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MMA: UFC 148: Silva vs. Sonnen - Antevisão + Pesagens



O UFC volta neste hoje ao MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, para a sua edição 148 e terá como combate principal a luta mais esperada do ano, Anderson Silva a defender o título de pesos médios perante Chael Sonnen num dos rematches mais aguardados da história das MMA.....

O card é recheado de acção e não há motivos para não se dizer que será um dos eventos do ano. Em acção estarão um campeão reinante, dois ex-campeões do UFC e um do Strikeforce, um Hall of Fammer, três ex-desafiantes e dois candidatos a disputar um cinturão.

Para além do rematch entre Silva e Sonnen, o evento tem no card principal várias lutas interessantes.

O ex-campeão dos meio-pesados Tito Ortiz também terá uma noite histórica. Na sua primeira luta como Hall of Fammer do UFC, o “Campeão do Povo” fará sua luta de despedida contra o também antigo dono do cinturão Forrest Griffin. Este duelo sucederá o encontro entre o americano de origem vietnamita Cung Le e o canadense Patrick Côté, que retorna à maior organização de MMA do mundo.

O card principal de seis lutas ainda reserva outros confrontos interessantes. O brasileiro Demian Maia estreia como meio-médio contra o perigoso coreano Dong-Hyun Kim. O americano Chad Mendes volta depois da derrota para José Aldo contra o compatriota Cody McKenzie, enquanto o salvadorenho Ivan Menjivar vai disputar posição no topo da lista dos desafiantes dos pesos galos contra o americano Mike Easton.

No que toca ao card preliminar este é quase todo baseado na divisão dos leves, amplamente apontada como a mais disputada da organização.

Três brasileiros desta mesma categoria entrarão no octógono em duelos considerados difíceis, pela qualidade dos adversários: Gleison Tibau, em boa fase, mede forças contra o prospecto russo Khabib Nurmagomedov, enquanto Fabrício Camões tenta parar o dínamo nocauteador Melvin Guillard. Já o faixa-preta Rafaello Oliveira abre os trabalhos na noite americana contra o cubano Yoislandy Izquierdo. Ainda pela divisão de 70 quilos, um duelo de atletas muito experientes: o canadense John Alessio e o americano Shane Roller. No único combate entre pesos médios no card preliminar, o cipriota Costa Philippou desafia o japonês Riki Fukuda.

O card completo do UFC 148 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio (até 83,9kg*): Anderson Silva x Chael Sonnen
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Forrest Griffin x Tito Ortiz
Peso-médio (até 84,4kg): Cung Le x Patrick Côté
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Dong Hyun Kim x Demian Maia
Peso-pena (até 66,2kg): Chad Mendes x Cody McKenzie
Peso-galo (até 61,2kg): Ivan Menjivar x Mike Easton

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg): Melvin Guillard x Fabrício "Morango" Camões
Peso-leve (até 70,8kg): Gleison Tibau x Khabib Nurmagomedov
Peso-médio (até 84,4kg): Costa Philippou x Riki Fukuda
Peso-leve (até 70,8kg): John Alessio x Shane Roller
Peso-leve (até 70,8kg): Rafaello "Trator" Oliveira x Yoislandy Izquierdo

O Evento terá transmissão nos seguintes horários: Card preliminar ( 0 horas PT - 20 horas BR) e Card Principal ( 3 horas PT - 23 horas BR)

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Card Preliminar



Gleison Tibau (BRA) vs Khabib Nurmagomedov (RUS)

Gleison Tibau iniciou sua carreira como lutador de jiu-jitsu, mas desenvolveu uma óptima técnica de luta olímpica que, mesclada à sua faixa preta na arte suave, o torna um dos grapplers mais perigosos da divisão. Alto e muito forte para a categoria, o valente Janigleison tem um grande trunfo no sensacional trabalho de perda e recuperação do peso que faz – costuma-se afirmar que Tibau entra no octógono com 85 quilos, após bater 70 quilos na pesagem do dia anterior. É o atleta brasileiro mais bem situado na divisão, com sete vitórias nas últimas nove lutas, incluindo sobre Jeremy Stephens, Josh Neer, Caol Uno, Kurt Pellegrino e Rafael dos Anjos. Aliás, contra este último, Gleison mostrou evolução na trocação e, com seus punhos pesados, quase nocauteou o duro compatriota. Possui cartel de 25-7, com 10-5 no UFC, e já submeteu os outros dois brasileiros faixas-pretas que lutarão neste card preliminar: Fabrício Camões e Rafaello Oliveira.

