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Mac in Touch #41 - "Filho da p*ta!"


Sabem aquelas alturas em que vos enganam e vocês ficam satisfeitos por ser enganados? É uma sensação estranha não é? Mas bonita ao mesmo tempo. É disso que falo, nomeadamente da promo de Mark Henry na semana passada... mas não pensem nisso até lá chegar para entenderem melhor o meu racioncíonio. Obrigado a todos pelos comentários até agora. Responderei, a partir de agora a todos os que me apresentarem aqui...

... ah! e uma nota para a 2ª parte da análise ao Payback - não foi por minha falha que foi públicada fora do horário normal. Motivos alheios à minha responsabilidade estiveram na origem do atraso da publicação do artigo.

"Filho da p*ta!"

Há pessoal que gosta de ser iludido outro que não. Se o ilusionista nos fôr buscar dinheiro ao nosso bolso ou às cuecas da nossa namorada sem que nos apercebamos no instante em que isso acontece, não iremos, à partida, gostar; por outro lado, se se usarem cartas, coelhos, lenços e outros afins para se fazer truques outrora aparentemente impossíveis, ficamos de queixo caído, a babar, desejando saber fazer deslumbrar raparigas como aquele senhor nos fez deslumbrar a nós.

Há demasiados talentos por aí a conseguir “enganar-nos” no bom sentido da palavra. Não tem de se tratar de um truque de magia para que fiquemos deslumbrados e nos sintamos bem enganados, pode ser um ato, uma representação. Imaginem uma rapariga que estende a perna para fora, mastiga pastilha de boca aberta, traz vestidos exuberantes com a indispensável pequena mala e os saltos altos condizentes... enfim, faz-se passar pela maior das p*tas numa peça de teatro por força do seu papel, mas no contato da vida real, é tão púdica que nem ao 10º encontro conseguimos ir além de um beijo de boa noite. A realidade pode até sair da peça de teatro e ir para a “vida real” – vemos uma miúda de olhos claros, seios fartos que não têm problema em aparecer no top que ela traz, rabo justo às calças (e não calças justas ao rabo) que nos relembra, involuntariamente, que um homem não é feito de pau mas de pau feito, exagero na maquilhagem, e um olhar apelativo... chama-nos e fala connosco enrolando o cabelo, ficamos babados, vidrados e já nem queremos saber onde estamos. Se ela nos pedir para despir num sítio público entre 20 mil pessoas, que seja! Tudo o que a menina e as suas feromonas pedirem, está tudo bem. Mas é quando estamos neste estado hipnótico que nos tornamos chatos e desinteressantes, como focas que dizem que sim e aplaudem a tudo o que ela diz. Quando nos apercebemos que deixámos esse estado e que era só a cabeça de baixo a pensar, estamos a transportar preservativos de droga pelo rabo, retidos numa prisão de máxima segurança e mínima higiene num país tropical qualquer, onde os números da humidade e de calor andam de mão dada. Cenário mesmo do género “Presos no Estrangeiro” (série da National Geographic para quem não conhece). Aí apercebe-mo-nos do que é aceder a encantos, a ilusões que aquele par de mamas nos deu e pensamos: “filha da puta!”.

Mark Henry, na semana passada, anunciou no Twitter que tinha tido anos maravilhosos mas que chegara a hora do adeus. Apareceu no RAW de botas na mão e quando pegou no microfone, começou a discursar sobre o quão fantástica tinha sido a sua carreira, a quantidade de coisas que tinha conquistado, colocando-se alguns andares abaixo de John Cena como qualquer pessoa humilde faria. Chorou, suavizou o drama com um pouco de humor saudável  e falou dos sacrifícios que ele e quem ele ama tiveram de fazer, como qualquer pessoa que se retiraria faria.

Eu, como qualquer pessoa que se ilude facilmente faria, fui ganhando simpatia pelo discurso. Entreguei-me emocionalmente a um segmento que parecia ser 100% legítimo, verdadeiro... Mark continuou, a familiaridade com aquela personagem foi subindo ao ponto de uma ou outra lágrima quererem sair dos meus olhos quando ele falo da filha que chorava sempre que o pai saía de casa... mas entretanto, BAM! World’s Strongest Slam.

Com um sorriso na cara, disse – “Filho da p*ta!”.


São estes momentos que nos levam a apaixonar pelo wrestling. A verdade tão bem escondida, a simulação da realidade! Isto é fundamental para que haja credibilidade no desporto, mudança de mentalidades, entrega emocional não só a estas promos mas também à programação. Assim se fidelizam pessoas inteligentes, assim o wrestling vale a pena ser visto e apresentado a amigos e familiares.

Veja-se o meu exemplo:

Ainda não vi a RAW desta semana, mas a cerveja já está no frigorífico pronta a ser aberta e as batatas fritas também... ah, e até tirei em HD e tudo. Estão a ver o que fazem bons segmentos na na vida de um fã de wrestling? 
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