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Slobber Knocker #13: Rescaldo do Slammiversary X



Bons dias/tardes a todos como cumprimentos introdutórios para mais um Slobber Knocker. Para esta semana, guardei uma revisão ao Slammiversary, PPV de aniversário da TNA que por acaso me surpreendeu pela positiva.....

Começo por dizer que tinha as minhas esperanças divididas quanto ao PPV. Sabia que iria obter daqui bons combates, mas não sentia muita força no card, parecia estar cheio de combates lá atirados e não construídos e mais uma data deles sem build-up. Ainda para mais quando sendo um pay-per-view especial de aniversário, devia ser um dos grandes da companhia – pelo menos é assim que o encaro, daí estar a fazer esta revisão.

No entanto, no final do espectáculo deparei-me com uma satisfação que não esperava e que ultrapassava aquela que eu sempre sentia após um evento da TNA. Estaria aqui um dos melhores espectáculos da TNA em muito tempo? Ora vejamos lá:

Austin Aries derrota Samoa Joe pelo X Division Championship e retém o título


Grande combate que aqui estava marcado, com dois dos maiores talentos da companhia, ambos com uma escola de invejar. Tal factor poderia fazer deste o “Punk vs Bryan” da TNA – é claro que são muito diferentes - mas não senti muito sabor no build-up da feud que poderia reter bem mais importância. Abre com Hulk Hogan – aguentaria ele tal PPV sem aparecer? – a anunciar que o título estaria em jogo. Primeiro que se nota: uma boa plateia! Da última vez que por aqui falei de um PPV foi do Lockdown e nem sei se esse teve uma plateia sequer. O que se dá em seguida: um tremendo combate. Aquilo que se esperava, duas lendas das independentes, dois de uma belíssima técnica, dois de uma esplêndida agilidade. Dois que poderiam carregar a companhia, em conjunto com outros, para um futuro bem mais claro que aquele que para já se parece antever. O combate foi excelente com spots intensos e com a técnica dos dois a salientar-se bem com tal a ser a principal base de construção da intensidade do encontro – como disse, não se construiu grande feud para levar uma parte psicológica para o ringue. Mas fizeram o que tiveram a fazer lindamente, contaram muito bem a sua história em ringue e tiveram os dois o desempenho brilhante que se esperava para os seus talentos. No final, Austin Aries vence com o seu arrasador Brainbuster para manter o seu cinto. Os dois atletas trocam respeito no final e logo ao começar fica a questão: iriam conseguir superar este espectáculo?

No futuro: Infelizmente Samoa Joe é o perdido da casa e ultimamente tem sido difícil arranjar algo em que se aproveite bem e tem andado numa de tapar buracos. Vejamos se não é ignorado. Quanto a Austin Aries, já vimos as maravilhas que fez com o cinto da X Division, mas ele já está pronto para o título mundial – já estava, mas só agora é que parecem estar a encarar isso como deve ser…

Hernandez derrota Kid Kash


Um daqueles combates que até estava pré-anunciado mas que me deixou a pensar: de onde saiu isto? Lá decidi não pensar muito nisso e deixei o combate fluir por aquilo que tinha a apresentar. Estava confiante nas capacidades de Kid Kash, mais misto quanto a Hernandez. No entanto a metade dos Mexican America – assim foi ele anunciado, apesar do despedimento de Anarquia já se ter sucedido – surpreendeu-me pela positiva. Não fez nada de esplêndido mas não se saiu mal. Assim como o combate. Nada de esplêndido, não aparentava ter grande propósito ao início, mas serviu para entreter…

No futuro: Parece que afinal a razão deste combate foi colocar Hernandez over como lutador singular de novo e iniciar um push. Vejamos como irá ser isto abordado, se procuram espaço de antena com feuds pessoais ou atrás de um título. Talvez um reinado com o título TV não caísse muito mal. Para as Bound for Glory Series é que não parece muito preparado, na sinceridade e pequenez da minha opinião.

Devon e Garrett Bischoff derrotam Robbie E e Robbie T


Garrett Bischoff é uma razão mais que suficiente para fazer uma pausa para ir à casa de banho ou ir buscar um lanche. Mas não assisti ao evento em directo, até podia avançar. Mas nunca faço isso. Assisti e tive que levar com o wrestling amador de Garrett, amadorismo esse que fez daquela plateia bastante vocal quanto ao assunto. Levou heat que se fartou e ouviu uns cruéis “You can’t wrestle!”, mas infelizmente é a verdade. Garrett lá dá a vez a Devon que entra e é recebido com um pop enorme, não só por ser um lutador bastante over com os fãs, mas também porque significava que o outro ficava de fora. Madison Rayne assistia à acção. Nada de especial neste combate que parece concluir uma feud que de cativante também não teve muito. Acabou com um spot exterior horrível em que Garrett estripou completamente um crossbody. No ringue, Devon tratou do resto.