O russo Khabib Nurmagomedov quer complicar para o brasileiro tanto quanto costuma complicar para quem vai narrar a luta, ou mesmo para quem escreve a prévia do combate. O camarada de nome difícil merece muito respeito. É uma fera no sambô, modalidade em que já foi campeão russo em duas oportunidades e que foi nomeado “Mestre Internacional”. Depois da migração para o MMA, está invicto em 16 lutas disputadas na Rússia ou Ucrânia, e foi convidado para estrear no UFC contra o wrestler de classe mundial Kamal Shalorus. Apesar do duro desafio na estreia, saiu-se muito bem, dominando Kamal nos dois primeiros rounds e liquidando a factura com um mata-leão no último. Contra Tibau, precisa repetir a táctica de evitar quedas e controlar o combate na trocação, onde é mais técnico.

Luta muito dura para o brasileiro, que vai buscar um caminho que nunca foi explanado: o da vitória, considerando a invencibilidade do adversário. Como disse Alexandre Matos, Tibau tem talento para vencer e cabeça para perder esta luta. Apesar da imensa vontade em ficar em cima do muro, aposto em Tibau, na decisão.

Melvin Guillard (EUA) vs Fabrício Camões

Melvin Guillard tem aquilo que, na minha terra, é chamada de “A Patada do Sul”. Não existe no mundo do MMA um peso leve com maior poder de nocaute em um único golpe que o “Jovem Assassino”. Já mandou gente para a vala através de soco, chute, joelhada, ground and pound, acertando no rosto ou na linha de cintura dos oponentes, tornando-se um verdadeiro terror na divisão. Entre suas vítimas mais famosas estão Marcus Davis, Dennis Siver, Evan Dunham e Shane Roller, nocauteados, e Ronnys Torres, Gleison Tibau e Jeremy Stephens, derrotados na decisão dos árbitros. Mas o grande problema de Guillard é sua quase inexistente defesa de submissões, método que lhe rendeu nove das dez derrotas. Josh Neer, Joe Stevenson, Nate Diaz, Joe Lauzon e Jim Miller, entre outros, já cataram o desprotegido pescoço de Melvin. Ele chegou a ficar bem posicionado na divisão, quando parecia que Greg Jackson tinha dado um jeito de minimizar esse enorme buraco no seu jogo, mas acabou sucumbindo nas últimas duas lutas. Hoje em dia trocou a Jackson’s MMA pela Imperial Athletics e se vê novamente relegado ao card preliminar. Melvin apresenta um extenso cartel de 29-10-2 (com uma luta sem resultado), e é sempre garantia de agressividade dentro do octógono.

Mais um finalizador no caminho de Guillard, Fabrício “Morango” Camões é faixa preta 3º dan, formado por Royler Gracie, que conquistou metade de suas quatorze vitórias no MMA através de submissões, inclusive na última luta, que marcou sua volta ao UFC contra Tommy Hayden, quando encaixou um mata-leão no round inicial, no mesmo dia em que Guillard perdeu para Miller. Morango tem nível decente na trocação e na luta olímpica, mas já apresentou problemas no preparo físico quando precisou lutar em ritmo mais intenso. Com apenas uma derrota e um empate (quando venceria Caol Uno, mas teve um ponto deduzido) nas últimas doze lutas, Fabrício retornou com moral ao evento e já pega um adversário de muito prestígio.

Nunca é fácil derrubar Guillard (prova disso é que nas últimas derrotas, foi pego ainda em pé por Jim Miller e após um improvável knockdown contra Joe Lauzon), portanto é plausível imaginar que Morango precisará resistir a alguns momentos de pressão do americano na luta em pé para colocar em prática sua tática de explorar o ponto fraco do americano. Será difícil, mas vou arriscar uma vitória do brasileiro por submissão no round inicial.

Costantinos Philippou (CHP) vs Riki Fukuda (JAP)

Costa Philippou, que por muito pouco não disputou as Olimpíadas de 2004 no boxe, tem na nobre arte sua arma principal. Com um jogo de golpes em linha, esquiva precisa, movimentação correta e excelente upper, fez carreira no Ring of Combat e foi chamado às pressas para o UFC 128, quando foi derrotado por Nick Catone. Após este revés, acumulou três vitórias consecutivas, contra Jorge Rivera, Jared Hamman e o vencedor do TUF 11 Court McGee (mesma temporada em que o cipriota foi derrotado na eliminatória e sequer entrou no programa). Treinando com a equipe de Matt Serra e Ray Longo, Philippou vem desenvolvendo o jiu-jitsu e também chutes e joelhadas interessantes. Jamais foi nocauteado ou finalizado e acumula um cartel de 10-2, com um no contest.

Seu adversário será o japonês Riki Fukuda, oriundo da luta olímpica universitária e também do pro-wrestling, misto de luta com encenação que já forneceu muitos talentos para o MMA. Depois de uma interessante carreira em eventos japoneses como Pancrase, DREAM e Deep, além do americano EliteXC, Fukuda foi convidado para o UFC, onde estreou com uma vitória arrancada pelos jurados em favor de Nick Ring, no UFC 127. Sofreu um acidente automobilístico e foi obrigado a desistir da luta contra Rafael “Sapo” Natal no UFC 133 (quando seria substituído por Philippou, mas este acabou no card principal contra Rivera) e venceu Steve Cantwell no seu Japão natal, no UFC 144. Com cartel de 18-5, sofreu um único nocaute na carreira, no já longínquo ano de 2006 e jamais foi vítima de submissão.

