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MMA: UFC 160: Velasquez vs Pezão 2 - Antevisão + Pesagens


Depois de cinco meses viajando pelo mundo, o UFC volta ao seu mais tradicional palco, a MGM Grand Garden Arena, para um evento especial. Na luta principal, o campeão Cain Velasquez faz sua primeira defesa desde que reconquistou o título dos pesados contra um velho conhecido, o brasiliense-paraibano Antonio Pezão, derrotado pelo americano no UFC 146, em 2012.....

Completando o par de lutas de fundo, o catarinense radicado na Bahia Junior Cigano volta ao octógono pela primeira vez na condição de ex-campeão dos pesados. Ele vai enfrentar o veterano neozelandês Mark Hunt, que passou de piada a sensação em menos de três anos.

Outros três combates de alta relevância e enorme poder de entretenimento completam o card principal do UFC 160. Sensação entre os meios-pesados, Glover Teixeira bate de frente com o nocauteador neozelandês James Te Huna. Disputando o posto de próximo desafiante entre os leves, o americano Gray Maynard tenta parar a sequência invicta do canadense TJ Grant. Abrindo a porção principal do evento, Donald Cerrone e KJ Noons fazem duelo candidato à maior pancadaria do ano.

No que toca ao card preliminar, serão três lutas entre os meio-médios: O veterano neo-nocauteador Mike Pyle enfrenta o também reinventado Rick Story, enquanto os campeões do TUF 16, Colton Smith, e do TUF The Smashes, Robert Whittaker, fazem a primeira luta de seus contratos conquistados no reality show. A estrela do kickboxing Stephen Thompson enfrenta o talentoso garoto Nah-Shon Burrell em um combate promissor em termos técnicos.

Outro prospecto, este ainda mais consolidado, o peso leve russo Khabib Nurmagomedov segue sua caminhada ao posto de desafiante tendo Abel Trujillo como obstáculo da vez. Na divisão imediatamente abaixo, Dennis Bermudez e Max Holloway devem sair na mão como se não houvesse amanhã, enquanto Jeremy Stephens estreia no novo peso contra o ex-Strikeforce Estevan Payan. Em um interessante confronto na categoria dos galos, o consistente Brian Bowles mede forças com o instável, mas perigoso, George Roop.

 O card completo do UFC 160: Velasquez vs Pezão 2 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado: Cain Velásquez  x Antônio Pezão
Peso-pesado: Junior Cigano x Mark Hunt
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x James Te Huna
Peso-leve: Gray Maynard x TJ Grant
Peso-leve: Donald Cerrone  x KJ Noons

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-médio: Mike Pyle  x Rick Story
Peso-pena : Dennis Bermudez x Max Holloway
Peso-meio-médio: Colton Smith x Robert Whittaker
Peso-leve: Khabib Nurmagomedov x Abel Trujillo
Peso-meio-médio: Stephen Thompson x Nah-Shon Burrell
Peso-galo: Brian Bowles x George Roop
Peso-pena: Jeremy Stephens x Estevan Payan 

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 19:30 horas do Brasil e 23:30 horas de Portugal 

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Cain Velasquez (EUA) vs Antonio Silva (BRA)

Depois de perder o cinturão vindo de um ano de inatividade e uma complexa recuperação de cirurgia no ombro, Velasquez tinha como meta não só recuperar o título, mas fazê-lo a ponto de apagar o nocaute sofrido por Cigano. E assim foi feito. Cain não tomou conhecimento de Antonio Pezão, derrubando-o em apenas cinco segundos e espancando-o no ground and pound. Na revanche pela coroa, superou um começo claudicante para submeter Cigano a um massacre poucas vezes visto em disputas de cinturão. Pronto, o monstro estava restabelecido.

