Slobber Knocker #32: Rescaldo do Survivor Series
Bem-vindos a mais um Slobber Knocker pós-Survivor Series!
Uma das mais longas tradições na história da WWE prossegue este ano com um
build-up razoável que só ficou meio manchado pelas constantes alterações de
planos.
No palco com este nome já aconteceram muitas coisas épicas
desde Screwjobs a estreias, a Gobbledy Gookers. E eu levanto-me e afirmo… Este
ano voltou a acontecer, porque já passou quase uma semana e eu ainda me estou a
recompor daquele final épico. Marks gonna mark… E eu markei, só que no bom
sentido....
Mas isso é o final, vamos lá a rever o que aconteceu antes
disso:
3MB (Heath Slater e Jinder Mahal com Drew McIntyre) derrotam
Team Co-Bro (Zack Ryder e Santino Marella)
O primeiro exemplo de mudanças de plano. Primeiro era para
ser isto, depois passou a ser a equipa de Kidd e Gabriel e chega ao dia e
acabou por ser isto na mesma. Fazia mais sentido porque existe um mínimo de
história entre estas duas equipas e até estão envolvidos na formação do grupo.
Santino e Ryder são dois personagens cómicos que apesar de ainda permanecerem
over com os fãs andam mais por baixo pela falta de espaço que se lhes encontra
disponível. 3MB são hilariantes e só quero boas coisas para eles no futuro. O
combate decorreu normalmente, foi porreiro e teve os seus momentos mas lá está,
era apenas um combate para aquecer, um Pré-Show para ver como está o ambiente.
A vitória era previsível.
No futuro: Não faço a mínima. É possível que os 3MB avancem
para a caça aos títulos Tag Team mas não deve ser para já. Os outros não sei.
Se isto foi o mais próximo de uma rivalidade que lhes arranjaram, então não há
grandes sinais para o futuro. Dêem-lhes tempo, deve assentar…
Team Clay (Brodus Clay, Justin Gabriel, Tyson Kidd, Rey
Mysterio e Sin Cara) derrotam Team Tensai (Tensai, Primo, Epico, Titus O’Neil e
Darren Young)
Um combate tradicional de Survivor Series como “bónus”. E
gostei disso, e até estava bem feito. Colocaram a divisão de Tag Team a
movimentar-se e acompanhados por dois grandalhões que ainda têm reacção do
público, mesmo que não estejam muito situados no plantel. Não seguiu aquela
estrutura previsível no qual este combate por vezes aposta, com os Heels em
vantagem inicial e os Faces a ser vistos como os underdogs que eventualmente se
erguem e desafiam as probabilidades. A supremacia foi maioritariamente da
equipa babyface, indo apenas Brodus Clay – o que menos fazia falta – para o
balneário mais cedo. Foi um combate bom e com os lutadores envolvidos era de se
prever que viesse a obter daqueles spots doidos que aceleram toda a acção por
um momento. Lá ficou a mancha de um botch que por acaso não foi do Sin Cara,
mas não deixou de ser um bom combate que já deixou a plateia quente e preparada
para o resto. Destaco Tyson Kidd como a figura do combate.
No futuro: As equipas de Mysterio e Sin Cara assim como os
Prime Time Players devem estar quase quase a competir pelos títulos – já correm
os rumores de que sejam já os dois no TLC. São as equipas que têm tido mais
tempo de antena e o destaque é-lhes merecido. As outras duas equipas terão a
sua chance porque também a merecem – Primo & Epico já foram Campeões e para
uma segunda “jornada” talvez devessem obter um pouco mais de atitude e carisma,
não se podem basear só na Rosa Mendes. Em ringue, para já, estão impecáveis.
Kidd e Gabriel, acho que é uma questão de tempo. São grandes atletas a solo e
em equipa dá origem a “double teams” lindíssimas, não me parece que hajam
grandes aspectos a melhorar quanto ao seu desempenho e terão a sua chance,
possivelmente quando os títulos estiverem numa equipa Heel. Quanto a Brodus e
Tensai… Vão continuar a fazer o que têm feito até agora: colocar pessoal over.
