou-se muito bem no UFC 142 contra Thiago Tavares e, para muitos analistas, merecia a vitória que os jurados deram ao brasileiro.

Já Spencer Fisher é um lutador duro, mas claramente na descendente da carreira, como mostram as quatro derrotas nas últimas cinco lutas. A sua última também foi no Brasil, contra o mesmo Thiago Tavares mas, ao contrário de Stout, não ofereceu resistência, sofrendo o nocaute técnico no início do segundo round. Fisher tem um cartel de 32 lutas (24-8), sendo 16 no UFC (9-7), onde está desde 2005. “The King” também tem sua base na trocação, mas costuma ser perigoso nas tentativas de submissão (já finalizou Thiago Pitbull na categoria de cima). Assim como Stout, encarou muita concorrência pesada e nunca emendou uma sequência de vitórias que o levasse para a elite da divisão.

Imagino que os dois, hoje em dia sem maiores aspirações, vão partir para a guerra, buscando o bónus de luta da noite. Em melhor fase, Stout deve levar na decisão.

Brian Ebersole (EUA) vs Anthony Waldburger (EUA)

Uma das gratas surpresas do ano de 2011 foi a óptima temporada inicial de Brian Ebersole no UFC. Já com 30 anos e calejado com mais de 60 lutas nas costas, ele foi chamado para enfrentar o também experiente Chris Lytle. Brian não tomou conhecimento do “Lights Out” e dominou os 15 minutos da luta da noite do UFC 127. Em seguida, tratou de mandar Dennis Hallman e sua sunguinha bizarra para a vala, na base de cotoveladas insanas no UFC 133. Já na edição 140, travou um duelo muito equilibrado contra o duro Claude Patrick, conquistando sua décima vitória seguida em uma decisão dividida e apertada. O camarada do peito depilado em formato de seta já mostrou que não está de bobeira na divisão e, com base no wrestling, muita criatividade e um estilo incomum, vem chamando atenção dos fãs.

O adversário de Ebersole será TJ Waldburger, que chegou ao UFC como campeão meio-médio do Shark Fights e fará a sua quinta luta pelo evento. Estreou vencendo David Mitchell por decisão e em seguida foi nocauteado com pouco mais de um minuto de luta pelo top contender Johny Hendricks. Recuperou-se com um triângulo que lhe valeu a submissão da noite sobre Mike Stumpf e uma chave de braço sobre Jake Hecht em sua última luta, com menos de um minuto do round inicial. Ainda muito novo (24 anos), Waldburger está em notória evolução, deixando de contar apenas com o jiu-jitsu, ficando mais esperto no boxe e parece melhor também no clinch. Com um cartel de 15-6, pesa contra ele o fato de cinco de suas seis derrotas terem sido por nocaute ou nocaute técnico.

Ebersole mostrou contra Patrick algumas brechas que TJ pode vir a aproveitar, mas ainda assim é o favorito e deve conseguir uma interrupção após um ground and pound agressivo.

Ross Pearson (ING) vs Cub Swanson (EUA)

Vencedor do TUF 9, o inglês Ross Pearson começou no taekwondo e tem boas habilidades no boxe, combinação que molda o estilo deste striker agressivo que bate duro e absorve bem as pancadas que eventualmente recebe. Em seis lutas como peso leve, venceu quatro (incluindo Dennis Siver e Spencer Fisher), foi derrotado em decisão difícil por Edson Barboza, onde boa parte dos analistas viu vitória do inglês, e foi finalizado por Cole Miller. Resolveu descer para o peso pena e, contando com a pouca profundidade da categoria, está mais próximo do top 10 após estrear com vitória sobre Junior Assunção. Seu ponto fraco, embora esteja melhorando, ainda é o jogo de solo.

Lutador importante na divisão dos penas do WEC, Cub Swanson chegou a conquistar três bónus de luta da noite no saudoso evento em que qualquer luta era candidata ao prémio. Foi destruído por José Aldo em apenas 8 segundos com uma genial joelhada voadora dupla na chance que teve de um title eliminator. Swanson é um striker de boa técnica, muito destemido e resistente, e faz a sua terceira luta pelo UFC após ser finalizado por Ricardo Lamas e nocautear George Roop com estilo.