Há um motivo claro para que o monstro cause pânico na divisão. Aliás, vários motivos. Não existe na divisão dos pesados alguém com uma capacidade física sequer similar à de Velasquez, alguém que consiga imprimir um ritmo muito forte e praticamente sem quedas bruscas de rendimento por três ou cinco rounds. Além de saúde de vaca premiada, Cain tem um dos mais sólidos jogos de quedas do MMA, aprimorado por Daniel Cormier, capaz de derrubar búfalos como Brock Lesnar, principalmente quando está de costas para a grade, quedando os oponentes na direção do centro do octógono, deixando-os impossibilitados de fazer o wall-walking para se levantar. No solo, o ground and pound é tão preciso e calmo quando alucinado e em alto volume, deixando os adversários sem saber o que vem pela frente.

Esta dúvida também acontece quando a luta está na troca de golpes. Velasquez não é apenas um excelente wrestler, mas também um kickboxer capaz de finalizar uma combinação com um chute na cabeça ou com uma queda. Novamente o rival fica perdido: ou levanta a guarda e toma um double-leg ou baixa os braços para fazer o sprawl e leva uma canelada na orelha – Cigano que o diga. A mistura tornou Cain o único lutador da história do UFC a aplicar um triple-double num combate (três dígitos nos golpes contundentes acertados e dois nas quedas, na revanche contra Dos Santos). Em resumo: Cain Velasquez bem treinado é o terror para a categoria.

O homem que não sorri nem quando está de folga com a família tem 30 anos, 1,85m de altura, 1,96m de alcance e costuma lutar variando entre 108 e 110 quilos. Duas vezes all-american na Divisão I da NCAA pela forte Arizona State University, Velasquez tem cartel profissional de 11-1, sendo 9-1 pelo UFC e 1-0 no Strikeforce. Foram nove nocautes (sete no primeiro round) e apenas Cigano e Cheick Kongo sobreviveram a dois rounds, perdendo em decisões (o brasileiro em cinco rounds e o francês em três).

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O simpático gigante viveu dois momentos distintos entre 2011 e 2012. Pezão conquistou a maior vitória de sua carreira quando se tornou o único lutador a massacrar Fedor Emelianenko. Em seguida, espancado por Cormier e pelo próprio Velasquez, caiu no conceito da maioria. Como azarão, nocauteou Travis Browne e fez Alistair Overeem voltar aos velhos tempos de apanhar em posição fetal, ganhando como recompensa o direito de disputar o cinturão e tentar vingar a derrota para Velasquez de um ano atrás.

Apesar das dimensões enormes causadas pela acromegalia e de um jeitão lento e aparentemente desajeitado, Pezão é um lutador bem perigoso. Faixa preta de judô e jiu-jítsu, domina com autoridade a arte de passar a guarda e depositar seus 130 quilos sobre a concorrência, sufocando os adversários, fazendo com que percam muita resistência física. Na área da troca de golpes, apesar de ser faixa preta de caratê e de ter um senhor poder de nocaute, ele comete alguns erros técnicos que costumam deixá-lo em apuros – um deles é aplicar chutes baixos lentos e sem fintas.

Pezão estabeleceu parceria com a Team Nogueira, mas vem treinando com Roan Jucão na American Top Team. E ele contou com reforços de peso no camp, como Steve Mocco, que bateu Velasquez diversas vezes nos tempos de wrestling universitário, além de Glover Teixeira e Vitor Miranda. O brasileiro terá a maior chance de sua carreira aos 33 anos. O lutador de 1,93m de altura e 2,08m de envergadura costuma cortar peso para alcançar o limite de 120 quilos, recuperando de 10 a 15 para a luta, mas desta vez ele fez a preparação mais leve. Seu cartel é de 18–4, com 2-1 no UFC e 3-2 no Strikeforce. Treze vitórias foram obtidas por nocaute e outras três por submissão.

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Podemos imaginar que Pezão não vai cometer o mesmo erro de chutar de modo lento e sem finta no começo do combate. Portanto ele não deverá estar de costas para o chão em cinco segundos. Tampouco Velasquez cometerá a estupidez de menosprezar a gigantesca mão do brasileiro como fizeram Overeem e Browne.