Brodus, porque não pegou da forma que parecia que ia pegar ao início e Tensai
porque, com certeza que, como veterano, foi isso que veio fazer…
Eve derrota Kaitlyn pelo Divas Championship e retém o título
É o combate das Divas, logo para muitos é a pausa para a
mija. E para mim, é um combate como os outros ao qual assisto com a mesma
atenção. E elas fizeram um bom trabalho, apenas não conseguem carregar um
combate formidável, mas pelo menos o razoável conseguem. E eu insisto, com
treino e interesse nelas elas melhoram. Kaitlyn tem vindo sempre a evoluir
desde o NXT, onde ela ainda era um desastre, e agora já parece uma lutadora a
sério ainda com falhas visíveis por exemplo, no campo da segurança. Eve já
parece estar completa, mesmo que não esteja na sua perfeição e também tenha
falhas, mas ainda é das melhores que lá estão. Não foi um combate tão mau como
muitos querem fazer parecer que sejam todos da divisão feminina da WWE, e até
foi OK principalmente para a duração que teve.
No futuro: É mais que certo que a divisão não pode andar
sempre à volta das mesmas três (quatro, se contarmos com a Aksana) e há que
avançar para mais. E a escolha mais evidente é AJ. Fica a dúvida sobre a sua
situação com Tamina no caminho, pelo que vimos nesta mesma noite. Falta saber
se a rivalidade entre AJ e Tamina é para ser despachada ou se a coisa ainda vai
andar à volta das mesmas três por um pouco mais de tempo. Talvez Aksana
confesse que andava a fazer o trabalho sujo de Eve e esta se vire a ela,
causando o confronto entre as duas – algo que não é muito bom porque a Aksana,
essa sim que não dá nada no ringue…
Antonio Cesaro derrota R-Truth pelo US Championship e retém
o título
Era previsível o resultado e o principal que se esperava era
pelo menos um combate de qualidade. E teve-a mesmo que não se levantasse muito
do razoável. A rivalidade em si foi desenvolvida um pouco encima do joelho,
mesmo que eles ainda trabalhassem alguns confrontos e dessem uso à ferramenta
“Tout”. Mas como eu não estou nisso, passem os Touts no Raw ou eu acabo por ver
patavina. Cesaro já parece estar quase no ponto, já arranca um heat decente e
cada vez mais se torna um lutador notável a fazer aquele título valer algo.
Isto apenas na sua atitude porque em ringue, não restam dúvidas que Cesaro
tenha talento para encostar grande parte do plantel ao canto. Porém, o combate
podia ter sido melhor, mas foi porreirinho, o fim também podia ter sido mais
bem trabalhado.
No futuro: Espero que Cesaro tenha um reinado bastante
longo. Quanto mais tempo ele deitar os EUA abaixo com o dito cinto à volta da
sua cintura, melhor para a sua personagem. E que lhe apareçam alguns adversários
mais interessantes que permitam a Cesaro dar mais asas ao seu talento – nada de
errado a apontar ao R-Truth no entanto. Creio até que esta rivalidade não acabe
já, é possível que R-Truth não esteja satisfeito e que Cesaro mande mais
algumas postas ao país e a ele para desencadear um novo encontro.
Sheamus derrota Big Show pelo World Heavyweight Championship
por desqualificação logo Big Show retém o título
O combate destes dois no Hell in a Cell foi inesperadamente épico
e roubou o título de combate da noite nesse mesmo PPV. Um excelente embate
físico e com emoção suficiente para me deixar entusiasmado e sentado na beira
da cadeira. E tudo muito bem trabalhado para que ninguém ficasse por baixo,
ambos saíram daquele encontro como indivíduos rijos como cornos. Logo subiu as
expectativas para este combate, mesmo que já se soubesse que aquele impacto
inicial não fosse atingido de novo. E lá conseguiram fazer com que o combate
fosse bom e físico, como se queria. Sheamus, para estes combates, deixa para
trás o seu aborrecido super-heroísmo e dedica-se mais à sua queda para as
brigas, simplesmente um tipo agressivo que adora embates físicos. No final
ficou em aberto a continuação desta rivalidade, com Sheamus a vencer por
desqualificação, após Big Show utilizar o árbitro como protecção – na TNA dar
cabo dos árbitros é tradição mensal, aqui poupam-nos um bocadinho mais mas
também levam quando é preciso – e ainda conseguir atingir Sheamus com o KO
Punch que lhe deu uma falsa vitória. Bom combate e bom pós-combate com um banho
de cadeiradas ao Campeão.