Como visto, são lutadores resistentes e de estilos diametralmente opostos. Fukuda tentará grudar, quedar e pontuar, enquanto Philippou quererá manter a distância, golpear e nocautear. Neste confronto de estilos e virtudes, acredito na vitória do japonês, na decisão.

John Alessio (CAN) vs Shane Roller (EUA)

John Alessio é um daqueles caras que costumamos chamar de funcionário do MMA. Começou a carreira com 18 anos, estreou no UFC com 20 (disputando o cinturão contra Pat Miletich) e já realizou 49 combates na carreira. Tem cartel de 34-15 (0-4 no UFC), o que diz muito sobre sua qualidade bem discutível. Sua recontratação pela Zuffa foi bastante esquisita, levando-se em consideração a quantidade de pesos leves talentosos espalhados pelo MMA mundial. John é integrante da equipe de Randy Couture, de quem copiou herdou o apelido de “Natural”, e prefere a luta agarrada para quedar os adversários e praticar o ground and pound. Seu maior problema é que, quando isto não ocorre, parte para a trocação cega, onde geralmente se perde.

Shane Roller é um wrestler de grande sucesso na época da universidade, que resolveu migrar para o MMA e fez uma carreira muito decente no WEC, onde venceu, entre outros, Anthony Njokuani, Danny Castillo e Jamie Varner, e foi derrotado apenas por Ben Henderson e Anthony Pettis. Estreou no UFC e vinha sofrendo contra Thiago Tavares até achar um golpe salvador que lhe rendeu o prêmio de nocaute da noite. Depois disso, foi brutalmente nocauteado por Melvin Guillard, finalizado (em atitude polêmica do árbitro) por TJ Grant e derrotado por Michael Johnson. Está devendo muito na nova organização, e uma quarta derrota seguida fatalmente selaria a sua “passada no RH”.

Roller é melhor que Alessio, mas tem se especializado em perder para adversários improváveis. E, mais uma vez correndo o risco de quebrar a cara, aposto na vitória de Shane Roller por decisão.

Rafaello Oliveira (BRA) vs Yoislandy Izquierdo (CUB)

Mais um faixa preta brasileiro a se apresentar no MGM, Rafaello “Trator” Oliveira ainda não fez uma boa apresentação no maior evento de MMA do mundo. Dono de um cartel de 13-1 fora da Zuffa, Trator acumula um péssimo 1-4 no UFC, contando suas duas passagens pelo evento. Até mesmo na única vitória, em luta modorrenta contra John Gunderson, Rafaello ficou longe de agradar ao público. Depois de sua volta, acumula derrotas para Gleison Tibau e Yves Edwards, novamente encontrando-se na corda bamba da demissão. Muito deficiente na trocação, pode usar o jiu-jitsu de alto nível para tentar se impor, mas precisa desenvolver o jogo de quedas, velho problema de lutadores da arte suave em terras americanas.

O adversário de Trator será o striker cubano Yoislandy Izquierdo, que tem seu jogo baseado no kickboxing, caratê e sanshou. Precisa melhorar a luta agarrada em pé e no solo, como deixou claro o sueco Reza Madadi, que o finalizou no segundo assalto na estreia de ambos no UFC, após um belo quebra-pau no round inicial. Certamente Izquierdo fará de tudo para a luta não sair da trocação, onde leva considerável vantagem e fica livre das tentativas de submissão do brasileiro.

É mais do que óbvio dizer que aquele que conseguir controlar onde a luta acontecerá terá grande vantagem sobre o adversário. No duelo entre um golpeador e um finalizador, quem se sair melhor no jogo de clinch, quedas e defesas destas provavelmente terá o braço levantado ao fim do combate. Palpite? Vitória do cubano, por nocaute.

Card Principal



Anderson Silva (BRA) vs Chael Sonnen (EUA)

Normalmente o nome de Anderson Silva vem seguido de inúmeros adjectivos. Genial, espectacular, matador, incrível, qualquer coisa que sirva para explicar a enorme capacidade técnica do campeão dos pesos médios. Striker mais criativo e versátil que o UFC já viu, o Spider desenvolveu uma aura de invencibilidade que perdura por toda sua carreira na maior organização do mundo. No UFC ele fez 14 lutas e venceu todas (recorde), nove delas em defesas consecutivas de cinturão (recorde). Subiu aos meio-pesados duas vezes, venceu ambas e humilhou o ex-campeão Forrest Griffin, naquela que pode ter sido a maior atuação individual da história do UFC.

