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Mac in Touch #25 - "Impacto Positivo"


Mais um Mac in Touch em mais uma quarta-feira. Desde já devo agradecer a quem deixou comentários na caixa respectiva e que levou a que houvesse uma súbita subida no número final dos mesmos. É algo que dá motivos de orgulho, satisfação e noção de recompensa depois de despender tempo para vos escrever. Muito obrigado por terem-no feito, também, e espero mais nesta edição...

... que vai trazer, curiosamente, mais uma análise a um show, desta vez o Impact da semana passada. É certo que a RAW da semana passada foi má e que é mais fácil comentar más notícias ou coisas menos bem conseguidas do que as boas... mas podemos sempre contraria essa natureza pessimista tão nossa.

A TNA continua a dar tiros certeiros e a produzir shows de boa qualidade. A continuar assim, e com a ajuda de toda a inovação feita, só se pode prever um futuro risonho para  companhia, a nível de estatuto e, como consequência, financeiramente. 

Vou versar sobre a promo que visou a ascensão dos Aces and Eights narrada por Bully Ray, algo que correu bem, a meu ver.

Impacto Positivo



Na passada sexta-feira, tivemos  o exemplo de um Impact pré-gravado que pode não ser um “no show”, algo que até tem sido uma constante nos últimos tempos dada a melhoria da qualidade do show, em geral.

Não foi com surpresa que verifiquei as críticas positivas assinadas por vários “jornalistas” notáveis da nossa área. Afinal a TNA está na estrada e só isso já é quase uma novidade, depois há ainda o facto de a equipa criativa ser completamente diferente da anterior e de Bully Ray, top heel da companhia, estar no pico da sua carreira, com promos irrepreensíveis (chama-me a atenção quase como Jericho consegue fazê-lo) e que se encontra na melhor forma de sempre.

Foi muito por causa dele que o Impact foi, na opinião do povo e de quem vos escreve, um show muito bom- trouxe-nos novidades, mesmo para quem leu spoilers, que valem a pena ter em conta no futuro próximo e que têm influência no futuro da companhia.

Claro que me refiro à sequência de segmentos com a explicação de Bully Ray sobre a sua ascensão e a dos Aces and Eights rumo ao topo da TNA e é a ela que atribuo maiores responsabilidades por termos tido mais um show excelente por parte da companhia de Dixie Carter… embora haja sempre algo com que não se concorde. Aqui fica a análise ao melhor e menos bom:

Vídeo

Começando pela parte gráfica, há-que dizer que houve um excelente trabalho em transmitir a sensação do sucesso do malfeitor. O tom negro com a cara de Bully Ray a reluzir e a voz como pano de fundo funcionaram na perfeição, num vídeo excelentemente feito dado o contexto em que se inseria, servindo todos os propósitos que se esperariam servir (a sensação de injustiça, o sucesso de quem não o merecesse, a elaboração do plano…).

A sua divisão também foi, a meu ver, algo muito bem visto pela TNA. O Impact tem uma hora e meia, e os cinco trechos apresentados do plano de Bully Ray nunca tiveram uma duração inferior a 2 minutos. Isto daria um total aproximado de 15/20 minutos de promo o que não faria nada bem ao show e própria promo, acabando, também por desgastar a personagem com um monólogo enorme. Assim, a divisão do mesmo fez todo o sentido- para além de lhe retirar o lado enfadonho, deu a sensação da promo estar mais presente durante o episódio (conseguindo, assim, enaltecer a sua importância).

Pontos nos i’s

É de realçar a preocupação e a coragem que a TNA teve em colocar Bully Ray a pôr os pontos nos i’s numa história que já era tão criticada desde o seu começo. Claro que houve fãs que sempre estiveram ao lado dela, independentemente da lógica que esta não tivesse (fosse por fé cega ou simplesmente por serem visionários e estarem à espera de um desfecho brilhante [quando a história recente da TNA apontava exatamente para o contrário, note-se!], mas a maioria (e eu incluo-me) esteve contra certos aspetos menos lógicos da mesma.