Ross Pearson é o favorito mas, como todo bom striker, Swanson tem suas chances de surpreender. O palpite é de uma luta movimentada e vitória de Pearson na decisão.

Card preliminar



Hatsu Hioki (JAP) vs Ricardo Lamas (EUA)

Considerado por muitos o melhor lutador japonês da actualidade, Hatsu Hioki foi contratado pelo UFC com a fama de ser o número 2 dos rankings especializados de MMA e como alguém digno a desafiar o cinturão do quase imbatível José Aldo.

Após uma estreia tímida e insegura contra o inexpressivo George Roop, quando venceu em uma decisão dividida apertada, Hioki derrotou Bart Palaszewski, oponente bem mais competente e perigoso, em grande estilo, dominando a luta do princípio ao fim. Na ocasião, Hatsu finalmente mostrou o excepcional jogo de quedas e transições no solo que já o fizeram derrotar nomes competentes como Marlon Sandro e Mark Hominick. Este faixa preta de jiu-jitsu tem ótima altura (1,80m) e envergadura (1,85m) para a categoria, o que o ajuda bastante na tarefa de controlar a distância para encurtá-la e fazer seu jogo fluir. Nas últimas 16 lutas, Hatsu possui 14 vitórias, um empate e uma derrota bastante contestada para Michihiro Omigawa. Seu cartel ostenta 26-4-2. Recebeu esta luta contra um atleta fora do top 10 claramente como um stand-by para não perder a condição de futuro desafiante.

Servido como um aperitivo para o japonês enquanto não é lhe servido o prato principal está o competente Ricardo Lamas, dono de um cartel de 11-2, com cinco vitórias nas últimas seis lutas, entre WEC e UFC. Após perder para Iuri Marajó na despedida do WEC como peso leve, Lamas resolveu descer para pena e acumula duas importantes vitórias no UFC, sobre Matt Grice (belo nocaute após chute alto) e Cub Swanson (submissão da noite no UFC 139, com um triângulo de mão). Grappler perigoso, este filho de um cubano e uma mexicana foi wrestler All-American da divisão III da NCAA na universidade e é graduado com a faixa marrom de jiu-jitsu.

Neste confronto de bons lutadores de solo, o talento do japonês parece ser superior e capaz de lhe render uma boa vitória por submissão.

Ramsey Nijem (EUA) vs C. J. Keith (EUA)

Ramsey Nijem é um americano de origem palestina, participante do TUF 13, quando foi vice-campeão ao ser nocauteado por Tony Ferguson no round inicial na luta final. Ganhou fama no programa pelo estranho hábito de tornar pública a imagem de seu traseiro. Foi um atleta de luta olímpica de sucesso na universidade (NCAA Divisão I) e carregou este estilo para suas lutas de MMA. Treinando na The Pit com Josh Burkman e Court McGee, tenta alcançar uma maior técnica de trocação, já que no TUF usava e abusava de mata-cobras sem requinte técnico. Tem óptima altura para a divisão, mas como seu estilo prioriza o jogo de quedas e não a técnica na trocação, não costuma fazer bom uso da envergadura. Na primeira luta após o fim do reality show, venceu o kickboxer Danny Downes, causando sua demissão.

C.J. Keith é um atleta formado no muay thai que combina bem socos, chutes e joelhadas. Formado no pequeno evento The Warrior’s Cage da Califórnia, C.J. construiu um cartel invicto de oito vitórias, as três últimas em belos nocautes, apresentando boa defesa de quedas, aspecto fundamental para fazer seu perigoso jogo em pé fluir.

Manter-se em pé será vital para Keith contra o intenso jogo de Nijem, utilizando de sua boa altura e envergadura para manter a distância e minar a resistência do adversário. O estilo de Keith deve ser mais atraente para os fãs, mas acredito que Nijem repita a estratégia utilizada contra Downes e leve o combate na decisão.

Steven Siler (EUA) vs Joey Gambino (EUA)

Revelado na rica safra do TUF 14, Steven Siler tem um estilo muito agressivo, principalmente na luta de solo. Ataca o tempo todo, mas peca no jogo defensivo, deixando brechas perigosas. Apesar de jovem (25 anos), tem boa experiência e um cartel de 20-9. No UFC, duas vitórias por decisão sobre o companheiro de casa Josh Clopton e sobre o “Magrinho” Cole Miller.