No futuro: Não acho que esta feud se prolongue nem acho que deva. Robbie E e Robbie T são uns personagens parvos é verdade, mas nem sempre esses indivíduos são dispensáveis, a parte humorística mais apatetada também faz parte do entretenimento na programação de wrestling. A sua parceria servia para os manter na divisão Tag Team mas essa agora parece envolta num outro assunto. Garrett Bischoff, façam o que fizerem com ele… Mais vale não fazerem. Devon que continue a recolocar valor naquele cinto que ele não tem sido um mau Campeão. Já a Madison… Não sei para quem é que ela se anda a virar – cá para mim, numa reviravolta surpreendente, ainda é o Devon – mas seja quem for, a história não me cheira assim muito…

Mr. Anderson derrota Rob Van Dam e Jeff Hardy num 3-Way e torna-se #1 Contender ao World Heavyweight Championship


Boas expectativas para este combate. Também não teve construção e foi mais uma maneira de colocar três talentos de topo activos no card quando não tinham o que fazer com eles. Mas claro, não se pode atirar assim à toa, e oferecia-se uma recompensa gorda ao vencedor desta competição e tal como Hulk Hogan marcou, o vencedor enfrentaria quem quer que saísse vencedor do evento principal, pelo título Mundial. Uma daquelas situações em que todos os competidores são Faces logo apoia-se por quem preferir, mas o que reina no ringue é competitividade e respeito. Os lutadores souberam bem tirar partido da situação agitada de um combate a 3 e criou bons spots e proporcionou uma parte emocional porreira. Eu colocava a minha aposta em Anderson pelo simples facto de que os outros dois já tiveram as suas feuds com Roode pelo título. Assim foi, Mr. Anderson retira um bom Mic Check da interrupção de um Rolling Thunder. Foi um bom combate.

Nota: De novo, boa exibição por parte destes três atletas e os comentadores agradecem a Hulk Hogan por ter feito isto possível… Sou eu que estou a ser assim tão mesquinho ou isto já enoja?

No futuro: Da mesma forma que os três aqui estavam, assim vão continuar no futuro. Ali no degrau entre o midcard e o main event à espera de encontrar finalmente a vaga para subirem para a caça ao título Mundial. Mesmo Anderson que venceu, não o vejo a tirar o título a Bobby Roode nem tenho a certeza se segue com a feud após o Impact. O que os irá manter entretidos agora será as Bound for Glory Series e em princípio será daí que retirarão algumas feuds e andarão mais concentrados nos pontos.

James Storm derrota Crimson no Open Challenge


Até tinha alguma ansiedade para ver isto. Não para ver Crimson… Só porque tinha uma curiosidade em saber quem viria. Não, não esperava Christian, sejamos racionais. Também não esperava Goldberg, não lhe via sentido. Mas esperava uma surpresa por acaso. James Storm chegou a ocorrer-me, mas nem pensei assim muito nisso. Lá veio ele para uma recepção que podia ter sido maior e deu cabo de Crimson em três tempos. No fim, Storm já teve uma reacção mais quente. Um combatezito, pouco aconteceu ali e não foi muito mais que um squash. Porque é que eu gostei tanto? Porque finalmente se acabou esta treta do “undefeated” Crimson que não perdia um combate há mais de um ano. Mais de um ano mas não foi preciso tanto para percebermos que ele não é grande espingarda.

No futuro: Storm regressa e ainda deve ter Bobby Roode de olho. Esta sua corrida final deve ser para se tornar World Heavyweight Champion pela segunda vez mas desta vez mais a sério. No entanto é possível que essa corrida apenas culmine no Bound for Glory, mas até lá espera-se um bom trabalho de construção. Quanto a Crimson… Esse pode ficar a descansar resguardado na prateleira que eu não fico muito ralado…

Miss Tessmacher derrota Gail Kim pelo Knockouts Championship e vence o título


Fui surpreendido pelo resultado, porque de todas as Knockouts que passaram por Kim, foram escolher Tessmacher para a derrubar. Fiquei desiludido com o combate que não igualou o anterior que até nem tinha sido mau. Brooke continua a trabalhar bem e nota-se um esforço na sua melhoria, acabando em combates que superam aquilo que se esperaria dela. Gail Kim já sabemos que é das Knockouts de topo. No entanto este combate não se sobressaiu e num PPV que até estava a ser enérgico, esmoreceu um pouco. Não foi mau, mas podiam ter feito melhor. E como disse, surpreenderam-me com a vitória de Tessmacher que dá uma promo pós-combate de celebração.

