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Slobber Knocker #48: Uma Wrestlemania noutro (meu) Universo?



Olá a todos e bem-vindos a mais um Slobber Knocker. A Primavera está recém-chegada e com ela traz uma dose de agradáveis cheiros que marcam esta estação. Isto para o comum mortal, porque a muitos de nós cheira é à Wrestlemania. E é sobre ela que vou falar, porque por esta altura, pronto… Está em todo o lado....

Não vou fazer a batida antevisão e previsão quando o card ainda nem está completo sequer. Não quer dizer que não o faça mais para a frente. Neste artigo vou mesmo expor algumas ideias loucas que me chegaram a passar pela cabeça quando a “Road to Wrestlemania” ainda era um embrião. Não, não vou fazer o “meu card” da Wrestlemania, porque isso é mais aquela cena dos que têm a mania que são espertos e as coisas só à maneira deles é que estão boas. E também porque eu nem tive ideias para um card completo, em alguns casos simplesmente me deixo estar a ver onde é que as coisas vão dar e outras vezes as histórias vão-se desenrolando de forma espontânea e previsível.

É mesmo só um punhado de poucas ideias que me chegaram a passar pela cabeça, porque sim. Nem sequer significa que sejam boas, é mesmo só para deitá-las cá fora e ver o que é vocês acham. Se dava alguma coisa de jeito ou nem por isso.

Nota importante que eu acho que já disse anteriormente mas ainda assim acho que tenho que deixar claro: Isto não é o que eu penso que seria um card ideal nem o que se deveria fazer em vez do actual. Não vejo nada de errado no card actual – só assim de nariz meio torcido para o Rock vs Cena, mas é esperar para ver.

Agora ao que importa:

O título Intercontinental de Wade Barrett


Esta minha ideia já veio de há muito tempo. Aliás, parte do conflito com Bo Dallas e ele até era uma peça essencial nesta minha história.

Como bem nos lembramos, Bo Dallas foi o jovem rookie que teve uma oportunidade no Royal Rumble e aproveitou bem dessa oportunidade para causar alarido: eliminou o Campeão Intercontinental Wade Barrett. E logo em seguida ainda aumentou o seu estatuto de “upset underdog”, derrotando-o às cegas em pleno Monday Night Raw. Isto originou uma pequena rivalidade entre ambos que teve pouca dura: ou porque já era suposto ser de curta duração ou porque foi abortado por Dallas não estar suficientemente over com o público. De qualquer das formas, já ficou para trás, mas era por aí que eu queria continuar a história.

Suponhamos que a feud prosseguia e Wade Barrett, cheio de fúria, destruía Bo Dallas como o rookie que ele era. Era uma boa maneira de concluir o conflito entre ambos e o primeiro passo para a missão de Wade: castigar rookies. O Campeão Inglês viria a explicar sucessivamente o quanto ele não gostava que rookies amadores viessem à “liga grande” tentar roubar o lugar daqueles que já lá estavam porque mereciam e trabalhavam para tal. Como heel, teria vários contra-argumentos para o seu caso, como o óbvio facto de que ele mesmo também foi um rookie que singrou na “liga grande” como pôde e soube fazer.


Mas esta missão não era só falatório. Havia acção. Ao longo de algumas semanas, Wade Barrett desafiaria os rookies do NXT para o enfrentar no ringue e tentar provar que ele estava errado. A cada semana aparecia um diferente – um chamamento temporário ao main roster, não se ia encher aquilo deles agora – e apesar de darem bastante luta e tentar superar o forte Campeão, Barrett sairia sempre por cima sem assim tanta dificuldade. Isto começaria a causar transtorno no mundo do NXT – há que ter em conta que, devido às gravações do NXT, esta storyline apenas se poderia desenvolver no Raw e no Smackdown e o NXT decorreria normalmente, apenas com algumas menções do sucedido e talvez uma aparição de Barrett a squashar alguém – e quem se viria a revoltar com o sucedido era nada mais nada menos que Dusty Rhodes. Mas este só iria confrontar Wade Barrett com palavras, Barrett iria lembrá-lo que ele é um velhote “washed up” que nada pode fazer a não ser tentar continuar a viver às custas dos jovens e quiçá até, do filho. E tinha a sua razão, o próprio Rhodes reconheceria que não havia nada que ele pudesse fazer para deter Barrett. Mas havia outro alguém que podia. Alguém que também tem um papel importante no NXT. Alguém que acompanha com atenção o crescimento dos jovens naquele território. Aquele que vê com orgulho os miúdos a “graduar” e a singrar na liga grande. Um homem a quem o NXT e os seus rookies significa muito. E esse homem é nada mais, nada menos que William Regal.

