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Mac in Touch #32 - "Bully Ray e a mulher de Júlio César" c/ extra


Ora sejam muito bem-vindos a mais um Mac in Touch. Fico muito contente por ter obtido tantas respostas positivas relativamente à análise exaustiva do combate entre Kofi Kingston e Antonio Cesaro da última semana, assim como reacções menos boas, mas mesmo essas foram facilmente desarmadas pelos próprios comentários de quem os proferiu....
Irei continuar a fazer avaliações de combates, e para quem reclamava 5 estrelas nos shows da ROH e PWG, pode ter uma surpresa na avaliação que irei fazer do Border Wars (ainda só vi os dois primeiros combates).

O tema desta quarta-feira não versa nenhuma análise exaustiva até porque não tive tempo para tal esta semana. Vou para um sítio onde não ia há já algum tempo: TNA. Regresso à análise à companhia da actualidade da 2ª maior companhia de wrestling mundial, e logo com um tema fundamental - Bully Ray enquanto campeão da TNA.

 Bully Ray e a mulher de Júlio César

Na qualidade de fãs de wrestling, eu e os leitores estamos habituados a ter uma espécie de hierarquia. Há gente que costuma levar doses de pancada em semanas sucessivas para dar a oportunidade a outros de subir ao próximo degrau da “escadaria” rumo ao topo; há os que espancam essa gente e beneficiam disso mesmo para se manter no meio do card, com aspirações de chegar ao título e a esperança de não ficarem encravados no patamar onde se encontram, que é melhor do que ser espancado, mas pior do que estar lá em cima; há ainda os que estão lá em cima, a aspirar ao título principal e a ser a face da companhia e os que são, efectivamente, essa “bandeira”.

Chegados ao topo, os nomes dos lutadores ganham maior notoriedade pelo ouro que ostentam à sua volta e que os identificam como as principais referências da companhia para a qual trabalham. Por vezes conseguimos identificá-los como tal, outras vezes temos dificuldade em aceitá-los como os líderes, como os melhores entre os seus colegas.

Quando isso acontece, certamente que o título estará fora da cintura de quem o ostenta no curto prazo porque só pelo nosso reconhecimento lhe seria entregue... ou isso, ou as empresas que trabalham para nós, fãs, passam a trabalhar para elas mesmo e passam a orientar-se de forma a que se “engula” aquilo que elas apresentam sem reclamar, algo em que a WWE tem conseguido fazer nos últimos anos e com uma sustentabilidade, a todos os níveis, notável.

Do outro lado do charco, isto é, na concorrência, estamos habituados a que as figuras que encabeçam a companhia sejam mais condizentes com as nossas preferências. Parece ousado, mas creio que a TNA tem mais cuidado com o produto apresentado para o seu nicho de mercado do que a WWE com a sua enorme parcela (algo que se justifica nessa própria frase, apesar de não ser abonatório para tio Vincee Lda.).

Isso está visível na atribuição do título a Bully Ray. Uma prenda para quem o acompanhou durante tantos anos e tanto esforço e dedicação via ser dados por parte do Dudley “branco” desde há alguns anos para cá e especialmente neste ano de 2013. O homem põe a alma nas promos que apresenta, e é dos que melhor se faz ouvir quando tem o micro na mão. É uma das figuras do wrestling actual, um dos melhores “workers” e merece totalmente o lugar de destaque que a TNA lhe está a dar... e talvez mais.

Este mais tem haver com o prolongar do seu reinado como campeão, claro, mas também com a situação que referi acima. O facto de podermos encaixar logicamente que ele é o representante da companhia naquela altura, que ele é o topo da hierarquia.

Como acabei de referir, Mark/Bully Ray merece-o como mais ninguém, mas falta conseguir mais credibilidade enquanto gente grande. Precisa de um push maior no que à sua personagem diz respeito. Precisa de fazer com que quem ligue a televisão pela primeira vez na programação da TNA seja capaz de dizer que “este é o campeão”.

Apesar de ser líder dos Aces and Eights, Bully é muito prejudicado pela imagem que ainda transmite e que não anda de braço dado com a de um campeão, de alguém superior a tudo e todos. As roupas largas, os calções e o boné virado para trás/gorro são tudo elementos que fragilizam Bully enquanto campeão da TNA.


Não basta construir-se bem um campeão (refira-se, com toda a justiça, o trabalho notável que a TNA tem feito até aqui para o construir Bully Ray como tal, nomeadamente no desvirtuamento do passado como midcarder que já ia em muitos anos - fizeram mesmo o mais difícil em conjugação com Mark), ele também tem de parecer sê-lo para quem nunca o viu. A questão da imagem é fundamental.

Ou seja, tal como a mulher de Júlio César (antigo imperador romano), a quem não bastava ser honesta como ainda tinha de o parecer, um campeão não pode apenas sê-lo muito bem feito no papel... tem de parecer que o é.

Uma falha que sobressai por ser a única, mas também por ser importante, na construção de um campeão sério.

P.S.: Como tem sido do agrado geral os meus posts sobre avaliações de combates, aqui ficam mais três, da semana que passou na WWE:

Daniel Bryan vs Dean Ambrose (Smackdown! - 10.5.2013)







Total: **3/4


Chris Jericho vs Ryback (Smackdown! - 10.5.2013)







Total: **


Cody Rhodes vs Justin Gabriel (Superstars - 10.5.2013)







Total: ***


P.S.2: Se quiserem ver algum combate em especial avaliado aqui, aceitam-se sugestões. Não sejam tímidos  ;)
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