No futuro: Como ainda falta um rematch, isto não fica por aqui e ainda há mais para ver destas duas. Se é para Gail Kim colocar Tessmacher over completamente, então que não a mandem para o desuso que já lá há muitas. Quanto a Tessmacher, ainda se espera um confronto mais sério com Tara.

Joseph Park derrota Bully Ray


A não ser que fosse para se revelar Joseph Park como Abyss logo ao início, este era um daqueles combates em que não se devia esperar muito wrestling. É daqueles de um gajo se estender para trás e deixar a parte do entretenimento fluir. Assim foi. E já que não havia muito wrestling por onde pegar para dar notabilidade ao combate, há algo que tem de se aclamar fortemente: o trabalho de representação de ambos. Bully Ray deve ter sido uma das maiores melhorias ultimamente desde um gordo membro de uma Tag Team a um dos mais notáveis e cómicos talentos de topo em competição singular. Neste combate desempenhou o seu bruto papel de bully na perfeição e não tinha nenhuma campanha hipócrita da companhia a servir-lhe de obstáculo, aqui ele é assim e assim o deve ser. Quanto a Abyss, este pode abstrair-se um pouco da sua personagem monstruosa e dar asas à imaginação e à diversão para vender em ringue um indivíduo que não é lutador. E dele saíram uns surpreendentes dotes de representação que me agradaram. O combate seguiu aquela base de gato caça rato com momentos em que Joseph consegue alguma aberta meia acidental para boa reacção do público. Perto do final, assim que o vejo a ir para debaixo do ringue, de imediato sabia que do outro lado sairia Abyss – afinal aquilo de ir para debaixo do ringue parece mais para desorientar, porque parece que afinal aquele Abyss não era o Abyss. Chokeslam através da mesa que Bully tivera aberto e Joseph sai após o perigo passar e obtém a vitória, graças ao seu “irmão”. Não, não foi um combate espectacular, mas foi divertido da forma como se devia apresentar.

No futuro: Não deve ficar por aqui e ainda devemos ver mais de Joseph Park. Revelaram-se planos para manter ambas as personagens em TV e deixar os fãs bem conscientes de que ambos são a mesma pessoa. A gimmick é engraçada logo bem trabalhada ainda deve dar para alguns momentos de entretenimento – não de wrestling. Bully Ray – que com o desenvolvimento que teve, tornou-se calibre de Campeão Mundial – já podia andar preocupado com isso, mas ainda deve ter as mãos cheias com Abyss e Joseph Park por mais um pouco e com certeza que constará nas Bound for Glory Series de novo.

AJ Styles e Kurt Angle derrotam Christopher Daniels e Kazarian, pelos World Tag Team Championships e ganham os títulos


Há meses que Kurt Angle tem vindo a protagonizar o combate da noite em PPV’s. Desta vez posicionaram-no numa situação diferente, já não era um combate singular, era de equipas. Teria a mesma vantagem que antes? Olhando para os três colegas com quem trabalharia era bem possível. E verdade seja dita, que a dose foi repetida. Combate da noite num excelente e empolgante embate de equipas. Não perderam tempo com mariquices e a storyline com Dixie Carter ficou para o plano de fundo, ao ponto até de nem ter interferido. Concentração máxima no desempenho dos quatro talentosos atletas. Uma mistura de spotfest, de técnico e de acção rápida de Tag Team, ainda o combate ia a meio e já tinha as fasquias bem lá encima. No final, após mais um fantástico spot de AJ Styles para o exterior, ainda melhoram a coisa ao surpreender-me com o resultado. Quando esperava que Daniels e Kazarian se escapassem com alguma artimanha para prolongar o seu reinado, vejo essa crença minha totalmente destruída no momento em que Kazarian desiste enquanto preso no Ankle Lock. E deu gosto. Um excelente combate e uma das principais razões para eu ter desfrutado tanto deste evento.

