Slobber Knocker #12: Good Idea, Bad Idea
E começo com cumprimentos a todos os leitores que espero queestejam a passar um bom fim-de-semana. Volto, como tem vindo a serassiduamente, para a minha secção semanal que oscila muito saudavelmente entreas recepções aclamadas ou mistas. E para esta semana, escolho um tema deanálise, logo está bastante sujeito a debate....
Quem já assistiu à Botchamania já se deparou com um segmentohumorístico que separa o que seria uma boa ideia do que vem em seguida, queacaba por ser uma ideia péssima. Como “genérico” serviam as imagens do segmentohumorístico-educacional dos Animaniacs, o “Good Idea, Bad Idea”. E porque nãotentarmos debruçar-nos de forma semelhante sobre alguns temas que acontecem nopresente ou num passado recente no nosso estimado mundo do wrestling? Só há umamaneira de descobrir:
Good Idea: Criar maistag teams e competição entre elas para dar a entender uma divisão propriamentedita. Actualmente, olhando para o plantel encontra-se pelo menos a tentativa decriar equipas legítimas em vez de despachar os cintos para dois midcardersaleatórios e constituir a divisão de equipas dessa forma. Ouve-se até várias vezes Josh Matthews aafirmar “the tag team division is heating up here in the WWE”. Pareceestar a melhorar para já.
Bad Idea: Pouco destaque e oportunidade ao que existe. Sim,à primeira vista temos várias tag teams. Mas olhando mais atentamentepercebemos que a WWE ainda não lhes dá destaque, não têm muito tempo de antena,e se quiserem ocupar o programa com mais do mesmo, só há lugar para eles noSuperstars. Acreditem nas equipas para causar reacção nos fãs e metam fogoentre as equipas para que criem feuds quentes sem ser com o típico “derrota osCampeões e ganha campeonato”. Há que arrebitar isto.
Good Idea: Não colocar John Cena atrás do título. É que jáfartava, parecia que ele nem conseguia caminhar de forma confortável sem andarcom o cinto à sua volta. Depois de já estarmos fartos, é então que finalmentevemos o cinto e John Cena em histórias separadas e a “cara da companhia” aindacontinua a ter que fazer sem necessitar de ir à caça do título pela milionésimavez.
Bad Idea: Continuar a mantê-lo como main event. Então o Cenajá não anda atrás do título. Óptimo. Mas parece, porque o programa continua agirar mais à volta dele e o título da WWE actualmente mais parece que faz partedo midcard. Os programas fecham todos com a acção envolvendo Cena e ainda nãotivemos um PPV este ano que fechasse com o título, tudo a fechar com o Cena.Assim dá a sensação de que o mais prestigioso na companhia não é ter o títulomáximo, mas sim ter a feliz fortuna de ser o John Cena. É certo que talvezexistam alguns segmentos que tenham o impacto para fechar o programa, mas…Todas as semanas?
Nota pessoal: Digo eu na minha sincera opinião que na alturada feud entre CM Punk e Chris Jericho, os segmentos com Jericho a humilhar Punkeram excelentes para fechar o programa, mas nem todos pensavam o mesmo.
Mas digamos que num caso existe uma boa ideia para tentarcombater um problema. Mas antes de lá chegar temos uma ideia horrível que nemdá a entender que houvesse um problema em primeiro lugar, sequer. Refiro-me aum caso actualíssimo.
Good Idea: Trazer Mr. McMahon ao Raw para aumentar asaudiências. O patrão, graças à sua infame personagem tirana, é hoje não só umgrande empresário – com umas ideias ao lado aqui e ali – mas uma lendáriapersonagem na história da emissão televisiva da WWE. Não são poucos os fãsgraúdos que “markam” um pouco ao ouvir o seu célebre tema “No Chance in Hell”seguido do seu caminhar pomposo de assinatura. Digno de ovação de pé e vénias –por muita asneira que o homem às vezes faça. E também foi ele que moldou omundo do wrestling como hoje o conhecemos. Portanto sim, trazer Vince àtelevisão é um bom golpe para tentar aumentar as paupérrimas audiências que têmvindo a assombrar os directores da companhia, Vince incluído e destacado.
Bad Idea: Mas até lá e já com o pânico estabelecido nobackstage, ainda se dão ao luxo de colocar um John Cena vs Michael Cole comomain event. Portanto sim, bookar palhaçada para o main event é uma má ideia.Péssima ideia. E apesar de no Over the Limit eu ainda ter conseguido suportar ocombate entre Cena e Laurinaitis – tanto eu como os amigos com quem assistianão estávamos à espera de ver wrestling como deve ser, logo foi só encostarpara trás, relaxar e deixar aquilo fluir, ainda deu para umas risadas – tantoeu como muito dos fãs concordámos que a última coisa que queremos ver aacontecer é ver Michael Cole no ringue – outra vez, porque infelizmente ele jálá passou várias vezes. Isto quando a companhia está supostamente em desesperocom as audiências. Dão-se na mesma ao luxo de marcar tal. E acrescentandoTensai à fórmula, outro que também anda a suscitar tanto interesse comoqualquer um dos postes que lá está a segurar o ringue.