O grande ponto fraco ofensiva e defensivamente de Velasquez pode ser explorado por Pezão. O americano é limitado no jiu-jítsu, enquanto o brasileiro é até bem ágil no solo para o seu tamanho. Se Antonio conseguir cair com seu corpanzil por cima do oponente, poderá ter bons momentos. O problema vai ser derrubar o campeão, tarefa que um wrestler do gabarito e porte físico de Lesnar não conseguiu cumprir.

Por ser mais rápido, mais ágil e mais técnico em pé, Velasquez conseguirá atingir o desafiante com violentos golpes, mandando-o ao solo com um knockdown ou com uma queda, abrindo caminho para o implacável ground and pound. Como Pezão tem uma capacidade ímpar de assimilar castigo, provavelmente seu fim não chegará no round inicial, mas dificilmente passará do terceiro.

Junior dos Santos (BRA) vs Mark Hunt (NZL)

Tudo ia maravilhosamente bem no mundo de Cigano: conquistou o cinturão com um nocaute em menos de 70 segundos sobre Cain Velasquez e o defendeu com um passeio sobre Frank Mir. Junior parecia imbatível. Porém a volta para a realidade foi dura. Na revanche contra Velasquez, apanhou como mala velha, mas mostrou coração e condicionamento físico para suportar o enorme castigo e só ser derrotado na contagem dos juízes.

Cigano é provavelmente o mais talentoso boxeador que a categoria dos pesados já viu. Dono de uma movimentação leve e bem articulada, ele consegue usar o jogo de pernas como defesa, liberando os braços para ficarem mais baixos, facilitando a defesa de quedas – que sempre foi uma enorme virtude até Velasquez dizimá-la. Ofensivamente, seu jogo é um verdadeiro balé violento. Jabs que chegaram a ser comparados aos de Wladimir Klitschko pelo irmão Vitali, ganchos que entram com naturalidade e uppercuts que botam construções no chão.

Por outro lado, há de se comentar sobre a grande dúvida que é a luta agarrada do catarinense. Apesar de ter derrubado Shane Carwin duas vezes, Cigano usa raramente as quedas. Apesar de ser faixa preta do talentoso treinador Yuri Carlton, ninguém nunca viu o jiu-jítsu do ex-campeão, nem quando a oportunidade esteve escancarada contra Velasquez. No combate deste sábado, Junior terá uma oportunidade ímpar de colocar em prática o lado obscuro de seu jogo.

No auge da forma física, com 28 anos, Cigano tem 1,94m de altura e luta com 108 quilos. Seu cartel profissional é de 15-2, com 9-1 no UFC. A máquina de produzir nocautes já mandou adversários para o beleléu em doze oportunidades e o saudoso Eduardo Maiorino sofreu a única finalização de Cigano, que, por sua vez, já bateu para Joaquim Mamute.

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Os tempos de cartel negativo, seis derrotas seguidas e piadas ficaram para trás. Com quatro vitórias consecutivas, incluindo três violentos nocautes, Hunt pulou de semi-aposentado para candidato real ao posto de desafiante na maior organização do mundo. Se as bombas disparadas contra Cheick Kongo já haviam impressionado, o maxilar partido no meio de Stefan Struve certificaram a todos que o neozelandês tem um bate-estacas nos punhos.

Cigano é um trocador de elite e o mesmo pode ser dito sobre Hunt. Originário do kickboxing, o neozelandês fez 43 lutas profissionais na modalidade, conquistando vários títulos, o principal deles no K-1 World GP de 2001, quando bateu na mesma noite Stefan Leko, Jérôme Le Banner e Francisco Filho. Os anos como kickboxer renderam um lutador com queixo ultra resistente e duas bigornas nas extremidades dos braços. Depois do condicionamento físico, a luta agarrada é seu maior problema: as defesas de quedas são pouco eficientes e o jiu-jítsu, apesar dos treinos com Ricardo Libório na ATT, está abaixo do aceitável.

Longe do auge da forma física, Hunt está com 39 anos e ostenta físico com bastente gordura entre os 120 quilos distribuídos em apenas 1,78m de altura (a envergadura alcança dez centímetros a mais). O cartel profissional de Hunt no MMA é de 9-7, sendo 4-1 no UFC. Ele venceu seis por nocaute e obviamente nunca finalizou ninguém. Dentre suas vitórias antes da série atual destacam-se o fim da invencibilidade de quatro anos de Wanderlei Silva no PRIDE e uma dura batalha contra Mirko Cro Cop.