Seu adversário será Joey Gambino, ainda mais jovem (23 anos), que treina pela equipe Tristar com Georges St-Pierre e Hatsu Hioki, entre outros. Foi campeão do Cage Fury e chamado para substituir Jimy Hettes a apenas 30 dias da luta. É considerado uma grande promessa pelas belas atuações que já teve na carreira, construindo um cartel perfeito de nove lutas. Como alguns atletas de sua geração, não possui uma arte de base, treinando o MMA desde a adolescência.

Gambino parece um atleta de muito talento e, se não sentir o peso da estreia no UFC e o pouco tempo de preparação, deve conseguir uma submissão aproveitando-se do estilo suicida de Siler.

Rick Story (EUA) vs Brock Jardine (EUA)

Rick Story é um wrestler forte e dono de quedas violentas, que vem melhorando na trocação, focada no boxe, além de mostrar grande resistência contra pancadas. Estreou no UFC com derrota para John Hathaway, mas se recuperou de maneira magistral, emendando seis vitórias consecutivas, incluindo sobre duas estrelas da divisão: Johny Hendricks e Thiago Alves. Quando estava na lista de prováveis desafiantes, enfrentaria Nate Marquardt em um possível title eliminator. Mas, com a demissão de Nate na véspera da luta, teve Charlie Brenneman como novo oponente e sucumbiu quando o novo oponente usou o jogo de quedas que Rick estava cansado de fazer contra seus adversários. No UFC 139, perdeu em decisão apertada contra o espinhoso Martin Kampmann e voltou para o fim da fila desta povoada divisão. Seu cartel de 13-5 inclui ainda uma vitória sobre Jake Ellenberger antes dos dois assinarem com a Zuffa. Precisando vencer para se recolocar na elite da categoria, Story ainda convive com críticas de ser um atleta que não busca a definição das suas lutas (12 de seus 18 combates foram definidos após a leitura das papeletas dos jurados).

Companheiro de equipe de Ramsey Nijem e Steven Siler, que também lutam no evento desta sexta, na The Pit de Chuck Liddell, Jardine é um atleta versado em kickboxing e wrestling, forte fisicamente e promete ser um bom desafio para a maioria dos lutadores da divisão.

A experiência de Rick Story e o curto tempo de preparação (pouco mais de três semanas) que teve Brock Jardine para o combate devem fazer a diferença a favor do primeiro. O palpite é uma vitória de Story na decisão.

Matt Brown (EUA) vs Luís Paulo Ramos (BRA)

Matt Brown é um atleta que costuma contrariar os prognósticos de suas lutas. Estava seriamente ameaçado de demissão após três derrotas seguidas, mas tirou forças para vencer John Howard e segurar o emprego. Ganhou do acessível Seth Baczynski para crescer na divisão e foi guilhotinado antes da metade do combate. Mais uma vez sob risco de demissão, arrancou um nocaute contra Chris Cope e foi jogado como boi de piranha para o prospecto Stephen Thompson abocanhar mais um bónus de nocaute da noite. Mas, honrando o apelido de “Imortal”, Brown levou a luta como um bom wrestler – que muitas vezes esquece que é – e tirou a invencibilidade do adversário na decisão. Substituindo seu xará Matt Riddle, Brown fará sua terceira luta em 2012, após aceitar o convite com apenas três semanas de antecedência.

A substituição acabou sendo uma novidade ruim para Luís Paulo “Beição” Ramos. Aliás, é a segunda vez que uma contusão de Riddle muda os planos do brasileiro, pois o mesmo ocorreu no UFC 141. Além de zagueiro de futebol de praia no Rio de Janeiro, Beição é mais um pupilo de Dedé Pederneiras no plantel do UFC. Após fazer carreira em eventos nacionais, principalmente no Shotoo e WOCS, ele foi chamado de última hora para substituir Mike Swick no UFC 134, no Rio de Janeiro. Sofreu um nocaute relâmpago contra Erick Silva e agora busca a recuperação para ganhar moral na categoria. Ele é dono de trocação decente, mãos pesadas, versatilidade e ritmo intenso, não por acaso características de atletas da Nova União.

Este será um duelo difícil para o brasileiro, que deve buscar um combate agressivo, enquanto que, para Brown, cadenciar a luta e o ground and pound deverá ser o mais indicado. Torço para que o americano parta para a guerra, pois teríamos uma grande luta e Beição veria suas chances se multiplicarem. Caso resolva lutar com a cabeça, Matt Brown é o favorito pela maior experiência.