Assim, foi bom sentir que a TNA ouve a insatisfação dos fãs, e que tem a preocupação de os esclarecer no que toca a buracos que possam ter ficado por tapar. Excelente jogada da equipa criativa e que prova, possivelmente, uma nova filosofia, mais virada para o feedback e, naturalmente, mais positiva, assim como uma dose reforçada de humildade, ao reconhecer o que não se fez de bem e corrigi-lo da maneira que fosse possível.

Também fica provada a fé que Dixie e companhia tiveram nesta storyline. Agora está viva e conseguiu dar a volta a todo o criticismo, transformando-o, não digo em genialidade, mas na espetacularidade (vá) da mesma.

Buracos

Todos os sórdidos pormenores foram revelados, tudo aquilo que não fazia sentido passou a fazer… de uma maneira geral. Eu irritei-me sobremaneira quando Bischoff e Brisco enfrentaram os Aces and Eights por saber que eles iriam fazer parte do grupo mais tarde e que por aquela altura já faziam parte do grupo (como ficou comprovado com a entrada de D’Lo Brown como júri no Gut Check para aprovar a sua contratação), tal como o facto do heel turn que eu esperava de Bully Ray não ficar harmoniosamente ligado a tudo o que se fez no passado – no cômputo geral fazia todo o sentido, mas havia pormenores, como o ataque a Ray durante o seu casamento e outros ataques anteriores ao mesmo.

Bully disse que teve que ter espírito de equipa (“take one for the team”), e é aceitável que isso se faça. Aliás, prova coragem dos criativos da TNA porque até é uma medida arriscada para a audiência “wrestlingiana”. Isso e o ataque sofrido às mãos de Devon com algo que, afinal, não era uma pedra de cimento.

Quanto a Bischoff e Brisco, contudo, não houve pronúncio, e lamento encontrar um defeito neste vídeo.

Para além destes fatores, há ainda uma certa confusão com a inserção de Devon nos Aces and Eights. Bully começou a fazer isto (dado que é o presidente) antes dos Aces and Eights entrarem em cena, Devon era campeão de TV na altura e um babyface credível que, quando se instalou o caos quis enfrentar a facção, algo que Hogan rejeitou. Foi isto que serviu de incentivo para que Devon integrasse os Aces and Eights e foi este um dos motivos para Bully Ray se rebelar contra a TNA (“ninguém vira as costas ao meu irmão”, ou algo assim)!  Ora, esta dedicação à irmandade não faria mais sentido com eles juntos desde o início?  É que assim é algo que não é correspondido e fica no ar o facto de Bully Ray não ter contado nada a Devon sobre o seu plano, algo muito estranho e difícil de encarar (mas quando eu tento comparar guiões de séries bem escritas a storylines de pro-wrestling, acabo por ser injusto pela falta de lógica que tem dominado as mesmas dentro indústria).

Outro ponto negativo

Desvalorização de Wes Brisco. Ray disse que Wes foi o primeiro a ganhar o Gut Check, e que isso se deveu ao facto de Garrett Bischoff lá estar inserido. Ou seja “resultado  predeterminado”. Algo que não faz bem à personagem que se quer em ascenção

Pontos positivos

Há muito por explorar de positivo nesta promo, mas não posso ser incisivo dado o tamanho que já leva a crónica e os elogios que já deixei. Mas há muito bom recheio. Começando pelo tom que Ray usa e que acaba por dar um significado especial a qualquer coisa que ele diga (e que há 5 anos me irritava), assim como a escolha de palavras. Passando pela justificação da escolha de cada membro dos Aces and Eights (algo que era importantíssimo fazer, e que noutros tempos seria ignorado) e terminando na elaboração engenhosa do plano, que foi explicado, e bem, na sua totalidade.


Conclusão (inserção no contexto actual do pro-wrestling)

O puzzle tinha duas metades separadas, Bully juntou-as e apesar de haver algumas peças com defeito, a figura ficou nitidamente visível aos olhos dos fãs. A lógica imperou no sítio onde, há meses atrás, menos se esperava que esta pudesse reinar. Mas ei-la, erguida, como uma bandeira que sinaliza água num deserto de boas ideias e boas histórias.

A TNA pode muito bem ter feito corar a WWE, a tal companhia que recentemente usou partes pequeninas da montanha de dinheiro guardado na caixa forte para contratar um galardoado com um Emmy como escritor-chefe.
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