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Análise e Pensamentos do RAW: Os meus parabéns, WWE!


Diretamente do Brooklyn, a WWE trouxe-nos o primeiro RAW na Road to Summerslam, no que se viu de um show repleto de reviravoltas, decisões mas sobretudo qualidade. Nas próximas linhas, eu irei analisar passo a passo tudo o que se revelou de especial no programa de segundas-feiras.

Talvez não compita a mim sacar um espaço deste artigo para deixar esta nota, mas acho conveniente para que saibam que nesta e na próxima semana, eu, Johnmds, regresso à liderança desta coluna que coordenei no primeiro trimestre de 2013.

E também não sei, sinceramente, se é precipitado da minha parte vir cá no maior e melhor blog de wrestling em língua portuguesa do Planeta Terra e dizer que a WWE usou de seus erros como o melhor remédio para finalmente aprender a apresentar um show de três horas. Oxalá seja a magia de alguém que viu se primeiro show ao vivo em meses, mas creio que não.

Tudo que estava ao alcance do RAW foi feito. Todos os pormenores em direção ao Summerslam foram traçados e de maneira esplendorosa, diga-se de passagem. Procuro destacar que existe uma dificuldade grande para a WWE que é construir um show que não tenha chouriço sequer. E é curiosa a lembrança que me vem de que todos os grandes RAWs foram diretos, pontuais ao que se precisa ver e não ao que nos é apresentado num programa pseudo-vivo de quintas-feiras - falo, é claro, do WWE Superstars.

E a genialidade surge como que uma lâmpada no escuro, em ocasiões que remetem ao nada. Foi assim quando R-Truth entrou em ringue. Pensei, em um momento de início ainda do programa, que poderia estar a ver o primeiro de muitos dos combates que viriam a ser mostrados somente para preencher as limitações de horário.

Mas a Wyatt Family apareceu. Quem me dera ter surpresas boas assim todas as semanas. Um momento de chouriços a virar uma atração. E reparem que diferente do escritor americano que redige isto todas as semanas anteriores, não sou mark do grupo.

Achei, inclusive, o segmento apenas mediano. Mas o suficiente para demonstrar as qualidades da stable. Temos o cérebro e talvez o mais psicóticos dos três, Bray, que em uma promo consegue trazer o que sua personagem necessita. Eric e Luke, como que faxineiros limpam o caminho e com perfeição. Dois lutadores de porte fíico que imperam a pressão psicológica. Aliados, temos força e sabedoria.

O grande trunfo do trio é interpretarem bem uma gimmick que a WWE necessitava. Os maiores deste tipo são como que de décadas atrás, como Kane e Undertaker. A empresa precisa destas personagens que imperam o caos e terror e não são carnavalescas como Kevin Thorn. Suas roupas coloridas podem enganar e se fossem usadas por quaisquer outros seriam um desastre. Mas o filho de IRS sabe como fazer e já o fazia como Husky Harris, talvez um dos 5 maiores destaques do NXT enquanto reality.

Eles apartir de então só tendem a crescer. Estão no pacote do wrestling: mexem com o público, atuam dentro e fora dos ringues. Têm o meu voto de confiança.

Brad Maddox começou o show depois do voto de confiança recebido por Vince McMahon na semana passada. Logo pôde-se perceber um público quente que acompanhou o ritmo do show aprazível. Maddox soube usar disto. Ele tem carisma apesar de ninguém dar a mínima para o que faz ou deixa de fazer. Ele é supérfluo e esta é uma situação difícil de se mudar.

Gostei de Fandango ter destaque neste princípio, ainda mais com partes de domínio no seu confronto com Randy Orton. Adoro sua personagem e é necessário que se faça o máximo para recuperar um pouco do seu ímpeto perdido após a última lesão e um hiato, ainda que ínfimo.