Regal ainda tem cartas a dar no ringue. E estava bastante desagradado com esta atitude de Wade Barrett de tentar “limpar” todo o NXT e de arrumar os novatos todos. E estava disposto a ensinar-lhe uma lição, num palco grande e por algo que significava bastante a Barrett. William Regal desafiava Wade Barrett para um combate pelo título Intercontinental na Wrestlemania! Mas não era só uma questão de título e defesa do NXT. Havia demasiado em comum entre estes dois lutadores. Demasiado semelhantes… Regal via muito de si em Barrett… Barrett sempre teve Regal como inspiração… Era daquelas rivalidades que levavam uma pesada mistura de respeito e ódio… E uma excelente combinação de “British brawlers”!


Na Wrestlemania, William Regal colocaria Wade Barrett over num espectacular combate que veria do melhor que ambos conseguem demonstrar.

- Pelo que parece, Barrett parece andar às turras com The Miz com o título e o estatuto de “movie star” de segunda ao barulho. Acredito num bom combate – muito bom até – que possa sair daí e não tenho nada a opor – a ver é se o Miz melhora aquele Figure Four. Agora quem é que aprovaria este cenário? – também estão à vontade para dizer o quão disparatado possa parecer.

O título Mundial de Alberto Del Rio


Para esta eu já andava a fazer o filme desde antes de começar a “Road to Wrestlemania”. E não há sequer nenhum ponto por onde começar a história, qualquer lado de onde possa puxar uma linha, uma continuidade interrompida, como no exemplo que apresentei anteriormente. De maneira muito simples: Dolph Ziggler, o Mr. Money in the Bank, venceria a Rumble.

Conseguem imaginar o Ziggler mais pomposo que o que ele já é? Pronto, neste caso acho que tal era possível… Para além de carregar a sua malinha azul, a AJ – motivo de orgulho para qualquer homem – agora também tinha uma Rumble no seu currículo. O tease era para que usasse a mala para ganhar um título e a Rumble para ganhar o outro. Mas as coisas andavam complicadas para os lados do título da WWE: The Rock vencera CM Punk pelo título, este queria um rematch e acabava de se juntar à festa John Cena que, mesmo não conseguindo vencer a Rumble, prometia que faria de 2013 o seu ano de redenção, o ano em que corrigiria os errados de 2012, e impunha sobre si mesmo a missão de fazer o que nunca conseguira: derrotar CM Punk e derrotar The Rock, obtendo o título da WWE pelo caminho. Ora com este caos, é claro que Ziggler ficaria hesitante. Mas não era isso que ia dizer e simplesmente avançava para Alberto Del Rio.


Com o decorrer da história, Ziggler tornava-se cada vez mais ameaçador e cada vez mais “chato”. Constantemente ele lembraria Del Rio que tinha dois bilhetes que garantiam que poderia obter aquele cinto e, sendo ele o melhor como ele se vende, ele com certeza o concretizaria. Para aumentar ainda mais o heat e para deixar Del Rio ainda mais trémulo, este era atormentado com falsos “cash-ins”, momentos em que Ziggler corria para o ringue de mala na mão a cada momento em que Del Rio estivesse no chão, batido. Apenas para parar, rir-se, sussurrar “not tonight” e apontar para a placa da Wrestlemania que se encontra lá encima.