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A diferença de onze anos de idade e de muitos porcentos de gordura corporal vão causar sérios problemas para Hunt. Ninguém em sã consciência pode menosprezar o poder destruidor de seus punhos, mas Cigano é um lutador inteligente taticamente e jamais permitirá que o baixinho transforme a luta num quebra-pau alucinado.

Conduzindo as ações em seu ritmo, movimentando-se e socando de todos os ângulos, favorecido por seu maior alcance, Cigano conseguirá se manter afastado do perigo e aplicar diversas sequências. O fim pode chegar em duas hipóteses: Junior pode se aproveitar do meio metro de língua para fora de um exausto Hunt para nocauteá-lo no terceiro round ou vencer por decisão unânime depois de passar quinze minutos batendo no oponente. E assim o conto de fadas chega ao fim e a categoria dos pesados fica salva.

Glover Teixeira (BRA) vs James Te Huna (NZL)

Desde que resolveu seus problemas com o visto americano, Glover finalmente acertou contrato com o UFC e mostrou a todos que a espera não tinha sido em vão. Ele finalizou Kyle Kingsbury como se fosse um saco de areia, aplicou uma surra histórica em Fabio Maldonado e venceu Quinton Jackson em todos os ramos do jogo, mostrando inclusive que tinha condição de encarar o temido nocauteador no centro do octógono, na troca de golpes.

As três vitórias no UFC mostraram seu enorme repertório ofensivo. Socos e chutes dignos de peso pesado, quedas potentes e um jogo de solo tão justo quanto ofensivo. A base é de respeito: na The Pit, foi sparring de Chuck Liddell por muitos anos e treinou com John Hackleman; no Brasil, aprimorou o wrestling com a seleção brasileira de luta olímpica, o kickboxing com Pedro Rizzo e o jiu-jítsu com a equipe Nova União. Poucos lutadores brasileiros conseguem tamanha eficiência em tantas áreas do jogo como Teixeira.

O mineiro de Sobrália está com 33 anos e tem 1,88m de altura e cinco centímetros a mais de envergadura. Seu histórico profissional é de 20-2, com 3-0 no UFC. Glover está numa sequência de 17 vitórias – não perde desde sua quarta luta, em 2005, contra Ed Herman. Além de Rampage, apenas Matt Horwich no começo da carreira e o espanhol Daniel Tabera perderam por decisão (este porque Glover lutou sem apertar o ritmo, sob pena de não conseguir mais adversários no Brasil). No resto, doze acabaram nocauteados e cinco foram finalizados.

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Depois de ser finalizado por Alexander Gustafsson, Te Huna emendou uma boa sequência de vitórias, apesar da concorrência pouco qualificada. Ele bateu Ricardo Romero, Aaron Rosa e Joey Beltran, mas foi na virada sobre Ryan Jimmo que ele chamou atenção de verdade, depois de mostrar queixo de aço para sobreviver a um primeiro round dos horrores e condicionamento físico para virar a luta de modo dominante.

Te Huna é mais um adepto da artilharia pesada que Sean Shelby e Joe Silva escalaram para o UFC 160. A base no boxe e kickboxing moldaram um sujeito que só bate para machucar e que tem um grande poder de nocaute. Ele trabalha com um jogo de pernas menos fluido que Cigano, por exemplo, mas dispara sequências rápidas que normalmente acabam em um exterminador uppercut. De um tempo para cá, já na carreira no UFC, passou a usar mais as quedas, o que lhe possibilita soltar seu ground and pound avassalador. Porém, como vários outros que estarão em ação no sábado, James tem no jiu-jítsu sua principal deficiência.