Acredito que o combate Fandango vs. Randy Orton sirva de lição para o que acho ser um job bem feito. Orton vence, o que é o objetivo. Não squasha e o oponente ainda tem momentos de ataque, deixando portanto Fandango a sair-se bem aos olhos do público. E isto é diferente e mais demorado do que um RKO depois de 3 minutos de beatdown. O resultado é melhor. Os jovens precisam disto para que possam sair da lama sem precisar vencer uma Money in the Bank.

Caso este de Damien Sandow. Curioso é notar a diferença de uma semana em sua carreira. Semana passada, era como um verme caminhando sobre a merda. Nesta semana, pouco mudou, mas tem uma maleta que o tornará campeão mundial.

Típico caso de coesão da WWE, que faz as coisas de maneira errada e abrupta. Sandow é um perfeito detentor da maleta. Tem talento dentro do ringue e fora dele e uma gimmick revigorante que se remoldada em pequenos ajustes pode se verificar em algo novo. Se precisa de algo novo.

E sua feud com Cody Rhodes tem tudo para trazer esta atmosfera. Jovens estrelas combatendo, agora com o destaque que merecem e podendo mostrar sua qualidade numa prévia de talvez um futuro main event de Wrestlemania.

Mark Henry foi atacado pelos The Shield. Senti um Henry face no seu discurso e o ataque do trio de justiceiros confirma de certa forma o turn do lutador. Gosto da ideia. Mark faz tudo com perfeição e deverá ser interessante de se ver seu trabalho evoluído como um herói do povo. Por outro lado, é maravilhoso que a WWE volte a dar destaque a Roman Reigns, Seth Rollins e Dean Ambrose, que vinham apagados depois do Extreme Rules, onde chegaram a sofrer derrotas para trios como Usos & Christian.

Alberto del Rio e Dolph Ziggler repetiram uma atuação de qualidade da noite anterior. A trilogia dos dois conta com lutas destacadas pelo ritmo elevado, principalmente as duas últimas, e qualidade acima da média. É pena que a química dos dois vá ser desperdiçada em um combate distinto para o Summerslam. Gostava de ver mais um confronto para o PPV, ainda que Ziggler vs. Big E vá ser um bom embate.

Big E é intenso e é um powerhouse muito diferente do ruim Ryback. Isto é bom. Ele consegue ser ágil e tem uma qualidade muito grande, por isso é bom que venha a ser introduzido mais frequentemente como lutador, deixando um pouco a marca de segurança. Seu futuro está muito bem resguardado.

Del Rio e Ziggler traçam caminhos agora separados mas tem semelhanças que os unem. A noite do Payback foi talvez o momento de suas carreiras. O mexicano é um heel muito melhor do que fora antes e o Show Off como face vem se destacando mais do que como heel. Perder o título mundial nem sempre faz mal. Que o diga Dolph Ziggler.

CM Punk, Paul Heyman e Brock Lesnar fizeram um segmento que talvez palavras não podem definir.

Me rendo a Heyman como talvez o melhor talker da WWE nos dias de hoje. Com um público já ao rubro no Brooklyn, Paul foi um deus a manipular e fazer do Barclays Center seus fantoches, enquanto era vaiado e, em certos momentos, apoiado, como quando incitou por cânticos de CM Punk. Punk, por outro lado, foi intenso como bem sabe ser, deixando isto com um toque de maestria.

Ambos são mestres para construir promos e me espanta que demorou tanto para a WWE e inclusive eu perceber que colocar um contra o outro é digno de se sair um dos melhores segmentos do ano, como foi. Quanto mais Heyman fala, mas Punk esboça raiva pelas suas expressões faciais muito bem construídas. Ele parecia um turbilhão prestes a estourar e sua reação ao falar esteve a altura.

Paul é um mestre como ator assim como Punk. Mas faço jus de ressaltar que Lesnar também tem seu papel pois se não fosse a sua monstruosidade na batalha campal anexa a batalha de palavras, isto poderia ter tido outra conclusão.