Chegava a grande noite da Wrestlemania e Ziggler cobrava a sua vitória na Rumble no combate com Del Rio pelo título. Um combate excelente, a mostrar aquilo que nós tão bem sabemos que estes talentosos atletas conseguem fazer. Após pelo menos um quarto de hora, algo mais, de belo wrestling, acontecia: Del Rio levava a melhor e derrotava Ziggler, mostrando que afinal não estava nada intimidado com ele. Cabia a Big E. Langston ajustar contas e descarregar frustrações: a carga de lenha da vida de Del Rio que jazia ali indefeso – Ricardo Rodríguez ou já tinha levado também ou encontrava-se lesionado, como aconteceu agora. E é aí que elas se dão… Ziggler desperdiçara um bilhete para o título mas tinha o outro… Cash in, um move, cover e… Ziggler era o novo Campeão Mundial!


Tínhamos uma excelente exibição, tínhamos um momento de alta tensão e de significativa mudança, mesmo que não fosse buscar muito à imprevisibilidade, e ambos os competidores sairiam over porque afinal… Na mesma noite, ambos tinham saído vitoriosos e ambos tinham tido um combate tremendo. A rivalidade estender-se-ia até ao Extreme Rules e quiçá por mais um mês, com Ziggler a sair por cima sempre de forma manhosa e a ter um reinado como deve ser…

- O combate pelo título Mundial já está marcado há bastante tempo e devo afirmar que estou satisfeitíssimo. Dá uso ao talento ainda fresco sem ter que fazer um cartaz cheio de main events com part-timers e nomes de grandeza nostálgica. Estão a dar o destaque merecido a Jack Swagger porque o tipo tem talento para ser mais do que um jobber ou um midcarder baixo – não lhe dêem é o título já, isso de apressar as coisas já não resultou nada bem da última vez. Outra coisa que me agrada é a história. Finalmente a WWE não tem medo de andar por territórios polémicos e tabu e conseguir aquilo que tanto querem: atenção exterior. Já causaram agite fora da área do wrestling, o que eles tanto ambicionam numa Wrestlemania. E mantêm o interesse, afinal temos assuntos delicados aqui: imigrantes ilegais, patriotas conservadores, racismo e xenofobismo e a velha questão do país livre, país da oportunidade, etc. Para mim era disto que andava a faltar na WWE, algo que causasse impacto real e que tenha algo de realmente significativo no quotidiano dos telespectadores. Para mim, Wrestlemania é isto.

- Já Ziggler, conseguiram-lhe lugar na captura aos títulos de Tag Team. Será um grande embate e acho que explorará bem as turras dos Campeões, o perigo que é Big E a estrear-se em ringue na liga grande e Ziggler a mostrar que é “show stealer” até na Wrestlemania cheia de “star power”. Gosto da ideia de os títulos mudar de mãos e termos Ziggler a Campeão Tag Team pela altura em que faz cash-in e andar com dois cintos… Qualquer coisa que possa tornar o “Show Off” ainda mais “show off” agrada-me…

E finalmente… - sim, porque eu disse que eram poucos os casos que me tinham ocorrido e não um card inteiro

As pobres coitadas das Divas


Já há algo para elas sequer? Elas vão competir na Wrestlemania? Sinceramente nem sei. E eu, como defensor das atletas femininas vou sempre palpitando sobre coisas que se podiam fazer. Mas aqui nem tenho nada palpável por onde começar – huh huh… Divas… palpável… - portanto tenho mesmo que dar asas à imaginação. E estender-me para coisas menos possíveis de acontecer.

De forma muito simples: a divisão de Divas está uma lástima. E uma forma mais simples ainda de começar esta história: reconhecer em TV que a divisão está uma lástima. Não, não íamos ter os comentadores a relatar com secume os seus combates – nem o Jerry Lawler conseguiria – nem íamos ter lá alguém a dizer-nos que aquilo não presta. Ia ser dentro do seio da divisão feminina que ia haver a revolta – huh huh… Divas… seio… - e podia-se estender para além do plantel actual. Resumindo, lutadoras descontentes regressariam para destruir Divas e lamentar o estado actual da divisão feminina. Imaginem a Beth Phoenix a regressar e a causar estragos. Imaginem a Kharma a regressar e a causar mais estragos ainda. Mais algumas estrelinhas do passado, diga-se, a Lita por estar em tão boa forma que até dá nojo ou talvez a Melina, se esta não quiser fazer estragos no backstage. Talvez Michelle McCool também. Mas não precisa de ser tudo no passado. Nas actuais, a Natalya podia-se aperceber que só andava a perder tempo com aquele cepo do Great Khali. A Tamina podia estar farta de não ser notada. A Naomi também podia acordar e reparar que não era a dançar para um jobber que ia longe. E apostando no futuro, temos uma auto-proclamada “Anti-Diva”, algo que cai tão bem no conceito desta história, e podíamos ter Paige a estrear-se no roster principal.