Neozelandês de origem maori, radicado na Austrália, Te-Huna está com 31 anos e tem 1,88m de altura e 1,91m de envergadura. Seu cartel profissional no MMA é de 16-5, sendo 5-1 no UFC, com 10-1 no retrospecto recente e, no total, dez vitórias por nocaute e três submissões. Ele foi finalizado em quatro oportunidades e desclassificado por segurar na grade em uma. James lidera a Elite Fight Gym em Sydney, equipe fundada por seu irmão Tama.

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Está nas mãos de Glover o transcorrer deste combate. Ele tem capacidade técnica para sair na mão com Te Huna. Vai correr um risco enorme de acabar mal, mas é o favorito a vencer assim mesmo. E ele pode também optar pelo caminho menos tortuoso, o de encurtar a distância, derrubar o neozelandês e enchê-lo de cacete até encontrar uma brecha para encaixar uma finalização.

A aposta é uma mistura das duas opções. Glover é chegado numa troca de sopapos e não vai correr de Te Huna. Portanto, esperem violentas trocas de golpes. O brasileiro vai passar a usar as quedas para quebrar o ritmo da luta e, numa destas oportunidades, vai encerrar a contenda com uma finalização.

Gray Maynard (EUA) vs Timothy Jerome Grant (CAN)

Apesar de não ter obtido êxito na tentativa de conquistar o cinturão, pode-se dizer que Maynard também foi vencedor na trilogia contra Frank Edgar. Duas atuações corajosas e ofensivas fizeram os fãs deixarem de compará-lo a Jon Fitch. Para completar, contra Clay Guida, Maynard deixou para o oponente a incômoda pecha de amarrão e, com uma virada sensacional, conquistou de vez o coração de muita gente.

Três vezes all-american na Divisão I da NCAA pela Michigan State University, Maynard sempre colocou o wrestling a seu favor nos combates. O problema é que não passava muito disso: ele derrubava a concorrência, caía por cima e encontrava dificuldades para sair do ground and pound básico. Tudo mudou quando ele passou a confiar mais no boxe e a adotar uma postura mais ofensiva. As chances criadas em duas lutas contra Edgar e na vitória sobre Guida provavelmente foram maiores que em todo o resto de sua carreirra somada.

Aos 34 anos, Maynard trocou a Xtreme Couture pela American Kickboxing Academy e treina também na Nova União, no Rio de Janeiro. Apesar de ter intenção de baixar para peso pena, ele tem boas dimensões para um leve, com 1,73m de altura e 1,78m de envergadura. Seu cartel profissional é quase cabalístico: 11–1–1 (1 no contest). Perdeu e empatou com Edgar (venceu-o na primeira luta da trilogia) e teve uma luta sem resultado num engraçado nocaute duplo contra Rob Emerson. Nocauteou duas vezes e jamais fez nenhum oponente se render.

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Numa categoria tão forte como a dos pesos leves, raros são os casos de lutadores com quatro vitórias seguidas. No momento, além do campeão Ben Henderson, apenas Grant e Rafael dos Anjos possuem a marca. O canadense se encontrou depois que baixou de peso, trocando o 3-3 como meio-médio pelas vitórias sobre Kamal Shalorus, Carlo Prater e as vitórias de peso sobre Evan Dunham e Matt Wiman, este nocauteado por uma sequência atroz de cotoveladas e socos.

Catapultado dos cards preliminares para um title eliminator, Grant é um faixa-marrom de jiu-jítsu com boas qualidades na luta agarrada, tanto no clinch quanto nas quedas, e um belo poder de finalização. Nas últimas duas lutas, mostrou um lado agressivo na troca de golpes, tornando-se um lutador mais perigoso.

Baseado na província canadense de Nova Escócia, onde treina na Fit Plus, Grant tem desenvolvido seu jogo em viagens para a Tailândia e ao Brasil. Seu cartel profissional é de 20-5, sendo 7-3 no UFC e 4-0 como peso leve. Ele venceu 13 por finalização e nocauteou três oponentes. TJ tem 1,80m de altura e 1,84m de envergadura.