Dan Miller (EUA) vs Ricardo Funch (BRA)

Dan Miller é essencialmente um lutador de grappling, faixa preta de jiu-jitsu com algumas deficiências na trocação. Com muita raça e resistência, ele é uma espécie de México do MMA, o famoso “jogamos como nunca, perdemos como sempre”. Após um início promissor, com três vitórias seguidas no UFC, foi lançado às feras e igualou o cartel na organização, com derrotas para Chael Sonnen, Demian Maia e Michael Bisping. Abriu novamente duas vitórias, contra os inexpressivos John Salter e Joe Doerksen e novamente “zerou” o cartel contra Nate Marquadt e Rousimar Palhares. A seu favor, oito de suas treze vitórias foram por submissão e o fato de jamais ter sido finalizado ou nocauteado.

Estreando como meio-médio, Miller terá pela frente outro brasileiro que busca se recuperar de uma derrota sofrida na frente dos compatriotas. Ricardo Funch treina há 12 anos nos Estados Unidos e actualmente faz parte do Team Link, onde é companheiro de Gabriel Napão. Ricardo tem um nível decente de wrestling e tenta melhorar sua trocação, mas sua especialidade está mesmo no jiu-jitsu e submission. Esta base lhe rendeu uma arma valiosa, os ataques aos braços dos adversários. Em dez lutas profissionais, possui oito vitórias sobre oponentes desconhecidos, mas sempre que o caldo engrossou, acabou derrotado pelos atletas de bom nível que enfrentou: Johny Hendricks e Claude Patrick, que lhe causaram a demissão do UFC. Na volta ao evento, em sua primeira luta de MMA no Brasil, sofreu um nocaute em pouco mais de um minuto para o duro Mike Pyle, no UFC 142.

Este combate reúne dois atletas que nunca conseguiram cruzar a fronteira, saindo sempre derrotados toda vez que receberam opositores de bom nível. Caso não fique vulnerável pela mudança de categoria, Dan Miller tem boas chances de levar na decisão.

Antevisão original de MMA-Brasil e Globo.com

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Sábado tem o UFC 147, em Belo Horizonte, mas o Ultimate terá ainda um evento antes. Nesta quinta, os lutadores do UFC: Maynard x Guida subiram na balança para se credenciar para o show de sexta e somente um lutador não conseguiu atingir o limite de sua categoria. Trata-se de C.J. Keith, que vai fazer sua estreia no peso-leve. Ele ganhou uma hora para perder cerca de 400g.

A pesagem foi uma das mais tranquilas já vistas para um evento do UFC. Nada de encaradas mal-humoradas, nada de cuequinhas muito extravagantes. Destaque mesmo para o sempre "elétrico" Clay Guida, que, assim como faz nas lutas, não parava de pular um instante antes de subir na balança.

Guida vai participar do evento principal em duelo contra Gray Maynard. São dois dos principais nomes do peso-leve e que prometem agitar o Revel Atlantic City, em Atlantic City (EUA).

Dois brasileiros estão no card. Pelo peso-meio-médio, Ricardo Funch faz a segunda luta da noite, contra Dan Miller.

CARD PRINCIPAL

Peso-leve (até 70,8kg): Gray Maynard (70,3kg) x Clay Guida (70,3kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Sam Stout (70,5kg) x Spencer Fisher (70,8kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Brian Ebersole (77,1kg) x T.J. Waldburger (77,3kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Ross Pearson (66kg) x Cub Swanson (66,2kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-pena (até 66,2kg): Hatsu Hioki (66kg) x Ricardo Lamas (65,8kg)
Peso-leve (até 70,8kg): C.J. Keith (71,2kg*) x Ramsey Nijem (70,8kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Brock Jardine (77,3kg) x Rick Story (76,9kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Joey Gambino (65,8kg) x Steven Siler (66kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Chis Camozzi (84,1kg) x Nick Catone (84,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Matt Brown (77,3kg) x Luis Ramos (77,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Ricardo Funch (77,3kg) x Dan Miller (77,3kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Dustin Pague (61,2kg) x Ken Stone (61,5kg)

* Não bateu o peso da categoria na primeira tentativa

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