Nota: O próprio Tensai também se pode considerar um caso de“Good Idea, Bad Idea” tendo em conta vários pontos e variando de indivíduo paraindivíduo…
Mas não é só na WWE que temos casos disto, espreitemos acompanhia rival que é rival mas para já não parece ser grande ameaça à suacompetição. Vejamos dois casos da TNA, começando por um que não se situa tantono presente momentâneo mas que ainda é actual:
Good Idea: Dar um push a Austin Aries. O seu talento valepara muito mais que apenas constar na X Division – lá houve tempos em que era aX Division que dominava a companhia, mas actualmente isso já não se sucede mais– e dar-lhe um empurrão para cima para feuds de mais alto calibre é uma boaideia. Aries é o pacote completo e é perfeitamente legítimo para ser CampeãoMundial. Ser Campeão da X Division também é um feito honroso e os combates adisputar tal título eram sempre os que roubavam o espectáculo. No entanto, coma divisão mais moribunda, subir Austin Aries é uma boa ideia.
Bad Idea: Não lhe retirar o título da X Division. Se ofactor que aponto anteriormente é o de uma divisão mais empobrecida, subindoAries de posto sem lhe retirar o título vai é deixá-la pior. É que com Arieslevando o cinto consigo… Não há X Division. As suas defesas de título são rarase são lá colocadas porque sim, para não ultrapassar o limite de tempo, porqueas suas feuds actuais têm sido com outros tipos do midcard alto – diga-se BullyRay por exemplo – que não constituem essa divisão. E fá-lo com o cinto à suavolta sem precisar dele. Desse modo, ficam os poucos lutadores que existem nadivisão – que ainda por cima já não são assim muitos – sem aparecer em TV.Aries a subir de posto, sim. Levando o título com ele e tornando-o menos útil éque já não me parece.
E finalmente:
Good Idea: Trazer algum estrelato à TNA. Não, nem sempre éboa ideia e por vezes até chateia os fãs quando trazem gente de fora para virocupar tempo de antena num programa que não lhe diz respeito. Trazer alguém defora igual, nem todos vêem com bons olhos que alguém de uma indústria exteriorocupe um cargo televisivo neste tipo de programação. No entanto, não deixa deser uma boa ideia de negócio, quando trazer gente de fora pode suscitar maisaudiências com espectadores novos, assim como criar mais e melhores ligaçõespara com as indústrias exteriores para evitar que continue a ser uma área tãodiscriminada. Se lermos assim, não parece uma má ideia portanto para já,pense-se assim. Têm é que ter cuidado com quem trazem…
Bad Idea: Trazer Brooke Hogan para a TNA. Até podem dizerque ela não está de todo fora do negócio. Mas eu levanto a mão para me opor eafirmo: ela não tem nada a ver com wrestling. E a sua integração no plantel daTNA com um cargo de poder apenas me demonstra o poder que o papá tem em metercunhas onde lhe apetecer para dar trabalho à filhinha que não servia para maisnada que já tentou: andou no mundo da música, não prestava, ninguém quis saber;tentou cinema, não prestava, ninguém quis saber; tentou um spin-off do realityshow da sua família, não prestava, ninguém quis saber. Para ter trabalho sem oir buscar ao fundo do poço, o papá arranjou-lhe um posto bonitinho na companhiaque em nada lhe diz respeito para desagrado de todos os fãs que certamente quereceberam a notícia com o mesmo entusiasmo com que Dixie a anunciou. E o “Hogan& Bischoff Show” arrisca-se a passar a ser o “Hogan Knows Best V2.0”.
Nota: a contratação de King Mo também não está a ser vistaassim com grandes olhos, mas sim com olhos de desagrado que não gosta de ver omundo do wrestling e das MMA a fundir-se quando não deviam. Ainda para mais,dada a (in)feliz coincidência de timing da contratação, numa altura em que aWWE fazia rolar o nome de Brock Lesnar…
De facto é isto que tenho a apontar e concluo o meu artigo,esperando que não tenha desiludido muito com o tamanho mais curto do artigo. Oassunto pode ser re-abordado e aprofundado numa outra ocasião, mas no caso devos ocorrerem outros momentos que vos lembrem esta estrutura que apresentei, entãoestejam à vontade de aprofundar aqui mesmo o assunto e discutirem assuntos quevocês achem que tenha este paralelismo de “Boa ideia, má ideia” ou até mesmodizerem o que vos vai na mente quanto ao artigo em si se foi uma “Good Idea” ouuma “Bad Idea”, como por exemplo:
Good Idea: Fazer um artigo a abordar pontos negativos epositivos numa ideia e/ou medida tomada pela companhia
Bad Idea: Apresentar poucos casos num artigo muito curto.
Um exemplo auto-reflectivo mas espero que tenha agradado namesma. Para a semana voltarei possivelmente com um rescaldo e comentário aoSlammiversary da TNA. Até lá, tudo de bom para vós e despeço-me de novo comcumprimentos.
Chris JRM