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Este combate é um tanto traiçoeiro por conta das habilidades do canadense. O “novo Maynard” é um lutador agressivo e que entendeu a força de seus punhos, mas Grant é fisicamente maior e também aprendeu a causar danos nos rivais em pé, principalmente no clinch. Como é um wrestler muito melhor, o americano provavelmente vai conseguir derrubar Grant mas terá que lidar com a guarda ofensiva e a intensa busca por finalizações que TJ apresenta no solo.

Podemos então esperar por um duelo movimentado e até certo ponto equilibrado. No fim dos quinze minutos, Bruce Buffer anunciará a décima vitória por decisão do “Bully”.

Donald Cerrone (EUA) vs Karl James Noons (EUA)

Depois de virar o fio com as cinco lutas em 2011, Cowboy puxou o freio de mão e venceu os dois compromissos que teve em 2012, voltando a deixar seu nome na parte da frente da fila de candidatos a desafiante. Porém, deu mais um passo para trás ao ruir diante das caneladas de Anthony Pettis na linha do abdômen.

Apesar do recente retrospecto irregular (que ele vem tentando corrigir com visitas a um psicólogo esportivo), o “Cowboy” segue sendo um dos mais empolgantes lutadores do plantel do UFC. Sem ter medo de levar soco na cara, ele usa seu muay thai bem desenvolvido para causar danos aos oponentes em pé. Vem também melhorando nas quedas, podendo ir ao solo em posição de vantagem para distribuir seu vasto repertório de finalizações. O sujeito é um cara tão duro que apenas Pettis (nocaute) e Ben Henderson (submissão) o finalizaram.

O ex-namorado da octagon girl Brittney Palmer está com 30 anos e tem 1,83m de altura e dois centímetros a mais de alcance. Seu histórico profissional no MMA mostra 19-5, com um respeitável 6-2 no UFC. Quatorze oponentes tiveram que se render, a maioria através de estrangulamentos como mata-leão, guilhotina e triângulo, enquanto Melvin Guillard e Charles do Bronx foram nocauteados.

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Os “analistas de Wikipedia” provavelmente acharão estranho um lutador com retrospecto recente de 1-4 estrear no UFC. Mas é só saber que se trata de alguém como Noons, uma espécie de Leonard Garcia com muita técnica. “King” Karl perdeu para Nick Diaz em batalha sangrenta, ofereceu resistência a Jorge Masvidal e Josh Thomson e deveria ter vencido Ryan Couture, mas os juízes laterais provavelmente sentiram o peso do sobrenome do adversário.

Noons é um trocador de elite, faixa preta de kempô, modalidade em que começou a praticar ainda criança, com diversos títulos conquistados no kickboxing e kung fu, além de retrospecto de 11-2 no boxe profissional (14-2 no kickboxing). Ele é também daqueles artistas do nocaute, com uma capacidade ímpar de mandar a concorrência para a vala. E é corajoso, dono de um coração imenso, que não se retrai nem sob banho de sangue. Mas, para infelicidade de KJ e da legião de fãs alucinadas, o grappling é um senhor calo em seu jogo. O wrestling ofensivo é constrangedor, o defensivo ajuda bem menos do que deveria e a atuação no solo é quase inexistente.

Ex-campeão do EliteXC, KJ tem 30 anos e 1,80m de altura e envergadura. Seu cartel profissional mostra 11-6, sendo 3-4 no Strikeforce. Oito elementos sucumbiram diante da notável capacidade de Noons de nocautear gente e as três vitórias demais foram por decisão. Mostrando que é duro na queda, só foi finalizado uma vez, em sua segunda luta, apesar da ineficiência na arte suave. E apenas Krazy Horse o nocauteou, há mais de seis anos.

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Caso Cerrone opte por sair na mão, coisa que ele faz sem nenhuma cerimônia, esta luta vai ser tiro, porrada e bomba, granada, facada e míssil, uma forte concorrente à pancadaria do ano. Os dois são muito técnicos na troca de golpes (com vantagem para Noons) e muito resistentes às agressões.