Anderson tornou-se um dos lutadores mais temidos da história principalmente por conta da mistura que gerou sua habilidade na trocação. Faixa preta de taekwondo, kruang preta de muay thai, corda amarela de capoeira, rápido e habilidoso no boxe, o Spider é daqueles que, quando entra focado em lutar, deixa os fãs extasiados com a fluidez dos movimentos e a precisão dos golpes. Ele é tão virtuoso em pé que muitos esquecem que trata-se de um faixa-preta também no jiu-jitsu e judô (Travis Lutter, Dan Henderson e o próprio Sonnen, finalizados, sentiram na pele). Por outro lado, tem dificuldade contra o wrestling, tendo sido quedado em várias ocasiões, até mesmo por lutadores não tão versados nesta arte como Sonnen.

Já com 37 anos, Anderson é um privilegiado geneticamente. Com 1,88m e dez centímetros a mais de envergadura, corpo longilíneo que favorece muito a trocação, o campeão parece ter sido moldado para a luta. Ele tem cartel no MMA de 31-4, com 18 triunfos por nocaute e 6 por submissão. Tirando a desclassificação contra Yushin Okami em 2006, Silva não sabe o que é sair de uma luta derrotado desde que foi pego pela tesoura voadora do limitado Ryo Chonan, ainda no PRIDE, em 2004. Desde então foram 18 lutas, 17 vitórias e Okami.

Muitos acham que Sonnen é um lutador qualquer e que só conseguiu a chance de disputar o cinturão por falar demais e promover a luta. Pensar assim é cometer o erro de menosprezar um camarada perigoso e incansável. É claro que o “Gângster de West Linn” não tem a técnica refinada do campeão, mas é difícil encontrar um lutador tão voluntarioso quanto ele. Forte fisicamente, o americano tem a coragem de encarar o olho do furacão, seja ele qual for, para grudar no adversário e quedá-lo. Uma vez no chão, Chael tem bom domínio da posição, deixando os adversários muito tempo por baixo, recebendo socos e cotoveladas. Porém, seu ponto forte acaba expondo uma fraqueza que já foi capitalizada por muitos, inclusive Anderson: por manter o tronco elevado em algumas situações no ground and pound, Sonnen fica propenso a ser finalizado da guarda. A defesa de submissões é o grande calo no jogo de Chael.

Para evitar o antigo problema, o lutador da Team Quest investiu forte nos treinos de jiu-jitsu desde a derrota para Anderson. Em sua primeira luta após a suspensão por doping, Sonnen passou o carro em Brian Stann no chão. Muito ágil, ele quedou, passou a guarda, abriu brechas e finalizou o herói de guerra com um katagatame. Para o reencontro com o Aranha, Chael recrutou Vinny “Pezão” Magalhães, multicampeão na arte suave e no submission. Pezão inclusive aposta que o pupilo será capaz até de finalizar o campeão.

Aos 35 anos, o ex-wrestler da Universidade do Oregon, vice-campeão mundial universitário de greco-romana em 2000, tem retrospecto profissional de 27 vitórias, 11 derrotas e um empate. Foi finalizado em oito ocasiões, quatro vezes por brasileiros (Anderson, Demian Maia e Renato Babalu o pegaram com triângulos, enquanto Paulão Filho o submeteu com uma chave de braço). Em compensação, só foi nocauteado duas vezes, nenhuma no modo clássico, ambas há oito anos, quando não pôde voltar para o terceiro round contra Terry Martin e foi impedido de continuar devido a um corte contra Jeremy Horn.

Apesar de ser o campeão incontestável, quem tem algo a provar é o brasileiro. Antes da primeira luta entre ambos, Sonnen passou meses dizendo que o brasileiro era um “campeão fajuto” e que seria massacrado. O americano cumpriu a promessa por quatro rounds e meio até ser pego pelo famoso triângulo quase ao apagar das luzes. Ainda que estivesse realmente com um problema numa costela (o documentário “Como Água”, que acompanhou a preparação de Anderson para aquela luta, mostra o campeão reclamando das dores), o brasileiro foi subjugado como jamais acontecera em sua carreira.

Mais do que o trash talking, mais do que a capacidade de derrubar de Sonnen, o que motivará realmente Anderson Silva será aplicar um corretivo no desafiante para apagar a impressão deixada no duelo anterior. O Spider não precisa vencer Sonnen “pelo Brasil”. Ele vai vencê-lo com a motivação de mostrar que as dificuldades de 2010 foram decorrentes da contusão e, principalmente, com o foco de se aposentar invicto e campeão.

Ainda que Sonnen tenha evoluído desde o UFC 117 (e ele evoluiu bastante) e ainda que não tenha medo de levar soco na cara e sair ensanguentado, ele não vai nocautear ou finalizar Anderson. Ou o americano dará outra clínica de wrestling – sem vacilar na defesa de submissão – ou sairá derrotado. O campeão deverá usar sua envergadura e movimentação para manter o combate em pé e na longa distância. O campeão só irá se aproximar em condições de menor risco. Numa dessas situações, ele conseguirá um knockdown no terceiro round e maltratará o desafiante no ground and pound até o árbitro Yves Lavigne resolver interromper a luta.

