Mac in Touch #29 - "UNITED! STATES! (not) CHAMPION!!"
Sejam bem-vindos a mais um Mac in Touch, desta vez com um ligeiro atraso, mas com a pontualidade no dia cumprida ;). Ao contrário do que é habitual, já vi a RAW desta semana e é precisamente sobre o último show (o principal da WWE, convém vincar) que vos quero falar. E não, não são coisas que me agradaram... apesar de as ter havido....
"UNITED! STATES! (not) CHAMPION!!"
Depois de uma RAW épica e que serviu para não só acalentar, mas também recompensar corações mais feridos relativamente à Wrestlemania, a expectativa para ver a RAW desta semana era grande. Iria a febre de Fandango perdurar? Como iria Ziggler adereçar uma audiência ao vivo composta por milhões de pessoas enquanto campeão Mundial? E que Ryback iríamos ter depois do tease ao heel turn (ou heel turn efectivo se preferirem) contra John Cena? Mais importante! Que impactos teria uma audiência previsivelmente menos ruidosa e menos colaborativa do que a da RAW anterior?
Tudo isto e muito mais foi respondido, e apesar das não ser
esperado um show fantástico, a RAW desta semana acabou por me deixar um bocado
desiludido. Não tanto com o show em si, que até teve aspectos positivos (a
storyline do heel turn de Ryback surpreendeu-me de maneira positiva, e a
própria promo [independentemente dos takes necessários para a fazer] foi boa e
revelou uma evolução da pessoa por detrás da personagem), mas mais por “facadas”
que os criativos da WWE deram em coisas boas que estavam a ser construídas até
então e que pareciam fazer augurar um bom futuro em termos de sustentabilidade
lógica das storylines e… da própria WWE.
Foram dois os casos que me deixaram particularmente
incomodado, e aconteceram todos no tapete, contudo, há um que tem
manifestamente menos impacto que o outro, já que pode ser remendado e o futuro
daquilo que estava a ser construído para a personagem não fica tão em risco com
uma derrota.
Dolph Ziggler “pinado” por Jack Swagger. Incomoda-me um pouco ver uma estrela em ascenção que merece toda a atenção e protagonismo que lhe possam dar (por estar nesse processo evolutivo!) perder um combate uma semana depois de ter ganho o título Mundial. Acaba por travar o ímpeto e, de uma certa maneira, pode dizer-se que destrói o “push” que lhe foi dado com a vitória sobre Jericho no SmackDown! da semana passada…
… mas como disse, isto é algo remendável e que pode ser corrigido no futuro. Ziggler deverá vencer a three way pelo título e o percurso deste como campeão ainda pode ter nesta derrota um facto completamente insignificante…
… algo que não poderá acontecer, de certeza absoluta, com a
outra personagem que foi derrotada na última madrugada de terça-feira – Antonio
Cesaro.
À medida que o via a caminhar para o ringue pensava nos dias
de reinado que ele já tinha (auxiliado por Michael Cole – “280 dias como
campeão”) com o cinto dos Estados Unidos à volta da sua cintura. Lembrava-me
dos elogios que lhe eram feitos constantemente nas redes sociais e em sites de “analistas”,
que o projectavam como um novo Greg Valentine. Ignorava, claro está, o
vociferar das notas altíssimas que atingia com o micro na mão e que danificam
claramente a sua personagem com estes pensamentos e ambicionava, legitimamente,
que iria destronar MVP (esteve 343 dias com o cinto) e dar outra visibilidade a
um título que, antes de se confundir com o vestuário de Cesaro, era praticamente
insignificante.
Acho que a subida no card e a elevação do significado do título são completamente compatíveis e que a personagem pode, com a ascenção na hierarquia, dar maior simbolismo a um título que, queira-se ver ou não, ainda é importante na WWE. A subida do “suiço” ao upper-midcard (a gimmick ridícula do “yottle” tem de ser alterada com urgência) não está garantida, e desconfio que a WWE não lhe “dará” isso de bandeja em tempo próximo como recompensa da derrota sofrida ou algo do género.
Ou seja, para além de uma derrota abominável (depois daquilo que venceu, não merecia uma derrota numa RAW) que arruina o legado que uma das melhores estrelas em prespectiva que a WWE tem, parecem não sobrar ideias para construir o futuro que Antonio Cesaro/Claudio Castagnoli merece.