O seu objectivo era atacar as actuais Divas e apontar o óbvio: a divisão estava a desintegrar-se e estas eram as mulheres que queriam salvá-la. Eram contra o conceito de “Divas” e eram simplesmente mulheres. Mulheres lutadoras. E pretendiam acabar com a divisão como ela está e reacordá-la na Wrestlemania num combate entre as duas equipas, pelo título. Mas espera lá… um combate pelo título entre equipas com uma porrada delas de cada lado? Muito simples, dois títulos em jogo: as “Divas” lutavam para manter o seu título das Divas no activo. As mulheres lutavam por trazer o Women’s Championship de volta – eu disse que neste caso ia-me estender mais no “vai sonhando” para inventar algo. Seria um caso bizarro porque não haveriam Heels ou Faces. Por um lado, as “Anti-Divas” eram um pouco malvadas o que poderia causar algum heat para quem apoia as Divas que só levavam no pêlo. Por outro, estão umas senhoras a querer arrebitar a divisão feminina… Caramba, quem é que se pode opor a isso?

O combate ir-se-ia desenrolar lindamente. Tínhamos as boas lutadoras a ajudar as menos favorecidas a apresentar um bom combate. A ideia era termos o melhor combate feminino em muito tempo. E podia recorrer ao imprevisível: Kaitlyn, como Campeã das Divas, seria a capitã e líder da equipa das Divas, mas podia achar, por dentro, que ela também era melhor que aquilo e achar que queria mostrar que ela também era digna do Women’s Championship. E virava-se contra a sua equipa e custava-lhes o combate, retirando o Divas Championship do activo e trazendo de volta o “Women’s Championship” que viria a encontrar a sua nova Campeã num torneio que se desenrolaria ao longo das semanas entre todas as lutadoras, de ambas as equipas, restabelecendo aos poucos a normalidade da divisão feminina, retornando Faces e Heels aos seus sítios. Quem venceria o torneio, deixo vocês escolher.


Este é tão possível de acontecer nos próximos anos como é de haver mais um angle de invasão com os Aces & Eights a dar cabo de tudo na WWE – é praticamente impossível. Mas quem é que acha que isto é realmente uma má ideia?

Mas se for para manter as coisas mais por terra, há uma ideia muito mais simples e que eu também sempre achei que tivesse pernas para se concretizar com lógica. As desavenças entre AJ e Kaitlyn já vêm de há muito tempo. Não haveria maneira de retomar o heat de forma mais intensa? Agora com Kaitlyn a Campeã, haver um confronto intenso entre as duas Divas pelo título para resolver muitos dos problemas que já ali existiram parece-me fazer todo o sentido, mas não quiseram investir nisso.

- Actualmente, as Divas na Wrestlemania…? Não sei. Tease para heel turn de Layla e campeonato contra Kaitlyn no grande palco? As Bella Twins e as Funkadactyls, com ajuda dos seus parceiros masculinos, Team Rhodes Scholars e Team Fat Jobbers? – sim, esse foi um nome carinhoso que lhes arranjei. Não sei, sinceramente.

E foi isto que trouxe para vos apresentar. Espero que tenham gostado, se não acharam as ideias muito boas, pelo menos que tenha sido uma leitura entretida. Agora estão à vontade para comentar acerca destes cenários que sugeri e para apresentarem também os vossos. Apenas tentem não entrar por campos de “regressa um gajo de há 10 anos atrás, porque sim” e procurem mais pelo que têm, o plantel está muito bom, falta é aproveitamento. Fiz no caso das Divas porque aquilo está um choro por ajuda.

De qualquer das formas, o campo embaixo é todo vosso como sempre e para a semana cá estou de novo se tudo me favorecer para tal. Até lá.

Cumprimentos,
Chris JRM

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