Forrest Griffin (EUA) vs Tito Ortiz (EUA)

Depois de longos cinco anos sem sentir o gosto de uma vitória, Ortiz chocou o planeta e quebrou um caminhão de apostadores ao pegar Ryan Bader numa guilhotina no primeiro round, em Julho do ano passado, no UFC 132, fazendo a comemoração do Gravedigger retornar triunfante ao octógono. O ex-Bad Boy de Huntington Beach, agora autoproclamado “Campeão do Povo”, se empolgou e aceitou o convite de substituir Jon Jones contra Rashad Evans um mês depois, na luta principal do UFC 133. A carruagem virou abóbora e Evans o tratorizou, mandando o veterano de volta aos tempos amargos. Em Dezembro, Tito retornou contra Rogério Minotouro, que o destruiu com violentos golpes no corpo e o nocauteou no primeiro round. Cansado de tantas contusões e cirurgias, Ortiz chega ao UFC 148 vindo de seis derrotas, um empate e apenas uma vitória nas últimas oito lutas.

O lamentável fim de carreira acabou fazendo com que muitos o menosprezassem. Fazer isto é ignorar o fato que Tito foi o campeão dos meio-pesados que manteve o cinturão por mais tempo até hoje. Antes de Sonnen aparecer, Ortiz já era um mestre na arte da provocação aos adversários e da promoção de lutas. Graças a ele, o UFC alcançou o mainstream nos Estados Unidos e, aos poucos, foi deixando de ter a imagem de “rinha de galos humana”, dando lugar a um desporto. Foi numa luta de Tito que o UFC vendeu pela primeira vez um milhão de pacotes de pay-per-view, na revanche contra Chuck Liddell. As duas primeiras lutas contra Ken Shamrock também estabeleceram recordes em suas épocas, dobrando as marcas anteriores. Devido ao enorme impacto no MMA americano, Ortiz será merecidamente introduzido ao Hall da Fama do UFC em solenidade nesta sexta-feira.

Aos 37 anos e meio, o guerreiro achou que está na hora de parar para dar mais atenção à família. Wrestler de alto gabarito, Ortiz sedimentou sua carreira com um portentoso jogo de quedas e um ground and pound dos mais temidos de todos os tempos. Ele tem cartel de 16-10-1, com apenas uma luta feita fora do UFC. Estreou há quinze anos, como reserva do torneio do UFC 13, e chegou ao cinturão ao bater Wanderlei Silva em 2000, conquistando o título deixado vago por Frank Shamrock. Defendeu a coroa em cinco oportunidades seguidas (recorde da categoria) até ser nocauteado por Randy Couture em 2003. Suas 25 lutas pelo UFC o tornam o recordista de actuações no octógono. Se completar os três rounds neste sábado, fechará a carreira com 5 horas lutando no UFC, outro recorde.

Desde a lendária final do TUF 1 contra Stephan Bonnar, considerada a luta mais importante da história do UFC, Griffin estabeleceu-se como um dos maiores nomes do MMA. Ele percorreu uma bela trajectória entre os meio-pesados, culminando com a conquista do título sobre Quinton Jackson (junto com Rashad Evans, Griffin é o único lutador revelado pelo TUF que foi campeão do UFC). Foi derrotado por Rashad logo na primeira defesa e, em seguida, sofreu uma das maiores humilhações que um lutador já passou, nas mãos de Anderson Silva. Forrest recuperou-se com uma vitória sobre o próprio Ortiz e outra sobre Rich Franklin, antes de ser atropelado por Maurício Shogun no UFC Rio, há quase um ano.

A derrota constrangedora para Anderson fez com que muita gente passasse a achar que Griffin era um lutador desqualificado e/ou em fim de carreira. Formado em Ciências Políticas na Universidade da Geórgia, ex-polícia no estado, Forrest é um habilidoso faixa-preta de Robert Drysdale com decente jogo de pernas na trocação, mas foram a entrega nas lutas, o gosto de sangue e a intimidade com a pancadaria desenfreada que tornaram o lutador praticamente um mito entre os torcedores que acompanham o desporto há mais tempo.

Griffin chega a esta luta ostentando retrospecto de 18-7, sendo 9-5 no UFC, com sete submissões e apenas três nocautes. O enorme lutador de 1,91m de altura tem 33 anos e dá sinais que a aposentadoria (e a inclusão no Hall da Fama) estão próximos. Desde que perdeu o cinturão, em Dezembro de 2008, Forrest lutou apenas duas vezes em 2009 e outras duas em 2011 devido a contusões.

