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Mac in Touch #6 (extra!) - Priorizar

  
Faz parte da natureza humana (ou surge como necessidade) priorizar. A dada altura da nossa vida, somos confrontados com escolhas porque o tempo é limitado e, para os mortais, os recursos (dinheiro) também. Assim, o tempo que gastamos a levar os cães à rua ou a praticar desporto irá traduzir-se em implicações como não socializar tanto como se desejava ou não ver tantos filmes como se queira. O corpo e a responsabilidade “parental” estão primeiro na lista das prioridades e o resto das necessidades terão de esperar para ser saciadas noutro dia.....

Chega o dia, e apercebemo-nos que se calhar valia a pena gerir as coisas de outra maneira. Olhamos para quem nos rodeia e as histórias que nos contam caras familiares… são nos estranhas. Desatualizámo-nos, separámo-nos do círculo social. Ok, vamos ao cinema… “m**da, o Balas e Bolinhos já saiu de exibição!”…

Quase que me atrevo a dizer que perdemos o melhor!

Afunilando as coisas para casos particulares: nós como fãs de wrestling que não somos pagos para ver wrestling, somos obrigados a fazer o mesmo - priorizar. Há muito para ver, uma larga oferta de eventos das mais variadas companhias de EUA, Jápão e México! Só temos de escolher… ou priorizar.

Normalmente a escolha recai sobre aquilo que as pessoas vêm mais, para que se possa, discutir, debater, ler sobre e ainda escrever sobre. Ou seja, por norma, a escolha recai sobre a WWE. Não só por estes fatores, mas também porque a empresa de Vinnie Mac tem a particularidade de já ter familiarizado fãs de wrestling à volta do globo. Incluindo nós, portugueses, cujas únicas transmissões de wrestling que nos chegam à TV são precisamente aquelas que a WWE produz.

Depois vem a TNA e a seguir vem a ROH ou outras indys. Isto em termos genéricos, é claro.
Mas a que custo é que fazemos isto?! Até que ponto vale a pena estar a par das maiores companhias de wrestling?

Não seria normal colocar-me a mim mesmo esta questão, mas acabei de ver um show de uma empresa ““menor”” (as quatro aspas são propositadas, para não haver confusões) em termos prioritários que me abalroou completamente e que me obrigou a fazê-la.

Chegamo-nos ao ecrã do PC com “pica” para ver wrestling, puro e duro. A escolha recai sempre sobre o mesmo produto para continuarmos a discutir e ler sobre ele. Mas apercebemo-nos que 3 das 7 ou 8 horas gastas por semana foram gastas em estupidez! Angles que em nada contribuíram para elevar a nossa inteligência (AJ – Cena, AJ Styles – Claire Lynch…) nem nos entreteram, combates chatos e aborrecidos (Sheamus-Sandow da última RAW, R-Truth-Cesaro do último SurvivorSeries…)! Ou seja, horas gastas, e perdemos o fio à meada às companhias menores.

Valia à pena trocar de produto? Segundo o que eu acabei de ver, SIM!

Acabo já com o mistério e digo-vos de que show falo: ROH’s Glory By Honor XI. Se não o viram, vão vê-lo. Tranquem as portas do vosso escritório/quarto/sala, fechem as persianas e as luzes, metam os phones nos ouvidos e o show no/a PC/TV e foquem-se no evento. Guardem 3 horas e meia ou 2x  90 (a meia hora é para os recaps), que valem toda a pena (palavra de fã de wrestling).


Eu vi-o há pouco, numa tarde de Sábado chuvosa, quando não havia mais produto WWE e TNA para ver e pretendo priorizar as coisas de outra forma depois de ter visto um dos melhores PPVs do ano. Há 3 combates fantásticos, dignos de quatros estrelas para cima, nomeadamente um que me deixou boquiaberto e sedento de mais trabalho daqueles dois intervenientes – Davey Richards vs Jay Lethal.

Ah, e há ainda, no main event, um trabalho absolutamente fantástico de um…comentador! Nigel McGuiness remete-nos para os tempos de mark de cada um, para a incredulidade. Ele “fez” este combate subir de nível só pelo choque, pela paixão e pela credibilidade que emprestou ao seu comentário. Se me dissessem que ele não tinha noção do finish, eu acreditaria, e este é um elogio enorme que lhe posso fazer.

Por isso, fica o apelo e a minha própria reflexão: Priorizar de forma diferente o produto a que assistimos. Porque nunca se sabe o que já perdemos... vi este PPV com um mês e tal de atraso, e acreditem que me arrependo imenso de o ter feito e vou ponderar começar a alterar os meus padrões de “visionamento”.

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