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Mac in Touch #31 - "Em análise #1 - Kofi vs Cesaro @ Main Event"


Esperava-se algo bom, mas nada de transcendente. Isso acabou por acontecer ao ponto de levar os leitores do site Wrestling Observer a atribuir o estatuto de melhor combate de sempre em shows televisionados desde que começou a haver poll’s para esse efeito no sítio americano.

Falo da batalha entre Kofi Kingston e Antonio Cesaro. Um combate excelente do ponto de vista técnico e que trouxe à televisão da WWE e ao próprio título dos EUA uma credibilidade maior....

Neste “especial” Mac in Touch pretendo ir mais fundo na análise a esse combate, querendo terminar com uma avaliação do mesmo (pelos vistos, houve gente que gostou dos valores com que classifiquei o Ambrose vs ‘Taker da Smackdown da semana passada).

 "Em análise #1 - Kofi vs Cesaro @ Main Event"

Tecnicismo

Foi um dos pontos fortes do combate. Quando há chain wrestling prolongado no início do combate e o fã normal, assim como a audiência ao-vivo, não perde o interesse é sinal que temos ali bom trabalho efectuado.
Houve agarrões, contra-ataques e novos agarrões. Manobras efectuadas de maneira fluída, como se de um “bailado” tratasse.

Cesaro tomou conta do combate neste aspecto, assumindo o ritmo da contenda como tanto gosta de fazer, ganhando uma vantagem credível no jogo “pelo chão” que fica tão bem aos... vilões.

O Bom e o Bandido

Outro aspecto que me agradou neste combate foi a clara distinção entre o bom e o mau da fita. Alguém que não visse wrestling com regularidade conseguia claramente optar por um lutador preferido.

A supermacia sobre o adverário por parte de Antonio Cesaro era evidente e a cara de sacrifício de Kofi Kingston era algo suficientemente esclarecedor para se deduzir que estava ali o underdog pelo qual se devia torcer.

Raven disse numa Shoot interview, em 2005, que a essência do wrestling baseia-se naquele momento em que o babyface ganha “fogo” (heat) e que para isso acontecer tem de haver uma constante “tortura” sobre o mesmo, colocando-o por baixo no combate até não se poder ver o lutador sofrer mais e acontecer o tal delírio no público pelo bocadinho de domínio do babyface, que terá ser de sempre um oásis (em casos de combates com tempo e bem pensados) perante o domínio do mau da fita .

Constantemente atacado pelo adversário, Kofi foi reagindo, encontrando brechas que não iam sendo suficientes para neutralizar Cesaro, que fez de perfeito vilão com a vantagem da inteligência e com a vulgarização do melhor do seu adversário (high-flying), usando as suas melhores características (força, técnica... jogo de chão). Quando chegou o momento do Trouble in Paradise Final, gerou-se uma boa reacção... a tal psicologia de ringue entrou em acção e antigiu o auge aqui.

Spot inovador

O Superplex de Cesaro com Kofi a atravesar as cordas é qualquer coisa de fantástico e que, para mim, é um sinal de inovação.

Surgiu como forma de impedir Kofi de “voar” (como JBL bem apontou), afectando-lhe a zona abdominal, depois de um prolongado Boston Crab ao qual Kofi conseguiu reagir. Ou seja, surgiu numa boa altura em termos de credibilidade.

Química

Sempre que parecia haver botches, havia ali uma correcção executada de maneira perfeita por qualquer um dos intervenientes (em especial Kofi). Lembro-me de um Cross Body apanhado a meio caminho por Cesaro, que parece não conseguir segurar o “ganês”, mas que só serviu para vender o inside cradle que lhe seguiu.

Essa é apenas uma pequena ilustração de tudo o que estes dois conseguiram fazer ao longo do combate em termos técnicos.

Tal como a fluidez, foi a prova do entrosamento perfeito entre os dois.

Storytelling

Houve falhas neste aspecto, com Kofi a vender, mas não de forma suficiente o ataque que sofreu na perna quando estava perto das cordas e Cesaro fora do ringue. Era um aspecto que deveria ser explorado e não o foi de forma perfeita. Mesmo até pelo Boston Crab.

Mas atenção, este é mesmo o único defeito que me lembro que possa apontar a este combate no que toca à sua “história”. De resto, desde o domínio credível de Cesaro pelo jogo de chão, passando pelo enfraquecimento do adversário quando tentava contra-atacar com golpes aéreos, usando a força que é credivelmente reconhecida ao suiço... bate tudo certo.

O final poderia ter sido diferente, mas não tenho muitos problemas com o mesmo – Kofi usou a abertura que teve e em desespero de causa. Cesaro poderia ter escapado, é certo, mas aceita-se que as coisas tivesse acabado assim.

Kofi Kingston (c) vs Antonio Cesaro pelo título dos EUA (Main Event - 1.5.2013)







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