Ortiz e Griffin encerrarão a trilogia de confrontos neste UFC 148. Em 2006, eles fizeram a melhor luta do ano na vitória de Tito por decisão dividida. O resultado se inverteu em 2009, no retorno de Ortiz ao UFC depois da briga com Dana White.

Mais jovem, maior e mais forte, Forrest descobriu o modo de minar o cansado Tito. Na segunda luta entre ambos, Ortiz até conseguiu quedar o oponente, mas Griffin soube trazer o combate de volta à trocação, onde é nitidamente superior. O trabalho de quedar, se levantar e se movimentar em busca de nova queda fizeram com que o gás de Ortiz fosse se extinguindo com o passar dos minutos. E podemos esperar algo semelhante neste combate. Como Forrest sabe que praticamente o único modo que Tito terá de encerrar a carreira com uma vitória será usando seu ground and pound, sua defesa de quedas e jogo de pernas será útil para conduzir a luta ao seu feitio até uma vitória por decisão, mais tranquila do que a anterior.

Cung Le (VIE/EUA) vs Patrick Côté (CAN)

Depois de conquistar o cinturão dos médios do Strikeforce, Le percebeu que poderia ganhar mais dinheiro sofrendo menos no cinema. O americano de origem vietnamita então trocou o cage hexagonal pelos sets de filmagens seguindo carreira como actor de filmes de acção. Porém o espírito de lutador falou mais alto e Le retornou ao MMA. Contra o rei das viradas Scott Smith, Cung dominou a luta por dois rounds com seu vasto repertório de chutes. Vendo que o negócio estava fácil, ele diminuiu o ritmo e acabou surpreendido pelo “Punhos de Aço”, que o nocauteou no terceiro. Seis meses depois o Strikeforce concedeu a revanche e Le completou o serviço, nocauteando o oponente antes da metade da luta.

De volta ao cinema, Le foi chamado para o UFC, que queria aproveitar sua popularidade. A estreia deu-se contra Wanderlei Silva, no UFC 139. Apesar dos praticamente 40 anos, Cung Le chegou a dominar o Cachorro Louco, mas sucumbiu a uma bela atuação e ao thai clinch mortal da lenda brasileira. Foi nocauteado no segundo round e saiu com o nariz deformado.

Mestre de sanshou, Cung Le usa mais os pés do que as mãos em suas lutas. Tem um coice rodado na linha do abdómen que já deixou muita gente sem respirar por dolorosos segundos. Em pé, possui ainda rápidas combinações de socos que normalmente abrem caminho para um chute demolidor. Porém, como entrou já velho no MMA, nunca conseguiu se adaptar totalmente ao grappling. Le usa as quedas que desenvolveu na arte chinesa, mas defensivamente é inapto contra tentativas de submissões. Quarentão, baixinho (1,76m), venceu todas as sete lutas por nocaute, mesmo modo com que sofreu as duas derrotas da carreira.

Depois de ser vice-campeão do TUF 4, em seu retorno ao UFC, Côté conquistou quatro triunfos, com dois nocautes da noite, recebendo a chance de disputar o cinturão contra Anderson Silva. No combate realizado no UFC 90, o canadense não mostrou nada além de capacidade de absorver algum castigo e acabou derrotado depois de torcer o joelho sozinho no terceiro round. Ficou mais de um ano e meio afastado, recuperando-se de cirurgia, e voltou em 2010. Foi finalizado por Alan Belcher (UFC 113), superado em decisão por Tom Lawlor (UFC 121) e foi convidado a passar no RH da Zuffa, sem vencer um round sequer desde a vitória sobre Ricardo Cachorrão, no UFC 86.

Demitido do UFC, mas já com o joelho recuperado, o “Predador” venceu quatro lutas, inclusive um massacre em Março deste ano sobre Gustavo Ximu no Amazon Forest Combat 2, em Manaus. O retrospecto o levou de volta ao UFC e a segunda reestreia será neste UFC 148.

Ex-meio-pesado, Patrick é um lutador forte para a divisão dos médios, apesar de ser baixo (1,81m). Ele integrou a integrante a selecção canadiana de wrestling e foi boxeador no exército, moldando o típico lutador de MMA da América do Norte. Com 32 anos, Côté tem cartel de 16-7, 4-7 no UFC, oito vitórias por nocaute e três por submissão. Hoje ele faz parte da filial canadense da Brazilian Top Team.

Apesar de ser mais baixo e ter menor envergadura, Le deve ditar a distância com seus chutes em grande volume e movimentação lateral, girando bastante pela periferia do octógono. Mais plantado no centro, Côté tem condições de nocautear o oponente com sua direita, mas pode se ver em apuros num contragolpe inusitado. Por outro lado, o canadianoe tem a seu favor as quedas e a luta de chão, pontos fracos no arsenal defensivo do vietnamita. Se conseguir encurtar a distância e chegar ao clinch, Patrick poderá minar a resistência do veterano oponente e conseguir uma interrupção no terceiro round.