Já o disse antes mas não custa repetir que Lesnar não parece um monstro, mas é. Todos os seus ataques são violentos o suficiente para convencer, para deixar claro que está ali uma montanha difícil de ser batida. Um alguém que não tem script e apresenta as maiores intenções de partir o oponente. Numa brawl onde o resultado seria provar que Punk como um cruiserweight não é páreo para o superheavyweight Lesnar, a história só foi o que foi por causa da besta. Contudo, todo livro precisa de introdução e 2013 já tem marcada talvez a sua feud do ano, porque para um primeiro capítulo já temos algo muito superior a qualquer build-up da Wrestlemania.

E por falar em Wrestlemania, Rob Van Dam e Chris Jericho deram-nos um MOTYC. Esta disputa põe ao lado qualquer luta do PPV Money in the Bank de ontem. Um espetáculo é o que se chama a isto.

RVD é inegável estar fora de ritmo e isto se ressalta perante um Jericho que aparenta ter 20 anos. A questão do seu cansaço deve ser trabalhada pois pode prejudicá-lo no futuro, ainda que não vá quiçá dar outra luta tão longa quanto esta. Foram 20 minutos de adrenalina. Dois high-flyers que levaram o combate a uma cadência, seguindo linearmente sem um grande pique de spots. Mesmo assim, colocaram o Brooklyn a cantar this is awesome.

Julgo dizer que o Y2J tem parte maior na qualidade, pois com maior gás que o adversário, pôde resguardar alguns bons momentos em ocasiões certas, construindo a luta para aquilo que sabia-se que ia ser. O Mr. Monday Nights deu-nos seu reportório de golpes e mais alguma ofensiva nova. Van Dam está longe do que era e se tivesse combatido qualquer outro que não tenha a experiência de Jericho a contenda teria sido ruim. Ele aguenta menos que The Rock e este talvez seja o problema. Mas a minha ênfase é: não estou a criticá-lo, apenas a dizer a verdade e alertar. Ele é grande lutador, sou fã do mesmo e adorei sua participação na disputa, reconhecendo seu talento.

Aguardo para saber quais os planos para estes dois hall of famers no Summerslam.


O finalizar do show foi entretido mas encheu chouriços. Aliás, todas as promos de Cena, se vocês repararem, enche chouriços. Não há sequer exceção. Em todas elas ele segue o script de enrolar-nos ao falar com o público ou pedir um cheap pop e em todas há uma melhora apenas no final.

E ainda assim ele é mais rico que todos nós juntos e tem mais sucesso de vida, além de comer uma das Bella Twins (que por sinal, é a do silicone) então é melhor me calar.

Daniel Bryan teve oxalá o momento de sua carreira. Não me contive ao ver o público a beira de invadir ao ringue quando o mesmo foi anunciado como contender ao WWE Title. Este momento foi perfeito e funcionou porque aconteceu perante o público quente. O intuito disto foi colocar Bryan como alguém de tal forma over que possa superar Cena pelo apoio do público e sua vontade de estar sempre um nível acima.

E serviu ao propósito.

O roster na stage tinha nomes afirmados como Randy Orton, e estes sequer chegaram aos pés de Bryan e esta é a mensagem deixada. Aproveito para dizer, já que citei o nome do Viper neste contexto, que foi bom não ter sido Bryan a vencer a maleta. Na minha opinião, disputar o título da forma como vimos no RAW é melhor do que ao se usar um pedaço de plástico com alças.

Se existe alguém na WWE que não pode ser demitido, este alguém é o The Great Khali.

Sem ironias.

Naomi vs. AJ Lee JÁ!

Anuncio minha vaga para novo par de AJ Lee.

Imagina como deve estar a cara de quem deu a ideia dos Hart Dinasty vencerem a feud contra os Usos

Palmas para a WWE por colocar o campeão mundial no meio do roster para combater o WWE Champion

Palmas duplas por colocar também lá o Brooklyn Brawler
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