No futuro: Obviamente que há mais um encontro entre estes
dois, o final foi mesmo feito para isso. A banhada de pancadas com a cadeira
apenas indica uma coisa: Chairs Match no TLC, o que significa que por dois anos
seguidos que Show luta no TLC num combate de cadeiras pelo título Mundial. Será
que lhe corre melhor este ano? Afinal de contas, o Mr. Ziggles está à espera…
Team
Ziggler (Dolph Ziggler, Alberto Del Rio, Damien Sandow, Wade Barrett e David
Otunga) derrota Team Foley (Randy Orton, The Miz, Kane, Daniel Bryan e Kofi
Kingston)
O combate que sofreu mais alterações que o Tensai. Cody
Rhodes acabou por não poder estar disponível para lutar, devido à sua lesão, e
para seu substituto foram buscar um dos piores que se podiam ter lembrado, o
David “Baby Oil” Otunga. O que vale é que ele nem fez muito… E mesmo assim no
pouco que fez, aplicou a mais inteligente cover que já vi em que levanta os
ombros do adversário do chão. Hás-de ser fino. Este combate tinha muita coisa a
seu favor: levava imprevisibilidade consigo. Levava uma data de questões. E
prometia não seguir o formato cliché que já mencionei ao início. As equipas não
se entendiam. Havia membros indesejados. Turns à porta. E uma indecisão sobre
qual equipa precisava da vitória. O seu decorrer foi equilibradíssimo e por
pouco tempo que alguma equipa mantinha alguma vantagem. E o combate em si teve
uma progressão muito boa, começando mais lentamente e ficando melhor perto do
final, acabando por transferir-se para a história de Orton e Miz não se
conseguirem entender mas terem que trabalhar juntos, sem opção. No final, após
várias partes emocionantes, sacam uma da imprevisibilidade – pelo menos para
mim – Ziggler vence e eu marko que nem um puto. Uma vitória limpa para Ziggler,
lindíssima com aquele Super Kick aplicado na perfeição e com implicações
futuras ali pendentes. Vitória merecida e para mim um dos grandes pontos da
noite.
No futuro: Então o Orton sempre vai virar Heel. Brutal
então, a sua feud com Del Rio já parece ter sido concluída naquele “2 out of
3”e falta saber o que se faz com Del Rio. Kofi parece ter encontrado o seu novo
rival aqui mesmo, em Wade Barrett. Sandow talvez aguardará pelo retorno de
Rhodes e os Campeões de Tag Team esperam pelos seguintes pretendentes – Myterio
& Cara e Prime Time Players, em princípio – com muita trapalhada da boa à
mistura. The Miz tem um período de adaptação como Face para atravessar antes de
embarcar numa boa rivalidade – especula-se Cesaro. Dolph Ziggler tem agora uns
assuntos a resolver com John Cena que já devem ir ao sítio no TLC e uma maleta
que ele pode trocar por algo mais bonito a qualquer momento que ele queira. Já
o Otunga, esse pode continuar a jobbar que deitado não faz asneiras.
CM Punk derrota John Cena e Ryback, num Triple Threat, pelo
WWE Championship e retém o título
E lá está, ainda é desta que eu me estou a recuperar. Parte
de mim acreditava que Punk venceria para levar o título até ao Royal Rumble,
outra parte achava que poderiam querer um Cena vs Rock no Royal Rumble e que
Cena já sairia daqui Campeão para meu desgosto. O que acreditava é que seria um
bom combate, mesmo com a pouca maturidade que Ryback ainda tem em ringue, ia
acompanhado por dois que quando se juntam sai espectáculo. A estrutura que
seguiu foi um pouco a mais óbvia, mas não abusaram dela, usaram em pequenas
porções para se abordar tudo de forma mais subtil: Cena e Ryback ambos a querer
um pedaço de Punk, Cena e Punk a ser obrigados a fazer equipa para derrubar o
gigante e lutar entre eles, o confronto entre Cena e Ryback, a supremacia de
Ryback em momentos que dava a entender que nem dois o derrubariam e os momentos
em que Punk é o mais esperto e é capaz de aproveitar erros de outros. Tudo
junto e feito da ideal forma deu um grande combate, já antes de acabar eu
ficaria satisfeito com o seu desenrolar. E é então que elas se dão. Aparecem
ali três indivíduos a atacar o Ryback e eu já meio contente porque estava a
gostar da tramóia.
