Mac in Touch #37 - Slammiversary 2013 - Análise combate-a-combate (parte II)
Como prometido, aqui fica a 2ª parte da análise ao Slammiversary, desta vez com os combates da parte final do show (3). Todos eles, a meu ver, foram muito bons e quem pensar em revê-los, não estará a pensar mal porque não se irá desiludir.
Surpresa nas Knockout, confirmações de bons combates entre os homens do ringue. Aqui fica o Mac in Touch, de horário "normal":....
Slammiversary 2013 - Análise combate-a-combate (parte II)
nota prévia: podem ler a primeira parte aqui
nota prévia: podem ler a primeira parte aqui

Combate Last Knockout Standing
Gail Kim vs Taryn Terrell
A história que antecedeu este combate valorizou-o e muito
porque foi preparada com os timmings exatos, surgiu vindo de uma situação da
qual não se fez muito alarido, mas entrou num crescendo de importância até
atingir o ponto máximo quando ambas as lutadoras decidiram atacar-se uma a
outra em segmentos de backstage. O Slammiversary era a oportunidade de se colocar
em prática toda a raiva acumulada e ódio partilhado entre estas duas atletas...
... e assim foi. Desde o início do combate que houve um
certo “efeito invisível” à volta do combate que o tornou melhor e mais
apelativo. Obviamente que não falo dos corpos de quem luta, mas sim do facto de
estarmos a assisstir a um combate que sentíamos poder levar a sério. E foi com
este embalo que, em termos de psicologia de ringue, houve momentos fantásticos,
com spots geridos de maneira exemplar, fazendo inveja a muitos outros combates
na indústria protagonizados por homens (lembro-me da situação com a cadeira e
os figure four aplicados junto ao poste, por exemplo). Só faltou algum “acting”
a mais de ambos os lados quando se vendiam as manobras, mas aceita-se aquilo
que foi apresentado.
No que diz respeito ao storytelling, foi prejudicado pelo...
àrbitro, ou àrbitra. ODB fez a contagem de 0 a 10 quando Taryn Terrell estava
no chão e a ser atacada, e isso destrói o combate em si. De resto, acho que não
há muito a apontar, nem mesmo o excesso de agressividade que se justificava pela
história que ambas traziam.
O final é qualquer coisa de excelente. Aliás, ouvir os fãs
dizer “holy shit” a um momento-chave do combate, e que o encerrou, é
extremamente gratificante e poderá ter marcado um ponto de viragem no que toca
à credibilidade do wrestling feminino na TNA... e, quem sabe, não só.
Total: ** 3/4
AJ Styles vs Kurt Angle
O combate, em termos de psicologia de ringue, foi brilhante. Eu podia não dar exemplos para quem viu o combate porque de certeza que houve momentos em que todos ficaram boquiabertos, mas de qualquer das maneiras vale sempre a pena justificar-me: o spot em que AJ Styles contra-ataca um German Suplex da corda superior, indo depois contra Angle só para sofrer um Belly-to-Belly contra as cordas é simplesmente magnífico! Esse foi o expoente máximo daquilo que estes dois podem trazer ao combate, e acredito que esse foi o ponto principal de chamada do público ao combate.
Também os timmings foram bem geridos, e nem se deu conta do tempo passar. É o melhor elogio que se pode fazer nesta perspectiva de psicologia de ringue.