Demian Maia (BRA) vs Dong-Hyun Kim (COR)

Faixa preta de jiu-jitsu, Demian chamou a atenção do mundo ao abrir sequência de cinco vitórias no UFC, todas por finalização, três delas no primeiro round, sempre sem sofrer muito. Chegou ao ápice contra Chael Sonnen, submetido num triângulo depois de uma queda espectacular. Na luta seguinte, tentou mostrar que era mais do que um grappler de elite e acabou nocauteado em menos de meio minuto por Nate Marquardt. Maia então venceu Dan Miller e recebeu a chance de disputar o cinturão, na luta em que praticamente ruiu a reputação de Anderson Silva, que promoveu uma das actuações mais dantescas de todos os tempos, no sentido de desrespeito ao adversário e ao desporto.

A derrota tirou Demian dos trilhos. Ele ainda venceu Jorge Santiago, Kendall Grove e Dan Miller, mas sempre em actuações ruins. As duras derrotas para Mark Muñoz e Chris Weidman mostraram que o lutador não estava mais no nível dos melhores lutadores dos pesos médios. Foi quando Maia decidiu descer para lutar em 77 quilos.

Hoje com 34 anos, Demian tenta um recomeço em busca de nova disputa de cinturão. Com um cartel de 15-4, viu sua reputação impecável sofrer um baque para 9-4 no UFC, com duas derrotas nas últimas três apresentações. O boxe evoluído contra Miller e no primeiro round contra Muñoz ainda está muito aquém da sua proficiência na arte suave e dificilmente se tornará uma ferramenta confiável para conquistar triunfos sobre os tops da nova divisão.

Antes conhecido pelo estilo “cobertor” por quedar e cair por cima do oponente, sufocando-o no chão, Kim mostrou grande evolução em sua última apresentação. Na vitória sobre Sean Pierson, o coreano usou uma trocação que estava escondida em algum lugar de seu jogo, vencendo o canadense por decisão unânime, recuperando-se do duro nocaute sofrido contra Carlos Condit.

O judoca coreano é um desafio desagradável para a maioria dos meio-médios. Forte, inteligente e metódico, tem um estilo que não costumava agradar o público, mas é muito eficiente. Porém, a vitória sobre Pierson deu esperança de dias melhores para os que acompanham suas lutas. Com cartel de 15-1-1 e um no contest, ele conquistou 6 vitórias e a única derrota, além da luta sem resultado, no UFC. Ele tem 30 anos e o mesmo 1,85m de Demian.

O cobertor, que serviu para anular Nate Diaz, será muito perigoso contra Demian, um dos melhores grapplers da história do MMA. Em bate-papo informal depois do UFC 147, o empresário Eduardo Alonso confidenciou ao MMA Brasil que o lutador paulista focou o treinamento na restauração de seu jiu-jitsu de elite. Demian vai procurar o tempo inteiro o clinch e a luta agarrada, visando conduzir o judoca coreano ao solo. Se os treinos tiverem rendido os frutos desejados e o corte de peso para a nova categoria não mine a resistência do brasileiro, podemos esperar o reencontro de Maia com as vitórias por submissão.

Chad Mendes (EUA) vs Cody McKenzie (EUA)

Invicto na carreira, com vitórias incontestáveis no WEC e UFC, Chad Mendes foi logo apontado como virtual candidato a disputar o cinturão. A chance chegou em Janeiro, no UFC Rio 2. E durou apenas 4:59. Um joelhaço seguido de dois socos secos no ground and pound do campeão José Aldo decretaram o fim da invencibilidade de Mendes e do sonho de ser campeão.

Wrestler clássico, vice-campeão da Divisão I da NCAA em 2008, Mendes é muito rápido nas entradas nas pernas dos adversários. Isto o torna perigosíssimo na hora de quedar os oponentes. Não fosse Aldo um monstro na defesa de quedas e o campeão teria problemas no UFC 142, tamanha a facilidade que Chad tem de grudar nos adversários. Mendes também vem evoluindo a cada luta na trocação.

Com 1,68m de altura e envergadura e 27 anos, o atleta da Team Alpha Male tem cartel de 11-1 e muita dificuldade em finalizar as lutas – foram apenas dois nocautes e duas submissões na carreira. Em compensação, suas vitórias por decisão normalmente são lutas unilaterais.

Depois de ser nocauteado por Nam Phan e dar adeus ao TUF 11 nas semifinais, McKenzie dava pinta que não teria vida longa no UFC. Lutando como peso leve, sua única ferramenta – a guilhotina – não seria capaz de mantê-lo na divisão mais dura da organização. As duas derrotas para Yves Edwards e Vagner Rocha pareciam o fim, mas o UFC resolveu dar mais uma chance. Contra o perigoso estreante Marcus LeVesseur, a “McKenzietine” mais uma vez entrou em acção e salvou seu emprego.