No futuro: A desforra com certeza que está para vir. Mas o miolo aqui parece ser mais a história novelesca que envolve AJ Styles e o suposto caso com Dixie Carter. Espera-se então uma história com muitas reviravoltas e com Daniels e Kazarian sempre ali à perna. Veremos apenas qual o papel de Kurt Angle. Quanto às Bound for Glory Series, qualquer um dos que aqui se encontra se mostra apto para tal.

Bobby Roode derrota Sting pelo World Heavyweight Championship e retém o título


Muita glória para Sting que tivera sido apresentado como a primeira introdução no Hall of Fame da TNA. Mas ninguém esperava – ou quase ninguém – que essa glória toda se repetisse no final do evento. Pelo menos em termos de resultado. Roode voltou a defrontar o seu rival que outrora foi figura de autoridade mas que agora é apenas um dos seus adversários mais rijos. Sting levava a sede por deitar as mãos a Roode e muito momentum de duas vitórias sobre o Campeão em episódios anteriores do Impact. Ambos deram um combate razoável, que não foi mau mas que também não foi dos melhores, ainda por cima a seguir o espectáculo que foi o combate Tag Team. Roode volta a fazer das suas para ganhar e após desistir perante o Scorpion Deathlock no exterior não contando assim para perder, o Campeão volta a tirar vantagem de uma garrafa de vidro que é arremessada à cabeça de Sting causando-lhe um corte. Roode vence mas Sting não fica satisfeito e persegue o Campeão até concluir o evento com um bom bump final, aplicando o Scorpion Deathdrop pelo palco abaixo sobre mesas. Um bom final, em alta.

No futuro: Talvez se desenvolva mais esta rivalidade entre Bobby Roode e Sting. Quanto ao reinado de Roode, para já é o mais longo na história da companhia e prevejo que venha a ser muito mais ainda... E eu importado, ele está a desempenhar um grande papel...

Os segmentos


Vários segmentos se destacaram para além das entrevistas – destaco uma a Austin Aries em que ele afirma que quer fazer parte do main event… não és só tu que o quer, caro Aries, não és só tu – e as promos e introduções de Hulk Hogan só para o caso de ainda não estarem fartos dele, existiram mais alguns de destacar.

Christian no ringue da TNA. Sou o primeiro a admitir, foi um momento bizarro. Vejo Christian com regularidade semanal, mas não naquele programa, naquele ringue, com aquele microfone. Via-se mesmo esquisito no ecrã estar ali um gajo que não é suposto. Mas ele lá fez a sua parte, um breve discurso em que lembra os seus dias na companhia – quando o ringue tinha mais cantos, como nota ele – e apresenta o momento favorito dos fãs na história da TNA. Pareceu um momento um pouco forçado e insosso e não dava muito a entender que Christian estivesse radiante por lá estar. Mas a sua recepção ainda foi boa e por ser um momento tão curioso, não pôde deixar de ser um momento de destaque.

Revelação de Sting como primeiro membro do Hall of Fame da TNA. Vou admitir, não vejo grande piada num Hall of Fame numa companhia com 10 anos que não tem grandes mitos por onde pegar. Muitos falam nisto como a maneira que Jeff Jarrett arranjou para ser um Hall of Famer. Dixie Carter revela perante o plantel do Impact Wrestling que Sting é o primeiro a receber a honra. Nem estou a ver mais ninguém que merecesse, por acaso. Carreira de Hall of Famer mas que acredito que até pudesse constar no Hall of Fame da WWE com o seu historial na WCW já suficiente para referência. Mas a TNA adianta-se e introduz Sting que agradece, emotivo. A cerimónia será no Bound for Glory (No way…).

Concluindo, foi um bom PPV. Lá apresentou os combates menos bons, mas no geral fiquei bastante satisfeito e recordo uma excitação porreira ao longo do PPV quando assistia. A TNA após um bom evento e com potencial para prosseguir com boas histórias daqui para a frente, encontra-se um pouco num paradoxo, porque ao chegarmos ao Impact também temos a família Hogan e outros factores afins que tornam o programa menos suportável. Mas já existe aqui qualquer luz…

Despeço-me com o passar da palavra a todos vós que têm agora o poder de dar a vossa opinião sobre o evento e sobre o artigo, claro, com opiniões divergentes sempre esperadas e bem-vindas. Despeço-me como sempre, desejando o melhor para vós e um bom No Way Out!

Cumprimentos
Chris JRM
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