Quando olho para eles com mais atenção e reconheço ali um cabelo bicolor, acho que dei um pincho da cadeira. E então quando noto o Dean Ambrose, era um mortal para trás se conseguisse. Permitam-me que solte algum markismo: SETH FRIGGIN’ ROLLINS! DEAN FRIGGIN’ AMBROSE! E o Roman Reigns também é porreiro, vá. Talentos de topo que mesmo vindo do território dos “aprendizes” têm mais talento que alguns ex-Campeões que lá andam. Um deles imaginávamos o seu brilhante futuro e o outro anda-se a antecipar a sua estreia desde sabe-se lá quando. E pronto, mais uma vez, o Roman Reigns também é muito bom, o desgraçado só fica um pouco ofuscado por ter vindo com quem veio. E lá vêm os três, dão uma valente carga de lenha ao Ryback, Punk vence, completa um ano de reinado e eu completamente húmido. São estes momentos que me lembram o brutal que é markar de vez em quando… Que venha mais disto…
Quando olho para eles com mais atenção e reconheço ali um cabelo bicolor, acho que dei um pincho da cadeira. E então quando noto o Dean Ambrose, era um mortal para trás se conseguisse. Permitam-me que solte algum markismo: SETH FRIGGIN’ ROLLINS! DEAN FRIGGIN’ AMBROSE! E o Roman Reigns também é porreiro, vá. Talentos de topo que mesmo vindo do território dos “aprendizes” têm mais talento que alguns ex-Campeões que lá andam. Um deles imaginávamos o seu brilhante futuro e o outro anda-se a antecipar a sua estreia desde sabe-se lá quando. E pronto, mais uma vez, o Roman Reigns também é muito bom, o desgraçado só fica um pouco ofuscado por ter vindo com quem veio. E lá vêm os três, dão uma valente carga de lenha ao Ryback, Punk vence, completa um ano de reinado e eu completamente húmido. São estes momentos que me lembram o brutal que é markar de vez em quando… Que venha mais disto…
No futuro: Punk agora só pára na Royal Rumble e não é por
mim, que por mim ele ainda continuava. Talento de topo na companhia, tipos
destes têm que ter destaques descomunais assim, um dia há-de ser Hall of Famer.
Cena deve andar agora às voltas com o problema da AJ – e quiçá às voltas com a
própria AJ – e o Ryback até já fala e tudo, não sei se tem mais uma
oportunidade. Quanto a estes três, que se juntem ao Punk e ao Heyman num genial
grupo que eu ainda tenho forças para markar muito mais…
Os segmentos
O que fez a noite, para mim, foi o momento final, no entanto
não sei se considero um segmento porque ainda fazia parte do combate. De resto,
houve o momento entre AJ e Vickie com direito a participação de Tamina. O
segmento foi virado para a patetice mas era para ser assim mesmo e teve a sua
piada. AJ, que não é má ao microfone e ainda vai melhorando, conseguiu puxar
algumas risadas principalmente através dos termos sugestivos. Foi parvo mas divertido,
de certa forma é isso que a storyline tem sido mais ou menos, mesmo com altos e
baixos.
De resto, contam-se alguns momentos backstage – o “I hate
you” de Randy Orton foi brutal – e a tentativa de ataque a Kaitlyn que, vai-se
a ver, era a Aksana. Fiquei desiludido, queria ir atrás da teoria do JBL e
queria que fosse o Teddy Long de peruca. Isso sim dava audiências.
Para concluir, posso afirmar que fiquei bastante satisfeito
com este PPV. Mesmo que no seu decorrer fosse de forma mais normal, sem levantar
nada de extraordinário, apenas mantendo a qualidade “standard” sem levantar
muita faísca. Começou a aquecer e pela altura do combate entre Team Foley e
Team Ziggler já estava bem quente, principalmente ao fim. É no final, que sacam
da imprevisibilidade e dão-nos logo assim de bandeja algo que andávamos a pedir
há um tempinho. E história está feita, portanto acredito vivamente que seja
mais um Survivor Series a ficar nos livros de história da WWE, mesmo que não
seja na sua totalidade.
Quem não gosta de ver o Punk ainda a ganhar, mesmo que sujo…
Sorry…
Fico-me por aqui, daqui para a frente a palavra sobre o
assunto é totalmente vossa. Para a semana cá estarei de novo, se tudo correr
bem.
Cumprimentos,
Chris JRM