McKenzie agora tentará uma nova corrida como peso pena. Com 1,83m, ele será um oponente muito grande – e provavelmente muito magro. Faixa roxa de jiu-jitsu, tem um incrível retrospecto de 13 vitórias, 12 por submissão, 11 por guilhotina (a terceira maior marca do mundo), 10 seguidas (recorde mundial) – fora as duas no TUF. Em compensação, as duas derrotas na carreira, ambas no UFC, foram também por submissões, em lutas que McKenzie mostrou inúmeros buracos.

Esta luta é a que apresenta a maior diferença nas casas de apostas, exactamente por ser a mais desequilibrada. A trocação débil de McKenzie não deverá causar problemas à maior técnica de Mendes. Na luta agarrada a diferença é ainda maior. Chad é mais bem preparado que os adversários anteriores de Cody, provavelmente seu treinador de jiu-jitsu Fabio Pateta deixará a defesa de guilhotina ajustada. Deste modo, somente um milagre salvará a pele de McKenzie.

Antevisão original de MMA-Brasil e Globo.com

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Anderson Silva e Chael Sonnen protagonizaram mais um momento histórico na maior rivalidade do MMA actual. O confronto, recheado de tensão, teve mais um capítulo após a tomada de peso nesta sexta-feira. A exemplo da encarada na conferência de imprensa da última terça-feira, desta vez o brasileiro foi novamente de encontro a Sonnen. Após os dois baterem o peso, Anderson Silva agrediu Sonnen com uma ombrada no rosto, tendo de ser separado do desafiante por Dana White, presidente do UFC, e por alguns membros da organização. Momentos depois, Sonnen mostrava que o golpe o incomodou, ao ficar mexendo o maxilar e passando a língua na parte interna da boca

Visivelmente tenso e com um semblante fechado, o campeão não poupou palavras quando foi entrevistado por Joe Rogan, no palco, logo após a encarada.

- Eu não respeito Chael Sonnen. Chael não respeita nada. Ele não respeita o Brasil, não respeita o UFC. Amanhã nós vamos lutar - disse o brasileiro, em inglês, debaixo de vaias dos presentes.

O americano foi o primeiro a subir ao palco, nitidamente abatido pelo esforço para perder peso e atingir o limite dos pesos-médios. Logo após bater o peso, Sonnen, que recebeu vaias e aplausos do público, bebeu muita água ainda no local da pesagem. Logo em seguida, deu mais uma declaração desafiadora, mas sem desrespeitar o brasileiro.

- Campeão versus mito. Ícone versus lenda. Anderson Silva x Chael Sonnen. O cara falso contra o cara mau, e somente no pay-per-view - disse Sonnen.

Na pesagem para o co-evento principal da noite, Forrest Griffin e Tito Ortiz levantaram os presentes, e protagonizaram uma encarada respeitosa, porém tensa.

Os demais brasileiros passaram sem sustos pela balança: Rafaello "Trator", Fabrício "Morango", Gleison Tibau e Demian Maia confirmaram estar dentro do limite das suas categorias e estão aptos a lutar sem sofrer multas em suas bolsas. O momento mais tenso entre os lutadores do card preliminar foi justamente entre Melvin Guillard e Fabrício Morango, que se encararam de forma tensa, e tiveram que ser separados por Dana White.

Um momento engraçado da pesagem foi o que reuniu a dupla Mike Easton e Ivan Menjivar. O primeiro subiu ao placo com um grande volume na sunga, que causou risos e constrangimento às ring girls, e depois usou uma luva do Hulk - seu apelido - na encarada. O segundo, por sua vez, trocou a tradicional pose da encarada por uma pose de kickboxing durante a encarada.

Confira os pesos de todos os atletas após a pesagem do UFC 148:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio (até 83,9kg*): Anderson Silva (83,4 kg) x Chael Sonnen (83,9 kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Forrest Griffin (92,5 kg) x Tito Ortiz (92,5 kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Cung Le (83,9 kg) x Patrick Côté (83,9 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Dong Hyun Kim (77,1 kg) x Demian Maia (77,1 kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Chad Mendes (66,2 kg) x Cody McKenzie (65,8 kg)
Peso-galo (até 61,2kg): Ivan Menjivar (61,7 kg) x Mike Easton (61,2 kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-leve (até 70,8kg): Melvin Guillard (70,3 kg) x Fabrício "Morango" Camões (70,8 kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Gleison Tibau (70,3 kg) x Khabib Nurmagomedov (70,3 kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Costa Philippou (84,4 kg) x Riki Fukuda (83,9 kg)
Peso-leve (até 70,8kg): John Alessio (70.8 kg) x Shane Roller (70,3 kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Rafaello "Trator" Oliveira (70,8 kg) x Yoislandy Izquierdo (70,8 kg)

O Evento terá transmissão nos seguintes horários: Card preliminar ( 0 horas PT - 20 horas BR) e Card Principal ( 3 horas PT - 23 horas BR)

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