AJ Styles vs Kurt Angle
Não são dois nomes quaisquer do wrestling profissional.
Angle e Styles têm o star power suficiente para chamar a atenção do público sem
necessitarem de uma construção prévia ao combate. De qualquer das maneiras,
houve isso mesmo e é sempre interessante ver membros de uma ex-equipa
enfrentar-se, ainda para mais dois colossos do ringue como são estes dois
senhores.
O combate, em termos de psicologia de ringue, foi brilhante. Eu podia não dar exemplos para quem viu o combate porque de certeza que houve momentos em que todos ficaram boquiabertos, mas de qualquer das maneiras vale sempre a pena justificar-me: o spot em que AJ Styles contra-ataca um German Suplex da corda superior, indo depois contra Angle só para sofrer um Belly-to-Belly contra as cordas é simplesmente magnífico! Esse foi o expoente máximo daquilo que estes dois podem trazer ao combate, e acredito que esse foi o ponto principal de chamada do público ao combate.
Também os timmings foram bem geridos, e nem se deu conta do tempo passar. É o melhor elogio que se pode fazer nesta perspectiva de psicologia de ringue.
Em termos de storytelling, também foi um bom combate. O
ataque ao joelho de Kurt Angle e a exploração do mesmo é algo lógico e saudável
para o desenrolar do combate, algo que no entanto acabou por ser parcialmente
destruído quando houve a série de German Suplexes, com Kurt a usar o joelho “mau”
para suportar o corpo e levantar-se, ao invés do outro. Promenores que ficam na
retina e tiram algum brilhantismo ao combate, assim como o final, encerrado de
forma abrupta e que vai contra as intenções de Angle e Styles – o primeiro
quereria deixar evidente a sua supermacia e não ganhar de qualquer maneira,
enquanto que o segundo deveria ter resistido. Para além disso, o ataque e a
exploração do joelho de Angle deveria ter sido mais valorizada em termos
práticos – não falo em dar a vitória a Styles, mas pelo menos haver maior
incisão sobre o mesmo e a vitória ser mais arrastada.
O entrosamento entre os dois não tem nada a apontar.
Simplesmente fantástico.
O final, como já referi, poderia ter sido diferente dada a
importância que o combate deveria ter para ambos os lutadores. A duração...
bem, com um combate destes, eu só queria que tivesse durado mais, por isso posso
ser suspeito para falar, mas o término abrupto acabou por prejudicá-la.
Total: *** 3/4
Combate No Holds Barred pelo título da TNA
Falo concrectamente do uso do chão de madeira do ringue. Bully Ray usou o Piledriver pela 2ª vez nesse “piso”, e o combate, na minha opinião, deveria terminar aí depois da promo que ele fez e da inserção de algo relativamente inovador num combate de wrestling. Era o que deveria acontecer em termos lógicos... mas Sting escapou, dando uma aura de super-herói que se revelou exagerada e prejudicou a duração e o storytelling/ a credibilidade do despique.
O combate pode ter sido mais lento que outros dentro do card, mas foi facilmente acompanhável e é isso que interessa, já que essa característica é das que mais apela à atenção dos fãs.
O timming do uso de “armas” também foi irrepreensível, tal como a inserção do elemento “novo” ao combate.
No geral, o público aderiu. Responsabilidade natural de ambos os lutadores.

Combate No Holds Barred pelo título da TNA
Bully Ray (c) vs Sting
Como disse o meu estimado colega, Fabinho, na antevisão do Impact
e na sua crónica semanal – Killswitch Engage – este combate fazia todo o
sentido em termos de storyline. O contexto de traição em que se inseria, com
Bully a usar Sting (ganhando-lhe a confiança, fazendo uso da mesma em seu
benfício) até obter o título da TNA e revelar-se membro dos Aces and Eights. A
raiva do The Icon era justificada, a estipulação também fazia todo o sentido e
o facto de não haver um PPV desde março beneficiou muito este combate antes do
mesmo começar. Algo que aliado à promo de Bully Ray (relativamente ao uso do
Piledriver, e à explicação do que antes significava a estipulação sobre a qual
iriam lutar – havia manobras proibidas) e ao facto de Sting poder não lutar
pelo título da TNA em caso de derrota, contribuiu para o tal “big fight feel”
que se pôde sentir antes do combate.
O início não destoou daquilo que devia ser - um Sting enraivecido,
a arriscar tudo para se manter entre os grandes, conquistando mais um título e “revalidando”
a licença para lutar pelo mesmo. Aliás, essa foi mesmo a postura do The Icon ao
longo do combate, e justificável com a supremacia do mesmo relativamente à
entrada dos Aces and Eights... contudo, em termos lógicos, mesmo com um lutador
bastante motivado, quando é inserido um elemento novo ao combate e, arrisco-me
a dizer, inovador, deveria ser valorizado e tal não aconteceu.
Falo concrectamente do uso do chão de madeira do ringue. Bully Ray usou o Piledriver pela 2ª vez nesse “piso”, e o combate, na minha opinião, deveria terminar aí depois da promo que ele fez e da inserção de algo relativamente inovador num combate de wrestling. Era o que deveria acontecer em termos lógicos... mas Sting escapou, dando uma aura de super-herói que se revelou exagerada e prejudicou a duração e o storytelling/ a credibilidade do despique.
No que toca à psicologia de ringue, foi ajudada pelos
factores que referi no primeiro parágrafo de análise a este combate e ainda
pela experiência e popularidade destes dois lutadores entre o público. Claro
que não é só isso que conta, pois a estipulação também ajudou tal como a “entrega”
e dedicação de ambos, ajudada pela capacidade de se valorizar cada manobra
efectuada de que Bully Ray é dotado.
O combate pode ter sido mais lento que outros dentro do card, mas foi facilmente acompanhável e é isso que interessa, já que essa característica é das que mais apela à atenção dos fãs.
O timming do uso de “armas” também foi irrepreensível, tal como a inserção do elemento “novo” ao combate.
No geral, o público aderiu. Responsabilidade natural de ambos os lutadores.
O entrosamento não tinha de ser necessariamente fantástico,
mas não foi mau de todo. Houve química entre ambos os lutadores e souberam dar
ao combate aquilo que ele necessitava. O combate, face ao que já se tinha
passado anteriormente acabou por ser um “downer”, mas ainda assim fez sentido
dentro da história que se queria contar.
Total: *** 1/4
Nota final do PPV: 3/5
Nota final do PPV: 3/5