No meio de uma chuva de socos, chutes, joelhadas e cotoveladas, Cowboy vai se lembrar que é mais completo que o oponente. Neste momento, algumas quedas e um bom trabalho de controle posicional darão a vantagem necessária para Cerrone triunfar por decisão, sob aplausos dos torcedores de pé na MGM Grand Garden Arena.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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O show era de Cain Velásquez, campeão dos pesos-pesados, e de Antônio Pezão, mas o centro das atenções na pesagem do UFC 160, nesta sexta-feira em Las Vegas, no MGM Grand Garden Arena, foi o ex-campeão mundial de boxe Mike Tyson. O ex-pugilista, que também era peso-pesado quando lutava, foi muito tietado pelos lutadores nos bastidores e, vestido todo de branco, ficou ao lado do presidente do UFC, Dana White, durante todo o evento, acompanhando de perto as encaradas.

Os astros principais passaram pela balança sem maiores problemas. Assim como no UFC 156, quando nocauteou Alistair Overeem, Pezão apareceu com uma camisa rubro-negra com a inscrição "Nego", numa referência ao seu estado de origem, a Paraíba. Ele bateu 119,3kg. Velásquez subiu ao palco em seguida, com pressa, marcou 108,9kg e foi direto para a encarada. O brasileiro andou para a frente e não deixou o americano sequer chegar à sua marca no palco para encará-lo. Ambos os lutadores miraram os punhos nos queixos um do outro, com caras amarradas. Logo depois, porém, se cumprimentaram.

Estou muito empolgado para lutar amanhã. Treinei muito e quero ganhar esse cinturão - disse Pezão após a pesagem.

O americano Nah-Shon Burrell foi o primeiro lutador a requisitar a cobertura da toalha para ficar nu ao subir na balança. Mesmo assim, ficou 400g acima do limite de tolerância de sua categoria, peso-meio-médio, com 78kg. Ele recebeu uma hora para cortar o peso extra. O mesmo aconteceu com o russo Khabib Nurmagomedov, que ficou mais de um quilo acima do que deveria marcar no peso-leve. Não contente, Nurmagomedov encostou a testa em seu adversário, Abel Trujillo, e o empurrou para longe. Tyson, famoso por confusões em pesagens, gostou.

Burrell bateu 77,6kg, limite do peso-meio-médio, em sua segunda tentativa. Nurmagomedov preferiu não se pesar novamente. Ele foi multado em 20% de sua bolsa, sendo 10% para seu adversário e 10% para a comissão atlética.

Nas pesagens do card principal, o peso-leve Donald Cerrone não perdeu a oportunidade de fazer uma brincadeira com Tyson, que se divertiu com o "cowboy". O peso-meio-pesado brasileiro Glover Teixeira bateu o valor exato de sua categoria sem problemas e, após uma encarada respeitosa com James Te Huna, trocou palavras com o ídolo do boxe. Junior Cigano, por sua vez, cumprimentou "Iron Mike" antes mesmo de sua tensa encarada com Mark Hunt.

CARD PRINCIPAL

Peso-pesado (até 120,2kg): Cain Velásquez (108,9kg) x Antônio Pezão (119,3kg)
Peso-pesado (até 120,7kg*): Junior Cigano (108,4kg) x Mark Hunt (119,7kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg*): Glover Teixeira (93kg) x James Te Huna (93,4kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Gray Maynard (70,8kg) x TJ Grant (70,3kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Donald Cerrone (70,3kg) x KJ Noons (70,8kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Mike Pyle (77,1kg) x Rick Story (76,7kg)
Peso-pena (até 66,2kg*): Dennis Bermudez (66,2kg) x Max Holloway (65,8kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Colton Smith (77,1kg) x Robert Whittaker (77,6kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Khabib Nurmagomedov (71,9kg)** x Abel Trujillo (70,3kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Stephen Thompson (77,1kg) x Nah-Shon Burrell (77,6kg)**
Peso-galo (até 61,7kg*): Brian Bowles (61,2kg) x George Roop (61,2kg)
Peso-pena (até 66,2kg*): Jeremy Stephens (66,2kg) x Estevan Payan (65,8kg)

Nurmagomedov abriu mão de sua segunda tentativa e foi multado em 20% de sua bolsa.

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